Importância da flora espontânea dos quintais – II

Não são poucas as espécies que nascem espontaneamente nos quintais e que podem servir como alimento. Se acompanham o ser humano em seus quintais, já é um indício de que lhe são úteis.

Com relação à este tema, vamos ver um belo exemplo.
Com poucas variações de nome, o mentruz ou mastruz, cujo nome científico é Coronopus didymus, é uma dessas plantas que iremos encontrar, principalmente, nas épocas mais frias. Rasteira e bem aromática, é fácil de ser identificada.

Na medicina popular e também para o tratamento de animais, é muito usada para contusões, sendo utilizada na forma de emplastro. Mas o seu principal destaque é como expectorante e, por isso, é distribuída até em alguns postos de saúde.

Na culinária, se bem preparada, vai resultar em um refogado bem saboroso.

Com relação aos aspectos agronômicos, indica solo rico em matéria orgânica.

Só tem um perigo: ser confundida com a erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides).

Quem é esta?

Dicas:


esta é um espécie que ocorre próximo dos quintais, isto é, nos campos, nos pastos ou nos arredores das plantações; 


é considerada pioneira, e muito agressiva na "invasão";


indica solo com bom teor de matéria orgânica; e


apesar de comestível e segundo alguns pesquisadores, rica em vitamina A, são raros os que utilizam na alimentação.




Belo exemplo dos amigos de Pindamonhangaba, SP


Pindamonhangaba: Pinda realiza ação em prol da saúde e qualidade de vida

 Na manha de quarta-feira (25) foi realizado um evento de “Vivência Integrativa de Saúde” e a “IV Mostra de Talentos Construindo Saúde com Arte”, no Bosque da Princesa. A comunidade participou em massa das ações.

“É uma experiência nova. É interessante para nós conhecer as atividades que são desenvolvidas pela comunidade”, conta a moradora Érica Lopes, do bairro Cícero Prado. O objetivo desta ação foi realizar diversas atividades em várias linguagens da arte com sentido de vivenciar prazer, alegria, estimular a criatividade, contribuir na melhoria da qualidade de vida, e fazer as pessoas refletirem sobre a saúde como qualidade de vida.

A vivência integrativa de saúde contou com atividades como: práticas corporais, rodas de conversas e histórias, rodas integrativas de arte, roda de estudo de plantas medicinais, atividades culturais e educativas e a mostra de talentos “Construindo Saúde com Arte”.

“Nós estamos dando o primeiro passo, abrindo o caminho para as pessoas enxergarem que essas pequenas ações podem melhorar a saúde e a qualidade de vida delas”, ressalta a coordenadora do grupo Geti Arteterapia, Fátima Barros.

A contadora de historia, que apresentou o gracioso conto “A árvore dos desejos”, Vânia Santos do Carmo, contou um pouco como as ações podem refletir na vida de cada um. “Essa reunião, para quem participou, significa muito. Eu trouxe aqui a história da árvore dos desejos para mostrar que os desejos podem ajudar ou prejudicar. O que você faz agora pode influenciar no futuro, e eu acredito que a história pode ser aplicada na vida das pessoas”, conta.

O evento é uma proposta do Geti Arteterapia do Centro de Práticas Integrativas e Complementares, CPIC, da Secretaria de Saúde e Assistência Social da Prefeitura de Pindamonhangaba.

Os organizadores contaram com a participação e colaboração de profissionais da Secretaria de Saúde e Assistência Social, Educação, Departamento de Turismo, Secretaria de Administração, Esporte, Departamento de Meio ambiente, Cultura, Cerest, biblioteca, Associação de Plantas Medicinais Nova Essência e  das unidades de saúde: CPIC, Cruz Grande, Cidade Jardim, Cidade Nova, Vila São Benedito, Jardim Imperial, Maricá, Jardim Regina e Campinas.


Data: 27.04.2012

Manoel de Barros


"Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade (...)""

Se a gente cavar um buraco ao pé da goiabeira do quintal, lá estará um guri ensaiando subir na goiabeira. Se a gente cavar um buraco ao pé do galinheiro, lá estará um guri tentando agarrar no rabo de uma lagartixa. Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos (...).''



Do livro: Memórias inventadas: a infância 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Plantas que tratam o solo e a água

A contaminação ambiental é um dos temas atuais que mais chama a atenção, não só dos técnicos, dos pesquisadores, dos ambientalistas e da mídia, como também da população em geral. Sobre a poluição do solo, algumas propostas para minimizar o impacto ou reduzir a presença de poluentes possuem relação com o uso de plantas. 

Entre as tecnologias que envolvem descontaminação de solo com plantas ou bactérias, apesar de ainda pouco estudada com vegetais, destaca-se a biorremediação. Muitos pesquisadores usam o termo fitorremediação, quando se trata apenas do uso de vegetais com os objetivos de degradar, de retirar ou de isolar poluentes do ambiente.

Portanto, alguns vegetais, desde que não sirvam como alimento, podem contribuir para diminuir o teor de metais pesados no solo, bastando plantá-las em seu quintal.

Em 2009, o pesquisador Josias Coriolano de Freitas, em tese defendida na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), comprovou a capacidade da orelha-de-elefante-giganta (Alocasia macrorrhiza) de absorver metais pesados do solo, como cádmio, cromo, cobre, chumbo, níquel e zinco. A pesquisa foi intitulada "Avaliação da Alocasia macrorrhiza como fitorremediadora dos metais Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn".

Ainda com relação aos vegetais, especificamente sobre a biorremediação de poluentes na água, há estudos que demonstram eficiência das plantas dos gêneros Azolla, Ruppia e Lemna.

Alocasia macrorrhiza

Planta do gênero Lemna

Ruppia maritima

Planta do gênero Azolla

Fonte das fotos: wikipedia.org




Soja alivia ondas de calor da menopausa

Andrea Boyle Tippett

Exemplo japonês

Duas porções diárias de soja podem reduzir a frequência e a severidade das ondas de calor característica da menopausa em até 26%, em comparação com um placebo. As conclusões são do estudo mais completo já feito até agora para examinar os efeitos da soja na menopausa.

O interesse na relação entre soja e menopausa surgiu a partir de observações no Japão, onde os pesquisadores descobriram que a baixa frequência de ondas de calor nas mulheres japonesas pode ser atribuída ao alto consumo de soja. Os cientistas agora analisaram e equalizaram 19 estudos anteriores que examinaram mais de 1.200 mulheres fora do Japão.

Isoflavonas contra ondas de calor

Embora a eficácia da soja em aliviar as ondas de calor ainda esteja em discussão, com alguns estudos sugerindo soja é benéfica, e outros sugerindo o contrário, a maior parte da discrepância é devida ao pequeno tamanho das amostras e a metodologias inconsistentes, afirmam os cientistas.

"Quando você combina todos eles, nós descobrimos que o efeito global ainda é positivo," garante a Dra. Melissa Melby, da Universidade de Delaware (EUA), coautora do estudo. Analisando o impacto das isoflavonas da soja, compostos químicos que exercem um leve efeito similar ao do estrogênio, Melby e seus colegas descobriram que: Ingerir pelo menos 54 miligramas de isoflavonas de soja por dia, durante um período de seis semanas a um ano, reduz a frequência dos calores da menopausa em 20,6% por cento, e a intensidade dessas ondas de calor em 26%.

A redução total na frequência e na severidade pode ser ainda maior, devido ao efeito que o placebo exerce normalmente. Em estudos de longa duração (onde as mulheres consumiram isoflavonas de soja por 12 semanas ou mais), a diminuição na frequência das ondas de calor foi aproximadamente três vezes maior do que em estudos de menor duração.

Suplementos de isoflavona com conteúdo mais elevado (pelo menos 19 miligramas) de genisteína, um dos dois tipos principais de isoflavonas, são mais de duas vezes mais eficazes na redução da frequência das ondas de calor do que quantidades inferiores.
Genisteína

A Dra. Melby chamou o resultado da genisteína de particularmente notável porque o composto é a principal isoflavona da soja e dos alimentos de soja, sugerindo que "comer alimentos de soja, ou usar suplementos derivados de grãos inteiros de soja, pode funcionar melhor para as mulheres."

Cada grama de proteína de soja fornece aproximadamente 3,5 mg de isoflavonas. Dois copos de leite de soja, ou sete gramas de tofu, fornecem aproximadamente 50 mg de isoflavonas.

Link:

Tempero da saúde


Orégano destrói células do câncer de próstata
Redação do Diário da Saúde

O conhecido tempero orégano, muito usado em pizzas e massas, tem efeitos benéficos à saúde conhecidos há muito tempo.

Entre esses benefícios estão os efeitos antioxidantes, a redução do risco de doenças crônicas, mas, mais particularmente, o combate aos fortes efeitos colaterais da quimioterapiaAgora, em uma pesquisa ainda com cultura de células em laboratório, cientistas descobriram que o orégano consegue destruir células do câncer de próstata.

Supertempero

A Dra. Supriya Bavadekar e seus colegas da Universidade Long Island (EUA) isolaram um composto do orégano, chamado carvacrol, e testaram seus efeitos contra as células tumorais.
Os estudos demonstraram que o constituinte do orégano dispara o fenômeno de apoptose, a morte programada das células.

"Nós sabemos que o orégano possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, mas seus efeitos sobre as células do câncer realmente elevam o tempero ao nível dos supertemperos, como o açafrão," disse a pesquisadora, citando outro vegetal com largos benefícios à saúde.

Licopeno e carvacrol

Embora o estudo esteja em estado inicial, a pesquisadora acredita que os resultados são suficientes para apostar no uso do carvacrol como um fármaco anticâncer. "Alguns pesquisadores já demonstraram que a ingestão de pizza pode reduzir o risco de câncer. Esse efeito tem sido atribuído ao licopeno, um composto presente no molho de tomate, mas agora acreditamos que o orégano possa ter sua participação nesse benefício," disse ela.



Pesquisadores contribuem para implantação da fitoterapia na rede pública de saúde de Maceió


Plantas medicinais são conhecidas e utilizadas pela população, mas ainda são pouco recomendadas pelos médicos

Lenilda Luna - jornalista

A partir de 2006, a utilização de plantas medicinais no tratamento de algumas doenças foi oficialmente incluída no programa de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a fitoterapia fazendo parte da política nacional de práticas integrativas e complementares, novas demandas de pesquisa foram colocadas para os farmacêuticos e demais profissionais da área. Tornou-se necessário levantar quais as plantas mais utilizadas pela população e comprovar a eficiência dos fitoterápicos, partindo da prática popular para o conhecimento científico.

Na Ufal, o grupo de Estudos em Plantas Medicinais (Geplam) realiza pesquisas importantes nesta área. O núcleo multidisciplinar é formado por pesquisadores que trabalham com espécies vegetais medicinais, utilizadas em Alagoas. “O objetivo é identificar necessidades de intervenção com população usuária de plantas medicinais e fitoterapia. Percebemos que, apesar de ser um conhecimento que faz parte da sabedoria popular, 90% das plantas medicinais são utilizadas de forma incorreta. O erro está no preparo ou na parte da planta utilizada”, informa a professora Sâmia Silva, uma das coordenadoras do Geplam.

O grupo se dedica a três linhas de pesquisa: Avaliação Farmacológica e Toxicológica de Plantas Medicinais do Estado de Alagoas, Conhecimentos Tradicionais, Populares e Biodiversidade em Alagoas e Fitoterapia. Os estudos são coordenados pelas professoras Sâmia Silva e Êurica Adélia Nogueira Ribeiro, pesquisadoras doutoras da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar). Além de desenvolver os estudos farmacológicos e contribuir com a implantação da fitoterapia no SUS em Alagoas, o grupo tem interesse em orientar a população a utilizar de forma correta as plantas medicinais.

Os alunos ligados ao grupo de pesquisa desenvolveram estudos relacionados ao projeto “Fitoterapia: quais as ações necessárias junto aos profissionais de saúde e usuários do sistema para sua consolidação no SUS?”, que foram financiados com recursos do Ministério da Saúde e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Além da coordenação da professora Sâmia, o projeto contou com a colaboração da pesquisadora Sabrina Joany Felizardo Neves, também doutora do curso de Farmácia da Ufal.

As pesquisas foram desenvolvidas em quatro unidades básicas de saúde do 6º Distrito Sanitário de Maceió, que fica no Benedito Bentes. As atividades foram realizadas no Posto de Saúde do Conjunto Frei Damião, no CAIC Benedito Bentes, na Unidade Básica de Saúde do Conjunto Freitas Neto e na Unidade de Saúde do Conjunto Selma Bandeira. “Nosso principal objetivo foi identificar as necessidades de intervenção junto aos atores envolvidos na utilização de plantas medicinais e fitoterapia para a promoção do uso correto e racional de plantas medicinais e fitoterápicos”, explica a professora Sâmia.

Fitoterapia nos postos de saúde

O trabalho “Conhecimentos e práticas em fitoterapia: um estudo realizado com prescritores da Estratégia de Saúde da Família do VI Distrito Sanitário, Maceió, AL” foi apresentado no 21º Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, em João Pessoa-PB, em 2010. “Neste trabalho apontamos a necessidade de capacitação dos atores relacionados à prescrição e indicação de fitoterápicos e plantas medicinais, que é compreensível, uma vez que apenas o curso de Farmácia vem oferecendo conteúdos sobre plantas medicinais e fitoterapia. Entretanto, o resultado mais animador desta pesquisa é o fato de termos identificado uma boa aceitação, por parte destes atores, à fitoterapia”, destaca Sâmia.

Nesta pesquisa, os alunos orientados pelas professoras Sabrina Joany e Sâmia Andrícia S. da Silva, avaliaram a importância de um estudo adequado para a inclusão da fitoterapia no SUS. “É preciso alertar a população para o fato de que as plantas medicinais e os remédios caseiros preparados com elas não são isentos de efeitos colaterais. Os fitoterápicos contêm substâncias químicas que não estão isentas de provocar reações adversas e interações entre constituintes químicos presentes em outras plantas, alimentos ou medicamentos sintéticos, por isso é preciso o acompanhamento médico, iniciado pela prescrição, para não acarretar problemas graves à saúde do usuário”, alerta a pesquisadora.

Diante dessa preocupação, os alunos se propuseram a identificar os conhecimentos e atitudes dos profissionais que prescrevem fitoterápicos na Estratégia Saúde da Família de Maceió do VI Distrito Sanitário. O levantamento foi feito com médicos e odontólogos das unidades e a amostra resultante foi composta por 11 prescritores. Os alunos observaram que, apesar de formação média de 16 anos e de atuação de pelo menos seis anos no PSF, os prescritores ainda desconheciam a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Mesmo assim, esses profissionais demonstraram abertura em oferecer a fitoterapia como tratamento complementar. A maioria (81,8%) dos médicos e dentistas que atua neste distrito demonstra acreditar na eficácia dos fitoterápicos.

Os pesquisadores constataram ainda que os médicos e odontólogos gostariam de contar com pesquisas mais aprofundadas sobre o potencial dos fitoterápicos, para se sentirem mais seguros em substituir os medicamentos sintéticos pelas plantas medicinais em alguns tratamentos. Ainda sem este embasamento, metade dos profissionais entrevistados revelou que já prescreve fitoterápicos aos pacientes.

Eles também revelaram a preocupação em manter um acompanhamento médico dessas prescrições, para não causar problemas de saúde aos pacientes. Os estudantes concluíram, então, que não haverá resistência por parte dos profissionais de saúde na implantação da fitoterapia no VI Distrito Sanitário de Maceió e que eles estão abertos à uma proposta de capacitação para prescrever plantas medicinais.

Link para o artigo completo: 

Data: 27.04.2012

Importância da flora espontânea dos quintais - I

A cada dia que passa, percebo que as pessoas cada vez mais não reparam na vegetação ao seu redor, principalmente nas plantas que muitos classificam como daninhas. No entanto, muitos são os benefícios que essas plantas "daninhas" podem propiciar para a comunidade.



A erva-de-são-joão (Ageratum conyzoides) é a primeira planta deste tema.

Com relação aos aspectos agronômicos, a erva-de-são-joão indica solo recuperado e rico em matéria orgânica. Apesar de inibir o crescimento de espécies vizinhas, pois libera substâncias tóxicas por meio de suas raízes, ela serve como abrigo de predadores de pragas.

No tratamento de animais, mesmo não sendo comprovada, é usada contra infecções, no útero da vaca. Sobre o uso popular na saúde humana, são muitas as referências positivas contra cólicas infantis. Todavia, deve-se realçar que ainda não há pesquisas suficientes para comprovar essa ação.

Uma ótima notícia é que a erva-de-são-joão foi comprovada como analgésica e anti-inflamatória.

A partir dessas informações, é possível classificá-la como daninha?




Fatores que afetam os teores de princípios ativos I

Qual a relação das uvas infectadas pelo fungo do gênero Botrytis com a produção de princípios ativos?


É possível uma planta com ação farmacológica comprovada ser cultivada e não apresentar nem sequer algum traço do princípio ativo responsável pela ação?

Pode sim, e não é tão raro acontecer essa situação, pois existem princípios ativos que só surgem após o ataque de micro-organismo ou de insetos e dano mecânico, por exemplo. Essas substâncias são denominadas de fitoalexinas.

Essa informação para a fitoterapia é essencial, principalmente porque é comum cultivar as plantas medicinais em um local onde serão irrigadas, adubadas e receberão tratos culturais, de maneira que não possibilite a ação de defesa da planta e, consequentemente, a produção do princípio ativo, caso seja uma fitoalexina.

Como exemplo de fitoalexina, pode ser citado o resveratrol da uva, do amendoim ou da amora, dentre outras. Na uva, como já foi estudado, a substância é sintetizada na casca, como resposta contra dano mecânico, irradiação de luz ultravioleta e infecção causada pelos fungos Botrytis cinerea e  Plasmopora viticola

Quem são estas espécies do quintal da Dona Izolina?

 
 Planta 1
 Planta 2
 Planta 3 
Planta 4  
Planta 5
 Foto: Dona Izolina e seu "quintalzão".

Do quintal da Dona Izolina, 85 anos de sabedoria e simpatia, em Alterosa, MG, a farmacêutica Giany Thomazin, nossa colega do curso online, envia fotos de algumas das plantas do local.

Apesar da Dona Izolina saber o nome de todas, vamos  testar nosso conhecimento e, além de fornecer o nome popular, citar um uso para cada uma delas.

Variação de nomes populares da Argemone mexicana

Lendo textos do site http://www.recaatingamento.org.br/, cujos objetivos são a preservação e a valorização da caatinga, e que deve ser visitado por todos, li que a planta Argemone mexicana (foto no link http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/04/quem-e-esta_8794.htmlé também chamada de flor-da-zabumba ou papoula-da-caatinga.

Raizeiros do cerrado elaboram propostas para a Cúpula dos Povos


Por Articulação Pacari

A Articulação Pacari realizou a oficina “Diálogos sobre biodiversidade com raizeiras e raizeiros do Cerrado”, contando com a participação de 47 representantes de comunidades locais, quilombolas e indígenas, dos estados de MG, GO, TO e MA. As propostas elaboradas na oficina serão apresentadas na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que acontecerá em junho, no Rio de Janeiro.

Raizeiras e raizeiros do cerrado – povos tradicionais desse bioma – praticam a medicina tradicional por meio do uso sustentável dos recursos naturais e apontam com principais dificuldades para o exercício dessa prática: a falta do reconhecimento social da medicina tradicional; a degradação ambiental do bioma cerrado; a dificuldade atual de transmissão de conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade para os jovens e a apropriação indevida desses conhecimentos por vários segmentos da sociedade.

Diante dessas dificuldades, raizeiras e raizeiros do cerrado esperam transformações, e priorizaram as seguintes metas a serem alcançadas:

a população brasileira deve ter acesso a informações sobre o uso popular e tradicional de plantas medicinais e a sua relação direta com a conservação ambiental;

a adoção do ‘Ano nacional do conhecimento tradicional associado ao uso da biodiversidade’;

o reconhecimento do uso popular e tradicional de plantas medicinais como um direito consuetudinário das comunidades locais e povos indígenas, através de uma regulamentação específica, e em conformidade com tratados internacionais como a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural e Imaterial;

a aprovação e implementação de uma legislação nacional sobre acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios, em conformidade com o Protocolo de Nagoya, com a participação efetiva de comunidades locais e povos indígenas;

a criação da Universidade Popular do Cerrado, onde raizeiras e raizeiros possam transmitir seus conhecimentos tradicionais, como uma estratégia de salvaguardar seu ofício, e que também possam aprender conhecimentos científicos sobre a biodiversidade do cerrado;

a redução à zero das taxas de perda dos habitats naturais próximos a comunidades locais e terras indígenas e a redução a zero do desmatamento e ocupação dos ecossistemas de veredas por sistemas agrícolas;

o reconhecimento pelo governo brasileiro das áreas prioritárias identificadas por raizeiras e raizeiros e a criação de reservas extrativistas nestas áreas, para a coleta sustentável de plantas medicinais do cerrado;

a implementação de planos de restauração de ecossistemas visando preservar espécies identificadas como ameaçadas de extinção por comunidades locais e povos indígenas do cerrado;

a recuperação de nascentes em comunidades locais e terras indígenas e o fomento à construção de cisternas de placa, terreirão e/ou barraginhas para captação de água de chuva;

a inclusão de plantas medicinais do cerrado no Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade.

Em relação à Farmacopeia Popular do cerrado:

a continuidade da elaboração da Farmacopeia Popular do Cerrado, como estratégia para o uso sustentável e proteção dos conhecimentos tradicionais de comunidades locais e povos indígenas do cerrado;

o reconhecimento da Farmacopeia Popular do Cerrado, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), como um Código de conduta de raizeiras e raizeiros para o manejo sustentável de plantas medicinais do cerrado e a preservação ambiental.

o reconhecimento da Farmacopeia Popular do Cerrado, pelo governo brasileiro, como um sistema sui generis de registro de conhecimentos tradicionais que respeita, promove e preserva os conhecimentos, inovações e práticas das comunidades locais e povos indígenas do cerrado;

o reconhecimento da Farmacopeia Popular do Cerrado, pelo governo brasileiro, como um instrumento de identificação de áreas prioritárias para o manejo sustentável de recursos naturais e conservação ambiental;

o reconhecimento da Farmacopeia Popular do Cerrado, pelo governo brasileiro, como um instrumento de identificação de origem de espécies e de conhecimentos tradicionais associados, para fins de consentimento prévio informado, nos processos de acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios;

o reconhecimento da Farmacopeia Popular do Cerrado, pelo governo brasileiro, junto à Convenção da Diversidade Biológica (CDB), como um Protocolo Comunitário para a proteção, promoção e manutenção dos conhecimentos tradicionais associados ao uso dos recursos genéticos do cerrado; e

a apresentação da Farmacopeia Popular do Cerrado na 11ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (COP 11), a ser realizada na Índia, em outubro de 2012, como uma iniciativa de implementação da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) no Brasil.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Plantando na Cidade " Liceu Coração de Jesus", São Paulo, SP












Fotos e projeto: Marcos Victorino (em uma das fotos)


Quase dois meses depois, eis o resultado

Laboratórios reforçam apostas no segmento fitoterápico

Alvo de resistência e preconceito da classe médica no passado, por estar associado a tratamentos com chás e ervas, o segmento de medicamentos fitoterápicos está recebendo investimentos dos laboratórios nacionais e estrangeiros instalados no país. O Aché, uma das maiores farmacêuticas nacionais, vai lançar em abril um novo produto voltado para a área respiratória. A pernambucana Hebron e a sul-africana Aspen também estão trabalhando para ampliar o portfólio desses medicamentos.


O laboratório Aché foi o primeiro do país a registrar uma patente de fitoterápico desenvolvido totalmente no Brasil. O anti-inflamatório Acheflan foi lançado em 2005 e é líder em sua categoria, mais vendido que tradicionais medicamentos tópicos sintéticos. “Temos uma linha de nove produtos e estamos preparando o lançamento de mais um no próximo mês”, disse ao Valor Marcelo Neri, diretor da unidade de prescrição da empresa.

O Aché lançará o Liberaflux, o primeiro fitomedicamento expectorante da companhia à base de extrato seco de Hedera helix, espécie cultivada em Portugal e na Irlanda. Essa molécula movimenta R$ 80 milhões por ano no Brasil e está entre as principais em crescimento no mercado. O xarope expectorante chega ao mercado em apresentações de 7,5mg/ml, em frascos com 100 ml e 200 ml.

Com uma participação de 7% nesse segmento no Brasil, o Aché registrou receita bruta de R$ 2,6 bilhões em 2011. A receita com essa linha de medicamentos ficou em R$ 67 milhões e deve crescer em 2012. As vendas do Acheflan giram em torno de R$ 22 milhões por ano, segundo Neri.

Em 2011, o mercado de fitoterápicos movimentou cerca de R$ 1,1 bilhão no Brasil, aumento de 13% em relação ao ano anterior, de acordo com José Roberto Lazzarini Neves, da consultoria Pharmalaza, com base nos dados da consultoria IMS Health. No acumulado dos últimos cinco anos, o segmento de fitoterápicos cresceu 10,5%. Cerca de 45 milhões de unidades foram comercializadas no ano passado. Em 2011, a receita de todo setor farmacêutico foi de R$ 43 bilhões. “O país conta com cerca de 400 medicamentos fitoterápicos”, disse Lazzarini.

Os fitoterápicos são medicamentos desenvolvidos a partir de extratos vegetais padronizados. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os critérios de pesquisa e desenvolvimentos desses produtos são os mesmos que os medicamentos sintéticos. Segundo Mônica da Luz Carvalho Soares, coordenadora da farmacopeia Brasil da Anvisa, há mais produtos desenvolvidos no país a partir de plantas exóticas (de fora do país) do que nativas.

Atualmente, a Alemanha é o maior produtor de medicamentos fitoterápicos no mundo, afirmou Eduardo Pagani, presidente da Sobrafito (Associação Médica Brasileira de Fitomedicina). Atualmente, a Sobrafito está dando um curso de fitoterapia para 300 médicos do SUS (Sistema Único de Saúde) de todo país. De acordo com Lazzarini, as pesquisas a partir de plantas nativas estão praticamente paradas por conta das restrições impostas para pesquisas.

“Se essas plantas estiverem em área indígena, as pesquisas ficam ainda mais complicadas”, afirmou Josimar Henrique da Silva, presidente do laboratório pernambucano Hebron. A companhia deverá lançar entre 2013 e 2014 três novos medicamentos fitoterápicos. “Em outubro, colocamos um produto no mercado. Temos um portfólio com 15 medicamentos dessa linha”, disse. Segundo Silva, os laboratórios estão em discussão com o governo para flexibilizar as regras para pesquisar plantas nativas.

Em 2010, a Hebron vendeu dois medicamentos de sua linha de fitoterápicos para a sul-africana Aspen. A multinacional quer expandir seus negócios no Brasil e negocia a compra de outros medicamentos dessa linha. Alexandre França, presidente da subsidiária brasileira, afirmou que cerca de um terço da receita do grupo no país, de R$ 160 milhões, vem dessa categoria. “A venda desses produtos cresce mais que os medicamentos sintéticos”, disse. Segundo o executivo, a companhia poderá trazer para o país produtos que a Aspen comercializa no mercado internacional. Para 2012, a companhia prevê crescer 12% em vendas e 9% em volume.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que exerce a função de secretaria executiva do CGEN (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético). Esse conselho é o órgão competente para emitir as autorizações de acesso ao patrimônio genético de espécies da biodiversidade brasileira para fins de pesquisa científica, bioprospecção e desenvolvimento tecnológico, o que inclui a atividade de elaboração de fitoterápicos. Esta competência encontra fundamento na MP 2186-16/2001, a legislação brasileira vigente sobre o tema.

Ainda segundo o ministério, “o Brasil ocupa posição de vanguarda em acesso e repartição de benefícios, condizente com o avanço nos compromissos internacionais sobre conservação e uso sustentável da biodiversidade e repartição de benefícios, tais como a Convenção da Diversidade Biológica e o mais recente Protocolo de Nagoia. O CGEN vem renovando e modernizando a gestão do acesso e repartição de benefícios, tanto com a elaboração de normas e procedimentos simplificados para a pesquisa, como na eficiência na emissão das autorizações de acesso. Para isso, descentralizou a competência para emissão de autorizações específicas ao Ibama, O Iphan e CNPq. O CNPq, inclusive, já opera em ambiente informatizado”.

Fonte: Valor Econômico

Sobre regras para os nomes científicos I

Apesar das dificuldades, tanto de memorizar quanto de pronunciar, o nome científico, por ser universal, deverá ser utilizado quando quiser buscar informações precisas sobre a espécie.

Linnaeus (ou Lineu, em português) foi quem forneceu as primeiras regras do atual método de classificação, para o qual foi denominado “Sistema de Nomenclatura Binominal”.

Algumas regras são essenciais, como, por exemplo, ser formado por dois nomes. O primeiro corresponde ao gênero, com a inicial em maiúscula, e o segundo com todas as letras em minúsculas.

Assim como toda palavra estrangeira, o nome científico, que é escrito em latim, deve estar em itálico, sublinhado ou em negrito. E, por último, sem estar destacado, o nome do autor, abreviado ou não.

Exemplo:
Rosmarinus officinalis L. (mais usual)
Rosmarinus officinalis L.
Rosmarinus officinalis L.

Se depois da espécie observar parênteses, significa que ocorreu mudança do nome do gênero, e o nome do autor do basiônimo (primeiro nome da espécie) será citado entre os parênteses.

Ex.:
Cymbopogon nardus (L.) Rendle

Outras observações

1. Quando perguntarem qual a espécie, deverá responder usando os dois nomes:
Ex. Ocimum basilicum

2. Um x entre os dois nomes indica que é um híbrido, isto é, espécie resultante de cruzamento de duas espécies diferentes

Ex. Mentha x piperita, segundo vários autores é híbrido resultante do cruzamento da Mentha aquatica e da Mentha spicata.

3. Se o x aparecer antes dos dois nomes, o que é muito raro, será um hibrido resultante de gêneros diferentes.

4. As variedades, as quais são diferentes da espécie em que surgiram em resultado do aparecimento natural e espontâneo de novas características, são escritas, como, por exemplo, Ocimum basilicum var. purpurascens.

5. As variedades obtidas por meio da intervenção do homem, que possuem valor comercial e que diferem da espécie a qual foi originada, são denominadas de cultivares. A forma mais comum de denominar uma cultivar é, por exemplo, Ocimum basilicum ‘Genovese”. Observe que o nome da cultivar não está em itálico.
Também iremos encontrar Ocimum basilicum cv. Genovese

6. As subespécies (Sambucus nigra subsp. canadensis), são tipos de variedades, com diferenças influenciadas, geralmente, pelo local onde vivem.

7. Há ainda formas (Fagus sylvatica f. purpurea), que se diferenciam em pequenas características, como a cor da flor ou da folha.

8. Se usa sp., quando não sabemos a espécie (Ocimum sp.) ou cf. (Sedum cf. dendroideum) quando há necessidade da confirmação da identificação por ser incerta ou por usar uma referência secundária não verificável.

São tantas regras, mas essenciais para trabalhos científicos..

Em outra postagem, vamos continuar com mais definições sobre variedades, subespécie, cultivares e formas. No entanto, de forma resumida, cultivar é uma variedade com características comerciais e que foi produzida por meio da intervenção do homem. As demais são naturais, sendo que variedades se diferenciam da espécie original por um número significativo de características, enquanto subespécie é influenciada pelo ambiente e forma se diferenciam por meio de poucas características.


Herbário da UFMA produz fitoterápico que combate a diabetes


São Luís - Projeto desenvolvido na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que há anos se consolida na produção de remédios fitoterápicos voltados a doenças respiratórias, passará a produzir uma nova série de medicamentos para o tratamento de diabetes. Segundo a coordenadora do projeto, a Professora Terezinha Rêgo, doutora em Botânica e Fitoterapia pela Universidade de Havana, os saberes tradicionais servem como fonte para as pesquisas desenvolvidas.


“Recebemos indicações populares de plantas e ervas comumente utilizadas para o tratamento de enfermidades”, declarou a professora. “A partir dessa coleta de espécimes são feitos testes em laboratório, para detecção das propriedades e princípios ativos das plantas, através dos quais são feitos os remédios”. De acordo com Terezinha Rêgo, o processo é muito longo e cuidadoso, e passa por diversos testes antes de finalmente estar pronto para utilização.


A essência de cabacinha, primeiro fitoterápico desenvolvido pela pesquisadora, indicado para tratamento de sinusite, renite e problemas na adenoide, demorou cerca de 20 anos para ser concluído. “É preciso ter certeza de que os medicamentos sejam perfeitamente seguros para utilização humana e tragam o mínimo de efeitos colaterais”, declarou, completando: “Esse é o diferencial dos fitoterápicos. Eles são compostos por cargas químicas muito mais leves que os medicamentos de laboratório, são produzidos à base de veículos naturais como água, álcool e mel, e provocam efeitos adversos de menor impacto que os resultantes da utilização de medicamentos de uso genérico.

Para o tratamento da diabetes, o projeto desenvolveu um remédio a partir do caule de uma árvore conhecida como pau-ferro. Foram testadas outras espécies como a pata-de-vaca e a insulina (erva batizada popularmente com o nome do hormônio sintetizado pelo pâncreas). Entretanto, o que se aplicou ao produto final foi a essência extraída da casca do pau-ferro, devido ao fato de ser a menos prejudicial ao organismo humano e por se mostrar bastante eficaz na inibição do excesso de glicemia no corpo.

Os medicamentos podem ser encomendados, com o herbário da Universidade, através do telefone 3301-8527. (Fonte: Murilo Azevêdo)

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Cuidado com o uso de algumas plantas medicinais dos quintais - II

Estas possuem alguns relatos, ou pesquisas, sobre ação abortiva.

Apesar de que, somente doses altas da maioria das espécies citadas é que poderá resultar na referida ação. Mas nem pensar em arriscar. 


Portanto, quem está grávida não deve consumir as espécies citadas.

Plantas medicinais e ornamentais

Achillea millefolium – mil-folhas
Aloe sp. – babosa
Artemisia absinthium – losna
Calendula officinalis
Crysanthemum vulgare – crisântemo
Dianthus superbus – cravo-e-jardim
Hedera helix – hera
Hibiscus rosa-sinensis ­– hibisco   
Ruta graveolens – arruda
Tanacetum vulgare - tanaceto

Espécie espontânea

Chenopodium ambrosioides – erva-de-santa-maria
Datura stramonium – figueira-do-inferno
Leonurus sibiricus – rubim
Momordica charantia – melão-de-são-caetano
Phyllantus niruri – quebra-pedra
Phytolacca sp. – fruta-de-pombo
Polygonum acre ­– erva-de-bicho

Usado mais como medicinal

Plectranthus barrbatus – boldo-de-folha-aveludada
Curcuma zedoaria – zedoária
Punica granatum
Solanum paniculatum – jurubeba

Condimentos e medicinais

Curcuma longa – cúrcuma
Foeniculum vulgare – funcho
Mentha arvensis – hortelã-japonesa
Rosmarinus officinalis – alecrim