sábado, 9 de junho de 2012

Hortelãs-pimentas

Mentha x piperita 'Grapefruit'
Mentha x piperita piperita 'Variegata'
Mentha x piperita piperita
Mentha x piperita piperita 'Chocolate mint'
Mentha x piperita piperita 'Swiss'
Fonte das fotos: www.richters.com

Quando se usa o nome da espécie em artigos científicos, pode ser suficiente para indicar com precisão sobre qual está sendo pesquisada. No entanto, quando se refere aos manjericões ou às hortelãs, por exemplo, há muitas variações nas características externas e, principalmente, na composição química, o que prejudica o uso das informações quanto à aplicação na fitoterapia ou na culinária, caso não seja especificado a variedade ou o cultivar.

Por meio das fotos, podem ser observadas como ocorrem diferenças nas características externas dos cultivares de hortelã-pimenta.

Artigo sobre plantas medicinais e hipertensão

Link para o artigo: 

Exemplo de dados para cada planta

Cynara scolymus L. alcachofra

Principais compostos: derivados do ácido cafeoilquínico (ácido clorogênico).
Ações farmacológicas: hipotensora; ação coletérica, diurética, hepatoprotetora, hipocolesterolemiante, redução dos níveis de triglicérides.
Mecanismo de ação: incremento na secreção intraduodenal biliar, aumento da eliminação de potássio.
Efeitos adversos: manifestações alérgicas por contato ou uso oral, flatulência, fraqueza e aumento do apetite.
Contra-indicação: pacientes com obstrução do ducto biliar. Lactação.
Interações: diuréticos, medicamentos que interferem na coagulação sanguínea (Aspirina) e anticoagulantes cumarínicos.

Amamentação e uso de medicamentos e outras substânicais

http://www.fiocruz.br/redeblh/media/amdrog10.pdf


A publicação também inclui plantas medicinais, como, por exemplo:

Alho (Allium sativum) - Uso criterioso durante a amamentação. Pode alterar o odor do leite materno. Evitar uso excessivo.
Babosa (Aloe vera) - Uso criterioso durante a amamentação. Preferir uso tópico.
Borage (Borago officinalis)Uso contraindicado durante a amamentação.
Calêndula (Calendula officinalis) - Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.
Camomila germânica (Matricaria chamomilla) - Uso criterioso durante a amamentação. Risco de hipersensibilização.
Cardo-Santo (Cnicus benedictus) - Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.
Cohosh azul (Caulophyllum thalictroides) - Uso contraindicado durante a amamentação.
Cohosh preto (Cimicifuga racemosa) - Uso criterioso durante a amamentação. Risco teórico de redução da produção láctea. Evitar uso crônico.
Confrei (Symphytum officinale) - Uso contra-indicado durante a amamentação.
Equinácea (Echinacea purpurea) - Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Evitar uso por período superior a oito semanas.
Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) - Uso compatível com a amamentação.
Funcho (Foeniculum officinale) - Uso criterioso durante a amamentação. Risco teórico de redução da produção láctea pela nutriz.
Ginseng (Panax sp.) - Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Evitar uso por período superior a seis semanas. Observar irritabilidade no lactente.
Kava-kava (Piper methysticum) - Uso contraindicado durante a amamentação.
Óleo de melaleuca (Melaleuca alternifolia) - Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.
Valeriana (Valeriana officinalis) - Uso criterioso durante a amamentação. Observar sonolência no lactente.

Fatores que afetam os teores de princípios ativos - III


As espécies dioicas são as que mais produzem descendentes com considerável variabilidade genética entre si e, consequentemente, também com muita variação entre os seus princípios ativos. Isso ocorre porque as plantas dioicas possuem exemplares só com flores masculinas e outros só com flores femininas, o que, obrigatoriamente, faz com que ocorra fecundação cruzada (alogamia), isto é, uma planta "masculina" irá fornecer pólen para a planta feminina.

Apesar de ser um problema para a fitoterapia, a variabilidade de princípios ativos entre os descendentes, para a espécie é importante por evitar que ocorra a autogamia, a qual diminui a variabilidade genética.

Infelizmente, para a maioria das dioicas não é possível saber se a planta irá produzir somente flores masculinas ou somente flores femininas, sendo que a dioicia ocorre em menos de 10% das angiospermas.

Exemplos de dez espécies medicinais dioicas

Alecrim-do-campo – Baccharis dracunculifolia
Aroeira-do-sertão – Myracrodruon urundeuva
Aroeira-vermelha – Schinus terebinthifolius
Carqueja – Baccharis genistelloides
Catuaba – Trichilia catigua
Embaúba – Cecropia glaziovii
Erva-mate – Ilex paraguariensis
Ginkgo – Ginkgo biloba
Pimenta-da-jamaica – Pimenta dioica
Urtiga – Urtica dioica (foto 1)


Obs. Dentro da mesma espécie, podem ser encontradas plantas dioicas e plantas monoicas, como observado por Carvalho (2003) com a aroeira-do-sertão. No caso da quebra-pedra (Phyllanthus niruri), há dioicas, mas são raras (SILVA e SALES, 2007).

Foto 1. Urtica dioica

Foto 2. Azevinho com suas flores masculinas e flores femininas


Referências

CARVALHO, P.E.R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informacao Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. v. 1 1039 p. il. (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras).

SILVA, M. J.; SALES, M. F. Phyllanthus L. (Phyllanthaceae) em Pernambuco, Brasil. Acta Bot. Bras., v.21, n.1, p. 79-98, 2007

Fontes das fotos:

Mas como os leitores do blog explicam o que foi observado com a espécie dioica   Alchornea ilicifolia? Quando apenas um exemplar feminino levado para o Kew Garden,   localizado em Londres, floresceu e gerou sementes sem a participação das flores masculinas.

Fitoterapia na veterinária - V


Mais um presente para o blog. Parabéns para a colega Claudia, para seus acadêmicos e para a UNIGUAÇU!

Óleos essenciais e acupuntura

Acadêmicos: Aline Ap. Moura Dallazen, João Luiz Zardo Pegoraro, Jonas Nalon, Orlei Oscar Pedron. Orientador: Claudia R. Vieira Rocha – Médica Veterinária.

Introdução
Atualmente, os proprietários estão mais esclarecidos quanto às novas terapias complementares oferecidas por médicos veterinários especialistas. As Terapias Complementares se manifestam na adoção de medidas preventivas para a manutenção da saúde e na regulação da capacidade espontânea da autocura. A Medicina Biológica utiliza técnicas terapêuticas direcionadas para a preservação da vida, as quais são classificadas de acordo com as suas possibilidades, isto é, como sendo terapias substitutivas, regulatórias e preventivas.
A Acupuntura é o principal método terapêutico da Medicina Tradicional Chinesa, e chegou ao Brasil ainda nos anos 70, mas somente em 1995 foi reconhecida oficialmente como especialidade medico veterinária.
A sessão de Acupuntura consiste no estímulo de determinados pontos do corpo chamados acupontos. Através da inserção de agulhas, pode-se realizar aplicação de calor e técnicas de manipulação, eletroestimulação, injeção de medicamentos nos pontos e do uso de raio laser.
A Aromaterapia por meio dos óleos essenciais, já é muito utilizada na medicina humana e já é considerada  complementar em qualquer tipo de tratamento dentro da medicina veterinária. A lavanda (Lavandula angustifolia) possui propriedades calmantes, e o tea tree (Melalleuca alternifolia) é utilizado como anti-séptico e antibiótico natural.

Material e métodos
Canino, 7 anos, srd, chamado Mancha, apresentando paresia de membro posterior direito, com lesão na pele sem causa definida. O animal não apoiava o membro afetado, causando perda da musculatura local, desvio do eixo de gravidade da coluna  espinhal, hipertrofia da musculatura do membro contralateral a lesão e inapetência.  Apresentava sinais de dor.
Optou-se pela técnica de acupuntura com moxibustão (Artemisia vulgaris) para alívio da dor e Aromaterapia, com óleos essenciais de lavanda (Lavandula angustifolia) e tea tree (Melalleuca alternifolia) . O tratamento teve início em 13-03-2012.
 Lavandula angustifolia: foi feita uma massagem para acalmar o animal.
 Melalleuca alternifolia: sobre o ferimento, com ação anti-séptica.
Os pontos de acupuntura estimulados foram: E - 36 (estômago), VB - 29 (vesícula biliar), VB - 30 (vesícula biliar), B - 54 (bexiga), Ba Feng - (entre coxins plantares).

Resultados
O animal apresentou melhora significativa após o uso dos óleos e as sessões de acupuntura com moxa. Voltou a se alimentar no dia seguinte do início do tratamento e conseguiu apoiar o membro na terceira sessão. Foram realizadas seis sessões.

Conclusões
A medicina complementar é formada por práticas terapêuticas não integrantes do sistema médico convencional alopático. Tais práticas não pretendem excluir o uso de medicamentos e de terapias convencionais, mas conseguem reduzir o uso frequente de medicamentos como: antidepressivos, ansiolíticos, antibióticos, anti-inflamatórios esteroides, quimioterápicos e drogas supressoras, além da eutanásia.
O enfoque principal das Terapias Complementares é proporcionar maior bem-estar e qualidade de vida, e não apresentar efeitos colaterais indesejados. Somente o Médico Veterinário especialista nessas terapias complementares poderá prescrever e medicar seu paciente de forma a não ocasionar danos ou falta de resposta ao tratamento.

Referências
http://www.bichointegral.vet.br/biblioteca/20-camv/87-terapias-complementares-usadas-na-medicina-.html
Silva, Adão Roberto. Tudo sobre Aromaterapia, 2° ed. 2001, Editora Roca.
Maciocia, Giovani. Os Fundamentos da Medicina Chinesa, 2° ed. 2007, Editora Roca.|