sexta-feira, 22 de junho de 2012

Plantas indicadoras da qualidade do solo

Adaptada do livro Agricultura Sustentável, editora Nobel, 1992 (autora Ana Primavesi)

Tabela retirada da cartilha Cartilha Agricultura Ecológica
http://www.centroecologico.org.br/Agricultura_Ecologica/Cartilha_Agricultura_Ecologica.pdf

Ministério da Saúde fortalece produção de fitoterápicos

Para fortalecer o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o Ministério da Saúde repassará R$ 6,7 milhões para 12 municípios. A medida está prevista em portaria publicada, nesta quarta-feira (20), no Diário Oficial da União. Os recursos serão aplicados em projetos locais de produção e distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) de plantas medicinais e fitoterápicos.

O montante deverá ser investido em aquisição de equipamentos e materiais, contratação de pessoal e qualificação técnica para promover a interação e a cooperação entre os agentes produtivos de plantas medicinais e fitoterápicos. A iniciativa tem o propósito de desenvolver a produção de insumos de origem vegetal, preferencialmente com cultivo orgânico, considerando a agricultura familiar, o conhecimento tradicional e o científico. “O objetivo do ministério é aliar a saúde à sustentabilidade e ao desenvolvimento socioeconômico do país. Queremos mostrar que é possível desenvolver a cadeia produtiva com sustentabilidade”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

Os municípios que apresentaram projetos de produção e distribuição de plantas e fitoterápicos: Betim (MG), Botucatu (SP), Brejo da Madre de Deus (PE), Diorama (GO), Foz do Iguaçu (PR), Itapeva (SP), João Monlevade (MG), Pato Bragado (PR), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Satanrém (PA) e Toledo (PR).

Link para reportagem completa:

Fatores que afetam os teores de princípios ativos - IV

Para quem acompanha os textos sobre os fatores que afetam os teores de bioativos, no link http://quintaisimortais.blogspot.com.br/search/label/Plantas%20medicinais há uma pergunta de como uma planta dioica pode gerar sementes, sem contar com a participação do exemplar masculino.

A resposta está no fato de que algumas espécies, como a citada no texto do link, são apomíticas, isto é, podem gerar sementes só com a participação do gineceu (parte feminina da flor). Uma vantagem importante para a fitoterapia, é que espécies apomíticas possuem pouca variabilidade genética entre os descendentes de uma mesma planta mãe, e, consequentemente, baixa variabilidade de princípios ativos entre eles.

Com relação a esse fenômeno, o texto abaixo fornece mais informações.

A apomixia é considerada uma forma de propagação assexuada, pois ocorre formação, sem que ocorra a fecundação, de sementes, o que proporciona geração de progênies geneticamente idênticas à planta mãe (DALL’AGNOL e SCHIFINO-WITTMANN, 2005). Segundo esses mesmos autores, e no mesmo trabalho, a apomixia pode ser considerada como uma clonagem natural de sementes.

O desenvolvimento do gineceu, mais especificamente dos óvulos, é diferenciado nas plantas apomíticas, e não ocorre meiose, sendo que o embrião se desenvolve sem a fecundação da oosfera por espermatecas, produzindo apenas cromossomos somáticos maternos (CENARGEN, 2001).

Já foi descrita em cerca de 15% das famílias das angiospermas e 75% das espécies apomíticas estão nas famílias Asteraceae, Poaceae e Rosaceae (DALL’AGNOL e SCHIFINO-WITTMANN, 2005). De acordo com os autores, o primeiro relato da ocorrência da apomixia data de 1841, quando foi documentada a produção de sementes, de uma planta feminina da espécie do gênero Alchornea (Euphorbiaceae), cultivada isoladamente no Jardim Botânico de Kew.

Exemplos de espécies medicinais apomíticas:

capim-limão (Cymbopogon citratus)
dente-de-leão (Taraxacum officinale)
hipérico (Hypericum perforatum)  
 Hypericum perforatum. Fonte: wikipedia.org

Texto: Marcos Roberto Furlan

Referências

CENARGEN. Apomixia. Disponível em: http://www.cenargen.embrapa.br/_comunicacao/2006/folders/fold06-21_apomixia.pdf. Acesso em: 1 de out de 2001.

DALL’AGNOL, M.; SCHIFINO-WITTMANN, M. T. Apomixia, genética e melhoramento de plantas. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.11, n. 2, p. 127-133, abr-jun, 2005 Disponível em: http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v11n2/artigo01.pdf. Acesso em 12 de out de 2011.

Fernando Pessoa


"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é
."

"Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias
"

terça-feira, 19 de junho de 2012

Fitoterapia na veterinária - VII

Mais uma ótima pesquisa desenvolvida na UNIGUAÇU.
Texto 

Dietoterapia através da medicina tradicional chinesa para animais geriátricos.

Acadêmico(s): Angélica Leticia Scheid, Cesar Porath, Fabiana Kalichak, Luciano Sita e Vinicius Silva.
Orientadora: Claudia R. Vieira Rocha Coeli - Médica Veterinária

Introdução
A busca por tratamentos complementares vem crescendo na Medicina Veterinária nos últimos anos, porém a maioria dos profissionais não tem conhecimento a respeito e estão na busca para associar com seus tratamentos convencionais.
As terapias complementares são de fundamental importância no tratamento dos animais, já que estas visam  bem estar , reduzindo estresse, diminuindo efeitos colaterais indesejados, proporcionando maior qualidade de vida.

Objetivos
Utilizar técnicas complementares em sinergismo com o tratamento alopático.
Demonstrar  a evolução clinica de  paciente geriátrico, tratado com alimentos naturais.
Explicar como preparar, cuidados, indicações e benefícios.

Métodos
Dia 06 de março de 2012, foi atendida no Hospital Veterinário Linus Braucher da UNIGUAÇU, a paciente Vida, espécie canina, 8 anos, raça boxer, com a seguinte queixa relatada pela proprietária: - não come a 7 dias e nos últimos meses apresentou andar em circulo mais para o lado esquerdo.Numa primeira avaliação,  foi diagnosticado hipotireoidismo por um colega profissional. A proprietária relata que não observou melhora significativa no tratamento prescrito  e parou com a medicação. Após uma segunda avaliação, agora, no hospital veterinário da Uniguaçu, através de exame clínico  suspeitou-se pela idade de síndrome cognitiva, neoplasia ou doença endócrina. Foi coletado material para uma bateria de exames laboratoriais (hemograma, creatinina, ureia, ALT, AST, hormônios da tireiode).  Durante a espera dos resultados dos exames optou-se por água de côco natural (própria fruta), dietoterapia e retorno na próxima semana para verificar se houve melhora e interpretação dos resultados dos exames.
A paciente não apresentou nenhuma alteração nos exames, sendo assim a suspeita de doença endócrina foi descartada.
Optou-se por dieta através da Medicina Chinesa.
Dietoterapia
Caldo nutritivo: cozinhar um frango inteiro sem pele na panela de pressão com água mineral ou filtrada por vinte minutos, desossar, guardar a carne para utilizar na dietoterapia, quebre todos os ossinhos ao meio e retorne ao caldo, adicionar 1 xícara de espinafre, 1 xícara de abóbora, 1 beterraba e 1 cenoura, cozinhar em fogo baixo por pelo menos 4 horas (se necessário acrescente mais água), coar e congelar o caldo em forminhas de gelo. Adicionar os cubos nas refeições.
Nunca descongelar ou aquecer em micro-ondas, se necessário utilize banho-maria.
Sopão de Xue: Colocar em uma panela de pressão, 1 xíc de arroz, um peito de frango sem pele e sem osso, 3 talos de salsão,1 alho porró.
Cobrir com água mineral. Após iniciar pressão, abaixar o fogo e cozinhar por 40 minutos.
Deixar a pressão sair naturalmente. Acrescentar um punhado de cebolinha e salsinha e uma pitada de sal marinho. Abafe por 10 minutos.
Coar e oferecer o caldo (valor energético) das 7 às 9 da manhã.A parte sólida (valor nutritivo) oferecer como alimento. Não aquecer em micro-ondas.
Pacientes geriátricos devem ser alimentados em pequenas porções e mais vezes ao dia. Os alimentos devem ser de fácil digestão. Utilizar alimentos orgânicos e evitar os processados.
Alimentos com vitamina c (acerola, morango), ajudam na absorção de colágeno.
Chá com casca de tangerina: regulariza o Qi (energia vital).
 Alguns alimentos que auxiliam no tratamento de animais geriátrios:
Nozes, frango, moela de frango, sardinha, tâmara, canela, gengibre, vagem, rabanete, fígado,etc.

Conclusão
Dietas caseiras específicas para cada paciente, trazem ótimos resultados, restabelecendo  equilíbrio, aumento de imunidade, proporcionando  melhor qualidade de vida. Animais geriátricos necessitam de melhor aporte nutricional, sem tantos conservantes e processamentos.
Neste caso em questão, o tratamento apresentou resultado eficaz na relação do aporte nutricional do paciente, pois segundo relatos da proprietária a paciente voltou a apresentar apetite, obtendo uma melhora do condicionamento físico.
Conclui-se portanto, a importância de uma alimentação mais natural, gerando maior conforto e retorno do equilíbrio tanto energético como nutricional.

Referências

GOLOUBEFF, Barbara. Tratamento homeopáatico complementado por dietoterapia chinesa na clinica de pequenos animais. In: Associacao Medica Homeopatica Brasileira. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Homeopatia. Belo Horizonte, s.n, set. 1992. p.1. (An. Congr. Bras. Hom, 21, 1). Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=HomeoIndex&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=1482&indexSearch=ID. Acesso 10 de maio de 2012. 
HADDAD, Carol. Dietoterapia pela MTC. Instituto Bioethicus, Botucatu, 2010. 
HENRY, C. Lu. Sistema chinês de curas alimentares. Roca, 1997. 
SCHWARTZ , Cheryl. Quatro patas Cinco direções. Ícone, 2008.

Planta da semana: nó-de-cachorro - III


Usos populares: afrodisíaco, depurativo, estimulante, tônico e tratamento de debilidades nervosas.
           
Resultados de pesquisa

Sobre a melhor época de coleta das raízes
As análises físico-químicas revelaram maiores perdas por dessecação nas amostras coletadas no verão e na primavera. A água foi considerada o melhor líquido extrator, o teor de cinzas totais das amostras variou de 3,4% no verão a 5,3% no outono, enquanto que os teores de polifenóis totais foram maiores na primavera (10,2%) que nas demais estações, sugere se esta estação como a mais apropriada para a coleta da droga vegetal.

MARQUES, Luís C. et al. Controle farmacognóstico das raízes de Heteropteris aphrodisiaca O. Mach. (Malpighiaceae). Rev. bras. farmacogn. [online]. 2007, vol.17, n.4, pp. 604-615. ISSN 0102-695X.

Sobre ações farmacológicas
Pesquisa demonstrou que o extrato BST0298, obtido da espécie,  com 7 dias ou mais de uso, melhorou o aprendizado e os déficits de memória em ratos velhos. 


CARLINI, E.A.; GALVÃO, S.M.P.; MARQUES, L.C.; OLIVEIRA, M.G.M. Heteropterys aphrodisiaca (extract BST0298): a Brazilian plant that improves memory in aged rats. J Ethnopharmacol., v.79, p.305–311, 2002.


Os animais tratados necessitaram de maior motivação e apresentaram menor performance sexual. Não houve alterações morfológicas nos espermatozóides de ambos os grupos. Dessa forma a ingestão do chá não possui ação afrodisíaca, porém outros parâmetros como fertilidade, produção espermática diária e tempo de trânsito dos espermatozóides no epidídimo devem ser analisados.

ARGENTATO, P.P.; MAGRI, N.D.; ACRANI, S. Efeitos do fitoterápico nó de nachorro (Heteropterys aphrodisiaca) sobre os parâmetros reprodutivos do rato Wistar adulto. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscricaoTrabalho=2073&numeroEdicao=18. Acesso: 19 de jul 2012.

Planta da semana: nó-de-cachorro - II


Foto 1. Raízes de plantas Heteropterys tomentosa A. Juss. aos dois anos (planta cultivada).
Foto 2. Folhas opostas e elípticas.
Foto 3. Flores com anteras amarelas recém abertas, as com anteras vermelhas já liberaram o pólen e as flores sem pétalas e com nectários verdes já fecundadas.
Foto 4. Detalhe do fruto com uma semente.
Fotos de Maria de Fatima Barbosa Coelho em Cuiabá, outubro de 2005.


Referência: 
COELHO, M.F.B. et al. Nó-de-cachorro (Heteropterys tomentosa A. Juss.): espécie de uso medicinal em Mato Grosso, Brasil. Rev. bras. plantas med. [online]. 2011, vol.13, n.4, pp. 475-485. ISSN 1516-0572.