sexta-feira, 6 de julho de 2012

Salvem as abelhas » Revista Herbarium


Já imaginou como seria nosso mundo sem frutas como a maçã, o melão e o maracujá? Sem hortaliças como o tomate e a alface? Sem flores, como os girassóis e as orquídeas? É triste pensar, mas esse mundo não é tão impossível assim de existir. É que todos esses vegetais – e mais de 130 mil outros – dependem do trabalho de polinização feito pelas abelhas, insetos que estão se extinguindo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. “Algumas espécies estão diminuindo ou mesmo desaparecendo”, afirma o americano David De Jong, que é doutor em Entomologia (ciência que estuda os insetos) e professor do Departamento de Genética da USP de Ribeirão Preto. “Mais de 80% dos alimentos que consumimos dependem da polinização feita pelas abelhas. Se elas forem extintas, nosso cardápio vai empobrecer muito”, prevê.

Um dos alimentos que sofre esse risco é justamente o maracujá, que conta praticamente só com a ajuda da espécie Bombus bellicosus, abelha conhecida como mamangava, para se reproduzir. Em 2010, pesquisadores do Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicaram um estudo mostrando que a mamangava já não é mais encontrada em áreas do sul do país onde era comum há 20 anos. Segundo De Jong, ainda não há uma explicação reconhecida para o desaparecimento repentino das abelhas, mas várias hipóteses são investigadas.

O aquecimento global, o desmatamento e a poluição estão entre elas. Uma pesquisa recente feita na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) comprovou que o pólen coletado por abelhas Apis Mellifera pode servir como um indicador de poluição ambiental. Como elas percorrem até 400 km2 por dia, recolhendo o néctar das flores, essas operárias acabam coletando também microorganismos, produtos químicos e partículas suspensas no ar, que ficam aderidos ao corpo delas ou são engolidos. Os agrotóxicos, por exemplo, são grandes inimigos. Quando não matam diretamente, deixam as abelhas desorientadas e, com isso, elas perdem o caminho de casa. O veneno também mistura-se ao pólen e compromete seu valor nutricional. “No Brasil, usam-se inseticidas e fungicidas muito pesados para elas e que já até foram banidos da Europa”, afirma De Jong.


Outras explicações para o sumiço das abelhas são o surgimento de novos vírus e fungos. Para piorar, muitas espécies estão mais vulneráveis a eles do que em outros tempos. Segundo a organização conservacionista britânica Bumblebee Conservation Trust, com o desmatamento, populacões inteiras ficam isoladas em pequenas ilhas verdes. Sem contato com outras colônias, as abelhas cruzam entre si e a pouca variabilidade genética impede o desenvolvimento de indivíduos mais resistentes às doenças. Por lá, duas espécies do gênero Bombus foram extintas. Nos Estados Unidos, o fenômeno do desaparecimento das abelhas foi batizado de Colony Collapse Disorder (CCD) e é monitorado pelo Departamento de Agricultura. Desde 2006, apicultores americanos têm reportado a perda de 30% a 90% de suas colmeias.


A solução passa pela preservação das áreas naturais, a criação de corredores verdes por onde as abelhas possam circular e pela proibição do uso de certos agrotóxicos. Só assim a gente continuará ouvindo o zum-zum-zum das abelhas nos jardins, nas hortas e nos pomares.

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pimenta que é refresco » Revista Herbarium

Em 1889, o farmacêutico e naturalista alemão Theodor Peckolt (1822-1912), que passou praticamente a vida inteira no Brasil estudando plantas nativas, anotou em seu caderno as propriedades medicinais da Schinus terebinthifolius Raddi: antidiarreica e anti-inflamatória. Comum no litoral do Nordeste e do Sudeste, a espécie ficou conhecida como aroeira-da-praia. Por causa de seus frutos, no exterior é chamada de pimenteira brasileira. Desde os tempos de Peckolt, já foi bastante estudada. Ao longo dos anos, à lista original de seus efeitos foram adicionados os poderes antibacterianos, antimicrobianos e cicatrizantes (descobriu-se que ela estimula os fibroblastos, células importantíssimas para a reconstituição da pele).

Desde 2010, a aroeira-da-praia faz parte da lista de fitoterápicos disponibilizados pelo SUS, sendo indicada para o tratamento de infecções vaginais. “Seu uso ginecológico é bem conhecido e já está comprovado”, diz a farmacêutica Mary Anne Bandeira, professora de Farmacognosia da Universidade Federal do Ceará e diretora do Horto de Plantas Medicinais Francisco José de Abreu Matos, em Fortaleza.

A eficácia da espécie, que entra na composição de pomadas, géis e sabonetes para higiene íntima, foi testada em um estudo com 48 pacientes do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco, em Recife. Na pesquisa, o gel de aroeira foi certeiro no tratamento de vaginose bacteriana. Essa infecção causa um corrimento bem desagradável e é um perigo para as grávidas: pode provocar aborto ou levar a um parto prematuro. No estudo pernambucano, o índice de cura foi de 84%.

O efeito bacteriano desse arbusto, que pode chegar a três metros de altura, é uma de suas ações mais estudadas. Sabe-se que o óleo essencial da aroeira é poderoso inclusive contra aEscherichia coli, uma das bactérias mais comuns no mundo. Seus princípios ativos – taninos e polifenóis – encontram-se no caule, nas folhas e também nos frutos, pimentinhas vermelhas que lembram a pimenta-rosa. Mas a população costuma utilizar a parte interna da casca da planta cozida e ingerir como anti-inflamatório ou colocar sobre a pele para tratar feridas. No entanto, é preciso ter cuidado. “A aroeira não tem história de toxicidade, mas é de uma família de plantas que podem causar alergias”, alerta Mary Anne.

Recentemente, pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) comprovaram que a aroeira tem ainda outro potencial: pode ser usada no tratamento de úlceras gástricas. Em um experimento feito com ratos, foi observado que a planta protege a mucosa estomacal, regula o pH do suco gástrico, diminuindo a acidez, e reduz os sangramentos. Nada mal para uma pimentinha.

Fonte da imagem: pt.wikipedia.org


Pimenta que é refresco » Revista Herbarium

Produtos naturais são alternativas para melhorar piscicultura


A utilização de plantas medicinais para melhorar as condições de saúde dos peixes criados em piscicultura é tema de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Plantas como cipó-alho, cravo-da-índia e alfavaca estão sendo testadas para desenvolvimento de tecnologias, que melhorem a sustentabilidade ambiental da atividade. Essas soluções estão sendo testadas para boas práticas de manejo na piscicultura, que possam reduzir riscos ambientais na produção de pescado e prevenir danos à saúde humana.

A proposta dessas pesquisas com plantas medicinais é proporcionar alternativas naturais para substituir produtos químicos que tenham potencial tóxico, quando utilizados na piscicultura. Um exemplo da utilização de produtos naturais para o manejo dos peixes é o eugenol, uma substância encontrada no cravo da índia e também em algumas plantas nativas da Amazônia.

O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Inoue, desenvolveu pesquisa em que várias plantas foram testadas como anestésico de peixes e para minimizar problemas no transporte desses animais, principalmente de tambaqui e mantrinxã, peixes originários da Amazôniam que passaram a ser cultivados em várias regiões do Brasil, principalmente por ter boa aceitação comercial.

“Durante o manejo, os peixes podem se machucar e, consequentemente, isso pode favorecer a manifestação de doenças e morte de animais, alguns dias depois”, explica o pesquisador. “O uso dos anestésicos naturais reduz a movimentação excessiva dos animais e o estresse dos peixes, aumentando as chances de sucesso da prática de manejo, eliminando o risco de intoxicação do trabalhador e dos animais”, explica. Esse estudo faz parte de projeto da Embrapa, com apoio do CNPq.

Outra pesquisa diz respeito à prospecção de efeitos medicinais do alho e do cipó alho para a prevenção de doenças do tambaqui, quando criado em gaiolas. A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Cheila Boijink, explica que a disseminação de problemas relacionados à saúde dos peixes nas estações de piscicultura está relacionada às quantidades e densidade de peixes mais elevadas que as encontradas naturalmente nos rios e lagos. Nessas condições, os peixes são afetados por microrganismos parasitos oportunistas e com isso os produtores vêm aumentando o uso de produtos químicos para o controle e prevenção de doenças.

A preocupação com os riscos de intoxicação aos consumidores e a poluição dos mananciais de água motivou as pesquisas em busca de alternativas nas plantas medicinais. A pesquisa também avalia o uso de imunoestimulantes naturais, presentes no alho e cipó-alho, para aumentar a atividade do sistema de defesa dos peixes e protegê-los contra doenças infecciosas e parasitárias.

Os estudos relacionados aos sistemas de cultivo com as plantas medicinais e extratos fitoterápicos são conduzidos pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Francisco Célio Chaves. “A proposta de uso de produtos naturais com conhecida característica medicinal parece ser alternativa interessante para amenizar esses problemas, proporcionando ainda melhor qualidade do pescado, livre de produtos químicos”, afirma a pesquisadora Cheila Boijink, da área de fisiologia e sanidade de peixes.

Outra vantagem na utilização desses produtos naturais é o menor risco ambiental e redução de custos na compra de medicamentos. “Acreditamos ainda que no futuro próximo os mercados internacionais de peixes vão solicitar cada vez mais alimentos que não tiveram nenhum contato com produtos químicos”, acrescenta a pesquisadora.

Síglia Regina / Jornalista
Embrapa Amazônia Ocidental - Manaus/AM
Tel.: (92) 3303-7852 / 3303-7860 / 3303-7854
siglia.regina@cpaa.embrapa.br

Data da reportagem: 02.07.2012



terça-feira, 3 de julho de 2012

Receitas da oficina de bala do curso de Nutrição da Universidade de Taubaté


Bala de coco

1 vidro pequeno de leite de coco
1 vidro pequeno de água
800 gramas de açúcar

Modo de fazer as balas:

Colocar todos os ingredientes em uma panela.
Mexer para misturar o açúcar.
Levar ao fogo, em uma vasilha com água fria.
Ir pingando para verificar o ponto de bala.
Untar o mármore com manteiga, despejar o conteúdo, deixar esfriar, bater e cortar.
Esperar secar.

Obs.:
Valor energético (kcal): 109,4 (por porção de 30 gramas).

Bala de café

1 copo americano de café
1 copo americano de leite
3 copos americanos de açúcar
3 colheres de sopa de manteiga
1 xícara de mel

Modo de fazer as balas:

Colocar todos os ingredientes em uma panela.
Mexer para misturar o açúcar.
Levar ao fogo, em uma vasilha com água fria.
Ir pingando para verificar o ponto de bala.
Untar o mármore com manteiga, despejar o conteúdo, deixar esfriar e enrolar com a mão.

Obs.:
Valor energético (kcal): 142,8 (por porção de 30 gramas).

domingo, 1 de julho de 2012

IUCN avaliou extinção de plantas e animais- nova lista vermelha

IUCN avaliou um total de 63.837 espécies vegetais e animais ao redor do globo, que revelou que 19.817 estão ameaçadas de extinção, com 3.947 descritas como “criticamente em perigo” – a classificação final, antes da extinção, e 5766 ainda estão “em perigo”, enquanto mais de 10.000 espécies estão listadas como “vulneráveis”.

A sustentabilidade é uma questão de vida ou morte para as pessoas do planeta. Um futuro sustentável não pode ser alcançada sem conservação da diversidade biológica … não só para a natureza em si, mas também para todos os sete bilhões de pessoas que dependem dele”, Julia Marton-Lefevre , diretora geral da IUCN, disse em um comunicado.

Criaturas anfíbias, semelhantes a rãs, sapos e salamandras são o grupo mais ameaçado, com 41% em vias de extinção. Um quarto de todos os mamíferos e 13% das espécies de aves estão caminhando para um destino semelhante.

As plantas também continuam a enfrentar graves ameaças. Duas espécies (Acalypha dikuluwensis e Basananthe cupricola) foram oficialmente declarada extinta em 2012 e 30% de coníferas estão sob ameaça.

“Um trabalho recente em avaliações de plantas sugere que cerca de um em cada cinco plantas estão ameaçadas de extinção”, diz o professor Stephen Hopper, diretor (CEO e cientista-chefe), Royal Botanic Gardens , Kew, Inglaterra.

“Três quartos da população mundial depende diretamente de plantas para os seus cuidados de saúde primários. Oitenta por cento do nosso consumo de calorias vem de 12 espécies de plantas. Se nos preocupamos com o alimento que nós comemos, e os medicamentos que usamos, temos de agir para conservar nosso plantas medicinais e parentes silvestres nossas culturas “, acrescentou.