sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Amigos da Agroecologia: extrato da semente da pitanga pode ajudar no combate à leishmaniose

Pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) de Pirassununga, feita com resíduos da semente de pitanga, pode ajudar no combate à leishmaniose. O extrato obtido, com parte da fruta rejeitada pela indústria e que corresponde a 30% do seu peso, poderá ser usado na produção de medicamento para combater a doença que é comum em países tropicais e subtropicais.

A leishmaniose é uma doença grave e que, se não tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. É transmitida por meio da picada de fêmeas de mosquito flebotomíneo. Como não existe vacina contra a doença, as medidas de combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, de acordo com recomendação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a Organização Mundial da Saúde, são regiatrados pelo menos 500 mil novos casos de leishmaniose visceral anualmente.

Segundo o professor doutor Edson Roberto da Silva, que supervisionou a pesquisa, o método desenvolvido inibe a enzima essencial para o metabolismo do protozoário Leishmania, causador da doença.

De acordo com a pesquisadora Débora Nascimento e Santos, autora da tese de mestrado, iniciada em 2010, o estudo faz parte de um projeto desenvolvido no Brasil e na França e que tem como maior financiadora a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para obter o extrato foram usados dois processos não convencionais. O primeiro, de extração feito na França, usou solvente pressurizado (etanol), que permite maior rendimento de extrato em um menor período de tempo. O segundo ocorreu no Brasil com fluído supercrítico, sob temperatura e pressão acima do nível crítico.

A pesquisadora informou que os estudos ainda estão em fase preliminar e que não há qualquer previsão de tempo e viabilidade da produção do medicamento para combater a doença em humanos. “Às vezes, uma substância tem um ótimo efeito contra um micro-organismo, mas é tóxica para a gente. Então, tem que fazer um teste para ver se ela é segura para consumo”, diz.

Ela ressaltou que, por ser mais comum no Hemisfério Sul, há pouco investimento em pesquisas por parte das indústrias farmacêuticas internacionais. “A leishmaniose é muito negligenciada pela indústria de medicamentos”, alerta Débora.
Fonte: Agência Brasil
Por: Fernanda Cruz

Discussões multidisciplinares sobre o uso, abuso e dependência de drogas

CICLO DE PALESTRAS GRATUITAS E ABERTAS (PARCERIA UDED-ABRAMD)
- 2012 –

DISCUSSÕES MULTIDISCIPLINARES SOBRE O USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE DROGAS
Núcleo Abramd São Paulo
Auditório Brasil Tufik – UNIFESP Rua Napoleão de Barros, 925  / Vila Clementino  São Paulo, SP
Sábados, das 10:00 às 12:00 horas

INSCRIÇÕES: Telefone: 5549-2500 com Alice ou Itali  /  Email:   recepcaouded@hotmail.com
DATA
TEMA
CONVIDADOS E MEDIADORES
25 de agosto
Tráfico de Drogas e Sistema Prisional Masculino e Feminino
Palestrantes: Dra. Maria Lúcia Rodrigues (PUC SP)
Dra. Márcia Helena Farias (NEMESS PUC SP)
Dr. Rodrigo Bressan (a confirmar)
Mediadora: Dra. Maria Alice Pollo Araújo - IMESC-SP
27 de outubro
Efeitos sociais do álcool e violência no trânsito
Palestrantes: Dra. Silvia Cazenave - Toxicologista IML-Campinas
Dr. Sergio Seibel (Psiquiatra)
Mediadora: Dra. Ana Regina Noto (UNIFESP)   
08 de dezembro
Dependentes de Drogas e HIV: Redução de Danos, Estigmas e Preconceitos
Palestrantes: Dra. Cristiane O. Silva – NEPAIDS-USP-UNIFESP
Dra. Daniela Piconez (Presidente – REDUC)
Mediadora: Dra. Vera Da Ros
As inscrições devem ser feitas individualmente com no máximo 30 dias antes da palestra, pelo e-mail: recepcaouded@hotmail.com ou  pelo telefone:  (11) 5549-2500.

Como taxa de inscrição estamos pedindo doações à Casa de Apoio Vida Divina que cuida de crianças com câncer, maiores informações: http://www.csvd.org.br/index.html

Alerta sobre a utilização de fitoterápicos em idosos


Informações adaptadas do artigo:
Utilização de fitoterápicos por idosos: resultados de um inquérito domiciliar em Belo Horizonte (MG), Brasil
Pesquisadores: Lucianno D. P. Marliére, Andréia Q. Ribeiro, Maria das Graças L. Brandão, Carlos H.Klein, Francisco de Assis Acurcio

Castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum)

Fármacos com o quais pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): ticlopidina (3) e ácido acetilsalicílico (3)
Consequências potenciais: aumento do efeito antiagregante/ antiplaquetário desses medicamentos
Numero de interações potenciais: ticlopidina (uma) e ácido acetilsalicílico (três)

Cratego (Crataegus oxyacantha)
Fármaco com o qual pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): hidroclorotiazida (2)
Consequência potencial: diminuição da pressão arterial
Numero de interação potencial: hidroclorotiazida (1)

Ginkgo (Ginkgo biloba)
Fármacos com o quais pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): ácido acetilsalicílico (3), vafarina (3), ticlopidina (3), hidroclorotiazida (2), clortalidona (2) e fenitoína (0)
Consequências potenciais: ocorrência de hemorragias (ácido acetilsalicílico), aumento do tempo de sangramento (ticlopidina), elevação da pressão arterial (hidroclorotiazida) e diminuição do efeito anticonvulsivante da fenitoína (fenitoína)
Numero de interações potenciais: ácido acetilsalicílico (seis), vafarina (duas), ticlopidina (uma), hidroclorotiazida (doze), clortalidona (duas) e fenitoína (uma)

Isoflavonas de soja (Glycine max)
Fármacos com os quais pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): estriol (2) e levotiroxina sódica (0)
Consequências potenciais: aumento do efeito do estrógeno (estriol) e diminuição da absorção da tiroxina (levotiroxina sódica)
Numero de interações potenciais: estriol (uma) e levotiroxina sódica (três)

Plantago (Plantago ovata)
Fármaco com o qual pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): levotiroxina sódica (0)
Consequência potencial: diminuição da absorção da tiroxina
Número de interação potencial:  levotiroxina sódica (uma)

Sene (Senna alexandrina)
Fármacos com os quais pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): dipirona sódica (0) e hidroclorotiazida (0)
Consequências potenciais: nefropatia (dipirona sódica) e aumento da espoliação de potássio (hidroclorotiazida)
Número de interações potenciais: dipirona sódica (uma) e hidroclorotiazida (uma)

Valeriana (Valeriana officinalis)
Fármacos com os quais pode ocorrer interação (gravidade do resultado*): ácido acetilsalicílico (0) e amitriptilina (0)
Consequência potencial: aumento do efeito sedativo da valeriana (ácido acetilsalicílico)
Número de interações potenciais:  ácido acetilsalicílico (uma) e amitriptilina (uma)


Classificação de gravidade: (0) = sem classificação, (1) = menor, (2) = moderada, (3) = maior (Bachmann et al., 2006).

Foto: Ginkgo biloba (pt.wikipedia.org)




Notícias de Portugal: Investigadores do Porto estudam bebida de origem africana


7 de Agosto, 2012
A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica no Porto tem em marcha o projecto 'After', a fim de melhorar a competitividade dos produtos alimentares tradicionais africanos e fomentar a sua distribuição em empresas alimentares. Em causa está um estudo que contempla 10 produtos seleccionados, nomeadamente fermentados à base de cereais como Akapan, Gowe, Kenkey e Kish, peixe salgado (Lanhouin) ou alimentos funcionais, originários de plantas como Baobab, Hibiscus sabdariffa e Z. mauritiana, fruto da árvore da Jujuba.

O projecto, co-financiado pela Comissão Europeia, promove a partilha de conhecimentos entre parceiros africanos e europeus. Estão envolvidos sete países africanos (Benim, Camarões, Egipto, Madagáscar, Senegal, Gana e África do Sul) e quatro países da União Europeia (França, Portugal, Itália e Reino Unido). Além da sua função como coordenadora da avaliação da aceitação destes alimentos pelo consumidor na Europa, tanto no seu formato tradicional como após melhoramento por reengenharia, a ESB é igualmente responsável pela demonstração científica das propriedades nutricionais e dos benefícios para a saúde dos produtos à base de cereais e bebidas.

Bebida africana obtida a partir da flor de Bissap já em estudo

Estudos sobre aceitação de bebidas tradicionais de origem africana obtidas a partir da flor de Bissap, realizados pela Católica do Porto, demonstram que a bebida poderá ser consumida ao longo do dia e maioritariamente em casa. O número de compra previsto para este produto é de duas a três vezes por semana. Este produto poderá também ser utilizado em gelatinas, iogurtes, gelados, compotas, entre outras coisas.

Os investigadores portugueses sugerem que a bebida seja vendida a 0,99 euros/litro e que tenha menos de 18 Kcal/100 ml, inserindo-se assim no segmento light. Em Setembro, a Universidade Católica no Porto apoiará o desenvolvimento deste estudo em Inglaterra e em França, utilizando novas técnicas de análise aplicadas no estudo em Portugal, para aumentar a representatividade do consumidor europeu


Bissap: no Brasil é conhecida como vinagreira, quiabo-roxo, caruru-azedo e rosele, por exemplo, e o seu nome científico é Hibiscus sabdariffa.



Alcoolismo: esperança na medicina chinesa (Revista Herbarium)


Texto: Raquel Marçal, de Curitiba |8 de agosto de 2012
Estudo aponta que a uva-do-japão pode bloquear a ação do álcool no cérebro

Há mais de 500 anos, os chineses usam a hovênia (Hovenia dulcis) para tratar ressaca. Pois a espécie, que é conhecida no Brasil como uva-do-japão, pode ser uma opção para quem tem problema de alcoolismo. Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que um composto presente na planta, a dihidromiricetina, bloqueia a ação do álcool no cérebro e ainda reduz a vontade de consumir bebida alcoólica, sem causar efeitos colaterais. Em um estudo conduzido em ratos, eles descobriram que o composto atua nos receptores GABAA. Sob o efeito de substâncias químicas, esses receptores diminuem a atividade cerebral, reduzindo a capacidade de comunicação e a sonolência, sintomas típicos da embriaguez. O estudo foi publicado no Journal of Neuroscience.

Alcoolismo em números

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o abuso de álcool é um problema que afeta 76 milhões de pessoas no mundo. Apenas 13% delas recebem tratamento médico.


Imagem:


Selos nacionais com tema plantas medicinais


Correios do Brasil lançaram, no domingo (05/08), emissão especial Fitoterapia Brasileira. A quadra de selos, com plantas medicinais da Amazônia, apresenta a andiroba, a muirapuama, a copaíba e a unha-de-gato, tradicionalmente usadas por comunidades amazônicas e difundidas pelo saber popular. 
No ano de 2008, também foi emitido um selo para divulgar duas espécies de plantas medicinais populares, bem como os 200 Anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
 Em 2003, já havia sido emitido o bloco com 6 valores da Série Brasil América Upaep: “Fauna e Flora Autóctones – Plantas Medicinais do Cerrado”.

Fitoterápicos produzidos em parceria com a comunidade são apresentados na SBPC Jovem


SÃO LUÍS – Plantas medicinais e sabedoria popular são os ingredientes de uma das exposições da SBPC Jovem, feira que apresenta trabalhos científicos de estudantes de todo país, na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O Programa de Fitoterapia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) é apresentado por jovens universitários do curso de farmácia e utiliza plantas da flora maranhense para produção dos medicamentos fitoterápicos.

“Trata-se de terapia alternativa, aplicada ao alívio de doenças. Aproveitamos os saberes que a comunidade já tem e pesquisamos a melhor forma de produzir os medicamentos e produtos fitoterápicos”, explicou a estudante Marina Cristine Maranhão.

A partir do costume dos índios canelas de gargarejar infusão de casca de romã para curar problemas de garganta, a coordenadora do programa, Terezinha Rêgo, iniciou um trabalho que resultaria na tintura de romã (Punica granatum). O produto é vendido por R$ 50 e distribuído gratuitamente à comunidade que participa do programa trocando informações. “Essa é a nossa forma de retribuir o conhecimento que recebemos”, disse Marina.

A essência de cabacinha é o carro-chefe da produção e usado para tratamento de sinusite e rinite. O medicamento é produzido por meio da infusão do fruto da cabacinha (Luffa operculata) em álcool. Além dele, mais 53 produtos fitoterápicos são produzidos e comercializados. De acordo com Marina Maranhão, a cabacinha é uma das poucas plantas que não é colhida na própria horta da universidade. 

O Ministério da Saúde coordena a implementação, o monitoramento e a avaliação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que estabelece as ações para as diretrizes da política nacional que leva o mesmo nome. Em fevereiro de 2009, o ministério divulgou a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus), com plantas que apresentam potencial para gerar produtos. Entre as espécies que constam na relação estão a alcachofra (Cynara scolymus), a aroeira da praia (Schinus terebenthifolius) e a unha-de-gato (Uncaria tomentosa), usadas pela sabedoria popular e confirmadas cientificamente para distúrbios de digestão, inflamação vaginal e dores articulares, respectivamente.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

8° Jornada de Nutrição - UNITAU

Curso de Nutrição da Universidade de Taubaté
Tel. 0xx11 36320197

9° Seminário Regional de Agricultura Agroecológica

Informações: Sindicato Rural de Ibiúna
Rua Pinduca Soares, 260 - Centro
(15) 3241-1435 ou sindicato@sribiuna.com
www.sribiuna.com/seminario

O espinho que não fere, cura (Revista Herbarium)

Texto: Thais Szegö, de São Paulo |6 de agosto de 2012

A espinheira-santa é velha conhecida dos brasileiros no combate aos problemas do sistema digestivo. Agora, novos estudos dão indícios de que ela também ajuda a baixar a pressão arterial e tem ação diurética

Seu nome científico é Maytenus ilicifolia, mas a planta foi rebatizada pela população por causa da aparência de suas folhas, que têm a borda serrilhada, e por ser considerada um santo remédio para diversos males. E não é de hoje que os atributos desse arbusto são conhecidos. Índios já o utilizavam há centenas de anos para combater alguns tipos de tumores. Até hoje ela vem fazendo muito sucesso na medicina popular, conhecida por teração diurética, analgésica, antisséptica, regularizadora das funções hepáticas, antibiótica,entre outras. Mas é como uma arma poderosa para combater problemas estomacais que a espinheira-santa é mais famosa. E a ciência tem mostrado que toda essa reputação é mais do que merecida.

Hoje, sua ação benéfica é reconhecida até mesmo pelo Ministério da Saúde, que apontou a planta como um produto mais eficaz do que a ranitidina e a cimetidina, medicamentos muito usados no tratamento de desordens gástricas. Além disso, diversos estudos comprovaram que o vegetal é extremamente seguro e apresenta menos efeitos nocivos e interações medicamentosas do que as drogas comuns. “Ele é isento de reações adversas sérias”, afirma o médico Roberto Boorhem, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia. Além disso, poucas são as pessoas que não podem se beneficiar de seus efeitos terapêuticos. “A espinheira-santa só é contra-indicada para as crianças menores de 6 anos, as grávidas e as mulheres que estão amamentando, pois ela reduz a fabricação do leite”, acrescenta a homeopata e gastroenterologista Anna Jeanette Berezin Stelzer, de São Paulo. Desde 2007, ela vem sendo usada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, como medicamento fitoterápico no tratamento de úlceras, gastrites e azia.

Um dos trabalhos que comprovaram a força da espinheira-santa no combate a problemas do estômago foi realizado pelo pesquisador Thales Ricardo Cipriani, do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná. “Na minha tese, avaliei o efeito gastroprotetor de uma substância encontrada no vegetal chamada arabinogalactana, que foi isolada a partir da infusão das suas folhas e testada em ratos”, conta Cipriani. “E ela se mostrou bastante eficaz na prevenção de lesões gástricas ao ser administrada antes de agentes agressores, no caso o etanol, o álcool encontrado nas bebidas”.

De acordo com o pesquisador, alguns possíveis mecanismos de ação da arabinogalactana são a sua habilidade de se ligar à superfície da mucosa (atuando como uma camada protetora), estimular a secreção do muco encontrado naturalmente no estômago (e que tem a missão de proteger o órgão) e/ou modular o sistema antioxidante. “A planta também é indicada no tratamento da dispepsia não-ulcerosa, doença que tem sintomas semelhantes aos da úlcera gástrica, mas que não provoca lesões nas paredes do estômago”, conta.

Outros diversos estudos, realizados inclusive com seres humanos, não deixam mais dúvidas dos efeitos benéficos da Maytenus ilicifolia sobre o sistema digestivo. “Já foi comprovado que ela reduz a acidez estomacal, pois inibe uma das partes das bombas que soltam ácido clorídrico durante a digestão, evitando que a substância prejudique as paredes do estômago”, explica a Anna Jeanette Berezin Stelzer. “A capacidade de aumentar a produção de mucina, a secreção gástrica em forma de gel que recobre as paredes do estômago protegendo-as contra a ação do ácido clorídrico, e a ação antioxidante também já foram demonstradas”, acrescenta Roberto Boorhem. E é exatamente por isso que agora cientistas como Thales Ricardo Cipriani tentam descobrir qual é o princípio ativo que tem essa qualidade.

O fato de reduzir a acidez estomacal e aumentar a proteção da mucosa por si só favorece a melhora de feridas que já tenham se formado nas paredes do órgão. “Assim, como há menos fatores agressivos, a lesão consegue se refazer com mais facilidade”, explica Anna Jeanette. “Mas ainda não existem trabalhos que comprovem que o vegetal atua diretamente na cura de uma úlcera já existente”, afirma Cipriani. Entretanto, suspeita-se que os taninos presentes na espinheira-santa possam ter esse papel. Essa substância é encontrada em várias plantas e, quando elas ainda não estão maduras, os taninos atuam como instrumento de defesa. Isso porque, quando um predador começa a ingerir as folhas e frutos verdes, eles são liberados e, por possuírem um sabor muito amargo, provocam repugnância. São os taninos que fazem com que o chá da espinheira tenha gosto adstringente. “Eles são conhecidos pela atuação no processo de cicatrização, pois formam um revestimento que favorece a regeneração dos tecidos lesionados”, conta Cipriani. “É exatamente por causa dessa ação que se acredita que eles possam atuar no processo de cura das úlceras gástricas”, afirma o pesquisador.

PRESSÃO SOB CONTROLE

Não é só para trazer alívio para quem sofre com azia, gastrite e úlcera que a espinheira-santa tem sido estudada. Outro trabalho realizado na Universidade Federal do Paraná pela bióloga Sandra Crestani revelou que a planta é capaz de reduzir a pressão arterial. O efeito vasorrelaxante de substâncias contidas no vegetal já tinha sido comprovado in vitro por outra pesquisadora e, por isso, Sandra decidiu testá-lo em animais. “O trabalho foi feito em ratos que apresentavam pressão sanguínea normal utilizando compostos das folhas da Maytenus ilicifolia”, conta. “A escolha das folhas se deu pelo fato de elas serem as mais comumentes usadas pela população”, explica a pesquisadora. As frações do vegetal utilizadas no experimento foram obtidas com o auxílio de solventes e deram origem a quatro amostras com diferentes graus de pureza. Elas foram aplicadas por via intravenosa, ou seja, diretamente nos vasos dos animais, para garantir uma absorção mais rápida. Segundo a bióloga, todas produziram o mesmo efeito nos ratinhos e, por isso, ficou difícil identificar quais são os compostos que, de fato, relaxam os vasos. Nas amostras estudadas foram encontrados taninos, flavonóides, fenóis, aminas e alcaloides.

Apesar de Sandra não ter chegado ao composto ou compostos específicos possam ter ação hipotensora, foi possível notar que eles agem de maneira semelhante à nitroglicerina, droga usada clinicamente com a mesma finalidade. “Isso significa que, quando são absorvidas pelo organismo, as substâncias estimulam a produção de óxido nítrico pelas células endotelias, aquelas localizadas nas paredes internas dos vasos sanguíneos”, explica Sandra. Esse gás acaba chegando até as células musculares que circulam nos vasos, promovendo a dilatação de ambos e, por tabela, facilitando o fluxo de sangue e promovendo a queda da pressão arterial.

Apesar dos resultados animadores obtidos pela pesquisadora, ela acredita que são necessários outros trabalhos para que a espinheira-santa seja indicada com esse objetivo em humanos. Sandra continua estudando a Maytenus ilicifolia, mas agora investiga seu efeito sobre os rins e sua capacidade de aumentar o volume urinário. “Já avaliamos esse tipo de ação em roedores e os resultados preliminares sugeriram que a planta realmente tem uma ação diurética significativa. No entanto, precisamos de mais trabalhos para que tenhamos condições de utilizá-la clinicamente para esse fim.”

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Selo destaca fitoterapia brasileira


06 Agosto 2012
Curitiba sedia lançamento nacional de peça filatélica

Curitiba – Os Correios lançam, nesta segunda-feira (6/8), em Curitiba, o selo “Emissão Especial: Fitoterapia Brasileira – Plantas Medicinais – Saber Popular: Andiroba, Copaíba, Unha-de-gato e Muirapuama”. 

O lançamento ocorrerá às 14 horas, no auditório da sede da Secretaria de Estado da Saúde. A solenidade será conduzida pelo coordenador de negócios da Diretoria Regional dos Correios no Paraná, Denny Toyama, e contará com a presença do superintendente de Vigilância em Saúde do Estado do Paraná, Sezifredo Paz, e o chefe da Vigilância Sanitária do Estado do Paraná, Paulo Santana. 

Curitiba é uma das duas capitais escolhidas para o lançamento nacional do selo, ao lado de Belém. 

Selo — Os selos focalizam quatro plantas medicinais tipicamente utilizadas e consagradas pelo saber popular na Amazônia. No canto inferior à direita, pode-se perceber os elementos fitoterápicos a elas associados. A Andiroba é representada pelo seu fruto e óleo medicinal das amêndoas; a Muirapuama, por suas folhas, entrecasca e chá de suas raízes; a Unha-de-gato traz o detalhe de um espinho, cujo formato atribui o nome à planta e, também, o chá da entrecasca; a Copaíba é simbolizada pelos frutos e óleo-resina extraído do tronco. Os nomes das plantas foram impressos, em cada selo, em microletras. As técnicas utilizadas foram aquarela e digitalização. A tiragem é de 300 mil selos, sendo 75 mil de cada motivo. 

Os selos podem ser adquiridos pela loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline), pela Agência de Vendas a Distância ( centralvendas@correios.com.br) ou nas agências dos Correios.