sábado, 27 de abril de 2013

Análise revela cultivares de tomate orgânico mais produtivos

Da Redação - agenusp@usp.br
26/abril/2013

Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq caioalbuquerque@usp.br

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pesquisa com 14 cultivares de tomate de mesa em sistema orgânico avaliou os parâmetros produtivos e identificou as variedades mais adequadas para comercialização e consumo. O trabalho da engenheira agrônoma Jacqueline Camolese de Araujo, observou as características físico-químicas e sensoriais da fruta. Entre os cultivares estudados, o HTV 0601, Granadero, Netuno e Bari apresentaram maiores valores para produção total, produção comercial e número de frutos comerciais.
Estudo identificou cultivares de tomate mais adeaquados para comercialização

As avaliações compreenderam a caracterização dos frutos, quando foram observadas massa média, diâmetro, comprimento, número de lóculos, espessura da parede, relação comprimento/diâmetro. Para a caracterização frutos foram avaliados 840 frutos a cada colheita, originando diversos gráficos sobre o comportamento das cultivares ao longo das 11 colheitas realizadas. “Também quantificamos os componentes de produção, ou seja, rendimento total, rendimento comercial, número de frutos comerciais, produção de frutos não-comercializáveis, análise físico-química (pH, Brix, acidez titulável, ratio) e análise sensorial”. As etapas de análises físico-químicas e sensorial foram realizadas no Laboratório de Frutas e Hortaliças do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq.

Os resultados mostraram que as cultivares HTV 0601, Granadero, Netuno e Bari apresentaram maiores valores para produção total, produção comercial e número de frutos comerciais. A produção média total das melhores cultivares foi 60,5 t ha-1, muito próxima à média nacional convencional com rendimento médio de 62,6 t ha-1, segundo dados de 2012, do IBGE. “Todas as cultivares apresentaram frutos de qualidade, com valores da relação sólidos solúveis/acidez titulável maiores que 10 e teor de sólidos solúveis maior que 3%, sendo adequadas ao consumo in natura”, comenta Jacqueline. Ao mesmo tempo, as cultivares do grupo Italiano IAC 4, IAC 6, Netuno e Bari; bem como as cultivares do grupo Santa Cruz: IAC 1, IAC 5, HTV 0601 e Débora Victory obtiveram as melhores notas em todos os atributos sensoriais avaliados.

O experimento analisou o comportamento das cultivares e a variação dos parâmetros de caracterização dos frutos ao longo das colheitas. Neste quesito, as cultivares IAC 1, IAC 2, IAC 5, Avalon, HTV 0601, Granadero, Debora Victory, Pizzadoro, Bari e Santa Clara apresentaram valores da relação comprimento/fruto constantes durante as colheitas, indicando frutos de formato uniforme durante todo o ciclo, característica desejável para a comercialização. A pesquisa, realizada no do programa de Pós-graduação em Fitotecnia da Esalq, foi orientada pelo professor Paulo César Tavares de Melo, do Departamento de Produção Vegetal (LPV) da Esalq, e teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Parâmetros produtivos

De acordo com Jacqueline, o experimento foi conduzido em área de produtor orgânico, em Piracicaba (SP) e ocorreu de março a setembro de 2010. Durante esse período, foram utilizados seis genótipos experimentais oriundos do programa de melhoramento genético do Instituto Agronômico de Campinas, sendo três do segmento varietal Italiano e três do segmento Santa Cruz. Outros oito genótipos comerciais também foram utilizados, sendo quatro do grupo Italiano e quatro do grupo Santa Cruz. O experimento de produção orgânica foi possível graças a combinação dos genótipos utilizados, clima, nutrição equilibrada das plantas e ao uso do controle biológico de pragas de forma sistemática.

A Instrução Normativa 46 de 6 de outubro de 2011, que regulamenta a Lei de Orgânicos (Nº 10.831/2003) obriga a usar sementes oriundas de sistema orgânico, permitindo contudo, o uso de sementes convencionais, desde que não encontradas no mercado as orgânicas. Assim, este tipo de trabalho também pode auxiliar as empresas produtoras de sementes de tomate convencional na escolha de qual cultivar tem mais potencial para adaptação e, posteriormente venda, no sistema orgânico.

A alta nos preços do tomate em abril fez muita gente migrar para o consumo do produto oriundo do modo de produção orgânica, que foi encontrado com valor menor ao tomate convencional. Além disso, a comparação entre cultivares empregados em ambos sistemas de produção agrícola é o foco de inúmeras pesquisas em âmbito acadêmico e produtivo.

“Estudos direcionados para avaliação de cultivares, apenas no sistema orgânico de produção, possibilitam comparações entre genótipos de diferentes origens. Além disso, torna possível discriminar, de maneira eficiente, os genótipos com maior potencial de produção”, comenta a engenheira agrônoma.

Imagem cedida pela pesquisadora

Mais informações: email jacqueline.c.a@gmail.com, com Jacqueline Cam0lese de Araújo

Subjetividade interfere na percepção do sentido gustativo

Mariana Melo - mariana.melo@usp.br
23/abril/2013 
Mecanismos inconscientes estão por trás do sentido gustativo

A reação a sabores pode estar mais relacionada com a subjetividade do que com o recebimento efetivo do estímulo pelo cérebro. Em uma pesquisa da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, amostras de água com açúcar em diferentes concentrações foram administradas a um grupo de 23 pessoas, com idade entre 19 e 25 anos, que, em seguida, foram questionadas quanto a intensidade do sabor da solução. Enquanto experimentavam as amostras, numa sondagem realizada por eletrodos conectados à cabeça — como num eletroencefalograma — foi avaliado se houve reconhecimento do estímulo pelo cérebro e se esta alteração coincidia com as respostas fornecidas pelos participantes.

Segundo o professor Ernane José Xavier Costa, do Laboratório de Física Aplicada e Computacional (LAFAC), da FZEA, esses resultados podem ser explorados em pesquisas que levem em consideração aspectos subjetivos nas reações humanas. “O que observamos”, diz o professor, “é que o cérebro recebe a informação mas não a transforma numa reação consciente”. No caso desta pesquisa, os participantes do estudo provavam água adocicada, seus cérebros reagiam reconhecendo essa informação, mas algumas pessoas admitiam que estavam bebendo água pura.

Com isso, é possível inferir que mecanismos inconscientes interferem nestas respostas e podem influenciar na aceitação de alimentos, por exemplo. Essas variações podem ser exploradas por áreas como a Psicologia e utilizadas na indústria alimentícia, como por exemplo, na determinação de sabores que as pessoas sentiriam mais acentuados.

Reconhecimento gustativo

Costa foi o orientador da autora da pesquisa de mestrado, Ellen Cristina Moronte Tech. No trabalho intitulado Uma abordagem metodológica para quantificar os efeitos cognitivos na análise sensorial de alimentos, os pesquisadores mediram, por eletroencefalografia, se havia estímulo de determinadas áreas do cérebro que apontavam se a língua havia percebido determinadas concentrações de açúcar e se esse conhecimento era descrito pela pessoa.

Para as avaliações, soluções com diferentes quantidades de açúcar foram preparadas e distribuídas, aleatoriamente, entre os 23 participantes do estudo. Essas pessoas não deveriam ser fumantes para que isso não comprometesse os resultados, relacionados à sensação da língua. Ao experimentar a solução, a pessoa deveria dizer se continha açúcar na mistura, enquanto seu cérebro era mapeado, numa região específica, que responderia com impulsos elétricos se o açúcar fosse sentido pelas papilas gustativas designadas.

A língua, como órgão sensorial, detectou o açúcar das soluções administradas aos voluntários do estudo e transmitiu a informação ao cérebro. O eletroencefalograma conecta dois eletrodos à parte frontal da cabeça e capta corrente elétrica proveniente das respostas neurossensoriais trocadas entre neurônios. Os eletrodos foram colocados numa área na qual resultados anteriores provaram a relação com o sentido gustativo.

Imagem: Wikimedia
Mais informações: (19) 3565-4177

Estresse estimula fissura por doces em mulheres

Rita Stella, de Ribeirão Preto  ritastella@usp.br
Publicado em 23/abril/2013 

A vontade de comer doces que algumas mulheres sentem pode ter uma explicação: o estresse. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP mostrou que mulheres estressadas têm sete vezes mais chances de desenvolver a Dependência de Substâncias Doces (DSD) que também é conhecida como fissura por alimentos doces. O estudo foi realizado pela aluna de mestrado Danielle Marques Macedo, sob orientação da professora Rosa Wanda Diez Garcia, do Departamento de Nutrição e Metabolismo da FMRP.
Estresse pode explicar vontade de comer doces em algumas mulheres

A amostra do estudo foi composta por 31 mulheres com estresse e 26 mulheres sem estresse. A maioria das mulheres com DSD afirmou que comem doces para se sentirem melhor (ou para mudar o estado de humor); já constataram que precisa de quantidades de doces cada vez maiores; sentem algum sintoma na ausência de doces; sempre consomem doces mais do que pretendia; ficam horas pensando em como adquirir doces; já reduziram atividades diárias ou de lazer para ficar ingerindo doces; e continuam consumindo estes produtos mesmo sabendo das possíveis consequências à saúde.

Em relação à análise da ingestão média diária de açúcares, não houve diferença estatística entre as mulheres com e sem estresse. No entanto, as mulheres com estresse afirmaram que sentem mais vontade de comer doces. Os níveis basais de leptina foram significativamente mais altos entre as dependentes de doces. Níveis aumentados deste hormônio parecem favorecer ainda mais o consumo alimentar, sobretudo de produtos ricos em açúcares. E os dados antropométricos não se diferenciaram entre as mulheres com e sem estresse, com exceção da medida da circunferência da cintura que foi significativamente maior entre as mulheres estressadas.

Estresse

Segundo Danielle, as principais características das mulheres com estresse foram: baixa escolaridade, baixa renda sócio-econômica, presença de problemas conjugais e insatisfação com o ambiente de trabalho. Foram selecionadas 57 mulheres saudáveis de 20 a 45 anos e com o Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa de sobrepeso.

O estresse foi diagnosticado por meio do “Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp” e as mulheres foram divididas em dois grupos: com estresse e sem estresse. Foram identificadas características do comportamento da DSD e o consumo alimentar. Os níveis basais de dois hormônios reguladores do apetite foram dosados e analisados (grelina ativa e leptina).

Os dados antropométricos avaliados foram: peso corporal, estatura, circunferência da cintura e Percentual de Gordura Corporal (%GC). As variáveis (DSD, consumo de açúcares e exames bioquímicos) foram analisadas com mulheres separadas de acordo com a presença do estresse e, posteriormente, com mulheres separadas pela DSD.

O estudo foi resultado da dissertação de mestrado Estresse, consumo de açúcares, dependência de substâncias doces, e níveis plasmáticos de hormônios reguladores do apetite em mulheres. A apresentação do trabalho aconteceu em novembro do ano passado.

Imagem: Marcos Santos / USP Imagens
Mais informações: email daniellemmacedo@yahoo.com.br, com Danielle Marques Macedo

Fatores ecológicos podem impedir transmissão da malária

Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
Publicado em 25/abril/2013

Fatores ecológicos podem impedir a transmissão do plasmódio, micro-organismo causador da malária. Pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) na Ilha do Cardoso, área preservada de mata atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo, mostra que a biodiversidade de aves e de mamíferos, bem como a diversidade de mosquitos não-vetores do parasita, contribuem para interromper a cadeia de transmissão do plasmódio. O estudo sugere um maior critério no uso e na ocupação do solo, de modo a manter a biodiversidade, especialmente na amazônia, região que apresenta o maior número de casos da doença.
Biodiversidade da Ilha do Cardoso impede transmissão de causador da malária

De acordo com o biólogo Gabriel Zorello Laporta, um dos autores da pesquisa, o modelo clássico da dinâmica de transmissão da malária não incorpora os efeitos das interações ecológicas sobre o vetor e os hospedeiros, que podem influenciar ou não a transmissão do patógeno para os seres humanos. “Na dinâmica clássica, os fatores chaves são o vetor (mosquito), que incorpora o parasita (plasmódio) ao picar um hospedeiro infectado e que pode levá-lo a um hospedeiro suscetível”, conta o biólogo. “É um sistema simples, em que nenhum fator externo tem influência”, afirma, ressaltando que, “no entanto, o vetor e os hospedeiros não estão inertes e, dentro do ambiente, realizam interações que podem criar uma instabilidade na dinâmica e, dessa forma bloquearem a transmissão”.

Os pesquisadores desenvolveram um modelo conceitual teórico que foi testado na Ilha do Cardoso, que é uma unidade de conservação da mata atlântica situada no litoral sul do Estado de São Paulo. “Nessa região não há presença do plasmódio, apesar das áreas de mata atlântica nas proximidades serem endêmicas para a malária”, descreve o cientista. “A chance de invasão é grande, mas nunca aconteceu”, aponta. “Dois fatores ecológicos poderiam bloquear a dinâmica de transmissão: os níveis altos de biodiversidade de aves e mamíferos, e também a diversidade de mosquitos não-vetores”.

As aves e mamíferos podem ser picados pelo mosquito que transmite o plasmódio, o qual não se desenvolve. “Isso corta a cadeia de transmissão, o que faz com que sejam conhecidos como hospedeiros não competentes ou ‘dead end’ [sem saída]”, afirma Laporta. “Se a alta abundância dessas espécies bloqueia a transmissão, no sentido inverso, uma presença baixa ou média de espécies pode ter o efeito inverso, o que poderia ser possível devido a caça, que é permitida, apesar da área ser preservada, criando um fenômeno conhecido como ‘floresta vazia’ ”.

Competição difusa

Os mosquitos transmissores competem com os não-transmissores por hospedeiros. “É uma competição difusa, pois tanto as aves quanto os mamíferos e os seres humanos não têm tolerância às picadas e desenvolvem um comportamento defensivo, fazendo com que nenhum mosquito consiga picar os hospedeiros”, ressalta o biólogo. “Dessa forma, a presença de mosquitos não-vetores tem efeito significativo e negativo na dinâmica de transmissão”.

Segundo Laporta, os dois fatores externos são serviços ecossistêmicos promovidos pela biodiversidade. “Em locais onde a diversidade de espécies é grande, como no caso da Ilha do Cardoso, acontece uma redundância funcional, ou seja, se algumas espécies de hospedeiros não-competentes ou mosquitos não-vetores são eliminados, ainda assim a região estará livre do plasmódio”, observa.

O biólogo alerta para o risco de a ocupação humana não levar em conta os serviços ecossistêmicos durante o manejo ambiental e eliminar os mecanismos que impedem a transmissão do plasmódio. “Com base nos resultados da pesquisa, para evitar os efeitos dos impactos antropogênicos é preciso criar políticas públicas de uso e ocupação do solo que mantenham a biodiversidade, aproveitando-a para manter as regiões ocupadas livres da transmissão da malária, especialmente na amazônia”, diz. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2012 foram registrados 276 mil casos de malária no Brasil, sendo 99,5% na região amazônica.

A pesquisa foi realizada por Laporta em parceria com a bióloga Maria Anice Mureb Sallum, no Departamento de Epidemiologia da FSP, com participação do ecólogo Paulo Inácio Knegt Lopes de Prado, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências (IB) da USP, e dos físicos Roberto André Kraenkel e Renato Mendes Coutinho, do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O trabalho serviu de base para o artigo “Biodiversity can help prevent malária outbreaks in tropical forests”, publicado em 21 de março na revista científica eletrônica PLOS Neglected Tropical Diseases.

Imagem cedida pelo pesquisador

Mais informações: (11) 3061-7988; emailgabriellaporta@gmail.com, com Gabriel Zorello Laporta
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Los buenos bichos

manzana El 26 de abril de 2013
Ultimamente leo mucho sobre el tema del "colapso de la abejas", parece que la gente olvido que son muchos "los buenos bichos", y que de todos estos y de los malos también dependen nuestros ecosistemas y por ende la vida misma.
Cada uno cumple su parte, unos comen otros bichos que pueden ser plagas, otros airean la tierra, descomponen materia vegetal muerta etc. En este "mundo del revés" en el que vivimos, donde importa más un pedazo de papel pintado que el futuro de todos; estos buenos bichos son tratados como plagas, son exterminados a diario por manos humanas, insecticidas y otros tóxicos, mueren por culpa de plantas transgénicas que segregan insecticida, por no hablar de destrucción de su hábitat, desertificación, suelos contaminados y demás, parece que nuestro mundo debiera ser un lugar aséptico y estéril, no hay lugar para "los bichos".

El problema es que sin ellos, nuestras plantas no se reproducen no crecen, no se compostan, los precisamos.

La imperiosa necesidad de producir rápido y más, por el simple lucro, en este mundo loco,día a día se usan mas y mas agrotóxicos,los cuales además de matar a "los buenos bichos",matan a la gente que vive en las areas cercanas a los cultivos,a los campesinos, enferman a quienes los comen y contaminan el agua y la tierra.

Lo que hay que entender es bien simple; a larga este es un problema de todos los seres vivos, no existe el "yo no vivo ahí" o "no consumo eso", el problema en algún momento nos alcanzara a todos tarde o temprano.
Algunos de "los buenos bichos":

Nematodos, esta especie de gusanos, injustamente acusados y perseguidos por comer raíces de plantas, en verdad comen solo raíces muertes, por lo que en vez de ser perjudicial ayudan a descomponer materia orgánica en el suelo, brindando mas nutrientes, lo único que hay que tener en cuenta es dejar las raíces viejas en la tierra cuando cosechamos, para que tengan que comer.

Abejas y Sírfidos, son grandes polinizadores, de ellos dependemos para tener ricos frutos como el tomate, mas flores, mas plantas y mas vida, gracias a la genialidad transgénica, cambio climático, polución del aire e insecticidas, hoy este insecto que habita la tierra desde el periodo cretaceo y que es uno de los principales responsables de su verdor y de nuestra propia existencia, esta en un alarmante declive poblacional, al que se puso el nombre de "declive de polinizadores" ya que su numero en los ecosistemas es cada vez menor, situación que podría modificar la vida entera en el planeta.

Chinches, Carábidos, Mariquitas, Mantis, Bráconidos y Crísopidos, todos ellos controlan de forma natural a otros insectos considerados plagas, lamentablemente caen injustamente en batalla, por culpa de insecticidas y transgénicos Bt, el tema es que cuando ya no esten, no sabemos quien parara las plagas, ya que a largo plazo, los químicos no son sostenibles.

Lombrices, las pobres caen por culpa de los insecticidas, aunque no son insectos, un gran número de estos insecticidas las matan, la lombrices son como pequeñas, plantas de reciclaje, toman basura orgánica y fabrican suelo, alimentan aves y pequeños mamíferos airean la tierra mejor que un arado, y las estamos matando, ellas están en este mundo desde antes que los dinosuarios.

Todo cuenta, desde luego el grueso del problema, son las industrias, la agroexplotación, los monocultivos y los transgénicos, como hablamos en: Agricultura sin plaguicidas ,pero cada vez que rociamos con un spray por que nos molestan las moscas, o una araña, "los buenos bichos"también caen, hay ciudades donde ya no se ven ni moscas, ni pasto ni vida pero están llenas de seres humanos, este es el "mundo del revés" en el que vivimos y debemos cambiar o perecer en el intento.

Debemos abandonar los tóxicos y buscar soluciones naturales, como vimos en manejo de plagas y enfermedades, o en Insecticida, repelente y fungicida o en Como deshacerse de las hormigas. Dejemos de trabajar en contra de la naturaleza, es mucho más fácil y simple trabajar con ella.

Artículo escrito por Raúl Mannise para ecocosas.com
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Regimen Sanitatis Salernitanum- Comidas saudáveis na Idade Média

Mais um excelente texto do Neto Geraldes, médico e historiador
Blog: Xarope de letrinhas
Os versos do Regimen Sanitatis Salernitanum apresentam aconselhamentos e conceitos em que é possível ter uma boa ideia do pensamento médico da época em que foi feito, provavelmente entre os séculos XII e XIII da era cristã.

Juntei alguns destes conselhos e conceitos relacionados à alimentação. A dieta é ponto capital da medicina hipocrático-galênica, que norteou grande parte dos ensinamentos do Regimen.

Pêssegos, maçãs, peras, leite, queijo, carnes salgadas, carne de veado, coelho, cabra são melancólicos e prejudiciais para o doente.

Ovos frescos, vinhos tintos e molhos ricos são recomendados, uma vez que eles são nutritivos da natureza.
O pão não deve ser nem quente nem muito velho. Deve ser fermentado, crescido, bem cozido, moderadamente salgado, e escolhidos entre os melhores grãos.

Não coma a crosta, uma vez que provoca cólera ardente. Pão que é salgado, fermentado, bem cozido, puro e saudável, deve ser de grande benefício para você.

Aqui, o termo cólera refere-se ao temperamento relacionado à teoria dos quatro humores, então a teoria fisiopatológica hegemônica. O calor, a queimação estariam relacionadas com o fogo, um dos quatro elementos primordiais e este relacionado com o humor bile amarela, responsável pelo temperamento colérico.*

O pão era o alimento de todas as classes. Era feito de trigo, cevada ou centeio. A fermentação era natural, o fermento só seria inventado no século XVI.

Se você comer carne de porco sem vinho, é pior do que a carne de carneiro. Se você adicionar o vinho à carne de porco, então é comida e remédio.

O flanco dos porcos é bom, o resto é ruim. Os intestinos de porcos são bons, aqueles de outros animais são ruins. Vitela é muito nutritivo.

Beber e comer ao mesmo tempo pode ser prejudicial, pois a água esfria o estômago e a comida pode permanecer sem ser digerida. 

Peixes macios devem ser consumidos quando eles são de grande tamanho; se os peixes são duros, são mais nutritivos quando são pequenos.

Comer enguias é ruim para a voz

Como aqueles que sabem alguma coisa sobre medicina atestarão que queijo e enguia são prejudiciais quando consumidos juntos em grande quantidade, a menos que você beba vinho com frequência.

Queijo e pão são bons alimentos para um homem saudável; se um homem não é saudável, então queijo sem pão é bom.

Os médicos ignorantes dizem que queijo é prejudicial, no entanto eles não sabem por que ele deveria fazer mal. Queijo traz ajuda para um estômago fraco. Comido após outro alimento, acaba corretamente a refeição. Aqueles que não são ignorantes da medicina atestarão estas coisas.

Galinha, pato, rola, etorninho, pombo, codorna, melro, faisão, tordo, perdiz, tentilhão, orex, alvéola e aves aquáticas são nutritivas.

O leite de cabra é saudável, a seguir, o leite de camela, mas mais nutritivo de todos é o leite de jumenta; o leite de vaca também é nutritivo e também o leite de ovelha. Se existe febre ou dor de cabeça, o leite não é muito saudável.

Manteiga mole é úmida e atua como um laxante, quando não há nenhuma febre.

Depois de cada ovo beba outro copo de vinho; depois de peixes deve haver nozes, depois de carne, sirva queijo.

Um tipo de noz é bom, um segundo é prejudicial, um terceiro tipo traz a morte.

A pereira produz nossos peras. Sem vinho as peras são veneno; se as peras são veneno, então maldita seja a pereira! Cozidas, as peras são um antídoto, mas não cozidos são um veneno. Após a pera, beba vinho, após a maçã, esvazie suas entranhas. O vinho moderado é sempre apresentado como benéfico.  

De comer a cereja, você vai obter grandes benefícios: ela limpa o estômago, remove sua pedra nos rins. E a partir de sua polpa virá sangue bom

O figo gera piolhos e luxúria, mas resiste a qualquer coisa.

O coração de todos os animais é lento para digerir e difícil de excretar. Similarmente, o estômago é difícil de digerir.

Língua dá uma boa nutrição medicinal.

O pulmão é facilmente digerido e é expelido rapidamente.

O cérebro de galinhas é melhor do que o de qualquer outro animal.

A semente de erva-doce solta gás.

O prato de sal deve ser colocado em cima da mesa na hora das refeições. Sal elimina o veneno, e acrescenta sabor à comida de um homem. Para o alimento que é servido sem sal não tem gosto bom. Alimentos muito salgados ferem os olhos, diminuem o esperma, e gera sarna, prurido ou vigor.

Caldo de repolho tem efeito laxante.

Os médicos não parecem concordar com cebolas. Galeno diz que elas não são boas para aqueles de humor colérico, mas ensina que eles são muito saudáveis para os fleumáticos. E especialmente bom para o estômago e a pele. Por muitas vezes esfregar os carecas com cebolas pode restaurar a cabeleira.

(Aqui uma referência aos quatro temperamentos hipocrático-galênicos: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático).

No Regimen, este trecho aponta a importância que a medicina dava à dieta na preservação da saúde, conceito que já tinha mais de 1500 anos na época em que foi feito e que ainda perduraria por muito tempo:

Eu prescrevo uma dieta regular para todas as pessoas:
Eu recomendo manter essa dieta a menos que seja necessário alterá-la.
Hipócrates diz que a doença pode resultar do contrário.
Uma dieta adequada é um dos objetivos mais importantes da medicina;

* Para ler mais sobre a teoria dos quatro humores, clique aqui
Para ler mais sobre o Regimen Sanitatis Salernitanum clique aqui

Posted by Neto Geraldes
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Avicultura colonial, também chamada de caipira, é alternativa para pobreza do Semiárido

Avicultura é alternativa para pobreza do Semiárido. Foto de João Pedro Zabaleta

O Plano Brasil Sem Miséria (PBSM), do Governo Federal, tem como um dos objetivos a iniciação produtiva e a minimização da pobreza extrema de mais de 16 milhões de pessoas. E a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), está envolvida nesse grande projeto nacional. A tecnologia usada pela Empresa na região de atuação está sendo empregada em outras localidades totalmente diferentes ao clima do Pampa. É o caso da avicultura colonial, coordenada pelo pesquisador João Pedro Zabaleta.

A avicultura colonial, também chamada de caipira, consiste na criação de aves em sistema extensivo (aviários e piquetes abertos) que demoram mais tempo para se desenvolver em relação ao industrial, que fica em torno de 40 dias; enquanto, a caipira é de 91, proporcionando maior bem estar animal e obtenção de ovos.

Este tipo de produção de aves é empregado atualmente com cerca de 10 agricultores familiares modelos, atendidos pela unidade de pesquisas, e agora, está sendo transferida para o Semiárido brasileiro, que faz parte do PBSM. “É um desafio para nós trabalharmos num clima totalmente diferente ao que estamos acostumados, até por que, a região está enfrentando a maior seca nos últimos 40 anos”, comenta Zabaleta. Alguns desses agricultores possuem áreas de 300 metros quadrados, considerada pequena. Além disso, a falta de alimentos ou resíduos de lavouras ocasionam desenvolvimento deficiente das aves, que apresentam longo período de crescimento para a produção de carne para o abate, com cerca de oito a 10 meses. Os casos de subnutrição resultam maior mortalidade e baixos índices de produtividade.

A área de atuação de Zabaleta no PBSM é no território do Velho Chico, às margens do Rio São Francisco, em cidades como Bom Jesus da Lapa e Riacho do Santana, no interior da Bahia. A região tem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sofre com a seca há pelo menos 22 meses. O projeto foi bem recebido pelos pequenos produtores e agricultores familiares. Das 800 famílias que o PBSM atende em Paratinga/BA, 600 querem trabalhar com a avicultura colonial. A carne de frango tem boa aceitação e comercialização pelos moradores do território. Um aviário modelo instalado, produz cerca de 500 frangos e gera uma renda extra de um salário mínimo no final de cada ciclo de produção.

No final do mês de março, Zabaleta, junto com os pesquisadores Helton Silveira e Marcos Farias, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas/BA, parceiros neste projeto, participaram de uma reunião de avaliação do PBSM em Brasília. Foi discutida no encontro a situação do Plano no Semiárido e alternativas para a minimização dos problemas agravados pela seca.

Sobre o caráter social que a avicultura colonial está inserida, Zabaleta comenta a importância deste trabalho para os agricultores envolvidos e para própria Embrapa ao fornecer tecnologias para os agricultores familiares.
No PSBM, a Embrapa conta com o apoio do Ministério da Integração Nacional, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Fonte: ristiane Betemps – MTb7418RS, Embrapa Clima Temperado

EcoDebate, 26/04/2013
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

India tea jumps on good demand for new season supply

MUMBAI: Tea prices in India, the world’s second-biggest producer, jumped at last week’s auction on robust demand from local buyers for good quality new season crop.

The CTC (crush-tear-curl) grade was sold at 154.51 rupees per kg, up 11 percent from the previous week’s auction, while prices of the dust variety surged 28.5 per cent to 167.76 rupees per kg.

“Supplies have started from the new season crop, which is better than last year’s end season supplies,” said an official of the Calcutta Tea Traders’ Association.

“Local buyers were waiting for the new season crop and they are ready to pay a premium due to concerns over production.”

India exports CTC tea mainly to Egypt, Pakistan and the UK, and the premium orthodox variety to Iraq, Iran and Russia.

Data: 25.04.2013
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A coruja oriental

Enviado por luisnassif, qua, 24/04/2013

Por ROSE

Uma coruja oriental (eastern screech owl), camuflada na entrada do oco de uma árvore. Cena registrada em Okefenokee Swamp, Georgia, USA. Fotos: Graham McGeorge/Barcroft Media.

Varrendo por baixo do tapete da pesquisa científica

Por Meghie Rodrigues 10/04/2013

A má conduta em pesquisa científica está no mapa dos debates sobre ética em ciência no mundo inteiro e o meio acadêmico ainda está descobrindo mecanismos para lidar com isso. O tema recebeu ainda mais destaque no fim do ano passado, com a publicação de um estudo que carrega um título bombástico: “Misconduct accounts for the majority of retracted scientific publications” (Má conduta responde pela maioria das publicações científicas retratadas), dos pesquisadores norte-americanos Ferric Fang, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, R. Grant Steen, do Medical Communications Consultants, e Arturo Casadevall, do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Albert Einstein College of Medicine. Esse paper, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences dos Estados Unidos em 16 de outubro de 2012, atesta que, ao menos na área biomédica, de todas as publicações escritas em língua inglesa, a má conduta científica – e não o erro inadvertido – é o maior responsável pela retratação de estudos.

Os autores estudaram todos os papers retratados indexados pela PubMed até 3 de maio de 2012 e perceberam que as fraudes e suspeitas de fraude somam 43,4% das retratações, enquanto publicação duplicada e plágio respondem por 14,2% e 9,8%, respectivamente. Em conjunto, essas práticas são responsáveis por 67,4% das retratações, enquanto erros somam 21,3%. Outro dado alarmante que o estudo aponta é uma escalada substancial no número de fraudes desde meados da década de 1970 (saltando de menos de 10 por milhão em 1976 para 96 por milhão em 2007). Ainda que representem uma pequena fração das pesquisas em termos absolutos, esse número assusta e pode abalar um dos principais pilares sobre os quais a ciência é fundada: a credibilidade. Segundo Aníbal Lopes, coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde, “o falseamento de dados invalida o trabalho feito pelo próprio corpo científico, já que funciona em um sistema em que tudo é baseado na confiança”.

No entanto, é preciso levar em consideração as particularidades desse estudo. Como lembra Rosemary Shinkai – única brasileira membro do conselho do Commitee on Publication Ethics (Cope) –, “muitos dos artigos que foram retratados eram de alguns grupos específicos. Por exemplo, houve um grupo japonês que teve mais de cem artigos retratados na área de anestesiologia. Esses números talvez sejam uma extrapolação muito maior do que o que realmente ocorre em termos de fraude”. Ela lembra que a metodologia influi muito nos resultados e é preciso ter cuidado ao considerar, por exemplo, a quantidade de estudos retratados por país, já que a ciência é bastante internacional e os estudos são assinados por pesquisadores de vários países. No entanto, ela alerta que o levantamento de Fang, Casadevall e Steen pode ser indicadores de um sinal amarelo para a pesquisa mundial. “O artigo tem um valor muito grande para mostrar à comunidade que este é um assunto que merece atenção – tanto do ponto de vista das revistas e das bases indexadoras quanto dos pesquisadores e suas instituições”, diz.

Nesse sentido, vale perguntar se o aumento da má conduta científica é um fenômeno que vem acontecendo em termos reais ou se a nossa percepção sobre ela é que mudou, já que pode ser, em tese, detectada mais facilmente. Para Adam Marcus, um dos responsáveis pelo blog Retraction Watch, acontecem as duas coisas: “é relativamente mais fácil detectar fraudes mas há alguns estudos que mostram que elas têm aumentado em termos reais”.

Detecção de problemas, instrumentos e métodos

A forma de detectar erros e fraudes varia e está mais sofisticada com o desenvolvimento de softwares e bases de dados que facilitam o trabalho, conta Marcus. Entre eles estão o Crosscheck. “É uma rede de publishers que concordaram em submeter todos os manuscritos nesta base de dados de forma que possam conferir com o iThenticate, que é um software altamente eficiente para detecção de plágio”, explica Marcus. Ele também aponta o DejaVu, uma base gratuita que qualquer pessoa pode usar, no entanto é menos eficiente que o Crosscheck. “Tudo o que ele vai te dizer é que ‘estes dois papers têm 79% de similaridade' em alguma área, por exemplo, mas não te diz se é plágio ou se há problemas com a metodologia”, diz. Softwares de detecção de imagem também são usados, porém com menor alcance. “E claro, existe o Google. É bem fácil detectar plágio usando o Google, mas não dá para fazer a checagem de um paper inteiro porque é muito trabalhoso. Nós mesmos, no Retraction Watch, já achamos muitos casos de plágio usando o Google”, completa.

No Brasil, essa checagem vai bem mais devagar. Rosemary Shinkai conta que as ferramentas existem, mas não há tanta capilaridade no uso delas entre as publicações brasileiras, por diversos motivos. “Até recentemente era muito difícil detectar casos de má conduta por falta de conhecimento desse panorama geral mundial; nossas revistas também não têm uma profissionalização editorial – dificilmente elas têm condições de lançar mão de softwares como o iThenticate, por serem universitárias ou de sociedades científicas”. Outra dificuldade é detectar plágio quando se tem uma tradução. “Suponha que um artigo original está em português e um artigo que o plagiou está em outra língua. São casos muito complexos”, diz ela. Além disso, ainda existe uma certa cultura de relutância no que diz respeito às retratações por parte da nossa comunidade científica. “Existe ainda uma resistência grande por parte de equipes editoriais para tomar uma medida mais drástica em relação a um trabalho com um problema. As pessoas ainda associam que se uma revista publicou um trabalho com problema de plágio ou de fraude é porque não teve cuidado ou não é boa. Mas, pelo contrário: as revistas que buscam melhorar sua qualidade editorial, seu processo e sua transparência com o público é que tomam essa atitude”, sublinha Shinkai.

Segundo José Carlos Pinto, membro do Comitê Organizador do I e do II Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and Publication Ethics (Brispe), no Brasil não temos estatísticas oficiais que quantifiquem a má conduta na pesquisa brasileira porque esse é um debate que ainda está amadurecendo por aqui. “Existem várias iniciativas no Brasil, mas vejo que são isoladas. No entanto, há um esforço no sentido de tratar essas questões de uma forma mais sistêmica”, diz. Ele também lembra que existe uma tradição maior em tratar de ética em áreas como a medicina – por força da lei –, mas em outras, principalmente na tecnológica, ainda se tem muito o que fazer e o aprendizado pela frente é grande.

E esse aprendizado pode ser feito desde a educação básica, resolvendo, assim, boa parte do problema, aponta o advogado Ricardo Bacelar, membro do comitê assessor do II Brispe, que aconteceu entre 28 de maio e 1 de junho do ano passado no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre. “Os jovens, quando copiam uma informação de outra pessoa para fazer um trabalho, deixam de estudar e isso gera um dano muito grave na formação ética deles, porque vão crescer achando que não há problema em copiar e por isso podem fazer isso indiscriminadamente”, alerta. A longo prazo, isso pode gerar entraves para a produção científica, pois “inconsistência é um problema grave e é gerado em cadeia, já que uma pesquisa se baseia em outras e toma a informação delas como verdadeira”, explica, aludindo ao sistema de confiança a que Aníbal Lopes se referiu. José Carlos Pinto concorda e acrescenta que “já na escola, os estudantes precisam saber que há certas atitudes que não são lícitas no desenvolvimento de um trabalho” para evitar problemas futuros. Para Edson Watanabe, também membro do comitê organizador do II Brispe, “quem copia até acha que está agradando, mas quem é copiado geralmente não gosta muito disso”. Para ele, “pior do que a fraude está sendo a má formação dos nossos alunos, que não estão aprendendo a pensar e escrever. Quando vêm para a universidade, o hábito de copiar e colar continua. Eles não sabem que é crime”.

Outro problema, além da má formação de base, é o produtivismo que a academia exige dos pesquisadores, lembra Lopes. “Se estabelecem parâmetros quantitativos para a produção científica e, por obrigar a produzir mais quantidade em menos tempo, a academia, é, em parte, a grande responsável pelos dados forjados que se tem em pesquisa”. Para Watanabe, no entanto, “o produtivismo está aí e não há escapatória. O pesquisador tem que ser produtivo, mas os alunos e pesquisadores precisam ser conscientizados quanto a práticas que são crimes”. Além de educar a comunidade acadêmica para evitar certas ciladas, “é preciso que se crie um espaço de razonabilidade em que se verifique a qualidade, a constância e a atividade dos pesquisadores na formação de pessoas”, aponta Lopes. “É preciso levar em conta se os papers produzidos contribuem de fato para o avanço da ciência, pois pode ser que quanto mais papers são publicados, menos deles são relevantes e menos têm originalidade”, conclui. A crítica vai no mesmo sentido do que recomenda Gary Marcus, diretor do Centro de Linguagem e Música da New York University em artigo para a revista New Yorker em dezembro do ano passado: ao invés de recompensar produção científica forjada em série, talvez fosse mais interessante “recompensar cientistas por produzir pesquisa sólida e confiável que outras pessoas sejam capazes de replicar” e sobre a qual seja possível produzir mais conhecimento.

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Fraudes e enganos na história da ciência

Por Romulo Orlandini 10/04/2013

“Olhe, papai, touros!”Foi assim que Maria, filha do arqueologista espanhol Marcelino Sanz de Sautuola, gritou para avisar o pai o que havia visto. A menina, então com oito anos, acabara de deparar-se com uma série de desenhos rupestres espalhados no teto da caverna onde brincava. Eles estavam em uma gruta localizada em Altamira, local próximo do atual município de Santilla del Mar, na Cantábria,no norte da Espanha. Don Marcelino Sautuola, que havia levado a menina até o local para passar o tempo, olhou para teto da gruta e viu, com assombro, bisões e veados pintados em camadas multicoloridas, dispostos em uma larga extensão. O ano era 1879 – somente vinte anos depois de Charles Darwin ter publicado o revolucionário Origem das espécies e, portanto, até então, a origem antepassada dos humanos ainda carecia de apoiadores.Nada parecido com aqueles traços havia sido registrado antes.

Esse foi o momento pelo qual Sautuola seria (ainda o é) lembrado na história da arqueologia. Passado o entusiasmo inicial, Sautuola apresentou o sítio por ele descoberto no Congresso de Antropologia e Pré-história em Arqueologia que aconteceu em Lisboa, Portugal, em 1880. A reação dos pares foi de total descrédito.

“Homens das cavernas não seriam capazes de produzir tal arte!”, disseram os pesquisadores no congresso. Por fim, todos concordaram que Sautuola era um mentiroso. O descrédito e a ofensa à honra foram a derrocada do espanhol, que morreria oito anos depois à míngua. A “farsa” de Altamira caiu por terra somente em 1902, quando os críticos visitaram a gruta e viram, por seus próprios olhos, que a arte rupestre realmente existia e Sautuola estava correto.

A história da ciência é repleta de alguns parcos momentos de glória e muitos de frustrações – como o caso de Altamira, descrito no livro Why the West rules, de Ian Morris. O fazer científico, dentro de um rigor, já tem em si mesmo uma dificuldade inerente. Quando tem que ser creditado e avaliado pela comunidade científica, ou seja, abalizado pelos pares do cientista, pode se tornar mais difícil ainda. No caso de Sautuola, não houve má-fé ou fraude por parte do arqueologista.Mas ele propunha ter visto algo que mudava a compreensão humana de então.

Bem diferente aconteceu com a famosa história do Homem de Piltdown – esta sim, uma fraude comprovada. Em 1912, Charles Dawson, colecionador de antiguidades, junto com o paleontólogo britânico Arthur Smith Woodward, desenterraram um crânio humano com mandíbula de macaco. O “elo perdido” causou furor nos homens da ciência de então – ofuscando, inclusive, outras descobertas verdadeiras feitas na mesma década. A farsa só foi desmontada em 1953, quando testes com carbono-14 dataram que o crânio tinha 10 mil anos e a mandíbula havia sido envelhecida quimicamente, ou seja, era bem mais nova. Nunca foi provado quem foi o autor da fraude, nem mesmo quais seriam as intenções tanto de Smith quanto de Dawson. Restou o aprendizado histórico.

Separar o que é fraude do erro e do engano e até mesmo a mera desqualificação por interesses escusos não é nada simples. “A ciência é uma atividade humana e, portanto, sujeita a todas as injunções que cercam seus agentes, como os de outras atividades, sejam injunções econômicas, políticas, culturais, de poder etc. Errar é parte do processo de aprendizagem, seja no nível individual, seja no coletivo.A história é pródiga de exemplos”, explica Francisco de Assis Queiroz, professor de história da ciência na Universidade de São Paulo (USP). “Mas o mesmo processo de aprendizagem e a história levam à correção dos mesmos erros. Isso não significa que não se cometam erros ou ‘enganos’ deliberados, configurando a fraude, que é o mesmo que iludir ou mentir. Tais precedentes existem também na atividade científica, cabendo à própria comunidade científica ou agentes externos a ela a crítica vigilante e permanente de suas atividades”, completa.

Para o pesquisador da USP, as primeiras suspeitas e críticas a novidades na ciência, em geral, vêm dos próprios pares dos cientistas, da própria comunidade. “Isso é normal. Uma teoria nova não se impõe automaticamente. Podem pesar aí razões intrínsecas à própria teoria, além de outras variáveis, como econômicas, políticas, religiosas, filosóficas, culturais etc. O heliocentrismo, por exemplo, foi proposto, entre outros, por Aristarco de Samos no séc. III a.C. Mas por várias razões, não se impôs como teoria, sendo (re)proposto dezoito séculos depois por Copérnico. A história está repleta de disputas de paternidade de teorias, inventos técnicos etc. Os casos mais recentes passam, por exemplo, por empresas como Apple e Facebook”, ilustra Queiroz.

O monge e botânico Gregor Mendel viveu na pele tais questionamentos: suas experiências com cruzamento de espécies, como ervilhas e feijões – pioneiras para ajudá-lo a deduzir a existência dos genes – foram colocadas sob suspeita pelos pares. Os números eram tão impressionantes que instigavam interrogações dos críticos mendelianos. Os dados de Mendel, analisados décadas depois pelo geneticista e estatístico Ronald Fisher, eram “muito bons para serem verdadeiros”, escreveu Fisher. No caso, a falta de precisão acusada por Fisher versus a falta de claridade em algumas passagens da obra de Mendel alimentam ainda hoje a querela – com larga vantagem para os defensores do monge agostiniano.

Projeto Manhattan

Na história da ciência, o momento mais destacável da união entre ciência, ideário político e financiamento aconteceu com o Projeto Manhattan, programa oficial dos Estados Unidos para construir armas de destruição em massa, cujo resultado foi a bomba atômica. Grandes cientistas à época participaram do projeto, bancado pelos governos norte-americano, inglês e canadense. Após isso, os mecenas da ciência logo deixaram de ser homens ricos e deram lugar a governos – altamente interessados em ingressar nesse jogo com vantagens (algo que as descobertas científicas proporcionam também) dentro da lógica da competitividade mercadológica. Foi um pequeno passo para a produção científica passar a ser impulsionada por meio dos incentivos financeiros – e não mais a ciência pela ciência, tal qual a que movia Mendel e muitos outros.

O exemplo mais cabal e comprovado do interesse financeiro aliado à ciência ocorreu em 2004, quando o sul coreano Hwang Woo-suk anunciou que havia produzido os primeiros embriões humanos clonados, em pesquisas feitas na Universidade Nacional de Seul. Uma das vantagens da descoberta seria a possibilidade de extração de células-troncos. Com artigo na renomada revista Science e apoio governamental, Hwang virou celebridade instantânea. Só que sua carreira meteórica desmoronou um ano depois, quando um colaborador do sul-coreano, Geral Schatten, denunciou desvios éticos. Hwang comprou óvulos de 16 mulheres, além de ter coagido cientistas do próprio laboratório a também doarem óvulos. As investigações revelaram, inclusive, montagem fotográfica dos dados publicados. No fim, Hwang foi investigado por mau uso do dinheiro público (algo em torno de US$ 65 milhões, segundo a imprensa internacional) e, pior, perdeu o direito de sair do seu país.

“A fraude pode ocorrer em graus diferentes, desde o mais imperceptível até o mais sério. Um laboratorista que resolve omitir um dado discrepante, que pode ter surgido por um mau funcionamento momentâneo do equipamento, já está violando uma das normas da ciência experimental. Mais sério é um cientista que ‘força’ seus dados a se encaixarem em uma expectativa teórica, podendo, assim, ser considerado um pioneiro de uma área. Essas são as ‘pequenas fraudes’, bem conhecidas no dia a dia dos cientistas, assim como os ‘pequenos plágios’, em que trechos de outros autores acabam sendo incorporados sem citação explícita. Tais ocorrências, quando detectadas, são geralmente resolvidas internamente pela comunidade em questão”, reflete Osvaldo Pessoa Jr., filósofo da ciência do Departamento de Filosofia da USP.

“A pressão por prestígio e por verbas, porém, tem levado cientistas a arriscarem mais alto e, quando são descobertos, temos uma fraude pública. Uma ‘fraude’, é claro, é uma falsificação intencional de dados, diferente de uma situação de ‘ciência patológica’, em que os dados são manipulados de maneira mais inconsciente. Faz parte da psicologia humana ‘forçar’ os dados a se encaixarem nas expectativas teóricas, e boa parte do método científico visa neutralizar esse efeito. Outra tendência psicológica humana é julgar que uma ideia que apareceu em uma discussão foi criação sua”, continua o filósofo da USP. Segundo ele, há de se ressaltar que na chamada “grande fraude”, como no caso do sul-coreano Hwang, o cientistas tem a clara consciência de que falsificou dados ou roubou ideias. “E o fato é que as grandes fraudes sempre acompanharam a ciência, sendo às vezes descoberta, às vezes não”, acrescenta.

Produção científica

Exigir produção científica é parte do pressuposto das avaliações científicas atualmente. As agências de fomento e os governos analisam o status quo dos cientistas pelo número de pesquisas que ele promove e estas, geralmente, são reconhecidas pelos seus pares em publicações (os famosos papers). Um dos riscos disso, segundo Pessoa Jr., é a busca pela maximização de indicadores – uma ênfase exagerada no número de publicações, em detrimento da qualidade delas. “Uma das consequências do uso intenso dos indicadores quantitativos é que o trabalho científico e acadêmico pode voltar os seus fins não apenas para a produção de boa qualidade, mas para a maximização dos indicadores. Assim, podemos dividir o trabalho em pequenos artigos, convidar um coautor em troca de ser convidado para uma publicação dele, citar sistematicamente nossos próprios artigos e os dos amigos etc. Outra consequência da ampliação do sistema científico mundial é a possibilidade de grupos fortes roubarem ideias de grupos menores ou mais periféricos. Mas o que nos interessa aqui é uma consequência mais radical dessa pressão por publicações: a fraude”, analisa.

No entanto, alerta o historiador da ciência Francisco de Assis Queiroz, a fraude não deve ser diretamente relacionada com o incentivo ao produtivismo – algo que é deveras simples de ser dito, mas difícil de ser correlacionado. “O ambiente de competição e exigência de maior produtividade, seja para obtenção de mais verbas, poder, ascendência sobre os pares, autoridade etc, pode ser um estímulo a mais para a fraude; mas a fraude não precisa, necessariamente, do ambiente de competição, podendo acontecer em qualquer ambiente. A fraude não é um fenômeno novo, fruto da competição apenas. Ela é humana. Existiu fraude na Antiguidade, como existiu no mundo medieval e existe nos dias atuais”, afirma Queiroz.

“Dilemas e preocupações relacionadas a aspectos éticos não são novidade na história do conhecimento e das atividades científicas. Pensar a ética é de suma importância e gravidade em qualquer atividade, incluindo a ciência, pois, em última instância, pode implicar em questões de vida ou morte. Talvez o caso pioneiro e emblemático na história ocidental a esse respeito seja o do julgamento de Sócrates, do séc. IV a. C. que, por sua atividade de pensar e ensinar a pensar sobre o homem e suas relações em sociedade, foi acusado por seus detratores de corromper a juventude ateniense e condenado a tomar um veneno (cicuta) que o levaria à morte”, aponta Queiroz.

Obviamente, com a regulação por parte dos governos e a criação de institutos e universidades, as fraudes passaram a ser mais controladas. Restrições e mecanismos que inibem erros foram estabelecidos. Uma reação das agências de fomento e dos governos é, além da punição dos envolvidos em casos de fraudes e até retratação de erros, criar manuais de comportamento para os cientistas. “Mais recentemente, foram elaborados manuais que explicitam de forma mais enfática e ampla os procedimentos que devem ser constitutivos do ethos do pesquisador. É uma espécie de nova ‘Constituição Cidadã’ do pesquisador”, diz Queiroz. “Diversos casos de ilícitos, como plágio ou outro tipo de fraude, têm inclusive repercutido na mídia em anos recentes. Sabe-se que foram apurados e foram atribuídas as devidas responsabilidades e sanções, incluindo perda de títulos, verbas e cargos. Isso aconteceu, por exemplo, no Brasil, na Coreia do Sul, nos Estados Unidos, na Europa. Certo corporativismo existe em qualquer grupo, o que não impede que o grupo exerça algum tipo de controle e regulação das atividades de seus membros. É uma questão também de autopreservação”.

Apesar de chamativos, fraudes e erros históricos são pequenas exceções ao rigor no fazer ciência. A maioria da ciência é feita dentro de um alto nível – quando nem sempre os financiamentos são baseados em produção de resultados ou lucros: ainda existe um limiar no qual se busca o conhecimento, em detrimento de interesses diversos. “A ciência é feita por seres humanos, que têm interesses e atuam em determinado meio ou contexto. Certamente a fraude é uma parte menor na história da ciência. Na maior parte da história, os homens e mulheres ligados à ciência têm dedicado o melhor de seus esforços à grande e fascinante aventura do conhecimento e à busca de respostas para alguns dos problemas que seu tempo apresenta”, finaliza Queiroz. Essa é a mesma curiosidade que moveu a pequena Maria a ver os touros em Altamira.Talvez, hoje, o pai dela tivesse uma vida longa e próspera pela sua descoberta.

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Manjericão como conservante de alimentos (Boletim PLANFAVI n. 25, janeiro a março, 2013)


Neste estudo, a composição química e as propriedades antioxidantes das oito espécies selecionadas de Ocimum (O. gratissimum, O. americanum, O. minimo, O. citriodorum, O. kilimandscharicum, O. grandiflorum, O. lamiifolium e O. selloi) foram investigadas. Folhas destas plantas foram extraídas com metanol e a análise quantitativa dos constituintes fenólicos foi determinada utilizando cromatografia líquida. O teor de fenólicos totais foi estimado utilizando o reagente Folin-Ciocalteu e atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos de redução de ferro (III), descoloração do ácido linoleicocaroteno, sequestro dos íons DPPH e do ânion superóxido e radicais livres. Ácidos fenólicos, hidroxicinâmicos, e flavonóides foram identificados e quantificados dentro de cada extrato com base nos picos correlacionados com padrões externos. Os extratos de Ocimum exibiram atividade em todos os ensaios de antioxidantes in vitro, mas não foram tão potentes como hidroxianisol de butila (BHA). Os compostos encontrados em cada extrato são bons antioxidantes e estes extratos podem ser utilizados como conservantes eficazes na indústria de alimentos.


Hakkim et al. Antioxidant property of selected Ocimum species and their secondary metabolite content. Journal of Medicinal Plants Research. 2: 250-257. 2008.

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Ocimum selloi com atividades analgésica e antidiarreico (Boletim PLANFAVI n. 25, janeiro a março, 2013)

O óleo essencial de Ocimum selloi (2, 20, e 200 mg / kg; via oral) reduziu, de forma dose/dependente, a contração abdominal induzida por ácido acético (0,6%; ip), revelando atividade analgésica, e os episódios de diarreia induzidos por óleo de rícino em camundongos. Na dose mais elevada (200 mg / kg, via oral), houve uma redução significativa do trânsito intestinal. O principal componente detectado no óleo essencial de O. selloi foi metil-chavicol (98%; GC e GC / MS). Estes efeitos parecem corroborar a utilização desta planta contra a diarreia, o espasmo intestinal e a dor visceral. 

França et al. Analgesic and antidiarrheal properties of Ocimum selloi essential oil in mice. Fitoterapia. 79: 569-573. 2008.

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III Congresso Internacional de Cidades Criativas

Dados sobre o Congresso / Datos sobre el Congreso

Organizam: LANTEC – Laboratório de Inovação Tecnologia Aplicada a Educação da - FE - Faculdade de Educação da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas - Brasil

GRUPO CIUDADES CREATIVAS – UCM Universidad Complutense de Madrid/ Asociación Científica ICONO14 - España

Local: Faculdade de Educação UNICAMP – Campinas, Brasil
Data / Fecha: 28, 29 e 30 de agosto de 2013

Ciência é tema do Festival do Minuto pelo segundo ano consecutivo

25/04/2013

Por Samuel Antenor

Agência FAPESP – Pelo segundo ano consecutivo com apoio da FAPESP, o Festival do Minuto volta a abordar o tema Ciência com o objetivo de despertar a curiosidade e incentivar o interesse no assunto. Como em 2012, poderão ser inscritos vídeos com temas científicos em todas as áreas do conhecimento e em qualquer formato: de filmes de animação a vídeos feitos com câmeras digitais, celulares ou iPad.

O festival vai oferecer no total R$ 10 mil aos autores dos melhores trabalhos, além de um troféu para o vencedor, que será escolhido por voto popular, ao final do concurso. Com um público cada vez mais diversificado, o festival tem ampliado também sua abrangência temática e, desde o ano passado, incorporou a Ciência às questões abordadas nos vídeos, que têm como regra a duração máxima de 60 segundos.

Para aumentar o interesse sobre o tema tanto em quem produz como em quem assiste aos filmes do festival, a proposta é dar espaço a trabalhos que retratem diferentes visões do que é ciência, ajudando a modificar a forma estereotipada com que muitos ainda a veem.

Em 2012, quando o festival propôs aos participantes retratar em apenas um minuto diferentes maneiras de ver a Ciência, surgiram ideias criativas, traduzidas em imagens instigantes, de gravações em vídeo a animações mais elaboradas.

Assim, criou-se uma oportunidade para a apresentação de visões e linguagens diversas, que revelaram da simples observação da natureza até os bastidores do trabalho de pesquisa, passando por questionamentos e curiosidades do mundo científico.

Participação diversificada

Na primeira edição do festival com o tema Ciência participaram professores e estudantes do ensino médio, universitários, pós-graduandos e pesquisadores, que expressaram, com recursos variados, diferentes percepções sobre o tema proposto.

Para Martin Haag, autor do vídeo Dia do Índio, que venceu em 2012 na categoria “Minuto Ciência” e foi escolhido pelo público como melhor vídeo sobre “Palavra”, o formato do festival permite discutir questões que muitas vezes passam despercebidas pelas pessoas.

“Mostrar a incorporação de aspectos das sociedades indígenas no cotidiano urbano brasileiro, como a linguagem, ajuda a despertar no público a atenção para questões comuns que, muitas vezes, passam despercebidas. É esse um dos méritos desse festival”, afirmou Haag durante o evento de premiação dos melhores vídeos de 2012, dia 22 de abril, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.

Ao todo, o Minuto Ciência 2012 teve 264 vídeos concorrentes, dos quais 87 competiram na categoria “Minuto na Escola Ciência”, voltada para alunos do ensino fundamental e médio matriculados em escolas públicas estaduais de São Paulo. Em 2012 a categoria “Minuto Ciência”, direcionada ao público em geral, recebeu 177 inscrições. Após serem vistos pela curadoria, os vídeos selecionados ficam disponíveis no site do festival.

A fim de facilitar o acesso do público aos vídeos foi criada a Rede de Exibição 2013, que promove a Mostra Melhores Minutos em diversos equipamentos culturais espalhados pelo Brasil, de 23 a 28 de abril. Ao todo são 258 centros culturais, em 200 cidades, na maior parte dos estados brasileiros.

Para 2013, os organizadores do Festival do Minuto mantêm a expectativa de receber vídeos que mostrem a presença da ciência no cotidiano e em qualquer área do conhecimento.

Os autores de três vídeos selecionados pela curadoria ganharão um prêmio de R$ 2 mil; o vencedor do Prêmio Especial, escolhido pela curadoria e por um representante da FAPESP, receberá R$ 4 mil. No encerramento do concurso, o público poderá apontar o seu vídeo preferido na fan page do Festival do Minuto no Facebook. 

Abrangência e criatividade

Mesmo que sua definição seja bastante abrangente, pode-se dizer que ciência é o resultado do esforço humano para aumentar o que se sabe sobre determinado assunto com base em um método científico, ou seja, na observação, aliada ao questionamento e ao raciocínio lógico. É desse conhecimento que surge boa parte das descobertas e das invenções. Em resumo, ciência também é consequência da criatividade humana. Por isso, os organizadores do festival sugerem deixar a imaginação fluir.

Marcelo Marzagão, diretor do Festival do Minuto, observa que, com o tempo, a diversidade e a produção dos vídeos de ciência devem ganhar mais qualidade. “A maioria dos concorrentes ainda faz vídeos mais simples, mas acreditamos que essa produção cresça e se aprimore, fazendo com que muitos possam ser utilizados, inclusive, como material didático e paradidático”, disse.

Marzagão lembra que o tema surgiu de uma demanda já existente entre parte do público, formado por alunos e professores da rede pública estadual de ensino de São Paulo.

“O tema Ciência não é de fácil apreensão pelo público, mas deve ganhar espaço com a exibição dos vídeos, tornando-se menos abstrato para as pessoas”, destacou.

Para isso, Marzagão ressalta a importância da criatividade dos participantes ao retratar qualquer ciência, seja ela exata, como física, matemática ou engenharia, seja da área de humanidades, como filosofia, antropologia ou artes, ou das chamadas ciências da vida, que incluem biologia, zoologia e botânica, entre outras.

Para José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, a missão da Fundação é apoiar tanto a produção da ciência – e a pesquisa de modo geral –, quanto a sua divulgação para o público, o que justifica o apoio ao concurso.

“O campo da ciência oferece espaço para a criatividade e o uso de diferentes mídias é muito propício para a sua divulgação, sobretudo aos mais jovens, que podem ter em festivais como esse um estímulo para a busca de soluções para diferentes questões. O festival do Minuto Ciência pode inspirar não apenas o surgimento de novos cineastas, mas também de novos cientistas”, disse.

O concurso segue aberto a pessoas de todas as idades, com inscrições gratuitas até o dia 30 de agosto pelo site do festival. O regulamento está disponível no site e o resultado da premiação será informado pelos organizadores.
Mais informações: www.festivaldominuto.com.br.
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Ocimum selloi Benth. (Lamiceae) (Boletim PLANFAVI n. 25, janeiro a março, 2013)

Ocimum selloi Benth. (Lamiceae)

Subarbusto com cerca de 40-80cm de altura, nativo do sul do Brasil. Folhas membranáceas, simples com aroma semelhante ao anis.

Flores róseo-lilases a brancas, bem pequenas e dispostas em racemos.

Cultivada em jardins e hortas domésticas como planta condimentar e medicinal.

Conhecida popularmente como manjericão, alfavaca, alfavaca cheiro de anis, elixir paregórico, atroveran, entre outros.Usos populares: Tanto as folhas quanto as flores frescas, na forma de infusão, são utilizadas na medicina caseira para problemas digestivo-estomacais e hepático-biliares.

Fitoquímica: O aroma de anis é atribuído à presença de anetol entre os constituintes do óleo essencial. Ácidos fenólicos, saponinas e pigmentos também contribuem com seus metabólitos secundários.

Farmacologia: Grande parte das atividades farmacológicas do gênero está associada à atividade antimicrobiana, corroborando o seu uso na culinária como conservante. Há também relatos de atividades anticolinesterásica (in vitro), antidiarreica (in vivo) e analgésica (in vivo).

Lorenzi & Matos 2008. Plantas Medicinais do Brasil. Ed.
Plantarum
Índice Terapêutico Fitoterápico ITF. 2008. 1ª edição.
EPUB.

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