sábado, 3 de agosto de 2013

Incredible Edible: Todmorden's local food revolution


A cidade com hortas que oferecem alimentos gratuitos a seus moradores

Pomelo y medicinas: un cóctel riesgoso

Toronja (Pomelo) y medicinas: un cóctel riesgoso 
BBC MUNDO (POR JAMES GALLAGHER) 

Muy poca gente tiene conocimiento sobre el peligro de mezclar algunas medicinas con toronja, advierten científicos canadienses.

La fruta, conocida también como pomelo, tiene un compuesto que evita que el intestino o el hígado descompongan ciertos medicamentos lo cual puede conducir a sobredosis peligrosas.

Los investigadores que identificaron el riesgo, que publican el hallazgo en Canadian Medical Association Journal (Revista de la Asociación Médica Canadiense), afirman que el número de fármacos que se tornan peligrosos con la toronja o pomelo se está incrementando rápidamente.

El equipo del Instituto Lawson de Investigación de la Salud en Canadá afirma que el número de medicamentos que tienen graves efectos secundarios con la toronja se ha incrementado de 17 en 2008 a 43 en 2012.

Éstos incluyen medicinas para una variedad de enfermedades incluidos hipertensión, cáncer, estatinas para reducir el colesterol y fármacos para suprimir el sistema inmune después de un trasplante de órgano.

La toronja o pomelo contiene un compuesto químico, llamado furanocumarina, que elimina una enzima en el organismo encargada de descomponer el medicamento.

Esto provoca que se escape del sistema digestivo una cantidad mucho más alta de medicina que la que el organismo es capaz de manejar.
Interacción seria

"Una tableta con un vaso de jugo de pomelo puede convertirse en algo similar a tomar cinco o 10 tabletas con un vaso de agua"
Dr. David Bailey

Los investigadores encontraron informes de que pacientes que habían tomado un vaso de jugo de toronja tenían un nivel tres veces más alto de una medicina para hipertensión, felodipina, que aquellos que habían tomado un vaso de agua.

Los efectos secundarios que se encontraron variaban dependiendo del fármaco, pero incluían hemorragias estomacales, alteración del ritmo cardíaco, daño renal y muerte súbita.

Uno de los investigadores, el doctor David Bailey, explicó a la BBC que "una tableta con un vaso de jugo de pomelo puede convertirse en algo similar a tomar cinco o 10 tabletas con un vaso de agua".

"Y la gente dice: 'no lo creo', pero puedo demostrar científicamente que esto es correcto".

"Así que usted, sin quererlo, puede pasar de un nivel terapéutico a un nivel tóxico con sólo consumir un jugo de toronja" agrega.

"Sostenemos que dentro de la comunidad general de asistencia a la salud hay una falta de conocimiento sobre esta interacción" afirman los investigadores.

"A menos que los profesionales de salud estén conscientes de la posibilidad de que el evento adverso que están viendo puede tener un origen en una adición reciente de toronja o pomelo en la dieta del paciente, es muy poco probable que lo investiguen", agregan.

Otros cítricos que pueden tener un efecto similar son la naranja amarga (o naranja de Sevilla) que se usa a menudo para producir mermelada, y la lima.

Neal Patel, de la Sociedad Real Farmacéutica, señala que "la toronja no es el único alimento que puede causar problemas. La leche, por ejemplo, puede evitar la absorción de algunos antibióticos si se toma al mismo tiempo".

"Aunque algunas de estas interacciones pueden no ser clínicamente importantes, otras pueden tener consecuencias más graves".

"Los farmacéuticos son el mejor punto de referencia para alguien que está preocupado por la forma como su dieta puede afectar su medicación".

"Y la información sobre cualquier interacción siempre debe incluirse en los folletos que acompañan a los medicamentos que van dirigidos al paciente" agrega el experto.

Data: 29.11.2012
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A cor da natureza: aprenda a fazer uma tinta natural

30 de Agosto de 2012
Você sabia que é possível usar folhas, flores e caules de plantas para pintar, tingir e pigmentar? As tintas naturais podem ter muitos benefícios: o principal deles é justamente eliminar componentes químicos de sua composição. 

As plantas são capazes de fornecer mais de 500 cores e qualquer tipo de terra pode ser usado para fazer tintas. Você pode utilizá-las para tingirtecido e papel, corar alimentos ou até como cosméticos.

As roupas tingidas com tintas naturais precisam de alguns cuidados especiais, mas elas são bem menos agressivas tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas que as utilizam.

Quer tentar fazer a sua tinta? Veja um passo a passo bem simples:

Material

Casca de jabuticaba (rosa) OU casca de uva preta (azul) OU amora ou morango (tons avermelhados ou violetas) OU Colorau (urucum)

Panela com tampa

Peneira ou coador,

Bacia

Potes de vidro com tampa

Modo de Fazer

Coloque um copo do ingrediente em pó na panela. Adicione um litro de água, tampe a panela e deixe ferver. Reduza o fogo e cozinhe por 45 minutos a uma hora mexendo bastante. Depois, deixe esfriar e passe a mistura na peneira. Coloque a tinta nos potes de vidro e…pronto!

FONTE: Consciência Ampla

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Fitoterápicos: quando vale a pena?

Notícias - Saúde
Ter, 09 de Julho de 2013 15:32

Num país reconhecido pela flora gigantesca de mais de 43 mil espécies e pela cultura de remediar os males do corpo com a ajuda das plantas, não deveria espantar o apoio que o Ministério da Saúde tem dado à fitoterapia. Apoio, sejamos claros, não a qualquer chazinho, mas a medicamentos (cápsulas, extratos, pomadas...) feitos com vegetais. No ano passado, o governo ampliou para 12 os fitoterápicos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS - há opções contra colesterol alto, gastrite, dor nas costas... e todas precisam de receita médica. É um número que deve crescer nos próximos anos.

"Trata-se de uma demanda da própria população, e os critérios para a escolha dos fármacos envolvem o quanto os problemas de saúde a serem tratados por eles são comuns entre os brasileiros, bem como evidências científicas de segurança e eficácia", diz Miguel do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Os fitoterápicos do SUS - assim como todo aquele que se preze - possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que revisou suas regras a fim de facilitar, tentando não perder o controle de qualidade, a produção dessa classe terapêutica.

Diante desse estímulo e da maior popularização dos remédios naturais, algo mais sedimentado em nações como os Estados Unidos, brota uma pulga atrás da orelha: será que os fitoterápicos, em algumas circunstâncias, funcionariam melhor que drogas sintéticas? A resposta não é tão simples, dada a complexidade do cenário, que engloba desde a plantação do futuro fármaco até a prescrição em consultório. "Fitoterápicos são bem-vindos, mas exigem rigor idêntico ao da medicação tradicional", afirma Paulo de Tarso Lima, chefe do Grupo de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

Em medicina, cada caso é um caso, mas vamos trazer a questão "fitoterápicos versus alopáticos" para o dia a dia usando como exemplo um dos fitos do SUS, o extrato de alcachofra, indicado para baixar o colesterol. Por que um clínico optaria por ele em vez das drogas de praxe, as estatinas, amplamente pesquisadas? "Depende do estágio do problema e do conhecimento do médico sobre remédios à base de plantas", pondera Nascimento. "De modo geral, os fitoterápicos são utilizados em quadros mais leves ou quando não há resposta à opção sintética", completa, referindo-se também a outras doenças na mira dos fitos eleitos pelo ministério. 

Seguindo o exemplo, não adiantaria, em tese, investir na alcachofra diante de taxas elevadíssimas de colesterol. A planta prestaria melhor serviço nas pessoas com níveis não muito acima do recomendado. "É possível recorrer a fitoterápicos para tratar constipação, ansiedade e insônia menos severas, por causa dos poucos efeitos colaterais", observa Lima. "No entanto, precisamos acertar na dosagem para ter o mesmo resultado e avaliar muito bem para evitar interações perigosas com outras drogas."

UMA FLORESTA DE DESAFIOS

A aposta do governo na fitoterapia revela uma das facetas que diferem nosso modelo do praticado em outros países ocidentais, onde a adoção dessa classe é mais forte na medicina privada. Aqui, enquanto o SUS endossa o segmento, a maioria dos hospitais particulares ainda não tem uma política de uso de plantas, o que, somado a fatores que logo apontaremos, se reflete em um número baixo de médicos a receitá-los. "Na Europa, o mercado de fitoterápicos movimenta 3,5 bilhões de euros e na China, 14 bilhões de dólares, chegando a 30% do total de medicamentos. Já no Brasil a cifra fica em 400 milhões de dólares, correspondendo a pouco mais de 6% do mercado total", contabiliza o tecnologista em saúde pública Paulo Henrique Leda, da Associação Brasileira de Fitoterapia.

Esse potencial a ser explorado acaba sufocado também por uma resistência dentro dos consultórios. "Nem chega a ser resistência. O problema é que os médicos não conhecem os fitomedicamentos", aponta João Massud Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica. São pouquíssimas as faculdades que contam com uma disciplina de fitoterapia em seu currículo básico. Isso faz com que, por cautela, o profissional nem cogite prescrever algo do gênero. 

"Se o médico faz cara feia quando um paciente pergunta sobre remédios à base de plantas, essa visão se dissemina entre as outras pessoas. E a culpa por essepreconceito veio das próprias indústrias farmacêuticas", analisa Alexandre França, gerente-geral do laboratório Aspen Pharma, que fabrica tanto fitos como drogas sintéticas. "Parece até uma contradição com o que a população brasileira, sobretudo aquela que não está nos grandes centros, costuma fazer: nesse contexto, o indivíduo vai direto para o produto natural", avalia o farmacologista João Ernesto de Carvalho, da Universidade Estadual de Campinas. O Ministério da Saúde não se esqueceu dessa pendência e, como solução, vem oferecendo treinamento aos médicos que atuam no SUS. "Abriremos neste ano mais 600 vagas para formar especialistas aptos a receitar fitoterápicos", anuncia Nascimento. 

Apesar dos esforços, há quem veja com reservas a contínua entrada de fitos no SUS devido à falta de dados que legitimariam seus efeitos - a lógica para aprovar um comprimido sintético na Anvisa não é a mesma para liberar um extrato vegetal. "No Brasil, temos muita pesquisa básica, em laboratório, mas faltam estudos clínicos, aqueles em que se avalia o fármaco em pessoas", critica Carvalho. "Mesmo na lista do SUS seria preciso analisar melhor os fitoterápicos nos quesitos eficácia e segurança." Nesse ponto, embora o governo estimule as universidades a investigarem as plantas, o problema recai em verba, já que estudos clínicos demandam muito, muito investimento. 

Por fim, esbarramos no último (e duro) entrave: a padronização dos fitoterápicos. "Como eu vou garantir que uma versão bem cotada em um trabalho científico é a mesma que receitarei ao paciente?", questiona Lima. Um extrato abriga diversas substâncias, diferentemente de um sintético dotado de um único ou poucos princípios ativos, o que redobra a necessidade de cuidados desde o cultivo até a produção. "Existem muitas variedades de hortelã e, de acordo com o problema, haverá uma mais indicada. Da mesma forma, compostos presentes numa planta podem se modificar e perder sua função dependendo do período em que é feita a colheita", conta João Batista Picinini Teixeira, coordenador do Programa de Plantas Medicinais e Terapias Não-Convencionais da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Aprimorar o controle de qualidade dos fitoterápicos é essencial para garantir produtos páreos a remédios convencionais e que mais médicos, cientes de suas vantagens e desvantagens, venham a prescrevê-los. "O interesse na pesquisa ainda parte mais das universidades. Não temos uma indústria farmacêutica organizada em fitoterapia. O Brasil, em vez de continuar com chazinhos, precisa investir em medicamentos de verdade à base de plantas", opina a farmacêutica Leonice Tresvenzol, da Universidade Federal de Goiás. Eis um trabalho que requer alianças entre governo, faculdades e laboratórios, capaz de gerar renda e emprego, no campo e na cidade. 

Só não pense que isso significará sempre poupança para o consumidor. A própria decisão do ministério de fomentar os produtos naturais não se pauta por economia. "É mito a ideia de que os fitoterápicos são sempre mais baratos", diz Nascimento. Após passarem por um processo industrial, esses itens podem ter preços similares ou até mais elevados que os sintéticos - o que não deixa de ser um indício de que médico e paciente terão em mãos remédios mais seguros.

Existem algumas medidas, aliás, para você se certificar de que o fito, seja ele receitado, seja de compra livre, preenche critérios de qualidade. Para começar, fuja do que é vendido em feiras e procure drogarias confiáveis. "O grande problema na fitoterapia são as pegadinhas. O produto precisa estar regularizado e aprovado pela Anvisa", diz Ana Cecília Carvalho, coordenadora de Medicamentos Fitoterápicos da agência. "A embalagem deve ter um registro identificado pela sigla Reg/MS e um código composto de 13 dígitos, sempre iniciado pelo número 1", especifica. 

UM FUTURO MAIS VERDE?

Com o objetivo de não empacar tanto a chegada de extratos, xaropes e afins ao mercado, a própria Anvisa mexeu recentemente em suas diretrizes. Agora, os fitoterápicos são divididos em duas categorias: os comprovados cientificamente e aqueles que levam em conta a tradicionalidade do uso - nicho que recebeu críticas justamente por ignorar a chancela de estudos. 

Independentemente dessas regras, fato é que diversos centros de pesquisa, a maioria vinculados a universidades, têm descoberto plantas e moléculas de origem vegetal promissoras para desbancar problemas crônicos e populares, como pressão alta e diabete, e até para males muitas vezes difíceis de tratar, caso do câncer e da infecção por HIV.O caminho até chegar ao consultório e à nossa casa é longo. Mas com verba,estímulo à pesquisa e educação em saúde, poderemos colher bons e novos remédios diretamente da natureza. 

OS 12 FITOTERÁPICOS DO SUS 

- Alcachofra: para má digestão e colesterol;
- Aroeira: para problemas ginecológicos;
- Babosa: para queimaduras e psoríase;
- Cáscara-sagrada: para constipação;
- Espinheira-santa: para gastrite e úlcera;
- Guaco: para problemas respiratórios;
- Garra-do-diabo: para dor nas costas e artrose;
- Hortelã: para desordens intestinais;
- Isoflavona (soja): para incômodos da menopausa
- Plantago: para distúrbios intestinais;
- Salgueiro: para dor lombar e
- Unha-de-gato: para problemas reumatológicos. 

APOSTO NESSA PLANTA?

Selecionamos seis fitoterápicos adotados no SUS e recorrentes entre a população para saber quando eles seriam vantajosos 

- GUACO:

Esse arbusto tem longo currículo na medicina popular, como antídoto contra perrengues nas vias aéreas. Suas propriedades broncodilatadoras e expectorantes lhe renderam a inclusão no rol do SUS. Hoje, seu xarope entra como um bom coadjuvante no tratamento de bronquites e infecções respiratórias. Segundo uma revisão da Universidade Federal do Paraná, ainda é preciso identificar melhor suas substâncias e realizar estudos clínicos para testar seus benefícios. "Na maioria dos fitoterápicos, falta documentação sobre efetividade. Precisamos ter trabalhos comparativos para saber se a ação é mesmo do remédio ou da evolução natural da doença", diz a pneumologista Ana Luísa Fernandes, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

- ESPINHEIRA-SANTA 

Típica da Mata Atlântica, ela ostenta o status de planta antigastrite e se apresenta na forma de cápsula ou soluções a serem misturadas em água. "Estudos mostram que os extratos da folha contêm flavonoides e taninos, que atuam na cicatrização do estômago", diz o químico João Paulo Viana, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Graças a esses componentes, o fitoterápico ajuda a tratar inflamações nesse órgão e até mesmo úlceras. Em laboratório, ele já revelou que também repele a bactéria H. pylori, capaz de atacar o estômago e nem sempre fácil de ser eliminada, mesmo com antibióticos. Como as gastrites costumam ser crônicas, a espinheira-santa seria coadjuvante ou alternativa às drogas sintéticas no controle de quadros leves ou moderados. 

- ALCACHOFRA 

Essa flor comestível, muita apreciada na culinária, fornece ingredientes para um fitoterápico destinado a silenciar desconfortos após a refeição e auxiliar a reduzir os níveis de colesterol. Atenção: embora seja bem-vindo ao corpo e ao paladar, degustar alcachofras em si não surte o mesmo efeito. Estamos falando aqui de cápsulas do extrato da planta, que devem ser receitadas por um médico. "Elas não visam substituir de vez as estatinas, drogas anticolesterol, mas representam, dependendo do quadro clínico, uma opção a pacientes com níveis não muito elevados", diz Miguel do Nascimento, do Ministério da Saúde. Se o exame de sangue apontar colesterol nas alturas, a alcachofra não ajudará a formar um escudo contra desastres cardiovasculares. Mas esse fito seria uma alternativa especialmente nos casos em que as estatinas desatam muitos efeitos colaterais, como dores musculares. 

- ISOFLAVONA DA SOJA

Suas cápsulas buscam aliviar sintomas do climatério, período em que vai cessando a produção dos hormônios femininos. "A isoflavona é eficaz para mulheres na menopausa que apresentam sintomas leves ou moderados, como ondas de calor, dificuldades para dormir, mudanças de humor e diminuição da libido", lista o ginecologista Armando Delmanto, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A reposição hormonal convencional, com drogas sintéticas, não pode ser trocada pelo fármaco à base da Glycine max, a soja. "A isoflavona é mais adequada para os casos em que a paciente prefere usar fitoterápicos ou se existe contraindicação à terapia tradicional com hormônios", diz o ginecologista Rogério Moreno, do Hospital São Luiz, em São Paulo.

- HORTELà

Figura carimbada nos chás, a Mentha piperita aparece na lista do SUS por tratar distúrbios gastrointestinais, como quadros iniciais da síndrome do cólon irritável. Suas cápsulas ainda ajudam a brecar gases e enjoos. "Os fitoterápicos originários da hortelã vêm de um extrato cheio de substâncias distintas. Por isso, suas indicações variam bastante", explica a bióloga Flávia Vidal, da Universidade Federal do Maranhão. Essa é uma das características que dificultam a criação de um remédio padronizado. Assim, ainda não se recomenda hortelã para fazer frente a problemas intestinais mais intensos.

- BABOSA 

Muito comum em xampus e cremes, a Aloe vera também é recomendada para sanar queimaduras de primeiro e segundo grau. "Constituintes químicos da babosa, como a barbalodina e a aloína, ajudam a cicatrizar e regenerar a pele", diz o botânico Cleber Ferrão Corrêa, da Universidade Católica de Santos, no litoral paulista. E a diferença, segundo estudos dessa instituição, é gritante: em cobaias não submetidas ao fitoterápico, a melhora na pele demorou de nove a 12 dias. Já naquelas que receberam o gel, o tempo caiu para seis. Prova de que nossa pele sai ganhando se há queimadura. E só esse tecido mesmo. O consumo de alimentos e bebidas com babosa está proibido pela Anvisa, a despeito do motivo de uso. "A planta tem compostos tóxicos que fazem mal quando ingeridos", adverte Corrêa. Daí que a ciência só a autoriza na forma de gel ou pomada.

PROMESSAS DA MATA

Três exemplos de plantas ainda sob investigação que pretendem combater males sérios e prevalentes 

- CARQUEJA 

Pregam que seu chá amargo tem mil e uma utilidades. Em caráter de pesquisa, porém, ela se destaca no combate a piripaques intestinais e estomacais. "A carqueja reduziu a produção de ácidos no estômago de cobaias", relata a biomédica Maria Thereza Gamberini, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Também chama atenção seu papel recém-desvendado no sistema cardiovascular: ela baixa pra valer a pressão arterial. "Tudo indica que a planta interfere em um dos principais mecanismos que levam à hipertensão", diz Maria Thereza, que estudou o vegetal por mais de uma década. Os próximos passos envolvem isolar os princípios ativos e testá-los em seres humanos. Quem sabe não teremos um novo anti-hipertensivo?

- AVELÓS 

Câncer, HIV, dor crônica e esclerose múltipla: eis a lista de males que essa planta quer combater. Comprimidos à base desse arbusto, desenvolvidos pelo laboratório nacional Kyolab, já foram testados em mulheres com tumores na mama. E agora os cientistas querem usar princípios ativos isolados para potencializar a ação contra as células cancerosas - sem afetar as sadias. A batalha contra o agente da aids também é vista com otimismo. "Mostramos em estudos com células e macacos que a droga retira do estado de latência os vírus que se escondem. Aliado ao coquetel, isso pode representar um avanço para a cura", conta o farmacêutico Luiz Francisco Pianowski, que coordena os trabalhos.

- PATA-DE-VACA

A árvore aparece em boa parte do território brasileiro e suas folhas têm fama de controlar a glicose no sangue - daí o apelido exagerado de insulina vegetal. Embora haja indícios de que seu chá regule a carga de açúcar, os pesquisadores penam para obter dados mais concretos. A bióloga Claudete Rempel, da Unidade Integrada Vale do Taquari de Ensino Superior, no Rio Grande do Sul, avaliou a Bauhinia forficata em laboratório e em pacientes diabéticos e notou que, apesar da baixa toxicidade, ela não foi tão eficaz na hora de equilibrar a glicose. "Tivemos problemas com a adesão dos voluntários para utilizar o chá da forma indicada e na continuidade do tratamento", conta. Mas não é motivo para abandonar a espécie. Claudete já observou substâncias específicas que derrubam a glicemia. Pode ser que a planta atenda à expectativa quando virar cápsula.

Fonte: Planeta Sustentável
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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

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Exemplo dos pais influencia comportamento alimentar

Por Valéria Dias - valdias@usp.br
2/agosto/2013

O comportamento dos pais influencia diretamente o modo como as crianças lidam com a própria alimentação. Por isso, a melhor forma de educá-las é tomando atitudes que sirvam de exemplo, como escolher alimentos saudáveis; realizar as refeições na mesa; evitar fast-food e pratos e comidas prontas; oferecer alimentos saudáveis sem, com isso, forçar o consumo; e nunca usar alimentos não saudáveis, como doces, para “presentear” os filhos pelo bom comportamento.
Questionário foi aplicado em 150 mães na cidade de Ribeirão Preto

Esses são alguns dos apontamentos da nutricionista Luciana Lorenzato, autora da dissertação de mestrado Avaliação de atitudes, crenças e práticas de mães em relação à alimentação e obesidade de seus filhos através do uso do Questionário de Alimentação da Criança (QAC). A pesquisa foi apresentada em 2012 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, sob a orientação do professor Sebastião de Sousa Almeida.

O estudo consistiu na aplicação do Questionário de Alimentação da Criança (QAC) em 150 mães que aguardavam para serem atendidas em consultas médicas em Postos de Saúde da cidade de Ribeirão Preto. O objetivo foi averiguar de que forma o comportamento dos pais influencia a obesidade dos filhos.

O QAC foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores norte-americanos e pode ser aplicado em pais e mães de crianças entre 2 e 11 anos. Com 31 questões, trata-se de um instrumento que fornece informações sobre a percepção de responsabilidade dos pais em relação à alimentação dos filhos; a percepção que os pais têm do próprio peso e do peso dos filhos; a preocupação com o peso dos filhos; e se os pais utilizam estratégias de restrição, pressão para comer ou monitoramento durante os hábitos alimentares dos filhos.

A pesquisadora pode avaliar o IMC dos filhos, que é a proporção entre o peso e a altura ao quadrado. Luciana constatou que 80% das crianças estava com o peso adequado; e 17,3% acima do peso, sendo 11,3% com sobrepeso e 6% com obesidade. Já o IMC das mães indicou que 69,9% delas estava com peso adequado; e 23,3% acima do peso, sendo 17.9% com sobrepeso e 8% com obesidade. “Houve uma correlação positiva entre o IMC das mães e de seus filhos. Conforme o peso da mãe aumenta, aumenta também o peso dos filhos”, aponta Luciana.

Ao analisar as respostas das mães ao questionário, a nutricionista constatou que a maioria relatou ter peso normal desde a infância até a adolescência e o mesmo relataram em relação aos filhos. As mães se consideraram responsáveis pela alimentação deles; e preocupadas com aquilo que eles comem; concordaram com o ato de restringir o oferecimento de alimentos não saudáveis (como os ricos em gordura, açúcar e sal); concordaram com o uso de pressão para que a criança coma alimentos que consideram saudáveis; e acreditam que devem monitorar aquilo que os filhos comem.

Foi observada uma correlação positiva entre os fatores percepção de responsabilidade dos pais, peso da criança, restrição de alimentos e monitoramento, com o IMC dos filhos. Foi constatado ainda que, quanto menor o IMC das crianças, maior é a utilização de pressão para comer por parte dos pais.

Obesidade e infância

Luciana explica que a obesidade ocorre devido a interação de fatores genéticos, ambientais (dieta, influência familiar, da mídia e de amigos) e dietéticos (o que come e o quanto come). “O comportamento dos pais durante a alimentação dos filhos está associado à obesidade na infância. Isso é bastante relevante pois o comportamento alimentar de uma pessoa é formado exatamente durante esta fase”, destaca.

De acordo com a pesquisadora, muitas vezes o comportamento dos pais tem uma influência muito negativa nos filhos. Por exemplo, quando oferecem um alimento saudável em um contexto negativo, como uma forma de punir a criança: “se não comer a salada, não pode assistir televisão”. Ou o contrário, quando alimentos não saudáveis são oferecidos como uma espécie de “presente” pelo bom comportamento: “você fez o dever de casa, então vai ganhar um doce”.

Luciana explica que toda criança apresenta uma autorregulação interna de ingestão de alimentos que controla a fome e a saciedade. “Muitos pais interferem neste processo ao pressionarem os filhos a comerem quando já estão saciados. Isso impede as crianças de exercerem o próprio autocontrole”, alerta a nutricionista.

Educar pelo exemplo

A pesquisadora destaca que o melhor meio para que os filhos tenham uma alimentação correta e saudável é exatamente por meio do exemplo dos pais: as crianças irão se espelhar naquilo que presenciam os pais fazerem.

Já no caso da recusa que as crianças têm em relação a muitos alimentos, Luciana esclarece que não significa que ela não goste daquele alimento. “Algumas pesquisas indicam que é necessário oferecer o alimento entre 12 e 15 vezes até a criança decidir experimentá-lo. Mas isso deve ser feito apenas oferecendo e nunca pressionando para a criança comer”, finaliza.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Mais informações: email lucianalonrenzato@yahoo.com.br, com a nutricionista Luciana Lorenzato

A Ginkgo Biloba Extract Promotes Proliferation of Endogenous Neural Stem Cells

July 23, 2013 — Neural stem cells proliferate in the subventricular zone and hippocampal dentate gyrus of adult mammals. However, the number of endogenous neural stem cells is insufficient to prevent cerebral ischemia/reperfusion injuries such as vascular dementia, so it is important to stimulate endogenous neural stem cell proliferation and differentiation. The ginkgo biloba extract EGb761 effectively and safely treats memory loss and cognitive impairments in patients with senile dementia.

Prof. Yuliang Wang and team from Weifang Medical University observed the effects of EGb761 on proliferation of neural stem cells in the subventricular zone and dentate gyrus of rats with vascular dementia. Researchers found that the ginkgo biloba extract EGb761 promoted and prolonged the proliferation of neural stem cells in the subventricular zone and dentate gyrus of rats with vascular dementia. The cells continued to proliferate at 4 months. EGb761 also significantly improved learning and memory in rats with vascular dementia.

These findings which were published in the Neural Regeneration Research (Vol. 8, No. 18, 2013) provide a new idea and approach to further explore the induced proliferation of neural stem cells in situ in the treatment of vascular dementia.

Journal Reference:
Wang JW, Chen W, Wang YL. A ginkgo biloba extract promotes proliferation of endogenous neural stem cells in vascular dementia rats. Neural Regeneration Research, 2013; 8 (18): 1655-1662 DOI: 10.3969/j.issn.1673-5374.2013.18.003

Link:

Good Eating and Sleep Habits Help Kids Succeed in School

July 26, 2013 — Adults often hear what they should be doing to improve their health. But many of these known wellness behaviors are important for kids, too, and two University of Alabama at Birmingham (UAB) experts say school success depends on making the right choices.

Health habits, such as eating and sleep patterns, are linked to academic success, according to the Centers for Disease Control and Prevention.

"Your brain can't work if you're not consuming enough calories, and in general that's not a problem," explained Krista Casazza, Ph.D., R.D., assistant professor in the Department of Nutrition Sciences. "But when kids go to school without eating breakfast, their cognitive function can be affected."

Casazza suggests kids start the day with fruits, proteins and whole grains. Avoid sugary cereals because they cause a sugar high, then a crash.

"A balanced breakfast will fuel the body for a long period and help sustain their attention level through lunch, when they need to eat well again," Casazza said. "This will hold them until dinner, and they won't snack ravenously after school."

If the kids do need to eat something prior to dinner, consider these options: • Offer healthy choices like yogurt, fruits and veggies. • If they want "kid stuff," baked chips can be an option, in moderation. • Drink water. Soda lacks nutritional value.

Once homework and dinner are done, sleep needs to be the priority.

"Children need a good night's sleep for their overall school performance," said Kristin Avis, Ph.D., associate professor in the Department of Pediatrics Division of Pulmonary and Sleep Medicine.

"Lack of sleep can lead to problems with attention and memory in the classroom, affect impulse control and mood regulation lead to anxiety and even depression," Avis said.

Avis said kids ages 6-12 should get nine hours sleep nightly as should adolescents ages 13-18 -- but typically they average little more than seven hours per night.

"Often parents think one night of sleep loss won't matter, but that's all it takes to affect them the next day," Avis explained. "If they are chronically deprived, it can snowball and make matters worse."

Catching up on lost sleep on the weekend can make matters worse.

"If kids sleep in Saturday, they have a hard time going to bed Saturday night; so they sleep in Sunday and have a hard time going to bed Sunday night," Avis said. "Monday morning they are tired, and it's hard to wake up for school. They struggle to get back on a good sleep schedule."

Avis recommends a consistent bedtime seven days a week.

"It keeps their clock set so they can go to bed at a certain time, sleep well through night and wake up well rested the next morning," Avis said.

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Plant-Based Compound May Inhibit HIV

July 29, 2013 — A compound found in soybeans may become an effective HIV treatment without the drug resistance issues faced by current therapies, according to new research by George Mason University researchers.

It's in the early stages, but genistein, derived from soybeans and other plants, shows promise in inhibiting the HIV infection, says Yuntao Wu, a professor with the George Mason-based National Center for Biodefense and Infectious Diseases and the Department of Molecular and Microbiology.

Still, that doesn't mean people should begin eating large amounts of soy products. "Although genistein is rich in several plants such as soybeans, it is still uncertain whether the amount of genistein we consume from eating soy is sufficient to inhibit HIV," Wu says.

Genistein is a "tyrosine kinase inhibitor" that works by blocking the communication from a cell's surface sensors to its interior. Found on a cell's surface, these sensors tell the cell about its environment and also communicate with other cells. HIV uses some of these surface sensors to trick the cell to send signals inside. These signals change cell structure so that the virus can get inside and spread infection.

But genistein blocks the signal and stops HIV from finding a way inside the cell. It takes a different approach than the standard antiretroviral drug used to inhibit HIV.

"Instead of directly acting on the virus, genistein interferes with the cellular processes that are necessary for the virus to infect cells," Wu says. "Thus, it makes the virus more difficult to become resistant to the drug. Our study is currently it its early stage. If clinically proven effective, genistein may be used as a complement treatment for HIV infection."

Wu sees possibilities in this plant-based approach, which may address drug toxicity issues as well. Because genistein is plant-derived, it may be able to sidestep drug toxicity, a common byproduct of the daily and lifelong pharmaceutical regimen faced by patients with HIV to keep the disease at bay, Wu says. Typically, patients take a combination of multiple drugs to inhibit the virus. The frequency can lead to drug toxicity. Plus, HIV mutates and becomes drug-resistant.

Wu and his team are working at finding out how much genistein is needed to inhibit HIV. It's possible that plants may not have high enough levels, so drugs would need to be developed, Wu says.

Wu's research is feeling the financial squeeze these days due to sequestration and budget cuts within the National Institutes of Health, he says. His lab has turned to novel ways to fund the HIV research, including the genistein project. A bicycle ride dubbed NYC DC AIDS Research Ride raised money for Wu's lab a few years ago and has stepped up its efforts with a new fundraiser.

Other George Mason researchers on the genistein project include Jia Guo, Taban Rasheed, Alyson Yoder, Dongyang Yu, Huizhi Liang, Fei Yi and Todd Hawley.Xuehua Xu and Tian Jin from the National Institute of Allergy and Infectious Diseases in Rockville, Md., and Binhua Ling from Tulane University Health Sciences Center are also working on the research.

Journal Reference:
Jia Guo, Xuehua Xu, Taban K Rasheed, Alyson Yoder, Dongyang Yu, Huizhi Liang, Fei Yi, Todd Hawley, Tian Jin, Binhua Ling, Yuntao Wu. Genistein interferes with SDF-1- and HIV-mediated actin dynamics and inhibits HIV infection of resting CD4 T cells. Retrovirology, 2013; 10 (1): 62 DOI: 10.1186/1742-4690-10-62

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Too Many Antioxidants? Resveratrol Blocks Many Cardiovascular Benefits of Exercise

July 22, 2013 — In older men, a natural antioxidant compound found in red grapes and other plants – called resveratrol – blocks many of the cardiovascular benefits of exercise, according to research published July 22 in The Journal of Physiology.

Resveratrol has received widespread attention as a possible anti-aging compound and is now widely available as a dietary supplement; much has been made of its role in explaining the cardiovascular health benefits of red wine, and other foods. But now, new research at The University of Copenhagen surprisingly suggests that eating a diet rich in antioxidants may actually counteract many of the health benefits of exercise, including reduced blood pressure and cholesterol.

In contrast to earlier studies in animals in which resveratrol improved the cardiovascular benefits of exercise, this study in humans has provided surprising and strong evidence that in older men, resveratrol has the opposite effect.

What is emerging is a new view that antioxidants are not a fix for everything, and that some degree of oxidant stress may be necessary for the body to work correctly. This pivotal study suggests that reactive oxygen species, generally thought of as causing aging and disease, may be a necessary signal that causes healthy adaptations in response to stresses like exercise. So too much of a good thing (like antioxidants in the diet) may actually be detrimental to our health.

Lasse Gliemann, a PhD student who worked on the study at The University of Copenhagen, explains how they conducted the research, and the results they found: “We studied 27 healthy, physically inactive men around 65 years old for 8 weeks. During the 8 weeks all of the men performed high-intensity exercise training and half of the group received 250 mg of resveratrol daily, whereas the other group received a placebo pill (a pill containing no active ingredient). The study design was double-blinded, thus neither the subjects nor the investigators knew which participant that received either resveratrol or placebo.

“We found that exercise training was highly effective in improving cardiovascular health parameters, but resveratrol supplementation attenuated the positive effects of training on several parameters including blood pressure, plasma lipid concentrations and maximal oxygen uptake.”

Ylva Hellsten, the leader of the project, says: “We were surprised to find that resveratrol supplementation in aged men blunts the positive effects of exercise training on cardiovascular health parameters, in part because our results contradict findings in animal studies.

“It should be noted that the quantities of resveratrol given in our research study are much higher than what could be obtained by intake of natural foods.”

This research adds to the growing body of evidence questioning the positive effects of antioxidant supplementation in humans.

Michael Joyner, from The Mayo Clinic USA, says how the study has wider implications for research: “In addition to the surprising findings on exercise and resveratrol, this study shows the continuing need for mechanistic studies in humans. Too often human studies focus on large scale outcomes and clinical trials and not on understanding the basic biology of how we adapt.”
Blue grapes, high in resveratrol. In older men, a natural antioxidant compound found in red grapes and other plants – called resveratrol – blocks many of the cardiovascular benefits of exercise. (Credit: © Sedlacek / Fotolia)

Journal Reference:
Lasse Gliemann, Jakob Friis Schmidt, Jesper Olesen, Rasmus Sjørup Biensø, Sebastian Louis Peronard, Simon Udsen Grandjean, Stefan Peter Mortensen, Michael Nyberg, Jens Bangsbo, Henriette Pilegaard, and Ylva Hellsten.Resveratrol Blunts the Positive Effects of Exercise Training on Cardiovascular Health in Aged Men.JPHYSIOL, 2013/258061

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What Can Plants Reveal About Global Climate Change?

July 26, 2013 — Recently, climate change, including global warming, has been a "hot" news item as many regions of the world have experienced increasingly intense weather patterns, such as powerful hurricanes and extended floods or droughts. Often the emphasis is on how such extreme weather impacts humans, from daily heat index warnings to regulating CO2 emissions. While the media continues to present climate change as a controversial issue, many scientists are working hard to gather data, collaborate across disciplines, and use experimental and modeling techniques to track how organisms and ecosystems are responding to the current changes in our Earth's global environment.

A group of organisms that play a wide variety of crucial roles in our global ecosystems is plants. What role do plants play in helping to regulate climate change and how will they fare in future times? A new series of articles in a Special Issue on Global Biological Change in the American Journal of Botany expands our view on how global changes affect and are affected by plants and offers new ideas to stimulate and advance new collaborative research.

Global change includes topics such as increasing carbon dioxide and its effect on climate, habitat fragmentation and changes in how protected and agricultural lands are used or managed, increases in alien species invasions, and increased use of resources by humans. There is increasing concern that these changes will have rapid and irreversible impacts on our climate, our resources, our ecosystems, and ultimately on life, as we know it. These concerns stimulated Stephen Weller (University of California, Irvine), Katharine Suding (University of California, Berkeley), and Ann Sakai (University of California, Irvine) to gather together a diverse series of work from botanists spanning disciplines from taxonomy and morphology to ecology and evolution, from traditional to multidisciplinary approaches, and from observations and experiments to modeling and reviews, to help synthesize our knowledge and stimulate new approaches to tackling these global biological change issues.

"We have been concerned about the rapid and irreversible changes associated with a rapidly increasing human population that is already over seven billion people," commented Weller. "Many people are familiar with the impact of rising temperatures and greater intensity of storms on humans, but have less understanding of the effects of these and other global changes on the foundation of our biological ecosystems -- plants."

Focusing on a group of organisms such as plants may help provide us with insights into how such crucial organisms have responded to climate changes in the past and how they might respond to future changes. Moreover, since impacts occur from the cellular and molecular basis to the ecosystem and evolutionary scale, this Special Issue provides an excellent opportunity to synthesize the current knowledge of global change effects on a wide spectrum of aspects of plant biology, ecology, and evolution.

"Plant biologists work at different levels of organization with diverse approaches and techniques to address questions about global change," notes Suding. "What is the effect of global change on plants, and how are plants affected by global change? Can we forecast how change at the global scale may lead to biological change? Can we identify systems, processes, and organisms that are most vulnerable to global changes? Can we use this understanding to enhance resilience to global changes?"

In their introduction, the Special Issue editors emphasize that in a complex world there is need to integrate information across spatial and temporal scales as well as across levels of biological organization. The need to collaborate and share information is critical if we are to understand how organisms are likely to respond to such climate changes, and how we can protect and enhance such processes in an attempt to sustain life on this planet.

"In this Special Issue," summarizes Sakai, "We bring together different botanical perspectives with the hope that the integration of these approaches will allow researchers to better answer these and other challenging questions related to global biological change."

Journal Reference:
S. G. Weller, K. Suding, A. K. Sakai. Botany and a changing world: Introduction to the Special Issue on Global Biological Change. American Journal of Botany, 2013; 100 (7): 1229 DOI: 10.3732/ajb.1300198

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A Maternal Junk Food Diet Alters Development of Opioid Pathway in the Offspring

July 30, 2013 — Research to be presented at the Annual Meeting of the Society for the Study of Ingestive Behavior (SSIB), the foremost society for research into all aspects of eating and drinking behavior, shows that eating a junk-food diet during pregnancy changes the development of the opioid signalling pathway in the baby's brain and permanently alters the way this system operates after birth.

Opioids are chemicals which are released when we eat foods that are high in fat and sugar, and that are responsible for causing the release of another 'feel good' chemical, dopamine. The researchers found that the gene encoding one of the key endogenous opioids, enkephalin, was expressed at a higher level in the offspring of mothers who had consumed a junk food diet than in the offspring of mothers who ate standard rat feed. This increase in enkephalin, together with previous work done by this research group which showed that an opioid receptor blocker was less effective at reducing fat and sugar intake in the pups of the junk-food fed mothers, provides evidence for the first time that the opioid signalling pathway is less sensitive in junk-food exposed offspring.

Being less sensitive to opioids means that individuals whose mothers eat excessive quantities of junk-food during pregnancy and breastfeeding, would have to eat more junk foods get the same 'feel good' response, and this would make them more likely to over consume these high-fat, high-sugar foods. Jessica Gugusheff from the FoodPlus research centre at the University of Adelaide, the graduate student leading this research, says that "the results of this studywill eventually permit us to better inform pregnant women about the enduring effect their diet has on the development of their child's lifelong food preferences and risk of negative metabolic outcomes."

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Efficacy and Safety of Curcumin in Major Depressive Disorder

Curcumin is an extract from turmeric (Curcuma longa), the amazing yellow spice, popular in Asian cooking and it now has yet another string to its bow.
A Randomized Controlled Trial involving 60 patients presents the first study to show the spice can be used safely and effectively in people with major depression (Sanmukhani, et al, 2013).

Other research on this amazing herb show its ability to induce cell apoptosis in prostate cancer (Guo et al, 2013), HPV-16-mediated cervical cancer (Shukla et al, 2013) and its ability to slow the progression of Alzheimer's Disease (Ahmed and Gilani, 2013) among many others.

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Filmes comestíveis, feitos com partículas nanotecnológicas, conservam melhor os alimentos

O escritor francês Júlio Verne, conhecido como o pai da ficção científica, escreveu obras que ganharam o público ao descrever tecnologias e descobertas científicas muito antes delas se tornarem realidade. No livro Viagem ao Redor da Lua, de 1869, que também virou filme, o escritor antecipa as viagens espaciais do homem. Já em Vinte Mil Léguas Submarinas, de 1870, Verne criou o submarino Nautilus, 25 anos antes de o transporte debaixo da água ser viabilizado, de fato, por cientistas.

Apaixonado pela ciência, Júlio Verne não tinha formação acadêmica, mas pôde prever alguns avanços tecnológicos muito antes de acontecerem. Para o escritor, tudo que era possível para um homem imaginar poderia ser realizado.

Provavelmente, ele não pensou em algo tão específico como o progresso da tecnologia agrícola para permitir que frutas e legumes tenham mais tempo de conservação ou mecanismos que apontem o tempo ideal de irrigação do solo. No entanto, pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), têm tido resultados promissores no estudo de nanotecnologias para o agronegócio.
O estudo sobre películas invisíveis e comestíveis de proteção de alimentos tem produzido um material capaz de substituir os plásticos utilizados para envolver e proteger alimentos. A tecnologia permitirá que os alimentos sejam colhidos maduros. Atualmente, frutas e verduras são retiradas dos pés ainda verdes, ou passam por processos de amadurecimento forçado por produtos químicos, com o objetivo de aumentar seu tempo de consumo.

Segundo o coordenador da pesquisa, Rubens Bernardes Filho, o revestimento poderá diminuir em até 40% o desperdício de alimentos no período que vai da pós-colheita até o transporte e a distribuição. “Além disso, a utilização dessa inovação pode agregar valor às frutas e hortaliças brasileiras destinadas à exportação”. diz.

“A fruta é colhida um pouco verde, porque ela vai passar por um período de processamento, transporte, exposição e é ideal que chegue ao consumidor em uma situação adequada de consumo. Se conseguirmos retardar esse processo de envelhecimento, faz com que a colheita seja realizada mais tardiamente. Isso melhora a qualidade da fruta”, explica Bernardes.

Com o revestimento, frutas e verduras podem levar até 20 dias para começar a se degradar após a colheita. Sem proteção, os alimentos levam, em média, quatro dias para iniciar o processo de apodrecimento. O período varia de acordo com o tipo de alimento. A maçã, por exemplo, pode ser armazenada, em temperatura ambiente, de cinco a oito dias. Se estiver revestida, esse prazo aumenta para até 17 dias.

Além da maçã, a pesquisa já foi testada em manga, pera, banana, castanhas e hortaliças. Os filmes comestíveis são produzidos de acordo com cada tipo de alimento e podem ser feitos de amido de milho ou proteínas da soja. “O milho usado para o amido e o óleo da proteína são pouco utilizados, é o rejeito da indústria”, diz o pesquisador.

Os alimentos são revestidos por imersão, banhados em uma solução líquida, e secam naturalmente. Ao secar, um filme invisível se forma na superfície, protegendo os alimentos. Esse filme diminui as trocas gasosas e cria uma barreira impedindo a perda de água do alimento. O revestimento não dispensa a necessidade de proteção, como caixas, para evitar que os frutos se estraguem no transporte até o consumidor.

“O revestimento é muito simples. É basicamente colher a fruta, higienizar, fazer uma lavagem. Uma vez higienizada, ela tem que ser envolvida por um filme”. Ele acrescentou que o procedimento, em escala laboratorial, é simplesmente molhar a fruta, por imersão, em uma solução.

As pesquisas identificaram um efeito antifúngico do revestimento que previne a proliferação dos fungos, além de inibir o crescimento de bactérias. Por outro lado, os estudos indicam que a película pode estimular o consumo. “Identificamos que, nos testes em laboratório, ratos comiam 20% a mais a ração revestida”. A tecnologia, possível devido ao tamanho nanométrico das partículas que compõem as películas, ainda não tem previsão de chegar ao mercado.

Reportagem de Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 26/07/2013

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Conhecimento tradicional de quilombolas, índios e ribeirinhos pode economizar anos em pesquisa científica

No Brasil, o uso comercial de espécies nativas passa por uma regulação do governo. Para usá-las, a empresa ou instituição de pesquisa deve fazer um pedido de licenciamento

O Brasil abriga cerca de 13% da variedade de seres vivos do planeta, entre espécies de animais e plantas. É o país com a maior biodiversidade do mundo. Mas como a maioria dos países em desenvolvimento, está num dilema: usar todos os recursos naturais para chegar ao nível econômico dos desenvolvidos, e acabar com toda a riqueza de seus ambientes naturais, ou optar por uma forma de desenvolvimento sustentável. Isto significa levar em conta a biodiversidade como a maior riqueza de uma nação, e explorá-la de forma inteligente e respeitosa. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), foi assinada, por mais de 160 países, a Convenção sobre Diversidade Biológica, que é estruturada em três bases principais: a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável da biodiversidade e a repartição justa e equitativa dos benefícios dos recursos genéticos. O acordo é um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao ambiente. A bióloga Marcia Chame, coordenadora do Programa de Biodiversidade e Saúde, da Fiocruz, defende a criação de um planejamento de desenvolvimento que seja harmonioso e leve em conta o conhecimento tradicional de quilombolas, índios e ribeirinhos.

A biodiversidade é a base da sustentabilidade. Ela purifica a água e mantém o solo fértil para o plantio. “Por mais que possamos desenvolver e operar máquinas incríveis, o nosso corpo, a nossa biologia ainda é de Homo sapiens: que precisa de água para beber, alimentos orgânicos para se alimentar, ar puro para respirar. Por mais tecnológico que a gente seja, ainda não comemos chip velho de computador”, diz Marcia Chame.

A grandiosidade da biodiversidade brasileira não é proporcional ao investimento em pesquisa ambiental. Muitas vezes ecossistemas são destruídos antes mesmo de se conhecer as plantas medicinais, biocidas, aromas, pigmentos ou venenos que poderiam ser aproveitados na medicina ou na agricultura. Marcia cita o exemplo da caatinga, que é destruída para dar lugar a plantações de mamona ou soja, antes de os cientistas conhecerem as plantas e animais nativos. “No Brasil a gente tem tanta biodiversidade que talvez o nosso problema seja abundância”, avalia a pesquisadora.

‘Conhecimento tradicional economiza anos de pesquisa’

“Conservar a natureza não impede o desenvolvimento. Só não dá para continuar insistindo num modelo de 500 anos atrás, de monocultura de plantas que não são nativas, como cana de açúcar ou soja. Desta forma, perde-se um potencial gigantesco do país. Quem vai fazer deste país diferente somos nós, mais ninguém”, afirma Marcia. O investimento governamental em pesquisa, a valorização das plantas nacionais, o uso de sementes crioulas (selecionadas aos ambientes nacionais) e a conservação dos ecossistemas naturais são questões estratégicas para a soberania econômica e ambiental do país.

Os cientistas, brasileiros e estrangeiros, costumam recorrer ao conhecimento tradicional: ao quilombola, ao índio, ao ribeirinho, que detém conhecimento milenar passado entre gerações sobre a biodiversidade, para buscar novas substâncias para fazer remédios, biocidas, aromas e muitas coisas. “Este conhecimento economiza anos em pesquisa científica, economiza milhões de dólares”, destaca Marcia.

Então de acordo com os princípios da Convenção da Diversidade Biológica os lucros obtidos com a venda dos produtos que tiveram como base a biodiversidade e o conhecimento tradicional a ele associado merece ser dividido entre aqueles que forneceram a informação valiosa sobre suas características, os pesquisadores/empresa que desenvolveu o novo produto e o país que detém a espécie que originou o produto. Para garantir que essa repartição seja feita, o Brasil tem uma legislação específica que obriga a todos que queriam fazer uso da biodiversidade com fins comerciais. No Brasil, o uso comercial de espécies nativas passa por uma regulação do governo. Para usá-las, a empresa ou instituição de pesquisa deve fazer um pedido de licenciamento.

A Convenção sobre Diversidade Biológica previu a criação de um Fundo Global para ajudar os países em desenvolvimento a conhecer e preservar a própria biodiversidade. De lá para cá, muitos animais e plantas em risco de extinção foram identificados e houve ações para preservá-los, como a criação de parques nacionais, com o objetivo de preservar os biomas brasileiros e demarcar reservas indígenas. Mas ainda há muito a fazer para que a biodiversidade não suma do mapa.

Matéria de Rovena Rosa, da Agência Fiocruz de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 23/07/2013

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Povos tradicionais têm papel crucial na conservação da biodiversidade

Avaliação é da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, que participará de desenvolvimento de programa com o objetivo de estimular a aproximação entre a ciência e os conhecimentos tradicionais e locais (foto:Edu Cesar)

Na região do alto e do médio Rio Negro, no Amazonas, existem mais de 100 variedades de mandioca, cultivadas há gerações por mulheres das comunidades indígenas, que costumam fazer e compartilhar experiências de plantio, chegando a experimentar dezenas de variedades em seus pequenos roçados ao mesmo tempo.

Exemplo de conservação da agrobiodiversidade por populações tradicionais, o sistema agrícola do Rio Negro foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2010 como patrimônio imaterial do Brasil.

A partir da constatação de que essas práticas culturais geram uma diversidade de grande importância para a segurança alimentar, elaborou-se um projeto-piloto de colaboração entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e as organizações indígenas do médio e alto Rio Negro.

O projeto integrará uma iniciativa criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de chegar a um programa que estimule a colaboração entre cientistas e detentores de conhecimentos tradicionais e locais.

A iniciativa foi anunciada por Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha, professora emérita do Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e professora aposentada da Universidade de São Paulo (USP), na abertura da Reunião Regional da América Latina e Caribe da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês), ocorrida no dia 11 de julho na sede da FAPESP, em São Paulo.

“O projeto-piloto será um bom exemplo de como é possível a colaboração entre a ciência e os conhecimentos tradicionais e locais, capazes de dar grandes contribuições para a conservação da diversidade genética de plantas – um problema extremamente importante”, disse Carneiro da Cunha, coordenadora do projeto.

“A conservação in situ de variedades de plantas, por excelência, pode e deve ser feita pelas populações tradicionais. O Brasil, ao promulgar o tratado da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] sobre recursos fitogenéticos, se obrigou a estimular essa opção”, afirmou.

Carneiro da Cunha ressalvou que, diferentemente do que costuma se entender, os conhecimentos tradicionais não são um “tesouro”. Não são apenas dados que devem ser armazenados e disponibilizados para uso quando se desejar, como foi feito com a medicina ayurvédica, na Índia. De acordo com a antropóloga, a sabedoria tradicional é um processo vivo e em andamento, composto por formas de conhecer a natureza, além de métodos, modelos e “protocolos de pesquisa” que continuamente geram novos conhecimentos.

IPCC da biodiversidade

Criado oficialmente em abril de 2012, após quase dez anos de negociações internacionais, o IPBES tem por objetivo organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no planeta para subsidiar decisões políticas em âmbito mundial, a exemplo do trabalho realizado nos últimos 25 anos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em relação ao clima do planeta.

Para isso, o organismo intergovernamental independente realizará uma série de reuniões com pesquisadores da América Latina e Caribe, África, Ásia e Europa nos próximos dois meses, produzindo diagnósticos regionais que comporão um relatório sobre a biodiversidade do planeta.

Os documentos conterão as particularidades dos países de cada região e deverão levar em conta, além do conhecimento científico, a contribuição do conhecimento acumulado durante séculos pelas populações tradicionais e povos indígenas dessas regiões para auxiliar nas ações de conservação de biodiversidade.

“Uma das ações mais importantes do IPBES deverá ser o envolvimento de populações locais e indígenas desde o início do programa, chamando-as para participar do planejamento dos estudos, da identificação de temas de interesse comuns a serem estudados e do compartilhamento dos resultados”, disse Carneiro da Cunha.

“O IPCC, que iniciou suas atividades em 1988, só começou a pedir a contribuição do conhecimento dos povos tradicionais e indígenas para o desenvolvimento de ações para diminuir os impactos das mudanças climáticas globais depois da publicação de seu quarto relatório, em 2007”, contou.

Importância do conhecimento tradicional

De acordo com Carneiro da Cunha, os povos tradicionais e indígenas são muito bem informados sobre o clima e a diversidade biológica locais – e, por isso, podem ajudar os cientistas a compreender melhor as mudanças climáticas e o problema da perda da biodiversidade.

Esses povos costumam habitar áreas mais vulneráveis a mudanças climáticas e ambientais e são muito dependentes dos recursos naturais encontrados nessas regiões. Acompanham com minúcia cada detalhe que constitui e afeta diretamente sua vida e são capazes de perceber com maior acurácia mudanças no clima, na produtividade agrícola ou na diminuição de número de espécies de plantas e animais, por exemplo, apontou a antropóloga.

“Esse conhecimento minucioso é de fundamental importância. Até porque uma das limitações que esses painéis como o IPCC e, agora, o IPBES enfrentam é identificar problemas e soluções para lidar com as mudanças climáticas globais em nível local. Isso é algo que só quem mora há muitas gerações nessas regiões é capaz de perceber”, disse.

Segundo dados apresentados por Carneiro da Cunha e por Zakri Abdul Hamid, presidente do IBPES na abertura da reunião na FAPESP, há aproximadamente 30 mil espécies de plantas cultivadas no mundo, mas apenas 30 culturas são responsáveis por fornecer 95% dos alimentos consumidos pelos seres humanos; arroz, trigo, milho, milheto e sorgo respondem por 60%.

Isso porque, com a chamada “Revolução Verde”, ocorrida logo depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma seleção das variedades mais produtivas e geneticamente uniformes, em detrimento de plantas mais adaptadas às especificidades de diferentes regiões do mundo. Diferenças de solo e clima foram corrigidas por insumos e defensivos agrícolas. Com isso, se espalhou uma grande homogeneidade de cultivares no mundo – levando à perda de muitas variedades locais.

“Houve um processo de erosão da diversidade genética das plantas cultivadas no mundo. Isso representa um enorme risco para a segurança alimentar porque as plantas são vulneráveis a ataques de pragas agrícolas, por exemplo, e cada uma das variedades locais de cultivares perdidas tinha desenvolvido defesas especiais para o tipo de ambiente em que eram cultivadas”, contou Carneiro da Cunha.

Um dos exemplos mais célebres dos impactos causados pela perda de diversidade agrícola, segundo a pesquisadora, foi a fome na Irlanda, que matou 1 milhão de pessoas no século XIX e causou o êxodo de milhares de irlandeses para os Estados Unidos.

Apenas duas das mais de mil variedades de batatas existentes na América do Sul haviam sido levadas para a Irlanda, no século XVI. Uma praga agrícola acabou com as plantações, levando à fome, uma vez que a batata já era o alimento básico na Irlanda e em outros países da Europa.

A partir daí, para evitar a ocorrência de problemas do mesmo tipo, vários países criaram bancos de germoplasma (unidades de conservação de material genético de plantas de uso imediato ou com potencial uso futuro). A medida por si só, no entanto, não basta, uma vez que as plantas coevoluem com os ambientes, que também mudam ao longo dos anos. Assim, é necessário complementar os bancos de germoplasma com ações de conservação in situ, ressaltou Carneiro da Cunha.

“É importante que se entenda que o conhecimento tradicional não é algo que simplesmente se transmitiu de geração para geração. Ele é vivo e os povos tradicionais e indígenas continuam a produzir novos conhecimentos”, ressaltou.

Entraves para aproximação

De acordo com a pesquisadora, apesar da importância da aproximação da ciência dos conhecimentos tradicionais e locais, o assunto só começou a ganhar relevância a partir da Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB), estabelecida em 1992, durante a ECO-92.

A regulamentação do acesso ao conhecimento tradicional, previsto no artigo 8j da CDB, no entanto, ainda é um problema praticamente universal, afirmou a pesquisadora. “Peru e Filipinas já têm suas legislações. Mas ainda são poucos os países que editaram suas leis”, disse.

O Brasil ainda regula o acesso a recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados por meio de uma medida provisória e não se chegou ainda a um consenso para uma legislação nacional. “Não se pode ficar somente nessa atitude defensiva e acusar todo mundo de biopirataria, nessa ‘bioparanoia’ no país, que é um grande impedimento que teremos de superar”, avaliou.

É preciso estabelecer relações de confiança, afirmou a antropóloga, algo que só se consegue ao longo dos anos. Uma das formas ideais de se fazer isso, segundo ela, é quando a própria comunidade tradicional tem um problema para o qual está buscando solução e que também interessa aos cientistas.

Um exemplo disso ocorreu recentemente no âmbito do Conselho Ártico – organização intergovernamental que toma decisões estratégicas sobre o Polo Norte, reunindo oito países e 16 populações tradicionais, em sua maioria, pastores de renas.

Em parceria com as comunidades tradicionais transumantes (que deslocam periodicamente seus rebanhos de renas para regiões no Ártico, onde encontram melhores condições durante partes do ano), um grupo de pesquisadores dos países nórdicos, além da Rússia, Canadá e Estados Unidos, estudou os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas, na economia e na sociedade da região.

Feito em colaboração com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês) e com diversas universidades e instituições de pesquisas, o estudo resultou em um relatório decisivo, intitulado Informe de Resiliência do Ártico (ARR, na sigla em inglês), divulgado em 2004.

“Essa talvez tenha sido a experiência mais bem-sucedida até agora de colaboração da ciência e dos conhecimentos tradicionais e locais”, avaliou Carneiro da Cunha. “É importante que os cientistas conheçam o que se faz nas comunidades tradicionais e, por sua vez, os povos tradicionais também conheçam o que se faz nos laboratórios científicos”, disse.

Matéria de Elton Alisson, da Agência FAPESP, publicada pelo EcoDebate, 23/07/2013

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