sexta-feira, 21 de março de 2014

The herb body map

The Herb Body Map
by Mediarun.
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Fruta de origem boliviana pode ser esperança contra o câncer

JC e-mail 4914, de 18 de março de 2014

Compostos isolados da planta demonstraram bons resultados em casos de câncer de próstata, mama e rim

O bacopari boliviano (Garcinia achachairu), uma fruta comestível de origem boliviana, muito apreciada e produzida em solo catarinense, pode ser uma nova esperança no combate ao câncer. Pesquisadores do curso de Farmácia e do programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), divulgaram artigo em que apontam que compostos isolados da planta demonstraram bons resultados in vitro contra várias linhagens celulares cancerígenas analisadas, especialmente em casos de próstata, mama e rim.

O estudo está sendo capitaneado por pesquisadores da Univali que integram a Rede Iberoamericana de Investigações em Câncer (Ribecancer). A Rede, que tem apoio do Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), estabelece colaborações multidisciplinares de estudos sobre o câncer e seu controle, com foco na descoberta de novos agentes terapêuticos a partir da biodiversidade terrestre e marinha iberoamericana.

"Testamos vários extratos de diferentes partes da planta e encontramos os melhores resultados com os galhos, sendo isoladas e identificadas duas substâncias raras da classe das xantonas que parecem ser as responsáveis pelo efeito biológico evidenciado", explica Rivaldo Niero, um dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa. Ele alerta, no entanto, que, embora os resultados sejam muito promissores, ainda exige-se cautela em relação ao uso desta planta em humanos, em função da necessidade de estudos sobre os possíveis efeitos tóxicos. Segundo Valdir Cechinel Filho, coordenador da rede Ribecancer, e pesquisador da Univali, o estudo deverá continuar, em parceria com o Centro de Investigação em Câncer da Universidade de Salamanca, na Espanha, em modelos in vivo, para elucidar os mecanismos de ação dos princípios ativos evidenciados.

Mais informações: (47) 3341-7557, com Valdir Cechinel Filho, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura (Proppec), da Univali e coordenador da Rede Ribecancer.

(Assessoria de Comunicação e Marketing da Univali/SC)

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Elisaldo Carlini recebe o título de Cidadão Paulistano

JC e-mail 4910, de 12 de março de 2014

O cientista brasileiro que tem trazido contribuições importantes à farmacologia e epidemiologia do uso de drogas e influenciado profundamente a política sobre drogas no Brasil é homenageado na Câmara Municipal de São Paulo

Um homem que dedicou a vida à ciência e que empolgou os alunos e todos em sua volta com seu carisma e garra. Esta é a opinião geral dos convidados em relação ao homenageado Elisaldo Luiz de Araújo Carlini, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que recebeu na noite desta segunda-feira (10/03) o título de Cidadão Paulistano, em solenidade realizada na Câmara Municipal.

Geralmente, o certificado de cidadão paulistano é concedido pela Casa a personalidades não paulistanas, mas que têm um papel relevante no desenvolvimento do Estado.

O evento contou com diversos amigos, familiares e representantes da área científica, entre eles, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader; a reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili; a chefe do departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, Rebeca de Souza e Silva; a professora também da Unifesp, Rosemarie Andreazza; além de políticos como o deputado Walter Feldman (PSB) e o senador Eduardo Suplicy (PT - SP), entre outros.

"Estou feliz porque este título é um reconhecimento. A ciência no Brasil é uma coisa, que embora a SBPC lute ao máximo, ainda é considerada um tipo de atividade não prioritária para o desenvolvimento do País. O Estado faz a mesma coisa. Este título mostra que uma parte do pessoal que dirige este País reconheceu, não somente o Carlini, mas que o trabalho feito por um grupo que ele dirige tem mérito", comemorou. Carlini ainda ressaltou que nunca foi cientista sem ser cidadão em primeiro lugar. "Eu sempre fui um militante da cidadania, e não era de partido nenhum, mas explicava para meus alunos como deve ser um cidadão brasileiro, isso eu fazia com muita garra, e faço até hoje", completa.

Para o responsável pela homenagem, o vereador Gilberto Natalini, que foi aluno de Carlini, o professor é uma pessoa muito emblemática no mundo universitário por seu comportamento e ideias. " Lembro-me da época que eu era monitor na cadeira de Farmacologia, onde o catedrático era o médico José Ribeiro do Vale, e o Carlini estava desenvolvendo o departamento/disciplina de Psicofarmacologia. O Brasil vivia uma ditadura e o Carlini não era apenas um professor, mas um marco, um rumo que nós alunos seguíamos por ser um homem progressista, um homem aberto a discussões e que se contrapunha ao regime militar", afirma. E completa, "o Carlini foi uma escolha acertada pela sua história de vida, pela sua contribuição à ciência, e seu exemplo de resistência à ditadura."

Os convidados ressaltaram que a homenagem foi mais que justa, não só pela história de Carlini, mas também pela pessoa determinante que é. A presidente da SBPC, emocionada, lembrou que ele ajudou na Reunião Anual da Sociedade em 1977, quando o governo militar proibiu a realização do evento que seria em Fortaleza. "Depois de muita luta, a reunião aconteceu na PUC-SP", disse. "Foi a nossa primeira reunião no exterior, porque sendo a PUC território do Vaticano, os militares não puderam coibir a realização do evento. E o Carlini estava lá", explicou.

"Não podemos esquecer que este ano vamos fazer 50 anos da ditadura. E você foi uma figura que para nós jovens, era aquela certeza que valia a pena lutar. Você oferecia a bandeira e lutava. O seu trabalho dentro da SBPC foi fundamental para redemocratização do País. Você foi um dos batalhadores para a realização deste evento", disse dirigindo-se ao homenageado.

Helena também parabenizou o professor pelo título e a Câmara pela iniciativa. "O professor Carlini é um ícone na ciência brasileira e mundial. Um lutador por valores rígidos. Ele luta por aquilo que acredita. Uma pessoa que tem uma história de vida, passando pela ciência até a redemocratização deste país. Ele lutou muito durante a ditadura militar pela volta do estado de direito. Ele marcou a nós, que éramos jovens na época, por estes valores, e continua marcando outros jovens até hoje", disse a presidente da SBPC.

A noite contou com depoimentos de amigos e de antigos alunos, hoje colegas de trabalho. A reitora da Unifesp ressaltou que Carlini não é somente um grande cientista e professor, mas uma pessoa que tem a clareza do papel social que ele desempenha como acadêmico, intelectual na sociedade brasileira. "Ele se coloca como um intelectual engajado. Na verdade, todos nós deveríamos nos espelhar nele".

Ao listar os feitos de Carlini, Soraya disse que ele se tornou um ícone da Unifesp. "Ele foi discípulo do Ribeiro do Vale, que é um dos fundadores da Escola de Medicina de São Paulo, que ano passado fez 80 anos, depois ele ajudou a fundar a Unifesp, há 20 anos. Carlini ajudou a construir o departamento de Psicobiologia, os programas de pós-graduação de Farmacologia e Psicobiologia que são de excelência na área, ajudou a produzir uma discussão aprofundada sobre a política a respeito das drogas. Até hoje ele é um referência nacional e internacional nesta área. E como se não bastasse, ele também teve um papel fundamental na própria discussão da universidade, do papel da universidade na sociedade, dos mecanismos de democratização dentro da nossa universidade, da importância de termos espaços de diálogo, de discussão e reflexão. Ele é um batalhador incansável, é um representante do espírito guerreiro que a Unifesp tem, que vem desde a sua fundação e ele é um desses herdeiros que deixa este patrimônio cultural, cientifico, acadêmico e social", disse a reitora da Unifesp.

História - Nascido em Ribeirão Preto, Carlini é graduado em medicina pela Universidade de São Paulo e tem mestrado em Psicofarmacologia, pela Yale University. Atualmente é coordenador da Câmara de Assessoramento Técnico Científico da Secretaria Nacional Antidrogas.

Nas décadas de 1970 e 1980 o médico liderou no Brasil um grupo de pesquisa publicando mais de 40 trabalhos em revistas científicas internacionais. Esses resultados, juntamente com as investigações de outros grupos internacionais, possibilitaram o desenvolvimento, no exterior, de medicamentos à base de Cannabis sativa utilizada, atualmente, em vários países do mundo para tratamento da náusea e do vômito causados pela quimioterapia aos pacientes em tratamento com câncer e doentes com HIV.

(Vivian Costa/SBPC)

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Precise reason for health benefits of dark chocolate: Thank hungry gut microbes

Date: March 18, 2014

Source: American Chemical Society

Summary:
The health benefits of eating dark chocolate have been extolled for centuries, but the exact reason has remained a mystery -- until now. Researchers reported that certain bacteria in the stomach gobble the chocolate and ferment it into anti-inflammatory compounds that are good for the heart.
The health benefits of eating dark chocolate have been extolled for centuries, but the exact reason has remained a mystery -- until now. Researchers have just reported that certain bacteria in the stomach gobble the chocolate and ferment it into anti-inflammatory compounds that are good for the heart.
Credit: © Alliance / Fotolia

The health benefits of eating dark chocolate have been extolled for centuries, but the exact reason has remained a mystery -- until now. Researchers have just reported that certain bacteria in the stomach gobble the chocolate and ferment it into anti-inflammatory compounds that are good for the heart.

Their findings were unveiled at the 247th National Meeting & Exposition of the American Chemical Society (ACS). The meeting is being held at the Dallas Convention Center and area hotels through Thursday.

"We found that there are two kinds of microbes in the gut: the 'good' ones and the 'bad' ones," explained Maria Moore, an undergraduate student and one of the study's researchers.

"The good microbes, such as Bifidobacterium and lactic acid bacteria, feast on chocolate," she said. "When you eat dark chocolate, they grow and ferment it, producing compounds that are anti-inflammatory." The other bacteria in the gut are associated with inflammation and can cause gas, bloating, diarrhea and constipation. These include some Clostridia and some E. coli.

"When these compounds are absorbed by the body, they lessen the inflammation of cardiovascular tissue, reducing the long-term risk of stroke," said John Finley, Ph.D., who led the work. He said that this study is the first to look at the effects of dark chocolate on the various types of bacteria in the stomach. The researchers are with Louisiana State University.

The team tested three cocoa powders using a model digestive tract, composed of a series of modified test tubes, to simulate normal digestion. They then subjected the non-digestible materials to anaerobic fermentation using human fecal bacteria, according to Finley.

He explained that cocoa powder, an ingredient in chocolate, contains several polyphenolic, or antioxidant, compounds such as catechin and epicatechin, and a small amount of dietary fiber. Both components are poorly digested and absorbed, but when they reach the colon, the desirable microbes take over. "In our study we found that the fiber is fermented and the large polyphenolic polymers are metabolized to smaller molecules, which are more easily absorbed. These smaller polymers exhibit anti-inflammatory activity," he said.

Finley also noted that combining the fiber in cocoa with prebiotics is likely to improve a person's overall health and help convert polyphenolics in the stomach into anti-inflammatory compounds. "When you ingest prebiotics, the beneficial gut microbial population increases and outcompetes any undesirable microbes in the gut, like those that cause stomach problems," he added. Prebiotics are carbohydrates found in foods like raw garlic and cooked whole wheat flour that humans can't digest but that good bacteria like to eat. This food for your gut's helpful inhabitants also comes in dietary supplements.

Finley said that people could experience even more health benefits when dark chocolate is combined with solid fruits like pomegranates and acai. Looking to the future, he said that the next step would be for industry to do just that.

This study was supported by the Louisiana State College of Agriculture and a Louisiana AgCenter Undergraduate Research Grant.

Story Source:

The above story is based on materials provided by American Chemical Society.Note: Materials may be edited for content and length.

Cite This Page:

American Chemical Society. "Precise reason for health benefits of dark chocolate: Thank hungry gut microbes." ScienceDaily. ScienceDaily, 18 March 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/03/140318154725.htm>.

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Fried foods may interact with genes to influence body weight, say experts

Date: March 18, 2014

Source: BMJ-British Medical Journal

Summary:
Individuals who are genetically predisposed to obesity may be more susceptible to the adverse effects of eating fried foods, concludes a study. The results of a new study show that eating fried food more than four times a week had twice as big an effect on body mass index (BMI) for those with the highest genetic risk scores compared with lower scores. In other words, genetic makeup can inflate the effects of bad diet.

The results of a new study show that eating fried food more than four times a week had twice as big an effect on body mass index (BMI) for those with the highest genetic risk scores compared with lower scores. In other words, genetic makeup can inflate the effects of bad diet, says an accompanying editorial.

It is well known that both fried food consumption and genetic variants are associated with adiposity (fatness). However, the interaction between these two risk factors in relation to BMI and obesity has not been examined.

So a team of US researchers, led by Lu Qi, Assistant Professor at Harvard School of Public Health and Brigham and Women's Hospital and Harvard Medical School, analyzed interactions between fried food consumption and genetic risk associated with obesity in over 37,000 men and women taking part in three large US health trials.

They used food frequency questionnaires to assess fried food consumption (both at home and away from home) and a genetic risk score based on 32 known genetic variants associated with BMI and obesity.

Three categories of fried food consumption were identified: less than once a week, one to three times a week, and four or more times a week. Genetic risk scores ranged from 0 to 64 and those with a higher score had a higher BMI.

Height and body weight were assessed at the start of the trials, and weight was requested at each follow-up questionnaire. Lifestyle information, such as physical activity and smoking, was also collected.

The researchers found consistent interactions between fried food consumption and genetic risk scores on BMI.

Among participants in the highest third of the genetic risk score, the differences in BMI between individuals who consumed fried foods four or more times a week and those who consumed less than once a week were 1.0 kg/m2 in women and 0.7 kg/m2 in men.

For participants in the lowest third of the genetic risk score, the differences were 0.5 kg/m2 in women and 0.4 kg/m2 in men.

The authors stress that their results may have been affected by other unmeasured or unknown factors, despite carefully adjusting for several diet and lifestyle factors.

However, they say they indicate that the association between fried food consumption and adiposity may vary according to differences in genetic predisposition; and vice versa, the genetic influences on adiposity may be modified by fried food consumption.

Professor Lu Qi said: "Our findings emphasize the importance of reducing fried food consumption in the prevention of obesity, particularly in individuals genetically predisposed to adiposity."

"This work provides formal proof of interaction between a combined genetic risk score and environment in obesity," write Professor Alexandra Blakemore and Dr Jessica Buxton at Imperial College London in an editorial. However, the results "are unlikely to influence public health advice, since most of us should be eating fried food more sparingly anyway."

In contrast, they stress that genetic information can be very valuable for treating 'monogenic' forms of obesity, caused by changes in a single gene. They say that it would therefore be "a great shame" to assume that genetics can be ignored in the management of obesity, and call for further studies "providing clinically useful predictions for individuals and enabling stratification of patients for appropriate care and treatment."

Story Source:

The above story is based on materials provided by BMJ-British Medical Journal.Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Qibin Qi, Audrey Y. Chu, Jae H. Kang, Jinyan Huang, Lynda M. Rose, Majken K. Jensen, Liming Liang, Gary C. Curhan, Louis R. Pasquale, Janey L. Wiggs, Immaculata De Vivo, Andrew T. Chan, Hyon K. Choi, Rulla M. Tamimi, Paul M. Ridker, David J. Hunter, Walter C. Willett, Eric B. Rimm, Daniel I. Chasman, Frank B. Hu, Lu Qi. Fried food consumption, genetic risk, and body mass index: gene-diet interaction analysis in three U.S. cohort studies. British Medical Journal, March 2014

Cite This Page:

BMJ-British Medical Journal. "Fried foods may interact with genes to influence body weight, say experts." ScienceDaily. ScienceDaily, 18 March 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/03/140318190027.htm>.
Fried chicken. The researchers in this study found consistent interactions between fried food consumption and genetic risk scores on BMI.
Credit: © Thierry Hoarau / Fotolia

Link:

Antibiotic-resistant bacteria among children in U.S. on the rise

Date: March 20, 2014

Source: Rush University Medical Center

Summary:
Infections caused by a specific type of antibiotic-resistant bacteria are on the rise in U.S. children, according to new study. While still rare, the bacteria are increasingly found in children of all ages, especially those 1-5 years old, raising concerns about dwindling treatment options. "The overwhelming majority of current research for new pharmaceuticals against antibiotic-resistant organisms are in adults. More research is needed to define risk factors for these infections in children, their prevalence in different settings, and their molecular epidemiology," the researchers note.

Infections caused by a specific type of antibiotic-resistant bacteria are on the rise in U.S. children, according to new study published in the Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society. While still rare, the bacteria are increasingly found in children of all ages, especially those 1-5 years old, raising concerns about dwindling treatment options.

"Some infections in children that have typically been treated with oral antibiotics in the past may now require hospitalization, treatment with intravenous drugs, or both, as there may not be an oral treatment option available," said Dr. Latania K. Logan, lead author of the study and an assistant professor of pediatrics and pediatric infectious disease specialist at Rush University Medical Center.

The team of researchers led by Logan analyzed resistance patterns in approximately 370,000 bacterial cultures from pediatric patients collected nationwide between 1999 and 2011.

They found that the prevalence is increasing in a resistant type of bacteria, which produces a key enzyme, extended-spectrum beta-lactamase (ESBL), that thwarts many strong antibiotics, making them ineffective.

Another indicator of ESBL prevalence, susceptibility to third-generation cephalosporins -- an important class of antibiotics used to treat many infections -- was also measured.

The prevalence of ESBL-producing bacteria increased from 0.28 percent to 0.92 percent from 1999 to 2011; resistance to third-generation cephalosporins increased from 1.4 percent to 3.0 percent. ESBLs were found in children across the country of all ages, but slightly more than half of the bacteria with this resistance were from those 1-5 years old. Nearly three-quarters (74.4 percent) of these bacteria were resistant to multiple classes of antibiotics.

While the overall rate of these infections in children is still low, ESBL-producing bacteria can spread rapidly and have been linked to longer hospital stays, higher health care costs, and increased mortality, the study authors noted. In a 2013 report, the Centers for Disease Control and Prevention called ESBLs a "serious concern" and a significant threat to public health.

"These antibiotic-resistant bacteria have traditionally been found in health care settings but are increasingly being found in the community, in people who have not had a significant history of health care exposure," Logan said. "In our study, though previous medical histories of the subjects were unknown, 51.3 percent of the children with these infections presented in the outpatient or ambulatory setting."

"Physicians should obtain cultures for suspected bacterial infections to help determine which antibiotics are best," said Logan.

Additional drug development, keeping younger patients in mind, is also needed. "The overwhelming majority of current research for new pharmaceuticals against antibiotic-resistant organisms are in adults," said Logan.

"More research is needed to define risk factors for these infections in children, their prevalence in different settings, and their molecular epidemiology," Logan said. A companion study by several of the same researchers is now available online in the Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society, which suggests that children with neurologic conditions are at higher risk for infections caused by ESBL-producing bacteria.

Story Source:

The above story is based on materials provided by Rush University Medical Center.Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
L. K. Logan, N. P. Braykov, R. A. Weinstein, R. Laxminarayan. Extended-Spectrum -Lactamase-Producing and Third-Generation Cephalosporin-Resistant Enterobacteriaceae in Children: Trends in the United States, 1999-2011. Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society, 2014; DOI:10.1093/jpids/piu010

Cite This Page:

Rush University Medical Center. "Antibiotic-resistant bacteria among children in U.S. on the rise." ScienceDaily. ScienceDaily, 20 March 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/03/140320100522.htm>.

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Spices and herbs intervention helps adults reduce salt intake

Date: March 19, 2014

Source: American Heart Association

Summary:
A behavioral intervention that taught adults to use herbs and spices instead of salt led to a decrease in sodium consumption compared to people who tried to reduce sodium on their own. Adults taking part in a 20-week behavioral intervention consumed 966 mg/day less salt than their self-directed counterparts.

Teaching people how to flavor food with spices and herbs is considerably more effective at lowering salt intake than having them do it on their own, according to research presented on Wednesday at the American Heart Association's Epidemiology & Prevention/Nutrition, Physical Activity & Metabolism Scientific Sessions 2014.

In the first phase of the study, 55 volunteers ate a low-sodium diet for four weeks. Researchers provided all foods and calorie-containing drinks. Salt is the main source of sodium in food.

In the second phase, half of the study volunteers participated in a 20-week behavioral intervention aimed at reducing their sodium intake to 1,500 mg/day by using spices and herbs. The other half reduced sodium on their own.

More than 60 percent of the participants in the study had high blood pressure, 18 percent had diabetes and they were overweight.

The researchers found:

In the first phase, sodium intake decreased from an average 3,450 mg/day to an average 1,656 mg/day.

In the second phase, sodium intake increased in both groups. But those who received the behavioral intervention consumed an average 966 mg/day of sodium less than the group that didn't receive the intervention.

"People in the intervention group learned problem-solving strategies, use of herbs and spices in recipes, how culture influences spice choices, how to monitor diet, overcoming the barriers to making dietary changes, how to choose and order foods when eating out and how to make low-sodium intake permanent," said Cheryl A. M. Anderson, Ph.D., M.P.H., lead author of the study and associate professor in the Department of Family and Preventive Medicine at the University of California San Diego.

Those assigned to the behavioral intervention group had cooking demonstrations and had a chance to share how they were changing traditional recipes to remove salt and include spices. The researchers didn't emphasize specific spices, and encouraged participants to try different things to find out what they liked most.

"Salt is abundant in the food supply and the average sodium level for Americans is very high -- much higher than what is recommended for healthy living," Anderson said. "We studied the use of a behavioral intervention where people learn how to use spices and herbs and less salt in their daily lives."

"Given the challenges of lowering salt in the American diet, we need a public health approach aimed at making it possible for consumers to

The McCormick Science Institute funded the study.

Story Source:

The above story is based on materials provided by American Heart Association.Note: Materials may be edited for content and length.

Cite This Page:

American Heart Association. "Spices and herbs intervention helps adults reduce salt intake." ScienceDaily. ScienceDaily, 19 March 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/03/140319165206.htm>.

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Cobertura primaria de bosques

Cobertura primaria de bosques [Forest cover]
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Professores indígenas produzem cartilha em parceria com a Pró-Índio

Crédito: Carlos Penteado

O pedido para a publicação de cartilha sobre plantas medicinais veio dos professores, após a realização de atividades com os estudantes e os mais velhos da aleia durante dois anos


Professores, alunos, jovens e mais velhos. Todos envolvidos em uma atividade que visa valorizar a cultura Tupi-Guarani e ao mesmo tempo ensinar aos mais jovens toda a riqueza desta cultura. Foi assim que o professor Devan Kawin definiu a elaboração da cartilha sobre plantas medicinais: Ywyrá Rogwé – Ywyrá Rapó (Folha e raízes que curam: resgatando a medicina tradicional Tupi-Guarani).

A produção da Cartilha foi uma solicitação dos professores da Aldeia Piaçaguera, uma das cinco aldeias da Terra Indígena Piaçaguera, à Comissão Pró-Índio de São Paulo. Os indígenas tinham o anseio de publicar o resultado das atividades realizadas ao longo de dois anos com alunos de diferentes idades. “Este trabalho é muito importante para que as crianças conheçam a sua cultura e para termos um registro, não queríamos que ficasse só dentro da sala de aula por isso foi fundamental contar com o apoio da Comissão Pró-Índio”, disse o professor Luan Apyka.

As atividades fazem parte de um processo de “resgate cultural” e “fortalecimento da cultura”, de acordo com os professores. Para pensar a sua cultura e melhorar a circulação dos conhecimentos entre as pessoas da aldeia, inclusive os mais velhos. “Esta publicação é importante para mostrar que ainda temos essa cultura, que não perdemos”, avalia Devan.

Para a produção do conteúdo, os professores trabalharam o tema durante as aulas. As crianças foram diversas vezes até áreas próximas a escola, acompanhados do pajé Guaíra e de outros mais velhos, que são os maiores conhecedores do assunto da aldeia, para conhecerem as plantas de fácil acesso e como utilizá-las. A importância de não fazer as receitas sem a presença de um adulto, foi frisada constantemente durante as atividades.

A Comissão Pró-Índio de São Paulo realizou uma expedição fotográfica com os mais velhos e as crianças para registrar as plantas, material que será utilizado na cartilha. Além disso, realizou também uma oficina com profissionais de designer para que os índios escolhessem como será a publicação e pensassem os usos didáticos que o material poderá ter.

“A publicação desse trabalho vai ajudar na divulgação desse conhecimento internamente, atingindo também as pessoas de fora da escola. Além de ser um material escolar mais adequado ao modo de vida Tupi, mais do que aqueles utilizados por nós”, explica Otávio Penteado, assessor de projetos da Pró-Índio.

Para a realização deste trabalho, a Pró-Índio conta com apoio financeiro da DKA-Áustria, Christian Aid e Size of Wales.

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Confira seis maneiras de usar a casca de laranja

Publicado em 20 de março de 2014

Evitar o desperdício e criar o hábito de utilizar o máximo que os alimentos podem nos oferecer demanda atenção constante mas pode ser mais vantajoso do que você imagina.

Consiga vidros mais brilhantes, louças sem manchas e mais alguns benefícios para a sua casa com estas 6 maneiras de usar as cascas de laranja.

1. Vidro mais brilhante

Com o tempo, o material torna-se opaco porque acumula minerais na superfície. Para recuperar o viço de copos, tigelas e outros objetos, mergulhe-os por cinco minutos numa pia cheia de água quente com um punhado de casca de laranja. Depois lave as peças como de costume. O ácido cítrico retira os minerais, devolvendo a elas um brilho incrível.

2. Churrasco vapt-vupt

Deixe secar com antecedência uma boa quantidade de casca de laranja e coloque na churrasqueira quando for acender o fogo, no lugar do jornal. Os óleos presentes nela contêm limoneno, uma substância inflamável que fará a chama aparecer rapidinho.

3. Cão longe dos vasos

Para evitar que o seu amigo peludo fuce nas plantas, espalhe algumas casquinhas frescas de laranja na terra. Como o odor cítrico é muito forte para o olfato dos cachorros, que é bem sensível, o seu pet vai passar longe dos vasos. Uma vez por dia, esprema um pouco as cascas, para que soltem o tal cheirinho. Troque-as quando secarem.

4. Adeus, manchas de chá

Sabe aquele anel de tom castanho que a bebida vai deixando no fundo da xícara? Polvilhe um pouco de sal na parte interna de uma casca de laranja e esfregue-a sobre as marcas. A ação abrasiva do tempero, junto com o ácido cítrico da casca, eliminará o ácido tânico responsável pelas manchas. Resultado? Louça nova outra vez!

5. Limpeza mais que perfeita

Janelas, azulejos e pisos ficarão tinindo com este truque: acomode uma porção de cascas de laranja numa jarra, acrescente vinagre branco até cobri-las e reserve por quatro semanas, agitando de vez em quando. Depois dilua a mistura em duas partes iguais de água e o produto estará prontíssimo – o ácido cítrico da casca e o ácido acético do vinagre vão retirar facilmente a poeira e a sujeira. Além disso, a fórmula ainda funciona para eliminar o mofo acumulado no banheiro.

6. Micro-ondas sem manchas

Coloque a casca de quatro laranjas numa tigela com água e aqueça no aparelho por cinco minutos, na potência alta. O vapor da água soltará a sujeira seca e o ácido cítrico das cascas vai dissolvê-la, facilitando a limpeza do forno.


Fonte: M de MulherEsse post foi publicado em Casa do Brincar 
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Dona Antônia: se destruírem a Amazônia o mundo adoece

por EnCena - Saúde ... Tocantins / Palmas 15/03/20

Por Sonielson Sousa
Da Redação
Dona Antônia das Neves, pensionista, encontrou alegria em projeto que envolve cultura e saúde.
Foto: Sonielson Luciano de Sousa

A marabaense Antônia Alves das Neves, 67 anos, era só alegria nos quatro dias da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, ocorrida em Brasília/DF, de 12 a 15 de março. Esta é a primeira vez que ela viaja pelo projeto "Transformance", idealizado há vários anos pelo galês Dan Baron, que trocou a Europa pelo interior da Amazônia, onde desenvolve mais de uma dúzia de ações focadas em meio ambiente e saúde preventiva.

Uma das típicas representantes das populações tradicionais da região Norte do país, de pele escura, muita disposição e um grande sorriso no rosto, dona Antônia ainda se utiliza de plantas medicinais para prevenir e tratar patologias, como a gripe, diarreias e alergias. “Meu filho, eu uso isso [as plantas] desde menina, aprendi desde cedo, e você ainda vai encontrar muita gente lá em Marabá que usa [ervas medicinais]. Muitas vezes as pessoas estão gastando muito dinheiro comprando remédios e não resolve, sendo que um chá ou uma garrafada poderia atender”, enfatizou.

Viúva há 10 anos, dona Antônia é pensionista e viu na alegria das netas (ao todo ela tem 20 netos) uma forma de enfrentar a morte do marido, vítima de acidente de trânsito. “Passei a ver minhas netas participando desses movimentos do Dan [Baron], e percebi que uma delas chegou até a viajar para a Colômbia, para tentar dizer 'pro' povo lá fora que se destruírem a Amazônia o mundo adoece, e fiquei interessada em participar”, conta, ao relatar sua entrada no projeto que alerta para a necessidade de cultivar as raízes culturais, a produção de arte popular e os laços sociais como forma de se evitar e enfrentar o adoecimento.

Dona Antônia é uma espécie de “faz de tudo” no "Transformance". Ela participa das campanhas de conscientização em Marabá/PA, além de ajudar na organização de eventos e de apresentações. “Sinto uma alegria grande quando vejo minhas netas dançando no grupo, viajando para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, falando da importância da preservação da nossa Amazônia para que o planeta não adoeça”, comenta.

Trabalhadora da roça por muitas décadas, dona Antônia tem uma ligação intensa com o campo, com a natureza. Ela fazia a farinha para o próprio consumo, e só comprava produtos industrializados em último caso. Depois, ao se mudar para a cidade, percebeu que algumas pessoas estavam lutando para preservar estes costumes. “Me disseram que o que a gente fazia ajudava a preserva a natureza e ter uma saúde boa. Comecei a ver valor no que eu tinha feito durante a vida inteira”, conta, para em seguida destacar que outra de suas netas está com uma viagem marcada para Washington (DC). “Ela vai participar de um evento, meu filho, um evento no exterior para alertar sobre o problema que a Amazônia ‘tá’ passando, e o sofrimento e falta de saúde que isso pode levar”, explica.

Recentemente dona Antônia descobriu que estava com um mioma no útero, e teve que fazer uma vasectomia. Por causa disso, viaja constantemente para Belém, onde faz acompanhamento médico. “Mesmo assim, eu me dedico a esse projeto do Dan [Baron], é uma coisa que vejo futuro, que me alegra e também gosto de ver as meninas felizes (em referência às netas). Eu tenho aprendido muita coisa com isso aí, e espero que outras pessoas vejam os benefícios de se viver de forma simples. Com este projeto, minha vida mudou”, finalizou.


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Guavas (Psidium guajava)

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Garis: trabalhadores da saúde, artigo de Viviane Tavares

Invisibilidade e falta de reconhecimento fazem parte da rotina diária dos trabalhadores. Mas, quando param, seu papel é visto como essencial.
Uma das profissões menos valorizadas em relação ao salário e condições de trabalho, os garis são atores fundamentais para a saúde ambiental de uma cidade, apontam pesquisadores. E isso ficou evidente na recente greve protagonizada por estes trabalhadores no Rio de Janeiro com duração de oito dias, em pleno Carnaval, que terminou com a conquista de aumento salarial e ticket alimentação, além do adicional de insalubridade.

Na ampla cobertura que a greve teve na imprensa, as montanhas de lixo que tomara conta na cidade eram apontadas como focos de problemas de saúde. De fato, as doenças relacionadas ao lixo formam uma extensa lista, que inclui cisticercose, cólera, disenteria, febre tifoide, filariose, giardíase, leishmaniose, leptospirose, entre muitas outras. Mas o reconhecimento de quem cuida do lixo como um trabalhador importante para a saúde não é tão óbvia para a maioria das pessoas.

O professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Alexandre Pessoa defende que a discussão dos garis deve ser mais ampla, e que este é o momento de reconhecê-los como trabalhadores da saúde ambiental. “O gari é um trabalhador de limpeza urbana. O manejo dos resíduos sólidos, que é a sua função, é um dos componentes do saneamento básico, junto ao sistema de esgotamento sanitário, abastecimento de água, controle de vetores e pragas, e o manejo das águas pluviais. O fato de o resíduo sólido ser considerado parte do saneamento básico já mostra a importância desses trabalhadores na infraestrutura sanitária das cidades”, explica o professor, que completa: “Cuidar dos esgotos e resíduos é cuidar das veias das cidades, e se elas são interrompidas, assim como no corpo humano, entram em colapso”.

Entre as atribuições destes trabalhadores estão a coleta de lixo, varrição de rua, limpeza de bueiros, podas de árvore, além de, em alguns casos, limpeza e higienização de hospitais municipais. “Ao colocarmos o saneamento como um binômio indissociável da saúde, fica evidente a necessidade da promoção dos espaços saudáveis e promotores de saúde, que levam diretamente à ação do trabalhador de limpeza urbana. O que eles fazem é uma ação preventiva, eminentemente de saúde ambiental”, diz Alexandre, ressaltando a importância ‘invisível’ desse trabalho: “Quando falamos de recolhimentos sólidos, estamos falando de proteção ambiental, ou seja, um trabalho voltado para que não haja contaminação das coleções hídricas, do solo e das moradias. Além disso, esse trabalho resulta no controle de vetores e pragas, no controle das inundações, de um processo de salubridade na habitação e no território como um todo”.

Educadores ambientais

Assim como os agentes comunitários de saúde e os agentes de controle de endemias , o gari também é um trabalhador que tem o território – local onde trabalha – como referência fundamental para o seu trabalho cotidiano. E, como lembra Alexandre, a questão do território é fundamental para as práticas de promoção da saúde. Por isso, ele defende que o gari tem grande potencial para se transformar em um educador ambiental. “Infelizmente essa articulação se dá somente em momentos de crise, em momentos de epidemia, de enchentes, enfim, de colapso. A integração dessas ações, considerando os garis como educadores de saúde ambiental, deveria se dar em momentos de normalidade, o que poderia se traduzir até em redução de recursos nessas políticas”, explica.

Alexandre descreve qual seria esse papel de educador: “Primeiro, o próprio objeto de trabalho dos garis já requer, na prática, informações fundamentais sobre o manejo dos resíduos sólidos que a maioria da população não tem. O segundo componente é a territorialização, já que eles são reconhecidos e identificados nos lugares de trabalho, o que permitiria uma maior integração com a comunidade para apontar o melhor manejo dos resíduos, o que se traduziria em uma redução do seu próprio esforço de trabalho”, explica, e ressalta: “Mas, para isso, é necessário uma qualificação mais efetiva e continuada destes trabalhadores”.

O professor ressalta a importância dessa integração também como forma de mudar a abordagem do debate sobre o lixo que, segundo ele, hoje ainda é culpabilizadora e comportamentalista, com pouca efetividade. “Estudos vêm apontando que a abordagem não está dando conta nem da conscientização nem de ações concretas. Mas isso pode se dar por meio de uma educação ambiental territorializada. E ai é que entram os garis”, explica.

Invisibilidade 
“O que brota da percepção de não aparecer para os outros é a sensação de existirmos como coisa, um esvaziamento. Passamos a contar como se fôssemos um item paisagístico. Um poste, uma árvore, uma placa de sinalização de trânsito, um orelhão, uma pessoa em uniforme de gari na atmosfera social: todos parecem valer a mesma coisa”.

A passagem é do livro ‘Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social’, de Fernando Braga, que, para escrever sua tese de mestrado, que deu origem à publicação, ficou nove anos trabalhando como gari na cidade universitária da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ao Portal da EPSJV/Fiocruz, Fernando explica que essa profissão faz parte dos resquícios deixados pela escravidão, assim como as empregadas domésticas. “A invisibilidade pública não é de agora, antes havia os escravos, as mulheres. Mas muitas coisas daquele tempo foram imutáveis. A invisibilidade pública é um desaparecimento psicossocial, não se trata de um fenômeno ótico, mas poderia ser considerado muito mais um problema de cegueira daqueles que não veem do que do desaparecimento daqueles que não são vistos. Os garis são invisíveis? Claro que não. Nós, a classe burguesa, é que somos cegos”, explica.

Para Alexandre Pessoa, a questão da invisibilidade desses trabalhadores e a falta de valorização precisam ser postos em pauta. “Há uma discriminação que vai além do preconceito de classe, uma carga negativa e depreciativa de serem trabalhadores que mexem com o que queremos esconder ou afastar”, informa Alexandre. Fernando detalha: “Estamos inseridos na sociedade de acordo com os grupos de que participamos, uma inserção microssocial como esportiva, bairro, preferência sexual. E sempre nos referimos à inserção profissional, A quantidade de tempo que passamos no trabalho e na manutenção da vida material faz com que a nossa identidade seja confundida com a profissional. É como se houvesse o desaparecimento do homo sapiens para o homo farbies. Somos o que fabricamos, o que produzimos como profissional, esse é o sujeito social da sociedade capitalista. E gari trabalha com o lixo, com o que não serve para a gente”.

Viviane Tavares – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

EcoDebate, 21/03/2014

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The insane choices you face at the drug store

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FAO lança sistema que permite monitorar ocupação da superfície do solo do planeta

Áreas de cultivo cobrem 12,6% da superfície da Terra.

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou esta semana uma nova base de dados que une sob uma única plataforma informações sobre a cobertura do solo – o quanto de terra é coberto por plantações, árvores, florestas ou solo virgem – crucial para estabelecer uma compreensão global abrangente das características físicas da superfície do planeta.

“Uma compreensão abrangente da cobertura do solo do nosso planeta é essencial para promover uma gestão sustentável dos recursos da terra – incluindo a produção agrícola para alimentar a crescente população mundial – que utiliza de maneira eficiente os escassos recursos naturais e ainda protege o meio ambiente”, disse o líder do projeto da FAO, John Latham.

Alguns do aplicativos do novo sistema “GLC-share database” incluem o monitoramento de tendências globais de cobertura do solo para variadas possibilidades de utilização do solo, a avaliação do impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos e o planejamento do uso da terra.

“[Esse novo sistema] será uma ferramenta valiosa para avaliar a sustentabilidade da agricultura, e para apoiar evidências com base no desenvolvimento sustentável rural e da política de uso do solo, contribuindo para a redução da pobreza, permitindo sistemas agrícolas e alimentares inclusivos e eficientes e aumentando a resistência dos meios de subsistência”, disse Latham.

“O ‘GLC-Share database’ também nos ajudará a entender como as mudanças climáticas e a variabilidade climática estão impactando os recursos naturais fundamentais, bem como a produção de alimentos”, acrescentou.


Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate, 21/03/2014

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Quilombolas da Amazônia conquistam terreno para instalar usina de beneficiamento da castanha

Cerimônia oficializa doação do terreno, um importante passo para a autonomia das comunidades que trabalham com a castanha

No próximo dia 25 de março, às 9h, acontecerá a cerimônia para oficializar a doação de terreno para a Cooperativa Mista Extrativista dos Quilombolas do Município de Oriximiná (CEQMO) pela Prefeitura Municipal de Oriximiná.

No terreno será instalada uma usina de beneficiamento de castanha-do-pará, um passo importante para o projeto “Caminho do Melhor Negócio da Castanha”, iniciativa da CEQMO em parceria com a Comissão Pró-Índio de São Paulo e com apoio de Christian Aid e ICCO.

Projeto “O Caminho do Melhor Negócio da Castanha”

Os municípios de Oriximiná e Óbidos, na Calha Norte do Pará, são tradicionalmente grande produtores de castanha-do-pará e os quilombolas estão entre os principais coletores na região.

Atualmente, além de atuar na cadeia como coletores, os quilombolas são proprietários de extensas áreas de castanhais. E buscam agora mais um passo: beneficiar sua produção.

Desde o final dos anos 1990, os quilombolas e a Comissão Pró-Índio de São Paulo vêm trabalhando em parceria para tornar o negócio da castanha mais rentável e sustentável para as comunidades. Nessa trajetória cheia de desafios, após um período de oito anos organizando a coleta e comercialização da castanha in natura, a cooperativa decidiu que o Caminho do Melhor Negócio da Castanha passa pelo beneficiamento e vem investindo nessa direção.

A meta é que até 2016, a Usina Quilombola esteja implantada e nessa primeira etapa produzindo 40 toneladas/ano de castanha sem casca e gerando 20 postos de trabalho. O plano prevê o aumento gradual da produção nos anos posteriores.

Quando: 25 de março de 2014, às 9h

Onde: Parque de Exposições José Diniz Filho, na cidade de Oriximiná.

Programação:

Palavra do Prefeito de Oriximiná, Luiz Gonzaga

Palavra do Presidente da Câmara de Vereadores, Leonardo Alves

Palavra do Presidente da CEQMO, Francisco Hugo de Souza

Apresentação cultural das comunidades quilombolas

Grupo Encanto do Quilombo

Dança da Castanha do Jauary

Carimbó da Serrinha

Lundum da Velharada

Promoção: CEQMO e Prefeitura de Oriximiná

Apoio: Comissão Pró-Índio, Christian Aid e ICCO

Saiba mais em: www.quilombos.org.br

Sobre a CEQMO

A Cooperativa Mista Extrativista dos Quilombolas do Município de Oriximiná, conhecida como Cooperativa do Quilombo ou ainda pela sigla CEQMO, foi criada em 2005 como um desdobramento das ações da ARQMO – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná e da Comissão Pró-Índio de São Paulo visando tornar o negócio da castanha uma opção de geração de renda mais sustentável economicamente.

A CEQMO é formada por cooperados e cooperadas das diversas comunidades quilombolas de Oriximiná.

Sobre a Comissão Pró-Índio de São Paulo

A organização não-governamental Comissão Pró-Índio de São Paulo foi fundada em 1978 por um grupo de antropólogos, advogados, médicos, jornalistas e estudantes para defender os direitos dos povos indígenas frente as crescentes ameaças do regime ditatorial vigente naquela época.

Nos seus mais de 30 anos de existência, Comissão Pró-Índio de São Paulo tem atuado junto com índios e quilombolas para garantir seus direitos territoriais, culturais e políticos, procurando contribuir com o fortalecimento da democracia e o reconhecimento dos direitos das minorias étnicas.

Nota enviada por Bianca Pyl, da CPI-SP, para o EcoDebate, 21/03/2014

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Uma dieta globalizada, artigo de Esther Vivas

[EcoDebate] O que a Índia, Senegal, Estados Unidos, Colômbia, Marrocos, o Estado espanhol e muitos outros têm em comum? Que a alimentação é cada vez mais parecida, apesar das importantes diferenças que ainda persistem. Para além da McDonaldização das nossas sociedades e do consumo globalizado de Coca-Cola, a ingestão mundial de alimentos depende, progressivamente, de poucas variedades de cultivos. O arroz, a soja, o trigo, o milho se impõem, em detrimento de outras produções como a do milho, da mandioca, do centeio, da batata, do sorgo ou da batata-doce. Se a alimentação depende de poucas variedades de cultivos, o que pode acontecer diante uma colheita frustrada ou de uma praga? Teremos o prato garantido?

Avançamos rumo a um mundo com mais alimentos, menos diversidade e maior insegurança alimentar. Alimentos como a soja, que até poucos anos atrás eram irrelevantes, converteram-se em indispensáveis para três quartas partes da humanidade. Outros, já significativos, como o trigo ou o arroz se estenderam em grande escala, sendo consumidos hoje por cerca de 97% e 91%, respectivamente, da população mundial. Impõe-se, assim mesmo, uma alimentação ocidentalizada, “dependente” do consumo de carne, produtos lácteos e bebidas com açúcar. Mercados alimentares com interesses empresariais claros. É o que explica detalhadamente o recente estudo “Aumentando a homogeneidade nas cadeias alimentares globais e as implicações na segurança alimentar”, que afirma que caminhamos para uma “dieta globalizada”.

Um cardápio que, segundo os autores deste relatório, é “uma potencial ameaça para a segurança alimentar”. Por quê? Em primeiro lugar, porque apesar de consumir mais calorias, proteínas e graxas que há 50 anos, nossa alimentação é menos variada e é mais difícil ingerir os micronutrientes necessários para o organismo. Ao mesmo tempo, afirmam os autores, na atualidade “a preferência por alimentos ricos energeticamente e baseados em um número limitado de cultivos agrícolas globais e produtos processados associa-se ao aumento de doenças não transmissíveis como diabetes, problemas de coração ou alguns tipos de câncer”. Nossa saúde está em jogo.

A homogeneização do que comemos, em segundo lugar, torna-nos mais vulneráveis às colheitas frustradas ou às pragas, que, prevê-se, aumentarão com a intensificação da mudança climática. Somos dependentes de poucos cultivos, em mãos de um punhado de empresas, que produzem em grande escala, no outro lado do planeta, em condições de trabalho precárias, à custa do desmatamento de florestas, contaminação dos solos e águas e uso sistemático de agrotóxicos. Podemos, então, escolher livremente?

Não se trata de ser contra uma mudança de hábitos alimentares. O problema se dá quando estes são impostos por interesses econômicos particulares, à margem das necessidades das pessoas. A “dieta globalizada” é resultado de uma “produção-distribuição-consumo globalizados”, onde nem camponeses nem consumidores contam. Acreditamos decidir o que comemos, mas não é assim. Como afirmava o relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Olivier de Schutter, na apresentação do relatório “O potencial transformador do direito à alimentação”: “A principal deficiência da economia alimentar é a falta de democracia”. E sem democracia do campo à mesa, nem escolhemos nem comemos bem.

*A reportagem publicada no jornal espanhol Público, 15-03-2014. A tradução é de André Langer para Instituto Humanitas Unisinos www.ihu.unisinos.br.

**Esther Vivas, Colaboradora Internacional do Portal EcoDebate, é ativista e pesquisadora em movimentos sociais e políticas agrícolas e alimentares, autora de vários livros, entre os quais “Planeta Indignado”. Esther Vivas é licenciada em jornalismo e mestre em Sociologia. Seus principais campos de pesquisa passam por analisar as alternativas apresentadas por movimentos sociais (globalização, fóruns sociais, revolta), os impactos da agricultura industrial e as alternativas que surgem a partir da soberania alimentar e do consumo crítico.


EcoDebate, 21/03/2014

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O legado das caravanas agroecológicas rumo ao III Encontro Nacional de Agroecologia

Publicado em março 20, 2014

Um processo muito rico e mobilizador, essa é a principal impressão dos participantes e organizadores das Caravanas Agroecológicas e Culturais que ocorreram em todo o país nos últimos meses. Planejadas pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), em parceria com várias organizações locais, fazem parte do processo preparatório rumo ao III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que será realizado de 16 e 19 de maio, em Juazeiro (BA). Cerca de 2.500 pessoas estavam envolvidas nas atividades.
Ao todo foram realizadas oito caravanas, compondo um cenário diversificado do campo agroecológico. Cada região foi representada pelas suas características, principalmente as comidas típicas e manifestações culturais. Divididas por rotas, as visitas às experiências promoveram uma troca de saberes intensa entre os agricultores, técnicos, estudantes, gestores públicos, dentre outros setores da sociedade. Evidenciar as virtudes e dificuldades enfrentadas pelas iniciativas agroecológicas em curso país afora foi um dos objetivos.

Segundo Denis Monteiro, secretário executivo da ANA, as caravanas foram importantes para mostrar a diversidade de experiências agroecológicas realizadas nos territórios e fortalecer os processos de mobilização social nesses locais. A partir dessas realizações, disse Monteiro, diferentes organizações que atuam nos territórios se encontraram e unificaram suas lutas políticas de forma mais consistente.
“Foram experiências variadas, um momento para visibilizar essa diversidade e evidenciar que as experiências agroecológicas têm uma contribuição muito importante no desenvolvimento desses territórios. Também foram importantes para evidenciar que tem projetos antagônicos em disputa nesses locais, como o caso da Chapada do Apodi,que é emblemático. Demonstraram que a melhor opção é o fortalecimento das experiências agroecológicas e não a implementação de grandes projetos com uso intensivo de agroquímicos, ou com a implementação de mineração em grandes áreas impactando esses territórios”, disse.

A Articulação tem um trabalho extenso de mapeamento e sistematização de experiências, com uma série de ferramentas, como produção de vídeos, publicações esistema de informação em rede. A proposta da caravana é uma inovação metodológica na ANA, uma forma de mobilizar os atores locais para que eles possam estudar e compreender melhor seu território. Pensar o fortalecimento da agroeocologia, a ampliação da escala das suas experiências, é uma das metas. A expectativa é que outras regiões, estados, organizações e movimentos, em parceria com as universidades e trabalhadores urbanos, realizem outras caravanas.
O acúmulo desse processo está sendo sistematizado em boletins, fotografias, vídeos e outras ferramentas, para dar continuidade e visibilidade ao III ENA, onde todo esse material será apresentado e debatido.As atividades possibilitaram transitar por realidades distintas, como a vida na beira dos rios na Amazônia, os mercados orgânicos na região sul, as lutas pela terra no Tocantins, as violações e desafios impostos pelos grandes projetos no Rio Grande do Norte, dentre outras. Algumas denúncias apareceram em várias caravanas, como a questão dos agrotóxicos, tão combatida pelos agricultores familiares envolvidos com associações, cooperativas e entidades agroecológicas, assim como o desenvolvimento dos transgênicos.
Segundo Sara Pimenta, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e GT Mulheres da ANA, as mulheres tiveram participação destacada nas caravanas e com grande expectativa se preparam para o III ENA. A expressão dos seus trabalhos na agricultura familiar, envolvimento e protagonismo político na agroecologia estavam presentes em todo o processo, segundo ela.

“Participaram ativamente na organização e das atividades durante as caravanas. Eram camponesas, assentadas da reforma agrária, indígenas, quilombolas, agricultoras familiares, jovens, estudantes, e assessoras técnicas que apresentavam suas experiências, práticas e conhecimentos na defesa da biodiversidade, do patrimônio genético, na produção de alimentos saudáveis e na luta por políticas públicas voltadas para a agroecologia. Seu compromisso manifestado com alegria e entusiasmo, apesar da ação devastadora dos grandes projetos e do agronegócio, demonstrou sua enorme capacidade de resistência e luta em defesa da agricultura familiar, camponesa e da agroecologia”, afirmou Sara.
É na troca de saberes e sabores que o conhecimento se amplia e aperfeiçoa, de forma interdisciplinar e descentralizada. Essa é a impressão de vários agricultores que acompanharam as Caravanas. Participante ativo da caravana da região sul, o agricultor Genildo de Jesus, morador de Manaus (AM), falou sobre a importância de saber o funcionamento dos solos, frutos, manejos, climas, plantas, povos, tudo sobre outros biomas. Essa troca de experiência entre os agricultores, segundo ele, se traduz na prática em seu território.

“Esses eventos são fundamentais. Você nunca pode dizer que o milho só dá em São Paulo ou no Rio Grande do Sul, você só sabe experimentando. Quando eu viajo por aí pego as sementes de outra área para experimentar na minha terra, por isso já estou produzindo plantas que não são do Amazonas. É preciso plantar na policultura. Pode observar que na natureza tem plantas de várias espécies misturadas, então temos que trabalhar dessa mesma forma”, ressaltou.
Segundo a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco,também do núcleo executivo da ANA, que visitou as experiências em Santarém (PA), ficou provada a capacidade de trabalho e mobilização das organizações. Agora, complementa, é preciso fazer uma leitura transversal dessas construções sócio políticas.

“As caravanas mostraram a capacidade de trabalho e mobilização das organizações. É importante perceber os vários sentidos que expressaram: as formas de resistência e manifestação de conflitos; a construção social da agroecologia, mostrando as diferentes percepções das populações com suas identidades próprias e sua história; a abordagem territorial mais presente em algumas experiências do que em outras. Lembrando a nossa experiência do Encontro de Diálogos e Convergências, esse exercício se manifestou mais claramente nos nexos com as questões da saúde e soberania e segurança alimentar e nutricional. O contexto do Ano Internacional da Agricultura Familiar, em 2014, poderá representar um importante momento político para a afirmação da proposta agroecológica”, destacou.
As caravanas permitem de forma coletiva observar e vivenciar no campo as experiências agroecológicas em suas dimensões econômicas, sociais, ambientais e culturais, assim como as ameaças que estas experiências enfrentam para se desenvolver, além de divulgar e mobilizar a sociedade em favor do tema. Essa é a avaliação de Irene Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), entidade referência no meio acadêmico em relação à agroecologia. O agronegócio, a concentração de terra, os mineriodutos, as barragens e a discriminação, são algumas das ameaças, complementou.
“O interessante é que vemos tudo isto em um curto espaço de tempo e em um território. Isto nos permite a visão do todo de forma integrada. Os percursos ainda permitem o encontro, mesmo que de forma rápida, com parcela da sociedade que embora já tenha ouvido falar e entenda a necessidade nem sempre tem a oportunidade de conhecer e entrar em contato com quem está construindo o movimento e prática agroecológica. As caravanas permitem ainda o contato com pessoas que nunca ouviram falar sobre agroecologia. Procuramos assim, criar na sociedade brasileira um ambiente político, social e cultural que propicie o seu florescimento”, afirmou a também professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA) será realizado de 16 e 19 de maio de 2014, em Juazeiro (BA), com o lema “Cuidar da Terra, Alimentar a Saúde, Cultivar o Futuro”. Cerca de 2 mil pessoas de todo o país, dentre elas 70% agricultoras e agricultores, mais diversos segmentos da sociedade, participarão de seminários, debates e atividades culturais. Uma feira de Saberes e Sabores, com produtos da agricultura familiar e das populações tradicionais, será instalada no centro da Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf), local do evento, com produtos agroecológicos de todas as regiões do país. Também serão organizadas instalações pedagógicas contando as histórias dos territórios por onde passaram as caravanas agroeocológicas e culturais. Haverá palestras com intelectuais brasileiros e estrangeiros, e um grande show na noite de sábado. Ao final do evento será entregue ao governo uma carta política sobre as discussões nas atividades e demandas do movimento agroeocológico.

(*) Fotos:

Informe da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), enviado por Eduardo Sá para oEcoDebate, 20/03/2014

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Treino de curta duração melhora destreza manual de bebês

18/03/2014

Por Karina Toledo*

Agência FAPESP – Um protocolo de treino simples e de curta duração criado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pode ajudar a desenvolver em bebês típicos e atípicos, de 3 a 5 meses de idade, a habilidade de alcançar (estender o braço até a mão tocar um objeto), podendo ou não apreendê-lo.

De acordo com as pesquisadoras, esse tipo de intervenção pode prevenir problemas no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças prematuras, com síndrome de Down, paralisia cerebral e mielomeningocele (espinha bífida).

“O alcance manual é fundamental para que o bebê adquira habilidades manipulativas, como pegar e explorar um brinquedo ou um alimento, e para se apoiar nos móveis e ficar em pé. É por meio da exploração dos objetos e do espaço, da percepção da textura, do peso e da maleabilidade ou rigidez do objeto que o bebê vai formando conceitos. O atraso no desenvolvimento da destreza manual pode resultar em problemas na idade pré-escolar, como dificuldades para segurar o lápis, compreender ou desenhar formas, calcular a força para manusear um objeto”, explicou Eloisa Tudella, pesquisadora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UFSCar.

Tudella coordena o projeto “Influência do treino específico na emergência do alcance em lactentes a termo e pré-termo”, apoiado pela FAPESP e pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) no âmbito de um acordo de cooperação entre as duas instituições. Resultados parciais foram apresentados no dia 13 de março, no 1º Seminário de Pesquisas sobre Desenvolvimento Infantil, na FAPESP.

“A técnica usada no estudo foi desenvolvida na prática, durante os atendimentos que realizamos no programa de intervenção precoce oferecido pelo Núcleo de Estudos em Neuropediatria e Motricidade (Nenem), da UFSCar. Decidimos levar essa metodologia ao laboratório, para constatar a efetividade daquilo que era observado clinicamente”, contou Tudella.

O trabalho de investigação foi, até o momento, realizado por três estudantes de doutorado. Andréa Baraldi Cunha avaliou, com apoio de Bolsa da FAPESP, o efeito do treino em condição de prática variada seriada em 30 bebês nascidos a termo, ou seja, entre 37 e 41 semanas e 6 dias.

Também com Bolsa da FAPESP, Daniele de Almeida Soares avaliou o efeito do treino em condição de prática variada seriada em bloco em 36 prematuros tardios, nascidos entre 34 e 36 semanas e 6 dias.

Os efeitos do treino também foram verificados em 18 prematuros extremos, com 33 semanas de vida ou menos, durante o doutorado de Elaine Leonezi Guimarães.

As pesquisadoras explicaram para as mães o que era o alcance manual e pediram para ficarem atentas e avisarem quando os bebês começassem a manifestar esse tipo de movimento. “Entrávamos em contato via telefone com os pais dos bebês quando eles estavam com cerca de 2 meses. Além do contato telefônico com os pais, fazíamos visitas semanais, de uma a duas vezes por semana, para checar o início do alcance. Quando confirmado que o bebê iniciava o alcance manual, ele era trazido ao laboratório”, contou Tudella.

Os bebês nascidos a termo manifestaram os primeiros movimentos com, em média, 14 semanas de vida. A média dos prematuros foi de 16 semanas. “Embora os prematuros não demonstrassem atraso nas habilidades motoras grossas, como controlar a cabeça e o tronco, percebia-se um atraso nas habilidades motoras finas. Pode acontecer de esse bebê tentar pegar um objeto, não conseguir, se frustrar e desistir. Com o tempo, esse déficit no desenvolvimento vai se acumulando e, com mais idade, pode apresentar uma dificuldade maior que a observada aos 4 meses. Queremos prevenir que isso ocorra”, disse Tudella.

De acordo com Guimarães, quando se calcula a idade dos prematuros de acordo com a data prevista de nascimento, observa-se que esses bebês iniciam o alcance no período adequado, mas a qualidade do movimento é inferior. “Os movimentos não são tão fluentes, a posição das mãos não é a mais adequada. Não sabemos se eles vão se recuperar sozinhos pelo estímulo ambiental, mas por que esperar para ver o que acontece, se podemos prevenir e estimular um alcance mais habilidoso?”, questionou.

O treinamento

Nos estudos, os bebês eram divididos em dois ou três grupos. Um ou dois grupos eram submetidos à intervenção e outro grupo recebia apenas um “treino social”, ou seja, interagiam com as pesquisadoras sem estimulação dos membros superiores.

O treino pode ser realizado por um terapeuta ou pela mãe. O bebê deverá estar posicionado reclinado a 45°, em um bebê conforto ou no colo, para favorecer o alcance manual e a visualização dos objetos. É importante que o objeto seja leve e maleável para facilitar a apreensão. Ele deve ser colocado no campo visual do bebê. Deve-se então esperar que o bebê tenha percepção do objeto e tente praticar a ação de alcançar.

O protocolo de treino apresentado pelas pesquisadoras inclui três atividades. A primeira consiste em levar o objeto no campo visual e conduzir a mão dele até o objeto.

A segunda atividade consiste em posicionar a mão do bebê no campo visual, a fim de que ele toque o objeto. Caso o bebê não o toque, devem ser realizados estímulos táteis com o próprio objeto na mão do bebê a fim de estimular a ação de tocar e apreender o objeto.

Na terceira atividade, os membros superiores do bebê devem ser posicionados ao longo do corpo. A seguir, são realizados estímulos táteis com o brinquedo no braço, no antebraço e na mão do bebê. Deve-se apresentar o brinquedo em sua linha média para que a criança possa alcançá-lo. Espera-se que o bebê estenda o braço em direção ao objeto e o toque.

“É preciso colocar o objeto a uma distância que o bebê possa alcançar e na linha média de seu corpo. O treino deve ser curto, pois crianças nessa faixa etária se cansam facilmente das atividades. Dessa forma, pode ser repetido várias vezes ao dia. O tempo de treino em nossos estudos foi de quatro e de cinco minutos de duração e com diferentes números de repetições. Ainda estamos estudando qual é a intensidade ideal para obter o melhor resultado, mas parece que o treino com maior número de repetições apresentou o maior efeito”, contou Tudella.

Os bebês eram avaliados antes e depois do treino. No grupo nascido a termo foram feitas, em dois dias, três sessões de treinamento de quatro minutos cada. Os prematuros tardios passaram por uma sessão de quatro minutos e os prematuros extremos, por uma sessão de cinco minutos.

As sessões de treino eram gravadas e, posteriormente, as pesquisadoras avaliavam variáveis qualitativas (alcance com uma ou com as duas mãos e se a mão estava na posição horizontal, oblíqua ou vertical, se estava aberta ou fechada e se o toque do objeto era feito com o dorso ou a palma da mão).

Avaliavam-se também as variáveis cinemáticas (duração do movimento, velocidade de movimento, índice de retidão, índice de desaceleração e número de correções no movimento feitas pelo bebê).

“A posição da mão deve variar de acordo com o objeto e a forma como este é apresentado. O bebê tem de aprender a moldar sobre o objeto de forma funcional. O bebê também precisa desacelerar o movimento quando a mão está próxima ao objeto para não derrubá-lo. Essas variáveis nós comparamos antes e após o treinamento”, explicou Tudella.

De maneira geral, contou a pesquisadora, o treino aumentou a frequência do alcance manual e o número de alcances bimanuais. Também aumentou o número de vezes que o bebê levava a mão ao objeto na posição vertical, considerada uma forma mais madura e efetiva de alcance por facilitar a apreensão do objeto. “Além disso, os bebês ficaram mais rápidos e com movimentos mais direcionados e precisos, com menor necessidade de correções”, contou Tudella. Entretanto, estudos futuros devem ser realizados para verificar a retenção dessa aprendizagem.

Segundo Cunha, um dos objetivos da pesquisa era mostrar que, com apenas uma sessão de treino, era possível obter resultados. “É um período de grande plasticidade no sistema nervoso central dos bebês, no qual a aprendizagem ocorre de forma muito rápida. É um método simples e que pode ser feito em casa sem gastos”, comentou.

De acordo com Tudella, a ideia é alertar e capacitar os profissionais de saúde e educadores para que eles possam detectar precocemente atrasos do desenvolvimento do alcance manual e, então, orientar os familiares a fazer o treinamento. “Estamos disseminando esses dados por meio de artigos, congressos, palestras, cursos e capítulos de livros”, contou.

Resultados parciais já foram divulgados em três artigos na revista Motor Control e um na Research in Developmental Disabilities. No momento, o grupo investiga o efeito do treino em bebês abrigados.

“Pretendemos ainda realizar novos estudos com bebês com síndrome de Down, paralisia cerebral e mielomeningocele”, contou Tudella.

O artigo Effect of training at different body positions on proximal and distal reaching adjustments at the onset of goal-directed reaching: a controlled clinical trial pode ser lido em journals.humankinetics.com/mc-back-issues/mc-volume-17-issue-2-april/effect-of-training-at-different-body-positions-on-proximal-and-distal-reaching-adjustments-at-the-onset-of-goal-directed-reaching-a-controlled-clinical-trial.

O artigo The effect of a short bout of practice on reaching behavior in late preterm infants at the onset of reaching: A randomized controlled trial (doi: 10.1016/j.ridd.2013.09.028) pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0891422213004228.

O artigo Reaching Behavior in Preterm Infants During the First Year of Life: A Systematic Review pode ser lido em journals.humankinetics.com/mc-back-issues/mc-volume-17-issue-4-october/reaching-behavior-in-preterm-infants-during-the-first-year-of-life-a-systematic-review

* Com Fernando Cunha

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