sexta-feira, 18 de abril de 2014

Recife, Pernambuco - Horta vertical estimula alimentação saudável no município de Coqueiral

minhacasaminhacara.com.br

A Unidade de Saúde da Família (USF) de Coqueiral, bairro de Recife, tem motivado mudanças de hábito na comunidade por meio da implantação de horta vertical de plantas medicinais e fitoterápicas.

Instalada no espaço lateral do prédio, na horta são cultivadas uma série de plantas, tais como, hortelã, coentro, cebolinha, pimenta biquinho, mastruz, manjericão, capim santo e babosa.

Além do objetivo de estimular a população a adotar uma alimentação mais saudável, a ação incentiva à reciclagem de resíduos. De forma sustentável, os agentes de saúde transformam garrafas PETs em vasos de plantas. Depois de receberem sementes e adubação, os vasinhos são pendurados na estrutura metálica fixada na parede.

Ao procurar a unidade de saúde, o paciente recebe chás e mudas de hortaliças que também servem para temperar a comida. A iniciativa ainda estimula os usuários a criarem hortas em suas residências, transformando-se em agentes multiplicadores.

Paralelo ao cultivo de plantas e consumo, a Unidade realiza palestras de orientação alimentar e sobre o uso de plantas medicinais como método complementar de cuidado da saúde. As palestras contam com apoio de nutricionistas do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Data: 11.04.2014
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Agricultores familiares aplicam mais de R$ 16 bilhões em crédito na safra 2013/2014

Qui, 17 de Abril de 2014
Com mais de 1,5 milhão de contratos firmados e R$ 16,6 bilhões emprestados para agricultores familiares, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) bate recorde, nos nove meses do ano agrícola 2013/2014. O valor aplicado de julho de 2013 a março de 2014 representa cerca de 80% do esperado para toda a safra e já ultrapassou, por exemplo, o total da safra 2011/2012 (R$ 15,2 bi).

“Temos um novo recorde e a tendência para o último trimestre é que se aproxime dos R$ 21 bilhões disponibilizados. Os dados demonstram aquecimento dos investimentos na agricultura familiar”, avalia o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Bianchini.

Dos R$ 16,6 bilhões, R$ 2,5 bilhões foram financiados por mulheres, ou seja, 16% do total. Nesses nove meses, as agricultoras fizeram aproximadamente 408 mil contratos, o que equivale a 27% das operações financiadas. O avanço das mulheres agricultoras atinge porcentagem recorde em comparação aos anos anteriores, segundo Bianchini.

Francisca Alessandra Araújo, 33 anos, do município de Milha, no Ceará, está entre essas agricultoras. Francisca fez contratos de custeio e de investimento para a produção de leite. A agricultora tomou R$ 94 mil pelo Pronaf, para a compra de 20 matrizes (vacas), de cerca e para melhoramentos na propriedade. “Vou começar a pagar em 2016 e vamos fazer o pagamento em 12 anos. Agora vamos aumentar nossa produção de leite e de queijo”, diz a agricultora que vive com o marido, Marco, 36 anos, e seus três filhos - de 12, oito e dois anos.

Investimento e custeio

Cerca de R$ 9 bilhões são para investimentos na produção, enquanto R$ 7,7 bilhões são para custeio. Do total de contratos, 979 mil foram de investimento e 535 mil foram para operações de custeio.

O Governo Federal aprovou um amplo processo de renegociação de dívidas do Pronaf, no valor de até R$ 10 mil. Bianchini acrescenta que, com isso, milhares de agricultores entrarão em situação de adimplência, o que tornará apto ao crédito um conjunto grande de agricultores.

Os valores contratados foram fornecidos pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural (Diorf), do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro (Derop), do Banco Central, que gerencia o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor).

Fonte:Portal MDA

Foto: Ascom/MDA

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José Lutzenberger - Folha seca não é lixo!

"Um tapete de folhas dá vida ao solo e abrigo à fauna"

A luxuriante hileia, a floresta tropical úmida da Amazônia, floresce há milhões de anos sobre solos que estão entre os mais pobres do mundo. Esse fato intrigava muitos estudiosos. O grande cientista alemão, explorador da Amazônia, Alexander Von Humboldt, ainda pensava que a floresta, tão viçosa, alta e densa, era indicação de solo muito fértil. Como pode haver tanta vegetação, crescendo tão intensivamente, sobre solo praticamente desprovido de nutrientes? O segredo é a reciclagem perfeita. Nada se perde, tudo é reaproveitado.

A folha morta cai ao chão, é desmanchada por toda sorte de pequenos organismos, principalmente insetos, colêmbolos, centopeias, ácaros e moluscos, e depois é mineralizada por fungos e bactérias. As raízes capilares das grandes árvores chegam a sair do solo e penetrar na camada de folhas mortas para reabsorver os nutrientes minerais liberados. 

Poucas semanas depois de caídos, os nutrientes estão de volta ao topo, ajudando a fazer novas folhas, flores, frutos e sementes. A floresta natural não necessita de adubação. Dessa forma ela consegue manter-se por séculos, milênios e milhões de anos. A situação não é diferente em nossos bosques subtropicais, nos campos, pastos ou banhados. A vida se mantém pela reciclagem. Assim deveríamos manter a situação em nossos jardins.

Um dos maiores desastres da atualidade, que está na base de muitos outros, é o fato de a maioria das pessoas estar, mesmo as que se dizem cultas e instruídas, totalmente desvinculadas espiritualmente da Natureza, alienadas do mundo vivo. As pessoas nascem e se criam entre massas de concreto, caminham ou rodam sobre asfalto, as aventuras que experimentam lhe são proporcionadas pela televisão. Já não sabem o que é sentir orvalho no pé descalço, admirar de perto a maravilhosa estrutura de uma espiga de capim, observar intensamente o trabalho incrível de uma aranha tecendo sua teia. Capim, aliás, só bem tosadinho no gramado, de preferência quimicamente adubado! Se não estiver tosado, é feio! Na casa, o desinsetizador mata até as simpáticas lagartixas, os gecos. 

A situação não é melhor nas universidades. No departamento de biologia de uma importante universidade de Porto Alegre, encontra-se um pátio com meia dúzia de árvores raquíticas. Alí o solo é mantido sempre bem varrido, nu, completamente nu! As folhas secas são varridas e levadas ao lixo. A varrição não distingue sequer entre carteira de cigarro, plástico e folha seca, para eles tudo é lixo. Já protestei várias vezes. Os professores e biólogos nem tomam conhecimento. Pudera! Hoje muitos dos que se dizem biólogos mais merecem o nome de necrólogos, pois gostam mais de lidar com vida por eles matada do que dialogar com seres e sistemas vivos. Preferem animais em vidros com álcool ou formol, plantas comprimidas em herbários. São hoje raros os verdadeiros naturalistas, gente com reverência e amor pela Natureza, que com ela mantêm contato e interação intensiva.

Atrás do prédio em que estava a área florestal da Riocell, onde estou instalado com meus escritórios da Tecnologia Convivial e da Vida Produtos Biológicos, existe um barranco onde se desenvolvem lindas "seringueiras". Na realidade, não são seringueiras, são plantas da mesma família de nossas figueiras, mas são oriundas da Índia. Além de crescerem pelo menos dez vezes mais rápido que nossas figueiras, fazem belas raízes aéreas e tramas superficiais no solo. A alienação que predomina entre nós, em geral, faz com que tais árvores sejam demolidas tão logo atinjam tamanho interessante e aspecto realmente belo. Os fícus elásticos, que me refiro, criaram um lindo tapete de folhas secas. Esse tapete segura a umidade do solo, mantém o solo poroso e aberto para a penetração da água da chuva e evita a erosão, especialmente na parte mais íngreme do barranco, já bastante erodida, porque no passado as folhas ali eram sempre removidas. Esse tapete promove também o desenvolvimento da vegetação arbustiva e rasteira, que dá ainda mais vida ao solo e abrigo à fauna, como corruíras e tico-ticos, lagartixas e insetos. Da janela do meu escritório, alegro-me cada vez que posso observar essa beleza.

Houve quem insistisse para que varrêssemos, deixando o solo nu. Faço um apelo a todos que ainda não o fizeram: observem esse aspecto importante e construtivo da Natureza, aprendam a ver a beleza na grande integração do Mundo Vivo. Não vamos varrer!

Fonte: Lutzenberger, José. Boletim A Garça (1990), da empresa então conhecida como Riocell. A varreção das folhas dos fícus elásticos a que Lutzenberger se refere neste texto foi suspensa, mas em anos posteriores, a maior parte das próprias árvores foi eliminada.

Texto do

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Ser “bio” pode ser altamente lucrativo

POR SUZANA PADUA · 15/04/2014
Eu e minha mania de só dar boa notícia. Está ficando difícil, confesso, pois cada vez temos mais desafios a enfrentar e eles vêm de todas as partes. Por isso mesmo resolvi divulgar algo que vale a pena. O assunto não é de meu domínio, pois não sou conhecedora de vinhos. Por isso, os enólogos e enófilos que me perdoem se usar termos de forma imprecisa. Mas, o que quero mostrar é que é possível ser “bio correto” e ainda lucrar.

Visitei recentemente uma vinícola na região de Pouillac, a menos de uma hora de distância de Bordeaux na França. O “terroir” Chateau Pontet-Canet existe há séculos e galgou qualidade com o passar dos tempos, até receber a certificação de “Grand Cru Classé”, anseio máximo de qualquer produtor de vinhos.

Este Chateau foi comprado pelo Guy Tesseron e seus filhos Alfred e Gérard, que contrataram um diretor técnico em 1989, Jean Michel Comme por conta de seus conhecimentos sobre produção orgânica. Algum deles, ou todos, são visionários, pois resolveram inovar e se tornar modelo de produção sustentável. Transformaram a plantação no que chamam de biodinâmica, ou orgânica, ao abolirem agrotóxicos e aditivos químicos. Controlam o solo com elementos naturais, o que trouxe benefícios às uvas muito além do que esperavam. Experimentaram, a princípio, em 14 hectares em 2004 e 2005. O resultado foi tão positivo que estenderam a prática a toda a propriedade em 2006.


A biodinâmica é inspirada nos ensinamentos de Rudolph Steiner, que no início dos anos de 1900 já se preocupava com a perda da diversidade biológica e com a qualidade ambiental. Sua concepção é de que todos os elementos fazem parte do planeta, que por sua vez compõe o universo. Assim, tudo precisa ser bem mantido, cuidado e tratado como parte do todo. Os fazendeiros que aderem a esses princípios respeitam as estações e os ciclos da natureza, e prestam especial atenção às fases da lua para plantarem, podarem e colherem. Segundo as informações do próprio site do Chateau, os maiores vendedores de vinho da Inglaterra já aderiram a esse critério do momento certo para cada processo, inclusive para se provar o vinho e vendê-lo pelo seu melhor preço.

É importante notar, os franceses já têm uma certificação que chamam de “bio” e, por lá, cada vez mais se propaga a ideia de consumir o que é natural e sem agrotóxicos. Os mercados estão repletos de produtos com rótulos “bio” e a procura parece aumentar exponencialmente.

As sobras na colheita das uvas no Chateau Pontet-Caneé são usadas para compostagem, o que melhora o solo. O que antes era jogado fora, agora se torna matéria orgânica.

Xô trator, de volta às carroças

Ao utilizar máquinas para arar a terra, os proprietários e os técnicos perceberam que esta prática compactava o solo e, assim, prejudicava a penetração da água da chuva, a qual acabava não irrigando direito as raízes. Tiveram, então, a ideia de usar cavalos e foram bem sucedidos em muitas etapas, mas não em todas. Viajaram, então, aos Estados Unidos para aprender como os Amish (grupo religioso que mantém tradições centenárias) empregam os cavalos para todo o processo do plantio à colheita. A partir daí, a equipe do Chateau desenhou carroças capazes de desenvolver as tarefas necessárias, e assim aboliram os tratores, que prejudicavam o solo e as raízes de suas valiosas uvas.

O que chama a atenção? Primeiro, a vontade de empresários bem sucedidos ousarem novos caminhos que contribuem para o ambiente, o planeta e, também, mas poderia não ter sido assim, para as suas contas. Segundo, e talvez mais importante, é divulgar casos de empreendimentos que pensam em longo prazo. Isso, infelizmente, não é comum nos governos, que têm preocupações limitadas aos curtos períodos de mandatos, e mesmo no setor empresarial onde o lucro guia a maioria das decisões. Por isso, um caso como o do Chateau Pontet-Canet merece ser divulgado, pois demonstra que é possível grande sucesso em ganhar dinheiro com a adoção de práticas de sustentabilidade.

Boas práticas são ou podem ser lucrativas. E por muito tempo, pois garantem a produção por períodos continuados! Ao que tudo indica, esses senhores do Chateau Pontet-Canet nunca foram tão bem sucedidos como agora. O Pontet-Canet tirou nota 100 nos anos de 2009 e 2010 pela qualidade do vinho que produziu. Prova que vale a pena ser “bio”.

Fonte: O Eco

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O perigo de esquentar comida em recipientes plásticos, no forno de micro-ondas, é real

20/02/2014
Circulam periodicamente pela internet, em e-mails, uma advertência segundo a qual o aquecimento de comida no forno de micro-ondas, feito em recipientes de plástico, libera uma substância que pode causar câncer, a dioxina.

Diferentemente do que ocorre muitas vezes nesse tipo de mensagem, nesse caso, o risco é real e concreto. O Instituto Nacional do Câncer, através de sua Coordenação de Prevenção e Vigilância do Câncer, emitiu em março passado uma nota técnica sobre a dioxina, em que confirma não só a toxicidade da substância, mas também admite seu potencial carcinogênico.

Explica a nota que “a dioxina é um composto orgânico incolor e inodoro. É um subproduto espontâneo resultante de fenômenos e desastres naturais como a atividade vulcânica e os incêndios florestais, assim como da atividade do homem (indústria de plásticos, incineração, branqueador de papel e escapamento de gases de automóvel). A dioxina se encontra em todas as áreas onde haja atividade industrial, tanto no solo, na água e no ar, como nos alimentos – até mesmo no leite materno. Em geral, o risco de contato por inalação e contato epidérmico é baixo”.

No aspecto alimentar, o Inca explica que “a dioxina detectada na terra, em sedimentos e suspensa na água será absorvida pelas plantas e subsequentemente ingerida por animais e armazenada no tecido adiposo deles. O consumo de tecidos animais e vegetais (incluindo as verduras) é o modo de entrada da dioxina no corpo humano”.

Outro modo dos seres humanos terminarem a ingerindo é justamente pelo aquecimento de plásticos contendo alimentos, o que ocorre rotineiramente no uso do micro-ondas.

AmbienteBrasil conversou com a toxicologista Silvana Turci, chefe da Área de Vigilância do Câncer relacionado ao Meio Ambiente e ao Ambiente de Trabalho do Inca. Ela explica que a dioxina é um subproduto gerado no processo de fabricação do plástico e que, a princípio, nem a indústria teria como aferir a qualidade da matéria-prima quanto a essa contaminação. Isso porque, no Brasil, apenas um laboratório, da Petrobras, tem aparato técnico nesse sentido.

Assim, qualquer plástico pode conter dioxina, desde brinquedos a garrafas PET. Porém, em condições normais de temperatura, o composto não é liberado. Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não da dioxina num plástico específico, vale o princípio da precaução. Ou seja, o recomendável é que nunca se aqueça alimentos no micro-ondas em recipientes desse material. O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro (temperado) que suporte o calor. Essa cautela se aplica também para as bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo.

Tal cuidado é simples e pode evitar danos sérios à saúde. Segundo a nota técnica do Inca, a dioxina se acumula no tecido gorduroso de animais e todos os estudos realizados com eles têm revelado o potencial cancerígeno do composto, mesmo em baixas doses.

“É uma substância com efeito cumulativo e residual a longo prazo. O tempo de meia vida é de, em média, 7 anos”, diz o alerta, informando ainda que alguns estudos têm relacionado a exposição a dioxinas com problemas reprodutivos e deficiências do sistema imunológico.

Outra advertência

Mas em relação ao filme plástico, tão utilizado para embalar alimentos? Silvana Turci explicou a AmbienteBrasil que esse uso também implica em riscos, embora a via de contaminação seja diferente. O problema, segundo ela, é que os compostos tóxicos presentes no plástico – principalmente os clorados – são solúveis em gorduras e isso faz com que sejam atraídos por elas.

Na prática, um sanduíche com manteiga ou requeijão, por exemplo, pode ser contaminado por esses compostos e, de novo, o melhor é aplicar o princípio da precaução.

A mãe que envia o lanche do filho para a escola pode lançar mão do papel alumínio, que não apresenta esse problema. Mas, para Silvana Turci, o ideal mesmo seria a retomada de hábitos antigos, como acondicionar o sanduíche ou a fruta em um pano de prato, num saquinho de papel ou – para os mais adeptos da modernidade – num pedaço de papel toalha.

Desinformação

Um dos maiores inimigos do consumidor ainda é a falta de um alerta maciço sobre esses necessários cuidados e, também, as informações truncadas que, muitas vezes, terminam circulando, sobretudo no território livre da internet.

Um caso clássico é o dos absorventes internos, que foram foco de um e-mail alarmista – e equivocado –, advertindo sobre a presença de dioxina neles. A mensagem levou a marca Tampax a garantir, em seu site, que o produto fabricado por eles não contém a substância.

“Este é um aspecto que tomamos com a maior seriedade e responsabilidade, pois foi comprovado em experimentos independentes de laboratório que a dioxina (conhecida tecnicamente como 2,3,7,8-tetraclorodibenzodioxina) tem produzido câncer”, diz o texto.

Fonte: AmbienteBrasil – Revisão e adaptação à Nova Ortografia: Bosco Carvalho

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Alimentos latino-americanos têm anemia

17/04/2014 | Destaques,Ecologia,Saúde

Por Fabíola Ortiz.*
Plantas de feijão com micronutrientes incorporados.

Kigali, Ruanda, 16/4/2013 – A América Latina está na lista de regiões do mundo que sofrem “fome oculta”, pela deficiência de micronutrientes que evitam a anemia, a cegueira, as doenças imunológicas e o atraso no desenvolvimento. O Brasil encabeça uma iniciativa de biofortificação de alimentos na região para reverter essa situação. Nicarágua, Guatemala e Honduras são o objetivo do programa de biofortificação alimentar, depois de seis países africanos (Nigéria, Zâmbia, República Democrática do Congo, Ruanda, Etiópia e Uganda) e três asiáticos (Bangladesh, Índia e Paquistão).

A iniciativa é impulsionada pelo HarvestPlus, que integra o Programa de Agricultura para a Nutrição e a Saúde, do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), um consórcio independente que lidera os esforços para modificar os alimentos nas regiões em desenvolvimento, acrescentando a eles mais minerais e vitaminas. Na região, esse projeto é capitaneado pela Rede Brasileira de Biofortificação (BioFORT), que desde 2003 reúne 150 pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de universidades e centros especializados.

“Na América Latina, três países têm o mais alto índice de deficiência de micronutrientes”, assegurou à IPS a engenheira de alimentos da Embrapa, Marília Nutti, que coordena a rede BioFORT no Brasil e na região. O HarvestPlus estabeleceu o Índice de Prioridade de Biofortificação (BPI) para identificar os países do Sul em desenvolvimento cujas populações têm as maiores carências nutricionais na região. Dentro da América, a Nicarágua é o segundo país, após o Haiti, quanto a problemas na produção e disponibilidade de alimentos nutritivos, afirmou à IPS o agrônomo Miguel Lacayo, da Universidade Centro-Americana, de Manágua.

“A dieta da Nicarágua é baseada principalmente em milho e feijão, consumidos duas a três vezes ao dia. Se consome muita tortilha de milho acompanhada de feijões no desjejum, almoço e jantar”, contou esse especialista em alimentos. Lacayo conversou com a IPS durante a segunda Conferência Global de Biofortificação, promovida pelo HarvestPlus, que aconteceu em Kigali, capital de Ruanda, entre 31 de março e 2 deste mês.

“A ideia é que, ao utilizar esses dois alimentos, se aumente a concentração de ferro e zinco e se reduza o problema nutricional. Queremos incidir na redução da anemia”, afirmou Lacayo. Com seis milhões de habitantes, a Nicarágua enfrenta sérias deficiências nutricionais, especialmente nas crianças e na população rural. “É um problema que está em uma fase crônica na população rural menos favorecida, ou seja, 60% dos habitantes do país”, pontuou.

A biofortificação é um processo que cruza de forma convencional plantas da mesma espécie para gerar cultivos com mais micronutrientes incorporados. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) assegura que existem no mundo dois bilhões de pessoas com déficit de micronutrientes, e a cada segundo uma pessoa morre de desnutrição no mundo.

Um estudo de 2013 do Banco Mundial destaca que a América Latina e o Caribe devem priorizar a segurança alimentar de mães e crianças com menos de dois anos, para reduzir os elevados níveis de desnutrição que afetam a população mais pobre. Uma alimentação deficiente faz com que as pessoas percam mais de 10% da renda em toda sua vida, enquanto muitos países reduzem em 2% ou 3% seu produto interno bruto por esse motivo.

Segundo o Banco Mundial, na América Latina há 7,2 milhões de crianças menores de cinco anos com atraso no crescimento. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) indica que a Nicarágua tem desnutrição que varia de 10% a 19%, só superada pelo Haiti no continente, com índice de 35%.

A Nicarágua, na verdade, começou a biofortificar seus alimentos em 2005, com o projeto Agrosalud, cuja primeira fase terminou em 2010, com financiamento da Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional e do Centro Internacional de Agricultura Tropical. O Agrosalud também apoiou o acréscimo de micronutrientes na Bolívia, Colômbia, Cuba, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Peru e República Dominicana. Destes, o Panamá avançou com a biofortificação para um plano nacional, sem ajuda externa.

Agora, na segunda fase do projeto, a Nicarágua se converteu na prioridade, com apoio da BioFORT, centrado inicialmente no milho e no feijão. “Queremos apoiar os cultivos biofortificados. Vamos formar uma rede na Nicarágua com o HarvestPlus, governos, organizações não governamentais, universidades, organismos nacionais e internacionais”, explicou Lacayo a respeito do projeto. Está previsto que o plano nacional comece em junho, quando será implantada a aliança de organismos, com 125 pesquisadores de 25 instituições universitárias para promover a segurança e a soberania alimentar nicaraguense.

Lacayo ressaltou que um elemento do plano será apoiar os pequenos agricultores na produção de sementes “para o autoconsumo, com destaque para comercialização e capacidade de transformação. Queremos dar-lhe um valor agregado e fortalecer pequenas empresas rurais”. O agrônomo vislumbra uma aliança duradoura com o Brasil por meio da Embrapa, para que a Nicarágua reduza sua fome oculta.

Nutti apontou que a rede tem “o enfoque inovador” de unir nutrição, agricultura e saúde. “A biofortificação é uma ciência nova. A grande vantagem do projeto é que uniu agrônomos, economistas, nutricionistas e especialistas na ciência dos alimentos, com o único objetivo de conseguir um impacto na saúde”, acrescentou.

Inicialmente, o HarvestPlus pediu ao Brasil para ocupar-se apenas em biofortificar os cultivos de mandioca, mas a BioFORT decidiu que eram necessários micronutrinetes em oito alimentos essenciais na dieta brasileira, como milho, arroz, feijão, batata, abóbora e trigo. “O país é muito grande. É preciso demonstrar para as pessoas que essa dieta de alimentos biofortificados é melhor”, destacou Nutti.

O Brasil é trabalhado como um “país-programa”, porque opera com recursos técnicos próprios e é tido como exemplo de gestão. Algo muito diferente da média latino-americana, onde faltam recursos para avançar na potencialização dos micronutrientes nos alimentos. Já na África, o principal objetivo na iniciativa, serão destinados US$ 40 milhões à biofortificação, enquanto o orçamento para a América Latina durante os próximos cinco anos oscilará entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão.

Não é muito para a tarefa, admitiu à IPS o pesquisador de tecnologia da BioFORT, José Luis Viana de Carvalho. A seu ver, o Brasil conta com experiência para estabelecer alianças que contribuam para o desenvolvimento da região no setor. “O Brasil é um celeiro pela quantidade de cereais que produz e por sua tecnologia de ponta. Devemos pensar em um prazo de 20 anos para uma redução dos bolsões de fome oculta”, assegurou.

Para Carvalho, o investimento em biofortificação é menor do que o custo dos serviços públicos de saúde se o investimento não for feito. Devemos prevenir mediante alimentos de qualidade. A biofortificação não é um medicamento, é uma prevenção. É a alimentação cotidiana”, acrescentou.

Um índice para medir avanços

O índice de priorização da biofortificação é um ranking que avalia os avanços nacionais na incorporação de alimentos de primeira necessidade ricos em vitaminas e minerais para lutar contra as deficiências nutricionais. Foca-se nas dietas básicas. O potencial de biofortificação analisa a maior ou menor necessidade de investir em cultivos com micronutrientes incorporados, ao combinar produção, consumo de determinados alimentos e graus de deficiência nutricional. O índice é calculado com sete alimentos e avaliado em 127 países do Sul em desenvolvimento.

*Da IPS

Foto: Cortesia da BioFORT


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Casearia sylvestris Swartz. (Salicaceae) - (artigo do Boletim PLANFAVI, n.29, jan/mar de 2014)

Árvore de pequeno porte (4-6 m de altura), folhas simples e assimétricas na base, flores pequenas, esbranquiçadas e dispostas em inflorescências.


Encontrada em quase todo território brasileiro, especialmente no Planalto Meridional. O nome advém de homenagem ao missionário holandês Casearius.

Sinonímia popular: No Brasil é conhecida como guaçatonga, porangaba, pau de lagarto, cafezeiro do mato, chá de Bugre, entre outros.

Usos populares: As folhas são utilizadas, externamente para tratamento de queimaduras, ferimentos, herpes, etc.

Internamente, as folhas e cascas são descritas como tônicas, anti-ulcerogênicas, antirreumáticas, anti-inflamatórias, antiofídica, anti-obesidade, entre outras.

Fitoquímica: terpenos e flavonoides são os compostos mais descritos. Entre os terpenos, já foram isolados mais de 30 diterpenos clerodânicos, aos quais são atribuídas atividades citotóxicas e anti-ulcerogênicas.

Farmacologia: o extrato da C. sylvestris possui atividades cicatrizantes e anti-inflamatórias, além da atividade anti-úlcera, descritas popularmente. Alguns trabalhos mencionam a atividade inibitória dos diterpenos clerodânicos sobre tumores.

Lorenzi & Matos 2008. Plantas Medicinais do Brasil. Ed. Plantarum

Índice Terapêutico Fitoterápico ITF. 2008. 1ª edição. EPUB.

Spandre, P. Produção de óleo essencial e propagação vegetativa de Casearia sylvestris Swartz. Dissertação de mestrado. UFPR. Curitiba,
Fotógrafo: Franco da Rosa

Plantas Medicinais Brasileiras: Caminhos para a Descoberta da Quinina


12 de abril de 2014

Em 1882 Armand Séguin, escrevendo o resultado de suas investigações dizia que as quinas davam precipitado como tanino. Mas Seguin parou por ai. Se tivesse continuado os seus estudos teria talvez descoberto a quinina.

As dificuldades que surgem em uma época de guerra fazem muitas vezes, principalmente em uma guerra marítima, onde os meios de transporte são escassos. Rarear o material que os cientistas precisam para as suas investigações. Foi o que aconteceu com Séguin. O próprio Vauquelin, químico notável, ao isolar uma “substância resinoide” da quina, não prosseguiu na análise. Também Reuss não deu muita importância ao fato de ter isolafo o “amargo químico,” substância que por suas propriedades organoléticas, representava todos os alcaloides da quina.
Molécula de Quina

Mas não foram só as dificuldades surgidas com a guerra de então, que fizeram os pesquisadores abandonarem seus intentos. Teorias em voga não admitiam que no reino vegetal se pudesse produzir um composto de reação alcalina. Foi justamente nessa época que o Dr. Bernardino Gomes, ilustre médico português, descobriu o “Cinchonino” princípio amargo isolado da quina. Essa descoberta foi o ponto de partida para o grande problema da quinina. Daí por diante as investigações tomaram novos impulsos orientadas pela obra do grande sábio lusitano. Lubert transformou o cinchonino do Dr. Gomes em cinchonina depois de sucessivas cristalizações e Houton reconheceu-lhe as propriedades básicas. Dois grandes sábios Pelletier e Caventon farmacêuticos franceses, que já haviam descoberto a brucina e a estricnina, tendo conhecimento de todos esses estudos, isolaram completamente a quinina e a cinchonina dos respectivos sulfatos. Isto se passou em 1820 e as discussões em torno das bases extraídas dos vegetais já se achavam em franco declínio entre os químicos. Desse finalizar de discussões químicas surgiram as discussões médicas. As opiniões dividiram-se e os trabalhos de Pelletier e Caventou passram ao domínio público e as primeiras experiências terapêuticas foram feitas. A luta entre os defensores e os detratores da quinina foi longa e violenta. Destacaram-se nessa tremenda divergência de opiniões dos afamados médicos (Bazires e Broussais).

Bazires tinha uma fé ilimitada nas virtudes curativas do alcaloide e Brossais pretendendo resolver tudo com a sangria era adversário cruel da quinina até nos casos de paludismo. Mas ambos foram infelizes no calor de suas convicções: o primeiro, apaixonado, chegou ao exagero de empregar em si próprio quando uma vez foi atacado de febre intermitente, 60,0 de sulfato de quinina num pequeno espaço de tempo; veiu-lhe a surdez, a cegueira e por fim a morte. Conta-nos isto o Dr. Reveillon, chamado à última hora para socorrê-lo. O segundo tão notável em suas polêmicas viu cair por terra o predomínio de sua autoridade quando no hospital de Bône foi substituída a sangria pela quina.

Não pararam ai as discussões entre os partidários e os adversários dos alcaloides da quinina: elas continuaram ainda por muito tempo alimentando opiniões varias. Mesmo “agora em nosso século podemos encontrar no “tratado terapêutico” de Audhoui, de 1902 o seguinte: “O sulfato de quinino, em mãos pouco hábeis é um veneno. Por isso dizer-se que faz tantos ou mais danos do que a malaria”. Há cerca de 40 espécies de quina e cada autor conta a sua história a seu arbítrio. Constitui, mesmo um ponto vastíssimo em matéria médica devido as suas variedades. O Código farmacêutico brasileiro determina em suas páginas a quina amarela, suas variedades e híbridos. A Quina amarela ou Quina calisaya Cinchona Calisaka “Wedell-Quina vermelha ou quina rubra “Cinchona succiruba” Pavon. Quina do campo, Quina de cerrado ou Quina do Mato Grosso, “Strychnos pseudo-quina” Saint Hilaire. Quina mineira, Quina de Remigio, Quina da Serra, “Remigia ferruginea” Saint Hilaire.

Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia- julho de 1943 – pág 324 a 326 – Durval Torres.

Postado por Mara Danusa
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IQ/USP mantém portal voltado ao ensino experimental de Química

16/04/2014
Por Noêmia Lopes

Agência FAPESP – Mais de 200 moléculas interativas, 71 objetos 360 graus de instrumentos de laboratório, 21 vídeos sobre técnicas experimentais e cinco laboratórios imersivos compõem o acervo do Portal Labiq (sigla para Laboratório Integrado de Química e Bioquímica), projeto institucional do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP), voltado ao desenvolvimento e à difusão de conteúdos multimídia para o ensino de Química e áreas correlatas na graduação.

“Buscamos contemplar não somente o experimento em si, mas também as suas etapas de planejamento e a atribuição de significado aos resultados”, disse à Agência FAPESP Guilherme Marson, coordenador do portal, professor do IQ e vice-diretor do Museu de Ciências da USP.

Lançado em 2012, o portal de acesso livre e gratuito possibilita também a criação de portais educacionais e de difusão em poucos minutos, em interface amigável, que pode ser operada por não programadores (interessados em usar a plataforma para desenvolver seus projetos devem escrever para labiq@iq.usp.br).

“À primeira vista, é um repositório de objetos interativos. Porém, além de instrumentalizar uma mudança de paradigma em relação ao ensino experimental, o Labiq se transformou em uma plataforma para armazenar, indexar e compartilhar objetos de aprendizagem sobre qualquer assunto”, afirmou Marson.

À medida que grupos parceiros utilizam a ferramenta, cresce o acervo disponível, disse o professor. Segundo ele, como os objetos são compartilhados, é fácil criar conteúdos interdisciplinares e recontextualizar conteúdos existentes. “Consideramos o conhecimento um bem público e criamos uma ferramenta para simplificar enormemente o processo de criar e publicar conteúdos de difusão e educação, com a possibilidade de controle editorial. É uma ferramenta de fazer ferramentas. O primeiro grupo que utilizou o Labiq como plataforma para seu portal de difusão foi o CEPID Redoxoma”, completou.

Outras ferramentas de edição on-line estão em desenvolvimento, como o chamado “anotador de vídeos”, que poderá transformar vídeos hospedados na plataforma em navegadores para outros conteúdos interativos do portal. “A um vídeo sobre tratamento de resíduos poderemos agregar regiões interativas com moléculas em 3D referentes a determinado resíduo ou tratamento”, citou, como exemplo, o professor.

O Labiq está hospedado na Nuvem USP, um dos maiores ambientes em nuvem na América Latina e foi inspirado em outras iniciativas bem-sucedidas criadas com parceria do IQ/USP, como o portalQuímica Nova Interativa.
Laboratório on-line reúne materiais como moléculas interativas, objetos 360 graus e vídeos, destinados ao ensino no nível de graduação (Portal Labiq)

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Dark chocolate demonstrated to improve cardiovascular health by reducing systemic inflammation

(NaturalNews) Cardiovascular disease continues to be the leading cause of death in the US and most western cultures, despite the overwhelming volumes of evidence that clearly demonstrate how this killer develops as a result of poor diet, lack of physical activity and a multitude of lifestyle digressions that have been repeatedly documented by nutritional researchers. In addition to eliminating hydrogenated fats, trans fats and processed foods from the diet, scientists have shown that natural nutrients such as omega-3 fats, resveratrol, vitamin D and EGCG from green tea all reduce oxidative stress and squelch inflammatory cytokines that wreak havoc and perpetuate many chronic disease processes throughout the body.

Over the course of the last decade, nutritionists and health researchers have been uncovering the many benefits of eating dark chocolate, due largely to the flavanols found in cocoa. Two new independent studies support prior works showing how cocoa lowers inflammation levels to promote heart health. Researchers in the Netherlands have released the results of their work in The FASEB Journal that explains how eating dark chocolate reduces the risk of atherosclerosis, the thickening and hardening of the arteries, by restoring flexibility of the arteries and preventing white blood cells from sticking to the blood vessel walls.

Cocoa flavanols decrease cell adhesion and improve arterial elasticity to slash cardiovascular disease risk

To conduct this study, researchers analyzed 44 overweight men aged between 45 and 70 years. The participants were asked not to eat other foods high in calories during the study period in an attempt to prevent them from gaining weight. Over the course of eight weeks, the men consumed either 70 g of regular dark chocolate each day or 70 g of a specially produced dark chocolate with high flavanol content. Flavanols are a naturally occurring antioxidant found in some plants, including the cocoa plant. Both chocolates were similar in their cocoa content, and the vascular health of the participants was assessed both at the baseline and end of the study period.

This research demonstrated that eating the dark chocolate with a high cocoa content (70 to 80 percent cocoa flavanols) increases endothelium-dependent vasodilatation, or the elastic ability of the artery to expand and contract. Additionally the team found that the chocolate consumption decreased the leukocyte (white blood cell) count, a marker of systemic inflammation and also reduced leukocyte adhesion marker expression. This lowers the risk of a thrombus or clumping of cells in the blood that can develop into a clot, one of the key factors that lead to a heart attack.

Lowering these three risk factors means the consumption of dark chocolate lowered participants' risk of atherosclerosis, a condition that can be caused by arterial stiffness and white blood cell adhesion. The study authors concluded "We provide a more complete picture of the impact of chocolate consumption in vascular health and show that increasing flavanol content has no added beneficial effect on vascular health... However, this increased flavanol content clearly affected taste and thereby the motivation to eat these chocolates. So the dark side of chocolate is a healthy one." The participants in this study ate the equivalent of two moderate sized squares of dark chocolate each day to achieve the beneficial results noted. Always check the cocoa content when choosing dark chocolate to ensure a high flavanol level and avoid milk chocolate and low cocoa content products that contain little more than sugar to maximize the heart healthy benefits.

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John Phillip is a Certified Nutritional Consultant and Health Researcher and Author who writes regularly on the cutting edge use of diet, lifestyle modifications and targeted supplementation to enhance and improve the quality and length of life. John is the author of 'Your Healthy Weight Loss Plan', a comprehensive EBook explaining how to use Diet, Exercise, Mind and Targeted Supplementation to achieve your weight loss goal. Visit My Optimal Health Resource to continue reading the latest health news updates, and to download your copy of 'Your Healthy Weight Loss Plan'.

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Shiitake mushrooms can help prevent cervical cancer, study finds

(NaturalNews) For centuries, shiitake mushrooms (Lentinula edodes) have been utilized as a medicine in their native East Asia. Traditional Chinese medicine, for instance, would commonly prescribe shiitake for people suffering from upper respiratory disease, poor blood circulation and fatigue. In Japan, shiitake were beloved for their anti-aging properties. And Europeans, who have rigorously studied shiitake under the microscope since they first arrived on the continent, appreciate their impressive cholesterol lowering and weight loss properties.

However, an American study published in the Cancer Prevention Research journal has also found that a compound present in shiitake mushrooms can suppress the rate of cervical cancer growth, making them a viable alternative for aggressive and unnatural allopathic cancer treatments.

AHCC vs. HPV

According to the study authors, shiitake mushrooms contain an alpha-glucan called active hexose correlated compound (AHCC), which is a mixture of amino acids, polysaccharides and minerals. This compound, which appears to be unique to shiitake, is well known for its anti-tumor benefits. With this information in mind, the researchers sought to determine whether AHCC could also eradicate human papillomavirus (HPV), an extremely common sexually-transmitted infection which, if left untreated, can cause women to develop cervical cancer.

For the study, the researchers treated two cervical cancer cells (SiHa [HPV 16/18 positive] and C-33A [HPV negative]) in vitro with a 0.42 mg/mL dose of AHCC, then incubated them for 72 hours. Two additional trials followed: one in which the same AHCC dose was repeated once every 24 hours for one week, and another in which mice suffering from HPV were fed a 50 mg/kg dose of AHCC daily for the same period.

The results showed that AHCC suppressed HPV in all three trials. In the first trial, the AHCC suppressed HPV expression during the first 24 hours, but the HPV came back with a vengeance during the next 24 hours. Fortunately, continuous in vitro exposure -- such as that experienced in the other two trials -- resulted in sustained HPV suppression. Specifically, sustained AHCC treatment resulted in an overall 15.9 percent decrease in HPV activity compared to the control groups.

"[T]hese data suggest daily dosing of AHCC will eradicate HPV 16/18 infections and may have a role in the prevention of HPV-related cervical cancer," concluded Dr. Judith Smith, lead researcher and scientist at the University of Texas. "Furthermore, there is a potential for the addition of AHCC to primary treatment regimens for cervical cancer, which may potentially improve response rates and prevent recurrence."

Dr. Smith's findings were presented at the Society of Gynecological Oncology's 45th Annual Meeting on Women's Cancer in Tampa, Florida in March 2014.

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Michael Ravensthorpe is an independent writer whose research interests include nutrition, alternative medicine, and bushcraft. He is the creator of the website, Spiritfoods, through which he promotes the world's healthiest foods.

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Coffee could be key in cutting colon cancer risk

NaturalNews) For years, doctors cautioned their patients against drinking too much coffee. Their fear was that the caffeinated beverage could be responsible for an uptick in cancer, especially cancers of the digestive tract such as colon cancer. In the last decade, though, physicians have come to some surprising conclusions about the real link between coffee and colon cancer.

Israeli study offers positive link between the two

In a large study in Israel that involved 8,500 people, researchers found that drinking about two cups of coffee each day lowered their risk of colon cancer. About 3,500 of the participants did not have cancer, while 5,000 of them had colorectal cancer. This study showed that those people who drank coffee had a 30 percent reduced risk overall for having colon cancer compared to those who did not. Even more surprising is the fact that the more coffee people drank, the lower their risk of developing colon cancer.

Promising results

While these are promising results from this study, many researchers hesitate to recommend that people begin to increase their consumption of coffee in an effort to reduce their risk of colorectal cancer. Nevertheless, for those study participants who drank between one and two cups of coffee per day, their risk of colorectal cancer was cut by 22 percent.

The benefits increase with increased coffee consumption

Even more startling, though, was that those people who drank increasing amounts of coffee showed much greater benefits. People who drank between two and two and a half cups of coffee each day reduced their risk of developing colon cancer by 44 percent. Those study participants who drank more than two and a half cups of coffee per day showed a staggering 59 percent reduction in their risk for getting this type of cancer.

A fact in this study that is worth noting is that, during this study, researchers asked participants how many servings of coffee they consumed on a daily basis. The definition of a serving was not defined, however, so the actual amount could vary and could be widely subjective, depending on the individual.

Researchers are not sure why coffee is beneficial

While some researchers theorize that coffee helps reduce colon cancer because it speeds the passage of substances through the intestines, others think the secret lies in the way coffee interacts with microbes that are present in the gut. Still others believe that coffee has antioxidant properties that help the body fight cancer better and more efficiently.

In addition to a link between coffee drinking and a lower risk for colon cancer, coffee has been shown to be beneficial for lowering the risk of other types of cancer as well. These are most notably prostate cancer and breast cancer as well as certain types of skin cancers. More research, though, is needed.

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Sandeep is an mountain climber, runner, and fitness coach. He shares his tips for staying in shape and eating healthy on quickeasyfit.

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Mudanças Climáticas: a janela está se fechando

Painel de cientistas da ONU confirma que setor de transporte contribui cada vez mais para aquecimento global; quadro pode mudar com transporte público e carros eficientes e elétricos.
As medidas para frear as mudanças climáticas não são apenas necessárias, mas viáveis e urgentes. Porém, devem vir de todas as frentes: governos, indústrias e sociedade civil. O recado veio de centenas de cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU), que divulgaram hoje mais um relatório abordando o assunto. Dessa vez, sobre as oportunidades de mitigação para essa crise global do clima.

Um dos dados que o relatório traz, o Brasil conhece bem: nos últimos anos, o setor de transporte foi um dos que mais aumentou sua contribuição para o aquecimento global. De 1970 a 2010, suas emissões mais que dobraram. E, segundo o IPCC, se nada for feito, as emissões do setor devem crescer como nenhuma outra até 2050, puxadas principalmente pelos países emergentes. Dados nacionais reforçam esse alerta. De acordo com o Observatório do Clima, de 1990 a 2012 as emissões de transporte subiram 143% no Brasil. E continuam em frente.

“A notícia boa que o IPCC traz é que há espaço para amenizar esse quadro. Os investimentos em transporte público e em infraestrutura para as opções não motorizadas são fundamentais para essa mudança”, explica Iran Magno, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace. Só assim, ele diz, com ações concretas dos governos – do federal aos municipais –, os indivíduos poderiam fazer escolhas inteligentes em seus deslocamentos no dia a dia.

Ele acrescenta que, por outro lado, a indústria também tem sua parcela de responsabilidade. “Não adianta apenas melhorar o transporte de massa. O Brasil é o quarto maior mercado de veículos do mundo, e a estimativa é que a frota nacional continue crescendo. A recomendação expressa dos cientistas é que a indústria adote tecnologias de baixo carbono, melhorando a eficiência energética dos automóveis e abrindo caminho para a eletromobilidade”, diz Magno.

Na última semana, o Greenpeace divulgou um estudo feito em parceria com a Coppe/UFRJmostrando que os veículos brasileiros poderiam reduzir substancialmente suas emissões caso a indústria investisse em tecnologias mais modernas. Segundo os dados, se os carros brasileiros fossem produzidos com a mesma meta de eficiência energética europeia, chegaríamos a 2030 emitindo 11% menos gases estufa que hoje, mesmo que a frota de carros fosse o dobro da atual.

“O desafio das mudanças climáticas já está lançado e, cada vez mais, vemos eventos climáticos extremos e tragédias ao redor do mundo“ afirma Magno. “No Brasil ainda temos espaço para mudança e potencial de liderar uma guinada para uma economia de baixo carbono. Agora é uma questão de vontade e escolha”.

Informe do Greenpeace, publicado pelo EcoDebate, 17/04/2014

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O orgulho de quebrar coco babaçu em Vila Criolis, Baixo Parnaíba maranhense, por Mayron Régis

[Territórios Livres do Baixo Parnaíba] Não é recomendável chegar em determinada cidade depois de um determinado horário por talvez não encontrar quem o receba assim como não é recomendável deixar essa mesma cidade em determinado horário por não haver quem o leve.

O povoado Vila Criolis se distancia treze quilômetros da cidade de Brejo, Baixo Parnaíba maranhense. Qualquer dificuldade, ele ligaria para dona Milagres que o aguardava em sua casa. Assim que chegaram, perguntou-se ao frentista qual era a distância entre Brejo e a Vila Criolis. O frentista calculou uns 30 quilômetros. Um rapaz guiou o carro pela estrada de piçarra em plena noite. Uma senhora o aconselhara a continuar o percurso a Vila Criolis pela manhã cedo. Ele gostaria de dormir na comunidade e por isso fazia questão de continuar. Além do motorista, seguia um outro rapaz no carro; eles perguntaram se o moço era professor. Ele respondeu que era jornalista. O conselho da senhora o inquietara. Ela o fez se sentir ameaçado. Os rapazes discorreram sobre roubos de celulares e de motos nos interiores da cidade de Brejo. Bem ali, mora não sei quem que rouba motos.

No ano passado, quando viera, a prefeitura anunciava a reforma da estrada que liga Brejo aos assentamentos do Incra. A reforma ficou só no anúncio. Sorte que não chovera tudo que tinha que chover, senão passariam por maus bocados. Simplesmente, a prefeitura “esquecera” de reformar a estrada que passa pela Vila Criolis. Ocorreu, apenas, a instalação dos tubos por onde a água corre. A prefeitura, simplesmente, aboliu a Vila Criolis do seu planejamento. As razões para não cumprir com as obrigações constitucionais não ficaram claras.

A Vila Criolis se caracteriza por ser uma região de Baixo. Os babaçuais predominam em vários trechos. Desde sempre, ouvia-se das bocas de várias pessoas, que provieram da Vila Criolis e de áreas próximas, o quanto suas vidas dependeram do extrativismo do babaçu. O deputado Domingos Dutra e o professor Luis Alves expõem suas dívidas e raízes históricas com a cultura do babaçu sempre que possível.

A sua ida a Vila Criolis se configurava como uma excelente oportunidade não só para apresentar o PAIS, ou Produção Agroecologica Integrada e Sustentável, uma tecnologia social que congrega no mesmo espaço diferentes atividades produtivas como a criação de galinha caipira e o plantio de verduras, para a comunidade como também uma excelente oportunidade para rememorar as histórias pelas quais essa gente toda passou e ainda passa. A casa de dona Milagres era uma casa de agricultores. Eles plantavam um pouco de mandioca, arroz, feijão e abóbora. O filho dela disse desse jeito: “ aqui vivemos da roça”. Em sua fala, havia muita sinceridade e muita tristeza. A irmã veio em seguida para desembestar outros dizeres e afazeres. Ela compunha um dos grupos que cultivavam uma área com verduras. Apanhava-se cheiro verde e cebolinha. A Girlene também quebrava coco e vendia o azeite. Depois de escutar a Girlene, ele inquiriu a família de dona Milagres dos porquês das pessoas deixarem que as coisas boas se percam. A dona Milagres respondeu que por medo.

A Capacitação em meio ambiente, organizada pelo Aconeruq, iniciou-se as oito horas da manhã. A dona Maria do Rosário se deslocou de mansinho na manhã para avisar que não ficaria por muito tempo na oficina e que enviaria o marido para ficar em seu lugar. Ficou por muito mais tempo do que previra. A primeira conversa da capacitação girou em torno do que representava para eles viver na Vila Criolis, data Saco das Almas. A dona Maria do Rosário recordou a sua infância e as ameaças de despejo desferidas pelo proprietário de terras à sua família e aos outros agregados. O agregado pagava uma renda ao proprietário como forma de obediência e também como forma de garantir a sua permanência na propriedade. Caso não pagasse a renda, o proprietário enviava a polícia militar para retirar a família e os seus pertences. A obrigação de pagar renda ofendia a família de duas formas: pela humilhação com os tratamentos dispendidos e pelo empobrecimento já que os agregados destinavam seu tempo e sua produção para o proprietário.

O senhor José de Fátima, como dona Rosário, viveu boa parte de sua vida agregado em propriedades dos outros. No caso dele, foram três as propriedades: a dona Vitória, o senhor Wilson e o doutor Carlos. Quanto tempo existe a Vila Criolis? Ninguém soube responder ao certo. As respostas raspavam os trinta anos. A Ana Lina discordou de imediato porque ela nasceu na Vila Criolis e já tinha 37 anos. Para tirar a dúvida, chegou a dona Ana Lurdes, mãe de Ana Lina. A dona Ana Lurdes também não soube precisar a idade da Vila Criolis, mas soube cravar que se orgulha de ser quebradora de coco babaçu. Depois que ela declarou esse orgulho, as demais mulheres responderam no mesmo tom que se orgulhavam de serem quebradoras. O Antonio, delegado sindical, relatou que as áreas de babaçuais na data Saco das Almas alcançam mais de quinze mil hectares e que o Vicente um dos proprietários da área quis implantar um projeto industrial de extração do palmito do babaçu na cidade de Brejo. O projeto só não foi em frente porque os quilombolas fizeram denúncias ao Ibama.

De acordo com o Antonio, o babaçu é a vida dos quilombolas porque dele se tira o azeite, o palmito, o mesocarpo e se queima a casca. Essa declaração do Antonio e as declarações das mulheres se chocam um pouco com a percepção que o babaçu, de tanto fazer parte da vida dos quilombolas da Vila Criolis, perdeu um pouco a sua importância econômica e social nesses tempos modernos. As mulheres quebram o coco e vendem o azeite, só que o babaçu não aparece em primeiro lugar na lista de espécies florestais importantes para a comunidade.

Os participantes da capacitação em meio ambiente se depararam durante a caminhada pelo leito do riacho da Ponte, na Vila Criolis, município de Brejo, com a dona Maria Inês em seu momento de banho. Eles caminhavam por dentro da propriedade do senhor Candin. A dona Maria Inês chegou aos seus setenta anos. O senhor Candin prometeu doar um hectare para ela se manter. Uma cerca torna difícil a caminhada até o riacho na propriedade do senhor Candin. Verificam-se cercas por toda a extensão do riacho. Apenas dois trechos se livraram das cercas e nestes a comunidade se banha e lava as roupas. Nesses dois trechos as criações de animais também se molham e bebem. Tem dois anos que o riacho da Ponte seca depois que as chuvas acabam. Isso se deve, segundo os moradores, ao desmatamento que o senhor Candin realizou para o plantio de capim.

Além do desmatamento, o plantio de capim traz consigo o despejo de agrotóxicos. O senhor Francisco, marido de uma das participantes, despejou agrotóxico quinze anos da sua vida. Apresentaram-se dores da cintura para baixo o que pode ser resultado da aspersão de agrotóxico. Na casa do senhor Francisco, depois da caminhada, as pessoas conversaram sobre mudanças climáticas e o comportamento dos agricultores referente ao meio ambiente e a urgência em mudar esse comportamento.

Os agricultores esperam que a floresta se regenere depois que utilizaram aquele solo para os seus plantios. É bem provável que ela não regenere a contento porque o agricultor voltará a essa área mais cedo ou mais tarde. A hora do almoço se aproximava. As mulheres saíram cedo de suas casas sem aprontarem nada. De uma próxima vez, o almoço se dará no mesmo lugar da oficina. Por conta disso, a esposa do senhor Francisco ofereceu goiabas. Alguns comeram mais e outros menos. As pessoas paparam as goiabas e, por fim, escolheram três deles (Girlene, Valdemar e Zé de Fátima) para formarem um grupo que encetará uma discussão com os proprietários, que impedem os moradores de carregarem água de seus terrenos e que despejam agrotóxicos para plantar capim, para que mudem suas atitudes que causam danos ambientais na vida de todos os moradores da Vila Criolis.

* Mayron Régis, Colaborador do EcoDebate, é Jornalista e Assessor do Fórum Carajás e atua no Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Fórum Carajás, SMDH, CCN e FDBPM).

** Crônica enviada pelo Autor e originalmente publicada no blogue Territórios Livres do Baixo Parnaíba.

EcoDebate, 17/04/2014

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Sabemos o que fazer, mas quase nada fazemos, artigo de Washington Novaes

[O Estado de S.Paulo] Só pode ser bem-vinda a notícia de que o Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente está preparando um diagnóstico para o Cerrado e uma proposta de estratégia para esse bioma (Ministério do Meio Ambiente, 31/3). O Cerrado já perdeu mais de 50% de sua vegetação e, segundo estimativa de estudiosos, mais de metade da água acumulada no subsolo e que gera 14% dos fluxos para as três grandes bacias nacionais – a amazônica, a do Paraná e a do São Francisco. E pode perder mais, dizem técnicos, com a expansão da fronteira agropecuária, pressionada pela maior exportação de commodities, pelo aumento do consumo interno e pela expansão dos agrocombustíveis. Tudo isso resulta em ampliação do uso da terra e das taxas de desmatamento.

Pela mesma razão, é preciso que a sociedade esteja atenta para o que acontecerá no Senado na discussão de parecer do senador Blairo Maggi ao projeto de lei da Política de Gestão e Proteção do Bioma Pantanal – outra área já diante de agressões em curso e da possibilidade de que se permita ali a substituição de áreas preservadas por pastagens cultivadas, da possível supressão de reservas legais e dos efeitos danosos sobre os recursos hídricos. O Pantanal é um privilégio brasileiro, fundamental para o clima e a conservação da biodiversidade.

O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado há poucos dias (Estado, 30/3), alerta exatamente para a vulnerabilidade de espécies terrestres e aquáticas, o risco de que tenham de migrar ou se extingam diante dos impactos do clima. E menciona especificamente a Amazônia brasileira, mas não apenas ela, embora lembre que no espaço amazônico estão estocados 90 bilhões de toneladas de carbono (na seca de 2005 foram liberados 5 bilhões de toneladas).

Outros estudos estão apontando para os impactos do clima nas populações de polinizadores, principalmente abelhas, das quais depende cerca de 10% da produção agrícola mundial, perto de US$ 212 bilhões anuais (30/3). Os polinizadores estão sendo afetados principalmente pelas mudanças no uso da terra, secas, inundações. Áreas particularmente atingidas são as de produção de verduras e frutas. E a perda da biodiversidade originária – estudo da Natura (17/3) – pode ser muito problemática, já que um hectare de palmeiras de dendê produz 200% mais óleo de palma do que um hectare de sistema agroflorestal. No mundo todo, afirma o economista indiano Pavan Sukhdev, o custo da perda da biodiversidade pode chegar a US$ 4,5 trilhões por ano.

Os dramas do clima e cenários soturnos não são para o fim do século, estão acontecendo agora em todos os continentes e oceanos – lembra texto de Giovana Girardi neste jornal (29/3). E podem desacelerar o crescimento econômico, dificultar a redução da pobreza e a segurança alimentar. O cientista José A. Marengo enfatiza a necessidade de correr com programas de adaptação – mas deixando claro que não há uma fórmula única, depende de cada lugar, de seus problemas e possibilidades específicas. Todavia já são evidentes os riscos de savanização de várias áreas.

O conservador e prudente jornal britânico The Guardian chega a discorrer sobre estudo do Centro Espacial Goddard, da Nasa, segundo o qual “a civilização industrial global pode entrar em colapso nas próximas décadas” por causa do “consumo insustentável de recursos e da distribuição desigual da renda” – cada vez maior. Não seria a primeira vez na História do mundo, observa o jornal, citando o desaparecimento de civilizações como as de Roma e da Mesopotâmia. Tecnologia, apenas, não resolverá. O desfecho, contudo, não é inevitável, “dependerá de políticas adequadas” (14/3).

Uma dessas políticas terá como missão encontrar formatos adequados para expandir em 60% a produção global de alimentos até 2050 sem ampliar os problemas da água (a agricultura já usa 70% do total), da desertificação (mais 60 mil km2 por ano), do consumo de recursos naturais acima (pelo menos 30%) da capacidade de reposição. Em outra área, diz o World Economic Forum que serão necessários investimentos anuais de US$ 6 trilhões, ao longo de quase duas décadas, para estabelecer uma “economia de baixo carbono”. Mas como se fará para eliminar, por exemplo, o subsídio ao consumo de combustíveis fósseis – petróleo, principalmente -, uma das fontes mais poluidoras?

Diz o governo brasileiro que em 2010 a redução do desmatamento no Brasil produziu uma queda de emissões maior que a do total dos países desenvolvidos. Isso foi consequência dos esforços para reduzir o pico do desmatamento na Amazônia. Porém ainda não chegamos a reduções mais fortes em outras áreas (transportes, indústria e agricultura, principalmente).

Um dos problemas está exatamente na falta de avanços na implantação do novo Código Florestal. E uma das questões mais fortes está em que, dois anos depois da nova legislação, ainda não se implementou o Cadastro Ambiental Rural (jornal Valor Econômico, 27/3), que permitiria identificar em cada propriedade áreas de preservação obrigatória da vegetação, reservas legais e desobediências à lei. Os decretos de regulamentação do novo código também estão parados. E com tudo isso, como afirmou o Valor, “o Código Florestal continua no papel”, embora haja 5,4 milhões de imóveis rurais no País.

Paralelamente, as unidades federais administradas pelo Instituto Chico Mendes não têm dinheiro para nada. O Brasil, segundo as Universidades Yale e de Columbia, está em 71.º lugar entre 178 países em termos de “ameaças à natureza” e proteção à saúde humana (Instituto Carbono Brasil, 29/1).

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, espera que os países cheguem a um acordo sobre o clima em setembro, mas não há nada concreto à vista. E o experiente Nicholas Stern, consultor do Reino Unido, alerta: “Sabemos o que está acontecendo. Mas nada fazemos” (UN News, 21/3).

*Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br.

Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo e reproduzido pelo EcoDebate, 14/04/2014

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Desenvolvimento sustentável e o economista, artigo de Junior Ruiz Garcia

A discussão sobre a necessidade de mudanças no modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos países ao longo da primeira metade do século XX, iniciada nos anos 1970, resultou na inserção da dimensão ecológica nas decisões dos agentes econômicos e na proposta de desenvolvimento sustentável. Contudo, a inserção da dimensão ecológica na discussão sobre o desenvolvimento econômico tem invocado a necessidade de uma profunda revisão nas teorias e nos modelos econômicos, e, em última instância, no próprio ensino de economia.

No entanto, quase 50 anos depois de ter sido iniciado esse debate, a formação da maioria dos economistas ainda está baseada em teorias e modelos que não incluem a dimensão ecológica e com pressupostos formulados no século XIX ou antes, que consideram, por exemplo, que o sistema natural é passivo e neutro, que não responde as intervenções. Isto significa que os economistas desconhecem o papel central que o sistema natural assume na dinâmica econômica, embora as notícias publicadas diariamente contradizem essa visão, e sem qual não existiria o sistema econômico.

Se o leitor consultar os principais manuais de teoria econômica adotados por importantes cursos de economia no Brasil e no exterior, verificará que o sistema econômico é considerado como se este fosse o todo, similar ao Universo, como se não fizesse parte do sistema natural, ou seja, independente do sistema natural. Isto significa que o sistema econômico não precisaria de recursos naturais! Mas não é o sistema econômico que proporciona os bens e serviços demandados pela sociedade?

Tem sido ensinado ao futuro economista que o único resultado dos processos produtivos é o produto econômico, como se este não necessitasse de recursos naturais ou mesmo que o processo não gerasse resíduos (poluição). Por conseguinte, o economista não sabe desenvolver estudos econômicos que incluam de maneira adequada a dimensão ecológica, produzindo resultados equivocados ou distorcidos, que têm causado profundos prejuízos à sociedade. Como os modelos econômicos não reconhecem de maneira adequada a geração de resíduos na produção econômica, logo, pelo próprio crescimento econômico, a sociedade tem convivido com perdas irreversíveis. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um estudo revelando que 7 milhões de pessoas morreram em 2012 por doenças relacionadas à poluição atmosférica! Já imaginou o custo social e econômico do impacto causado pela poluição atmosférica?

A deficiência no ensino de economia está muito evidente no grande debate que está sendo realizado entre importantes economistas nacionais e internacionais, a respeito do baixo crescimento econômico da economia brasileira registrado no período recente. As principais propostas apresentadas por estes economistas são construídas com base em modelos de crescimento cujas determinantes são apenas a expansão da mão de obra, a acumulação de capital e o desenvolvimento tecnológico. Como se apenas esses elementos poderiam explicar o desenvolvimento. Neste sentido, de que adiante a disponibilidade desses elementos se não houver recursos naturais disponíveis em quantidade e qualidade suficientes? É possível produzir aço sem minério de ferro? Alimentos sem os nutrientes do solo ou água? A própria educação tão defendida por estes analistas.

Embora o economista esteja no centro do debate sobre como operacionalizar o modelo de desenvolvimento sustentável, se isso é possível, nos cursos de economia esta discussão está muito distante, para não falar ausente. No máximo, alguns cursos de economia têm inserido esse debate como optativo em suas grades curriculares, como se fosse uma opção para o economista incluir ou não a dimensão ecológica em suas análises. Seria o mesmo que afirmar que é possível produzir bens econômicos apenas com mão de obra, capital e tecnologia, é possível?

Junior Ruiz Garcia, professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Econômico, do Departamento de Economia da UFPR e doutor em Desenvolvimento Econômico Espaço e Meio Ambiente pelo Instituto de Economia da Unicamp. E-mail: jrgarcia@ufpr.br

* Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no Jornal Gazeta do Povo, estado do Paraná.

EcoDebate, 17/04/2014

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