Sistema imunológico canino é relacionado ao comportamento

Por Rúvila Magalhães - ruvila.avelino@usp.br

Publicado em 6/dezembro/2013 
Foram estudadas características de personalidade em 30 cães da raça Beagle

Diferenças de comportamento nos cães podem estar relacionadas a variações nos sistemas imunológicos. Além disso, foram detectadas diferentes alterações na atividade de um tipo de leucócito quando era estudada a influência do gênero dos cães. Essas conclusões são apontadas na pesquisa realizada por Adriana Tiemi Akamine e orientada por Frederico Azevedo da Costa Pinto na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. O estudo também sugere que o animal pode apresentar comportamentos dominantes ou subordinados ancorados em suas características imunológicas.

Para entender melhor o perfil imunológico dos cães, foram estudadas características de personalidade (comportamentos de subordinação e dominância) e as relações de gênero, ou seja, o experimento buscou saber se há diferenças nesse perfil em machos e fêmeas. O estudo foi feito entre 2010 e 2012, usando como amostra 30 cães da raça beagle.

Tudo começou com a análise do comportamento natural dos animais e as interações entre os membros dos grupos. Isso foi feito por meio de uma filmagem dos animais em um canil, que seria o habitat deles. Para a análise imunológica, foi coletado sangue dos cães nesse primeiro canil e após uma situação estressora, que foi uma mudança de canil e nos grupos de cães, o que os faz perder posições no ranking hierárquico. Já no novo ambiente, é coletada mais uma amostra de sangue dos animais, aproveitando o estímulo estressor oferecido pela mudança de ambiente. Com as coletas em mãos, foram analisados alguns parâmetros: número e porcentagem de leucócitos, atividade de neutrófilos, imunofenotipagem de linfócitos, níveis hormonais (testosterona e cortisol).

Comportamento e sistema imunológico

Vários resultados foram obtidos por meio das análises. O que mais despertou a atenção de Adriana foi a ligação entre o comportamento e os níveis de cortisol, que é um hormônio relacionado às respostas de estresse: “mas o mais interessante foi observar que o fato destes animais terem maior frequência de comportamentos dominantes ou subordinados estava relacionado com alguns parâmetros, como por exemplo nível de cortisol, ou seja, reagiriam mais ou menos ao estímulo estressor oferecido (transporte)”, explica Adriana.

Os neutrófilos são as primeiras células de defesa do organismo e muito importantes na prevenção e no combate de infecções bacterianas. A pesquisa aponta que a situação estressante interferiu principalmente na atividade de neutrófilos, o que pode comprovar que o comportamento interfere no sistema imunológico.

Os cães machos observados no experimento apresentaram mais comportamentos de dominância e subordinação que as fêmeas (não havia separação clara entre os comportamentos delas). Esse fato levou a pesquisadora a usar a comparação desses padrões de comportamentos apenas entre os machos.

Foi possível perceber diferenças referentes ao sistema imunológico entre machos e fêmeas. “Observamos essa diferença principalmente na atividade de fagocitose dos neutrófilos, a grosso modo, seria sobre a eficiência dos neutrófilos. Apesar de a literatura não apresentar variação do números deste tipo celular entre os gêneros, nossa pesquisa mostra uma diferença na intensidade de como eles fazem sua função, que é a fagocitose”, relata a pesquisadora. Os neutrófilos têm como função principal fagocitar patógenos, principalmente bactérias.

Segundo a pesquisadora, apesar dos resultados serem inéditos, já se imaginava que havia uma relação entre o comportamento e o sistema imunológico nos cães. O método usado na pesquisa é pouco invasivo e atende as necessidades do estudo. A dissertação de mestrado Relação entre gênero e perfil comportamental de cães e seu sistema imunológico dá parâmetros e respaldo para que outras pesquisas na área sejam feitas. “Caso os resultados se repitam em pesquisas futuras, e se nos aprofundarmos nas análises, poderemos talvez estabelecer uma relação relevante, a ponto de determinar manejo e alojamento de cães de canis”, ressalta Adriana.

Foto: Wikimedia

Mais informações: akamine.tiemi@gmail.com

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Casca e semente de uva geram pigmento funcional

Por Hérika Dias - herikadias@usp.br
Publicado em 9/maio/2014

Restos de casca e semente de uva podem se transformar em uma substância em pó colorida (pigmento) com propriedades funcionais, como capacidade antioxidante, atividade antibacteriana, e ainda inibir uma enzima relacionada à doença leishmaniose: a arginase de Leishmania. Esses são alguns dos resultados obtidos por uma pesquisa da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga.
Restos de casca e semente de uva: capacidade antioxidante e antibacteriana

O autor do estudo, o engenheiro de alimentos Volnei Brito de Souza, sob orientação da professora Carmen Sílvia Fávaro Trindade, analisou o aproveitamento dos subprodutos da produção de vinho da uva do tipo Bordô, variedade conhecida por ter uma grande quantidade de pigmento. Os testes in vitro mostraram que as cascas e sementes, que sobram após o processo de vinificação, podem se tornar um pigmento natural com aplicações na indústria farmacêutica, alimentícia e cosmética.

De acordo com o pesquisador, o pigmento apresenta, entre suas propriedades funcionais, a capacidade antioxidante que protege o corpo dos efeitos prejudiciais dos radicais livres (substâncias geradas no organismo, responsáveis por reações que prejudicam as células).

Foi constatada também atividade antibacteriana. O pigmento foi testado contra a ação de quatro bactérias patogências, que podem causar doenças, conseguindo inibir o crescimento de duas bactérias: Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes, relacionadas a infecções de origem alimentar. “Essa atividade antimicrobiana pode ser aproveitada, por exemplo, para inibir o crescimento dessas bactérias em diferentes produtos alimentícios”, explica Souza.

O engenheiro destaca que “o pigmento obtido poderia substituir os corantes sintéticos que podem ser tóxicos. O pigmento é natural, solúvel em água, não tem gosto e remete à uva por causa da cor roxa. Pode ser empregado em bebidas, iogurtes e cosméticos, entre outros”.

As amostras da pesquisa tiveram alta inibição da atividade da enzima arginase, associada ao metabolismo e a reprodução da Leishmania, protozoário causador da leishmaniose. “O pigmento poderia ser testado na produção de alguma droga para o tratamento da doença”, afirma o engenheiro de alimentos.

Pigmento

Para obter o pigmento, o pesquisador triturou as cascas e sementes de uva, junto com uma mistura contendo 50% de água e 50% de etanol. Depois extraiu o líquido e em seguida eliminou o álcool. Adicionou maltodextrina, um carboidrato que ajuda no processo de secagem do composto.

Para virar pó, o líquido (extrato + maltodextrina) foi colocado em um atomizador (aparelho para a secagem rápida de produtos finais de líquidos a pó). “Nesse processo, a secagem é instantânea, por isso o pigmento não perde suas propriedades funcionais ou sua cor”, observa Souza.

O estudo ainda testou a estabilidade do produto durante a armazenagem sob temperatura e umidade controladas, durante 120 dias. “Constatamos que quanto mais maltodextrina havia na amostra, maior é a proteção ao pigmento, mas, de um modo geral, o produto manteve todas as suas características no armazenamento”.

O trabalho também contou com a colaboração do professor Edson Roberto da Silva, da FZEA, e da professora Maria Inés Genovese Rodriguez, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP .

Foto: Divulgação

Mais informações: email volnei@usp.br
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sexta-feira, 9 de maio de 2014

USP disponibiliza mais de 3 mil livros grátis para download

Livros acadêmicos, raros, documentos históricos, manuscritos e imagens que são parte do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, doada à universidade. 

The promise of purple for enhanced bioimaging

Date: May 9, 2014

Source: The Agency for Science, Technology and Research (A*STAR)

Summary:
Newly detected ‘energy-clustering’ structures inside rare-earth nanoparticles generate intense violet light, which is ideal for studying photon-induced transformations. Labeling biomolecules with light-emitting nanoparticles is a powerful technique for observing cell movement and signaling under realistic, in vivo conditions. The small size of these probes, however, often limits their optical capabilities. In particular, many nanoparticles have trouble producing high-energy light with wavelengths in the violet to ultraviolet range, which can trigger critical biological reactions.

Newly detected 'energy-clustering' structures inside rare-earth nanoparticles generate intense violet light, which is ideal for studying photon-induced transformations. Labeling biomolecules with light-emitting nanoparticles is a powerful technique for observing cell movement and signaling under realistic, in vivo conditions. The small size of these probes, however, often limits their optical capabilities. In particular, many nanoparticles have trouble producing high-energy light with wavelengths in the violet to ultraviolet range, which can trigger critical biological reactions.

Now, an international team led by Xiaogang Liu from the A*STAR Institute of Materials Research and Engineering and the National University of Singapore has discovered a novel class of rare-earth nanocrystals that preserve excited energy inside their atomic framework, resulting in unusually intense violet emissions.

Nanocrystals selectively infused, or 'doped', with rare-earth ions have attracted the attention of researchers, because of their low toxicity and ability to convert low-energy laser light into violet-colored luminescence emissions -- a process known as photon upconversion. Efforts to improve the intensity of these emissions have focused on ytterbium (Yb) rare-earth dopants, as they are easily excitable with standard lasers. Unfortunately, elevated amounts of Yb dopants can rapidly diminish, or 'quench', the generated light.

This quenching probably arises from the long-range migration of laser-excited energy states from Yb and toward defects in the nanocrystal. Most rare-earth nanocrystals have relatively uniform dopant distributions, but Liu and co-workers considered that a different crystal arrangement -- clustering dopants into multi-atom arrays separated by large distances -- could produce localized excited states that do not undergo migratory quenching.

The team screened numerous nanocrystals with different symmetries before discovering a material that met their criteria: a potassium fluoride crystal doped with Yb and europium rare earths (KYb2F7:Eu). Experiments revealed that the isolated Yb 'energy clusters' inside this pill-shaped nanocrystal (see image) enabled substantially higher dopant concentrations than usual -- Yb accounted for up to 98 per cent of the crystal's mass -- and helped initiate multiphoton upconversion that yielded violet light with an intensity eight times higher than previously seen.

The researchers then explored the biological applications of their nanocrystals by using them to detect alkaline phosphatases, enzymes that frequently indicate bone and liver diseases. When the team brought the nanocrystals close to an alkaline phosphate-catalyzed reaction, they saw the violet emissions diminish in direct proportion to a chemical indicator produced by the enzyme. This approach enables swift and sensitive detection of this critical biomolecule at microscale concentration levels.

"We believe that the fundamental aspects of these findings -- that crystal structures can greatly influence luminescence properties -- could allow upconversion nanocrystals to eventually outperform conventional fluorescent biomarkers," says Liu.

Story Source:

The above story is based on materials provided by The Agency for Science, Technology and Research (A*STAR). Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Juan Wang, Renren Deng, Mark A. MacDonald, Bolei Chen, Jikang Yuan, Feng Wang, Dongzhi Chi, Tzi Sum Andy Hor, Peng Zhang, Guokui Liu, Yu Han, Xiaogang Liu. Enhancing multiphoton upconversion through energy clustering at sublattice level. Nature Materials, 2013; 13 (2): 157 DOI:10.1038/nmat3804

Cite This Page:

The Agency for Science, Technology and Research (A*STAR). "The promise of purple for enhanced bioimaging." ScienceDaily. ScienceDaily, 9 May 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/05/140509131605.htm>.

Link:

ANVISA: Diretoria aprova regulamentos para registro e notificação de fitoterápicos

9 de maio de 2014
A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou duas regulamentações que podem ajudar a população a ter acesso a produtos feitos de plantas da biodiversidade brasileira. A Agência atualizou o registro dos medicamentos fitoterápicos e criou o registro e notificação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos. O texto deverá ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias.

A decisão prevê a publicação de duas normas sobre o tema: uma resolução tratando das formas de liberação de fitoterápicos, se registrados quando medicamentos fitoterápicos, ou registrados ou notificados quando se tratarem de produtos tradicionais; e uma outra resolução que traz uma lista de plantas que são já reconhecidas como seguras e eficazes, sendo declaradas pela Anvisa como de registro simplificado.

As duas normas tratam apenas de produtos industrializados a serem regularizados junto a Anvisa, tanto que há uma previsão na norma que produtos elaborados por comunidades tradicionais não são passíveis de registro conforme os princípios da norma.

Serão enquadrados como medicamentos fitoterápicos os que passaram por testes clínicos padronizados para avaliação de segurança e eficácia. Já os Produtos Tradicionais Fitoterápicos serão autorizados por meio da demonstração do uso seguro no ser humano por um período longo, determinado pela Agência como de 30 anos. Já a segunda norma trará uma lista com 43 plantas comumente usadas que poderão produzir medicamentos sem a necessidade de comprovação adicional de eficácia e segurança. Esse registro simplificado abrange espécies brasileiras e plantas reconhecidas, bem como espécies de registro simplificado, reconhecidas como seguras em outros países como Canadá e da União Europeia.

De acordo com o Diretor-Presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, as novas regras são marcos regulatórios importantes para o setor. “As regulamentações vão permitir que as empresas tenham condições de ter um marco regulatório perene e coerente. Com isso, o País terá um mercado mais atrativo em relação aos fitoterápicos”, analisa.

Já a Coordenadora de Fitoterápicos e Dinamizados da Anvisa, Ana Cecília Carvalho, destaca que os textos foram elaborados tendo por base regulamentações internacionais já existentes, para que o Brasil tenha normas tecnicamente atuais e harmonizadas internacionalmente.

Como ficam os Fitoterápicos a partir da aprovação

Medicamento FitoterápicoRegistro comum ou simplificadoRegistro comum: baseado na apresentação de dados de eficácia e segurança (estudos)
Registro simplificado: se for uma das plantas da lista de Simplificados.
Produto Tradicional Fitoterápico
(Nova Categoria)
Pode ser Notificado ou RegistradoNotificação: vale para os produtos listado no Formulário Fitoterápico Nacional.

É feito de forma automática.
Registro: feito por meio de literatura que comprove o uso há pelo menos 30 anos
ou
se for uma das plantas da lista de Simplificados.
Link:

Science publica estudo que avalia o impacto do novo Código Florestal brasileiro

A revista científica norte-americana Science, na sua edição de 25 de abril, publica artigo que decifra o Novo Código Florestal e os impactos causados pela nova legislação na conservação ambiental e produção agrícola no Brasil.

No artigo, os autores demonstram que a revisão do código florestal brasileiro proporcionou uma grande anistia para quem desmatou até 2008, reduzindo em 58% o passivo ambiental dos imóveis rurais no Brasil. Com isso, a área desmatada ilegalmente que pela legislação anterior deveria ser restaurada foi reduzida de 50 para 21 milhões de hectares (Mha), sendo 22% Áreas de Preservação Permanente nas margens dos rios e 78% áreas de Reserva Legal. Essas reduções, segundo os autores, afetam os programas nacionais de conservação ambiental, principalmente na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Por exemplo, a recuperação da Mata Atlântica, onde resta somente de 12 a 16% de floresta, é vital para provisão de serviços ambientais, dentre os quais se destaca o fornecimento de água para geração de energia hidroelétrica e abastecimento dos grandes centros urbanos. Dessa forma, a redução da necessidade de recuperação ambiental pode agravar a crise de abastecimento de água que já assola a região metropolitana de São Paulo e outras grandes cidades brasileiras.

O estudo, liderado pelos professores Britaldo Soares Filho e Raoni Rajão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em colaboração com a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo brasileiro e pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e do centro de pesquisa americano Woods Hole Research Center, mostra ainda que é infundada a afirmação de que a conservação ambiental conflita com o fortalecimento da produção agrícola no País. Segundo o estudo, somente 1% do total nacional de áreas de lavoura ocupa margens de rios que devem ser restauradas. Apesar de constatações como essa, a publicação do estudo coincide com notícias de desmatamento crescente na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, e a pressão contínua dos ruralistas que, organizados, buscam ampliar ainda mais a anistia dada pelo novo código florestal. “O lobby rural tem que entender que já teve um ganho substancial e se continuar a boicotar ou sabotar o código florestal vai dar um tiro no pé, pois a produtividade agrícola depende da manutenção do meio ambiente e estabilidade do clima”, diz Britaldo Soares-Filho.

Mesmo tendo feito grandes concessões ao setor rural, se a nova legislação for levada a cabo, argumenta o estudo, ela poderá trazer, finalmente, valor à floresta em pé. Em particular, proprietários que detêm áreas de florestas além do exigido pela lei poderão negociar no mercado financeiro os títulos conhecidos como Cotas de Reservas Ambientais (CRA), o que ofereceria uma alternativa econômica para a preservação de parte dos 88 Mha de vegetação nativa que ainda poderiam ser desmatados legalmente. Além disso, a implementação do agora obrigatório Cadastro Ambiental Rural (CAR) em todo território nacional pode inaugurar uma nova era de governança ambiental, tendo em vista o seu potencial para detectar e punir os desmatamentos ilegais através de imagens de satélite e do registro eletrônico das propriedades.

Por fim, para a implementação plena do Código Florestal e mitigação das mudanças climáticas, o estudo defende a criação de formas de pagamento por serviços ambientais e a necessidade de incentivos econômicos aportados por fundos internacionais como o recém criado Fundo de Varsóvia para o REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). “A efetivação do Código deverá estar amarrada a benefícios econômicos para aqueles proprietários que conservarem sua vegetação nativa. Isto será crucial para que o Brasil consiga conciliar a conservação ambiental com o desenvolvimento agrícola”, afirma Raoni Rajão.

A revista científica Science é publicada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência e é considerada uma das revistas mais prestigiadas de sua categoria.

Para chegar aos números publicados, os autores analisaram uma extensa base de dados cartográficos sobre o Brasil através de software desenvolvido pela própria UFMG, que incorpora as complexas regras do novo Código Florestal. Intitulado Cracking Brazil’s Forest Code, o artigo integra o vol. 344 da Science e pode ser acessado no endereço www.sciencemag.org.

Informe do IPAM Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, publicado pelo EcoDebate, 25/04/2014

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D. Tomás, só um fato, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

[EcoDebate] Teria muitos fatos, muitos momentos para falar de D. Tomás, a partir da convivência de sete anos na Coordenação Nacional da CPT. Mas, relato apenas um.

Um dia lhe disse sobre a importância do Pe. Ibiapina para o Nordeste e de toda geração de evangelizadores, inclusive Pe. Cícero e os beatos que vieram nessa linhagem, fundando comunidades como Canudos, Caldeirão e Pau de Colher.

Ele ouviu atentamente e disse: “são nossos precursores”.

Alguns meses depois ele já estava no Juazeiro do Norte, num encontro que as CPTs do Nordeste costumam fazer durante uma das festas do Santuário do Pe. Cícero, no dia de finados.

Ele quis conhecer o Pe. Murilo, um homem que durante 40 anos sustentou a memória do Pe. Cícero como vigário, acolhendo os romeiros, quando a própria instituição eclesial não sabia o que fazer com esse potencial. Hoje já sabe.

Fui com D. Tomás visitar o Pe. Murilo na casa paroquial do Juazeiro. Chegamos e fomos atendidos por uma mulher que trabalhava na casa paroquial. Ela disse: “entrem por aqui e vocês saem lá na Igreja. Ele está confessando o povo”.

Fomos atravessando as portas e saímos na Igreja. De repente, Pe. Murilo saiu como uma flecha de dentro do confessionário e veio em direção a D. Tomás. Mesmo sem que jamais o tivesse visto pessoalmente, lhe deu abraço tão efusivo que D. Tomás parecia perplexo. Mais perplexo ainda estava o Padre Murilo, já que não era costume de bispos visitarem o santuário do Pe. Cícero. Foi uma festa e, naquela noite, D. Tomás foi o celebrante de uma missa para aproximadamente 150 mil romeiros.

Durante esses dias a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza sua 52ª assembleia. Um dos temas centrais do evento é a discussão de um novo documento sobre as questões da terra no Brasil. O episcopado, por reações internas, não consegue aprovar outro documento sobre o assunto desde 1983.

Portanto, em memória de Ibiapina, de Pe. Cícero, de tantos precursores, talvez em honra de D. Tomás, mas principalmente em nome daqueles aos quais esses homens dedicaram suas vidas – índios, negros libertos, pobres do sertão, sem terra, etc. – está na hora da CNBB dar um novo grito profético em favor desses despossuídos da terra em pleno século XXI.

Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

EcoDebate, 09/05/2014

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Conservação de recursos genéticos na Amazônia é menor que 1% das espécies conhecidas

Embora se destaque a imensa biodiversidade amazônica, as ações para conservação e uso de recursos genéticos amazônicos envolvem menos de 1% do total de plantas conhecidas da região, segundo destaca o pesquisador biólogo Charles Clement, que é referência mundial quando se trata de recursos genéticos amazônicos e origem e domesticação de plantas em cultivos amazônicos. Professor de pós-graduação em programas de mestrado e doutorado, Clement levou seus alunos para conhecer algumas ações de conservação de recursos genéticos, visitando os Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) e coleções da Embrapa Amazônia Ocidental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Manaus (AM).
Na foto: Alunos de pós-graduação em visita às coleções de recursos genéticos da Embrapa em Manaus.

De acordo com Clement, existem cerca de 20 mil espécies de plantas superiores na região amazônica (considerando plantas com flores e frutos, sem contar os musgos) e desse total, em torno de uma dezena, ou 0,05% das espécies conhecidas recebem ações coordenadas para conservação de recursos genéticos. Das 20 mil espécies, se tem conhecimento sobre o uso de 3.500 espécies, das quais 83 têm populações que foram domesticadas e destas apenas 15 chegaram ao mercado.

A informação foi dada durante visita à Embrapa Amazônia Ocidental, que reuniu 13 alunos de mestrado e doutorado de três programas de pós-graduação: de Botânica, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de Biotecnologia, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); e da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte), que é um programa multi-institucional e interdisciplinar voltado para a formação de doutores em temas relacionados à biodiversidade Amazônica.

Os alunos conheceram parte do trabalho que a Embrapa vem fazendo em ações de conservação de recursos genéticos para pesquisa científica. Os locais visitados foram o Banco Ativo de Germoplasma de Guaranazeiro e a Coleção de espécies florestais nativas da Amazônia, apresentados respectivamente pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Nelcimar Reis e Roberval Lima. Existem outros BAGs e coleções nesta e em outras Unidades da Embrapa, em todo o País, integrando a Plataforma Nacional de Recursos Genéticos, que integra redes voltadas à utilização e a conservação de recursos genéticos vegetais, animais e microbianos, – a maioria reunindo amostras de espécies de interesse para agricultura e alimentação. A conservação do recurso genético é mais do que o armazenamento ou o plantio de uma espécie, e inclui um conjunto de atividades e políticas que assegurem a existência e a contínua disponibilidade de um recurso genético, para que seja utilizado em aplicações diversas no presente e no futuro em favor da sociedade.

O pouco que se conhece do muito que se tem

Clement avalia que o que existe de conservação e uso dos recursos genéticos na Amazônia é muito pouco diante do potencial que se tem e isso faz diferença quando se quer alcançar o mercado. “Quando aumentamos a escala (de produção) para entrar no mercado, aí que vem a dificuldade, em encontrar plantas adaptadas, resistentes a pragas e doenças”, disse. Daí a importância de se ter o conhecimento da variabilidade genética de uma espécie e poder usá-la de acordo com a necessidade.
Na foto: Pesquisadores Charles Clement e Nelcimar Reis, no BAG de guaranazeiro

A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Nelcimar Reis, apresentou o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de guaranazeiro, composto por 270 clones diferentes da espécie. Os clones são mantidos no campo em plantio e sua origem vem de coletas realizadas na década de 80, nos municípios amazonenses de Maués, Manaus e Iranduba. A pesquisadora Nelcimar exerce a curadoria do banco e explica que o curador tem a responsabilidade de conhecer e cuidar desse acervo para ser mantido para as gerações futuras. “É uma responsabilidade muito grande, porque é uma espécie nativa da Amazônia, que só ocorre aqui e todo o material está guardado aqui, para ser utilizado agora e no futuro, é uma espécie com grande potencial, e que ainda tem muito a ser conhecido”, afirma. Esse é o único banco de germoplasma de guaraná no mundo. Uma das principais dificuldades encontradas é que a manutenção do material em campo exige investimento e depende de recursos humanos para que seja bem cuidado e não se perca.

Nelcimar explicou que a partir desse BAG começaram as pesquisas para melhoramento genético do guaranazeiro. Inicialmente era feita a caracterização no campo e depois passou-se a fazer também no Laboratório de Biologia Molecular para verificar a variação genética. “Queremos saber se as diferenças encontradas no campo estão realmente no DNA”, explica. “Metade da coleção já foi avaliada”, afirma. Essas avaliações se complementam e espera-se com isso poder identificar mais precisamente a variação genética encontrada nos guaranazeiros e utilizar esse conhecimento para enfrentar problemas concretos, como doenças que afetam a produção, por exemplo a antracnose e superbrotamento, além de aumentar a produtividade da cultura. O Programa de Melhoramento Genético do guaranazeiro já recomendou 18 clones, para serem cultivados pelos agricultores, por apresentarem alta produtividade e resistência a doenças. “Não tem sentido conservar sem utilizar e o maior exemplo da utilização desse recurso genético são os 18 clones recomendados”, afirma.

“O exemplo que acontece com o guaraná é excelente com o que Embrapa está fazendo. Replicar isso para as outras 83 espécies que foram domesticadas na região requer muito mais do que a Embrapa hoje pode fazer”, afirma Clement, comentando sobre a importância de se investir na conservação e uso dos recursos genéticos.

O pesquisador Roberval Lima apresentou a Coleção de espécies florestais nativas da Amazônia, que reúne plantios florestais com o objetivo de conservar material genético com potencial para uso futuro. Estes plantios fizeram parte de um projeto em rede nos estados da região norte para selecionar espécies em relação ao solo e clima na Amazônia. No Amazonas, inicialmente eram em torno de 70 espécies. Atualmente estão selecionadas 12 espécies de rápido crescimento e melhor desempenho nas condições de solo e clima da região. Roberval informou que embora no Amazonas ainda sejam poucos os plantios florestais com espécies nativas, a partir desses estudos pode se dispor de espécies florestais sabendo quais as melhores com potencial para reflorestamento para atender diferentes usos como indústria de móveis, construção civil, produção de energia entre outros. Na coleção podem ser encontradas espécies como o angelim-pedra, copaíba, jatobá, cumaru, virola, castanheira-do-brasil, entre outras. O pesquisador explicou que esses resultados com espécies nativas para uso em reflorestamento podem ser aplicados para apoiar o produtor na adequação ambiental das propriedades ao novo Código Florestal, buscando conciliar produção e conservação.

A visita ocorreu no final de abril, envolvendo 13 alunos de mestrado e doutorado.

Fotos: Síglia Souza.

Texto de Síglia Regina, da Embrapa Amazônia Ocidental, publicado pelo EcoDebate, 09/05/2014

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Desmatamento eleva em 100 vezes o custo do tratamento da água

Em locais com vegetação degradada, só cloro não é suficiente. É preciso usar coagulantes, corretores de pH, flúor, oxidantes, desinfetantes, algicidas e outras substâncias, encarecendo o custo do processo, diz o pesquisador José Galizia Tundizi
Além de alterar o ciclo de chuvas, prejudicar a recarga de aquíferos subterrâneos e, consequentemente, reduzir os recursos hídricos disponíveis para o abastecimento humano, o desmate da vegetação que recobre as bacias hidrográficas tem forte impacto sobre a qualidade da água, encarecendo em cerca de 100 vezes o tratamento necessário para torná-la potável.

O alerta foi feito pelo pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), durante palestra apresentada no terceiro encontro do Ciclo de Conferências 2014 do programa BIOTA-FAPESP Educação, realizado no dia 24 de abril, em São Paulo.

“Em áreas com floresta ripária [contígua a cursos d'água] bem protegida, basta colocar algumas gotas de cloro por litro e obtemos água de boa qualidade para consumo. Já em locais com vegetação degradada, como o sistema Baixo Cotia [bacia hidrográfica do rio Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo], é preciso usar coagulantes, corretores de pH, flúor, oxidantes, desinfetantes, algicidas e substâncias para remover o gosto e o odor. Todo o serviço de filtragem prestado pela floresta precisa ser substituído por um sistema artificial e o custo passa de R$ 2 a R$ 3 a cada mil metros cúbicos para R$ 200 a R$ 300. Essa conta precisa ser relacionada com os custos do desmatamento”, afirmou Tundisi.

Quando a cobertura vegetal na bacia hidrográfica é adequada – e isso inclui não apenas as florestas ripárias como também matas de áreas alagadas e demais mosaicos de vegetação nativa –, a taxa de evapotranspiração é mais alta, ou seja, uma quantidade maior de água retorna para a atmosfera e favorece a precipitação.

Além disso, explicou Tundisi, o escoamento da água das chuvas ocorre mais lentamente, diminuindo o processo erosivo. Parte da água se infiltra no solo por meio dos troncos e raízes, que funcionam como biofiltros, recarrega os aquíferos e garante a sustentabilidade dos mananciais.

“Em solos desnudos, o processo de drenagem da água da chuva ocorre de forma muito mais rápida e há uma perda considerável da superfície do solo, que tem como destino os corpos d’água. Essa matéria orgânica em suspensão altera completamente as características químicas da água, tanto a de superfície como a subterrânea”, explicou Tundisi.

De acordo com o pesquisador, a mudança na composição química da água é ainda mais acentuada quando há criação de gado ou uso de fertilizantes e pesticidas nas margens dos rios. Ocorre aumento na turbidez e na concentração de nitrogênio, fósforo, metais pesados e outros contaminantes – impactando fortemente a biota aquática.

Tundisi lembrou que, além de garantir água para o abastecimento humano, os ecossistemas aquáticos oferecem uma série de outros serviços de grande relevância econômica, como geração de hidroeletricidade, irrigação, transporte (hidrovia), turismo, recreação e pesca.

A mensuração do valor desses serviços ecossistêmicos é o objetivo do projeto “Pesquisas ecológicas de longa duração nas bacias hidrográficas dos rios Itaqueri e Lobo e represa da UHE Carlos Botelho, Itirapina, SP, Brasil (PelD)”, coordenado por Tundisi com apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“São serviços estratégicos e fundamentais para o desenvolvimento do Estado de São Paulo. Sua valoração é de fundamental importância para a implantação de projetos de economias verdes, dando ênfase à conservação dessa estruturas de vegetação e áreas alagadas”, disse.

Ciclo de carbono

Na segunda palestra do encontro, Maria Victoria Ramos Ballester, pesquisadora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP), apresentou estudos realizados na Amazônia com apoio da FAPESP que revelaram a importância dos rios no balanço de carbono na Bacia Amazônica, incluindo a floresta e os solos. Parte dos resultados foi divulgada em artigo publicado na revista Nature.

“Sempre se acreditou que quase todo o carbono da atmosfera absorvido pela Floresta Amazônica ficasse fixado no solo, mas mostramos que uma parcela significativa vai para os rios na forma de folhas, galhos e sedimentos. Esse material é decomposto por microrganismos e volta para a atmosfera”, explicou Ballester.

De acordo com a pesquisadora, as águas fluviais processam em nível global praticamente a mesma quantidade de carbono estimada para os sistemas terrestres – algo em torno de 2,8 petagramas (2,8 bilhões de toneladas) por ano.

Estudos do grupo mostraram que na porção central da Bacia Amazônica a quantidade de carbono nas águas era cerca de 13 vezes maior que a descarregada no oceano.

“As análises da composição isotópica mostraram que o carbono é originário principalmente de plantas jovens, de aproximadamente 5 anos. Ele é metabolizado rapidamente dentro do rio e retorna para a atmosfera. O metabolismo do carbono ocorre ainda mais rapidamente em rios pequenos”, contou Ballester.

Mas o intenso processo de ocupação da Amazônia e a consequente mudança no padrão de uso do solo têm alterado a ciclagem de nutrientes nos rios – elevando a quantidade de carbono e reduzindo o oxigênio dissolvido –, alertou a pesquisadora.

“A maior quantidade de matéria orgânica em suspensão na água, aliada à maior penetração de luz resultante da retirada das árvores, favorece o crescimento de uma gramínea conhecida como Paspalum, o que aumenta o consumo de oxigênio e o fluxo de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera”, contou.

Os efeitos da mudanças no habitat fluvial sobre a biota foi avaliado em um estudo realizado no âmbito do Projeto Temático “O papel dos sistemas fluviais amazônicos no balanço regional e global de carbono: evasão de CO2 e interações entre os ambientes terrestres e aquáticos”, coordenado pelo pesquisador Reynaldo Luiz Victoria.

O grupo do Cena analisou as transferências de nitrogênio e a biodiversidade de peixes de duas bacias interligadas em Rondônia, com 800 metros de extensão e as mesmas condições físicas. Uma das bacias, no entanto, era margeada por áreas de pastagem de gado e a outra possuía mata ciliar.

Os pesquisadores observaram que o rio que teve sua cobertura vegetal modificada apresentava apenas uma espécie de peixe, enquanto o curso da água cuja mata ciliar foi mantida possuía 35 espécies. Também houve alteração significativa da diversidade de espécies de invertebrados observada.

A desigualdade no acesso aos abundantes recursos hídricos existentes no território brasileiro foi tema da terceira e última palestra do encontro, proferida por Humberto Ribeiro da Rocha, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP).
BIOTA Educação

O ciclo de conferências organizado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo em 2014 tem como foco os serviços ecossistêmicos.

Outros dois encontros estão programados para este semestre, com os temas: “Biodiversidade e mudanças climáticas” (relacionadas à perda de biodiversidade) e “Biodiversidade e ciclagem de nutrientes” (um exemplo é a influência da biodiversidade sobre a poluição e o equilíbrio de dióxido de carbono e oxigênio na atmosfera).

A iniciativa é voltada à melhoria do ensino da ciência da biodiversidade. Podem participar estudantes, alunos e professores do ensino médio, alunos de graduação e pesquisadores. Mais informações sobre os próximos encontros estão disponíveis em www.fapesp.br/8441.

Matéria de Karina Toledo, da Agência FAPESP, no EcoDebate, 08/05/2014

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‘A alimentação é o nosso primeiro remédio’. Entrevista com Richard Béliveau

Canadense, o professor Richard Béliveau é doutor em bioquímica, diretor científico do Laboratório de Medicina Molecular e da Cadeira em Tratamento do Câncer da Universidade de Quebec, em Montreal. Co-autor com Denis Gingras de A dieta anti-envelhecimento (Le Livre de Poche), ele explora há mais de 30 anos as propriedades anticancerígenas dos alimentos. Há pesquisas muito avançadas na América do Norte para doenças da civilização em plena expansão.
Fonte: http://bit.ly/1iWuXQr 

Doença de Alzheimer, câncer, diabetes, problemas cardiovasculares… Estas doenças da civilização poderiam ser evitadas com a mudança da nossa alimentação, explica o Dr. Béliveau, lembrando o famoso ditado de Hipócrates, há cerca de 2.500 anos: “Que teu alimento seja teu único remédio”. No Laboratório de Medicina Molecular que ele dirige, o professor canadense explora com sua equipe há mais de 30 anos as moléculas dos alimentos e suas propriedades anticancerígenas.

A entrevista é de Sophie Bartczak e publicada no sítio da revista francesa La Vie, 29-04-2014. A tradução é de André Langer.

Eis a entrevista.

As pesquisas sobre os alimentos saudáveis são feitas em grande parte nos Estados Unidos ou no Canadá. Como você explica isso?

A epidemia da obesidade e da crise da malbouffe [ou junk food, em inglês, comida lixo, porcaria] afetou-nos bem antes de vocês [franceses] e os custos e os impactos são tão grandes sobre a nossa sociedade que elas exigem que os políticos deem respostas, como a sra. Obama, que fez disso uma parte importante da sua comunicação como primeira-dama. Em regiões como o Mississipi, a obesidade chega a 88%! No Canadá, metade do orçamento do Estado deve ser destinado à saúde. Assistimos a uma ruptura na transmissão dos conhecimentos culinários entre mães e filhas. Atualmente, a dona de casa americana conhece menos de oito receitas culinárias. Este deserto culinário foi preenchido pela indústria de alimentos e a onda de epidemias de saúde decorrentes desta comida lixo chega à Europa e inclusive à França. Fortalezas como Creta ou a ilha de Okinawa, modelos de uma alimentação saudável, são agora afetadas: a cultura das pizzas e dos [biscoitos] crackers invadiu a ilha japonesa em contato com as bases norte-americanas que ali estão instaladas.

Podemos nos curar com a alimentação?

Nós não testamos, até agora, alimentos em doenças, como se faz com medicamentos. Seria preciso usar os mesmos métodos de avaliação com o mesmo custo (300 a 400 milhões de euros para a colocação no mercado de um medicamento). Há pouca chance de que um produtor de brócolis rentabilize seu investimento… Ao contrário, no campo da prevenção, sabemos por cortes de estudos populacionais realizados com dezenas de milhares de pessoas que determinados alimentos reduzem os riscos de doenças ou aumentam as chances de sobrevivência após uma doença grave. Na cardiologia, por exemplo, um centro de Montreal acompanha pacientes vítimas de infarto: nós os fazemos reagir e estão caminhando rumo a uma dieta mediterrânea, reduzindo assim o risco de morte em 30%. O ideal é que após um câncer, se possa “prescrever” um regime anticâncer… Sabemos, por exemplo, que três porções semanais de couve e de brócolis aumentam a sobrevivência em 60% entre as pessoas que tiveram um câncer de bexiga.

Você diz que nunca é tarde demais para mudar a alimentação…

Perfeitamente. Muitos estudos mostraram que, mesmo após os 65 anos, se introduzirmos chá verde ou polifenóis alimentares (frutas vermelhas, chocolate, frutas cítricas, vinho tinto, maçãs, cebolas…), há um efeito de proteção e de redução do declínio cognitivo, especialmente. Um único alimento pode por si só inverter com ótimos resultados os parâmetros de saúde. Assim, uma colher de sopa por dia de semente de linhaça moída permite reduzir em 50% os marcadores moleculares da inflamação, isso em apenas um ou dois meses.

Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes do tipo 2, doença de Alzheimer: como essas doenças são causadas pela alimentação?

Elas têm um denominador comum de inflamação crônica que cria um ambiente propício para o seu desenvolvimento. Nossa alimentação tornou-se pró-inflamatória ao alterar o equilíbrio entre o ômega 6 e o ômega 3: hoje, há seis vezes mais ômega 6 nos nossos pratos, enquanto que a ingestão de ômega 3 deve ser o equivalente. O xarope de milho e o óleo de milho utilizados pela indústria contribuem para esta prevalência de ômega 6 pró-inflamatório. Para compreender o impacto sobre o câncer, eu dou muitas vezes o exemplo de uma semente: conservada na geladeira, ele não cresce, mas colocada na terra sob luz e com água, ela cresce. O mesmo vale para os genes do câncer: a inflamação permite que eles se manifestem. De maneira simplista, devemos entender que quando se é gordo, se é “inflamado” via adipócitos, especialmente. Ora, a obesidade, a hipertensão e o colesterol – doenças relacionadas ao excesso de gorduras ruins – aumentam em 600% o risco da doença de Alzheimer e do declínio cognitivo.

Você conclama cada um a encarregar-se da sua saúde…

Cada um de nós é responsável pela sua saúde e a de seus filhos. Paremos de pensar que os nossos problemas são devidos à má sorte, à poluição ou à genética! São a nossa alimentação e a nossa maneira de viver que modulam nossas predisposições, e a maioria dos centenários deve a sua longevidade ao seu estilo de vida mais do que à sorte ou à hereditariedade. A prova disso é que filhos adotivos têm os mesmos índices de câncer do que os seus pais adotivos! Enfim, comer bem ou mal não é uma questão de renda, mas, deve-se, sobretudo, à desinformação e às campanhas de publicidade massivas das indústrias, que gastam bilhões por ano em publicidade e lobbies.

(EcoDebate, 08/05/2014) publicado pela IHU On-line, parceira estratégica do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

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Fuja de biscoitos, chocolates e comidas prontas


Edição 218 - Abril de 2014

© LÉO RAMOS
Alimentos ultraprocessados: agradáveis ao paladar, mas também mais calóricos

Se quiser manter um peso saudável e reduzir o risco de problemas cardiovasculares, evite ter em casa alimentos industrializados prontos para o consumo. Esses alimentos, chamados de ultraprocessados, contêm conservantes, corantes e estabilizantes, além de mais açúcar, gordura e sal. São bolos, biscoitos, sopas, pães de farinha branca, comidas prontas e refrigerantes. Mais ricos em energia e palatáveis, podem ser consumidos a qualquer hora e lugar. Uma equipe da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Minas Gerais avaliou a oferta desses alimentos nas casas brasileiras e notou que, quanto maior a quantidade de comida ultraprocessada, maior a taxa de sobrepeso e obesidade. Usando dados do IBGE, os pesquisadores analisaram a quantidade de produtos ultraprocessados comprados durante uma semana em 56 mil residências do país. Nas casas em que uma menor proporção da dieta vinha desses produtos (220 quilocalorias de um total de 1.581), a taxa de pessoas com sobrepeso e obesidade era menor: respectivamente, 34,1% e 9,8%. Nos lares em que um terço das calorias era fornecido por ultraprocessados, esses índices foram 43,9% e 13,1% (PLoS One, março de 2014).

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Té verde en el tratamiento de fibromas uterinos

Los fibromas uterinos o leiomiomas son un problema de salud pública ya que afectan al 70% de las mujeres en edad reproductiva (hasta un 50% de las mujeres entre 35-49 años) e influyen negativamente en la calidad de vida de las mujeres premenopáusicas (suele acompañarse de dolores pélvicos agudos o crónicos, sangrado vaginal excesivo, dispareunia, anemia ferropénica, infertilidad y abortos espontáneos). En la actualidad no existe ningún tratamiento médico eficaz para los fibromas uterinos. En un estudio doble ciego, aleatorizado y controlado con placebo, se ha estudiado la eficacia y seguridad de un extracto de té verde (95% de polifenoles, 45% galato de epigalocatequina) en el tratamiento de fibromas uterinos, durante un periodo de cuatro meses. Participaron 33 mujeres en edad reproductiva (entre 18 y 50 años), con sintomatología y niveles de FSH < 10 mIU/mL, con fibromas de al menos 2 cm3 y un volumen uterino igual o superior a 160 mL. El tratamiento fue administrado por vía oral, a dosis de 800 mg/día. A los 4 meses de tratamiento, el grupo tratado con el extracto de té verde experimentó una disminución del tamaño de los fibromas del 33%, mientras que en el grupo placebo se observó un aumento de tamaño del 24%. Adicionalmente, el grupo tratado experimentó un descenso significativo de las hemorragias uterinas de 71 mL/mes a 45 mL/mes, y un incremento en los niveles de hemoglobina de 11,7 a 12,4 g/dL. En ningún caso fueron reportados efectos adversos.

Roshdy E, Rajaratnam V, Maitra S, Sabry M, Ait Allah AS, Al-Hendy A. Treatment of symptomatic uterine fibroids with green tea extract: a pilot randomized controlled clinical study. Int J Womens Health 2013; 5: 477-486.

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Panqueca de tapioca...

Ingredientes:

  • 2 colheres de sopa de goma hidratada para tapioca
  • 1 ovo caipira
  • Sal rosa a gosto

Modo de Preparo:

Frigideira quente antiaderente, doure dos 2 lados. Pode usar ervas a gosto, eu usei este Mrs. Dash.
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Fitoterapia na comunidade de Bom Jesus, em Imperatriz (MA)

07 de Maio de 2014 Escrito Por Venilson Gusmão
O conhecimento sobre as plantas medicinais trouxe novas possibilidades de recuperar a saúde e garantiu o reconhecimento científico. Essa tradição popular tem sido estudada e originou a pesquisa que analisou a ação antimicrobiana dos medicamentos naturais, desenvolvida pela professora doutora em química da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Vera Lúcia Neves Dias, que elaborou uma lista de plantas medicinais usadas por moradores da comunidade de Bom Jesus, em Imperatriz (MA), para o tratamento alternativo de doenças.

Esse trabalho teve apoio financeiro por meio do edital de Apoio a Projetos de Extensão em Interface com a Pesquisa (AEXT- nº010/2010) da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

Em fevereiro de 2009, foi publicada a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS), que apresentou uma lista com 71 plantas que poderão ser utilizadas como fitoterápicos pelo SUS, com a valorização do conhecimento tradicional e o fortalecimento da agricultura familiar.

“Quando o Ministério da Saúde lançou essas 71 plantas, a intenção era de querer que essas famílias, que já trabalham com pequenas hortas, continuem plantando, mas com orientação, porque houve uma troca: os produtores estão trazendo o conhecimento deles e nós (pesquisadores) estamos levando o nosso”, afirmou Dias.

O aluno de agronomia Ricardo Vieira Silva, bolsista da FAPEMA, foi até a comunidade dos agricultores e explicou a importância de cultivar esse solo, detalhando o manejo adequado da terra sem agredi-la, evitando, dessa forma, erosão, uso indiscriminado de agrotóxicos e o desmatamento.

Já a aluna de biologia Raquel Araújo de Oliveira analisou e fez a catalogação das plantas, dispondo-as no herbário que possuem no Centro de Estudos Superiores da UEMA, em Imperatriz.

“Colhemos as plantas que eles já têm e depois de examinadas as propriedades da cada planta, devolvemos a esses produtores para replantarem, caso haja, realmente, características medicinais para tratar tais doenças. Ou seja, estamos incentivando as famílias a continuarem plantando, por exemplo, alho, mastruz, babosa e o crajiru (Fridericia chica), planta usada como chá anti-inflamatório para o tratamento de ferimentos”, afirmou Vera.
O crajiru foi uma das plantas encontradas na agricultura familiar, e que, após o exame em laboratório, teve suas propriedades ratificadas.

E assim, o estudo apresenta as potencialidades de cada planta e incentiva o cultivo, com técnicas de plantio que garantam a melhor eficácia desses remédios naturais.

Segundo a pesquisa, os dados etnobotânicos das espécies utilizadas como fitoterápico na comunidade de Bom Jesus, mostram que 92% dos entrevistados utilizavam plantas medicinais com frequência e apenas 8% não utilizavam onde seu cultivo se dá, ou seja, em suas próprias residências.

Além da professora Vera Lúcia e alunos bolsistas da FAPEMA, o trabalho é formado pela pesquisadora mestre em agronomia Ivaneide de Oliveira Nascimento, as mestras em bioquímica Sheila Elke Araújo Nunes e Marcia Guelma Belfort e a doutora em química Elizabeth Nunes Fernandes, todos profissionais da UEMA.

Visualize aqui a tabela com a lista de plantas medicinais utilizadas pelos moradores de Bom Jesus, Imperatriz, MA.

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Planaltina distribui plantas medicinais gratuitamente ASCOM

07 Maio 2014
Farmácia viva orienta, distribui mudas, plantas medicinais e fitoterápicos

O Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde de Planaltina (Cerpis) é pioneiro no tratamento com ervas medicinais no Distrito Federal. A unidade já atendeu pessoas de todo o DF e Entorno, nas áreas de homeopatia, acupuntura, terapias comunitárias, automassagem, oficinas integrativas, e na distribuição e manipulação de produtos fitoterápicos.

Na área da fitoterapia, o Centro tem uma farmácia viva que orienta, manipula, distribui mudas, plantas medicinais e produtos fitoterápicos gratuitamente para a população. Além dos cinco centros de saúde, nove postos rurais e três Unidades Básicas de Saúde da região.

O Centro integra a política de Atenção Primária em Saúde do Governo do Distrito Federal. Dentro do Cerpis, em uma área de 20 mil metros quadrados, são cultivadas 50 espécies de ervas medicinais e produzidas pomadas, tinturas e xaropes para os moradores de Planaltina.

A professora aposentada Nacy Ribeiro de Castro usa a medicação distribuída no Centro e aprova. “Os medicamentos naturais podem curar e prevenir várias doenças, eu sou testemunha, a minha saúde é ótima”, diz.

Segundo o coordenador da Cerpis, Marcos Freire, a intenção é promover cada vez mais o uso de medicamentos naturais e incentivar atividades físicas para os pacientes. “A prática de atividades físicas é um fator importante para a promoção da saúde, ajuda a pessoa a cuidar de si mesma, o que pode diminuir a necessidade de medicamentos e evita inúmeras doenças”, afirmou Freire.

Atendimentos

No Centro Fitoterápico, cerca de 30 profissionais atendem a comunidade nas especialidades de homeopatia, adulto e criança; psicologia, individual e grupo; terapias comunitárias; automassagem; tai chi chuan; Lian Gong; produção de fitoterápicos; e nas oficinas Integrativas.

Por Tatiane Gomes, da Agência Saúde DF

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Evolution of Lemon Flavor


A batch of lemon balm-lemon verbena syrup reminds Jeanne of the multiple evolutionary origins of lemon flavor.
The citrus lemon itself is only one of many plant species that lends its namesake flavor or fragrance to our food and drinks. Lemon flavor primarily comes from a few terpenoid essential oils: citral (also called geranial, neral, or lemonal), linalool, limonene, geraniol, and citronellal. The production of one or more of these essential oils has independently evolved multiple times in species on widely separated branches of the plant phylogeny (see figure).
Phylogeny of plant taxonomic orders with edibles (click the tree to enlarge). Orders with species with lemony essential oils are highlighted in red. For a refresher on reading this phylogeny, please see our food plant tree of life page.
Lemon vebena and lemon balm leaves, pre-syrup

I was reminded of this extraordinary evolution of lemoniness today when I made a syrup (recipe below) from lemon balm (Melissa officinalis), a mint (family Lamiaceae), and lemon verbena (Aloysia citrodora), in the verbena family (Verbenaceae). The mints and the verbenas are closely related families within the order Lamiales, however, so combining them together did not produce a particularly phylogenetically extreme lemony syrup. Many other species in the mint family produce lemony essential oils, such as lemon basil (Ocimum spp.), lemon thyme (Thymus spp.), and lemon mint (Monarda spp.). And the sand verbenas (Abronia spp.) growing on the sand dunes on the California coast have a lemony aroma.
Lemongrass (photo fromWikipedia)

Moving away from the Lamiales, lemony essential oils are most spectacular, of course, in the citruses (family Rutaceae, order Sapindales). Several of the Australian Myrtaceae species (order Myrtales) are lemony and used as a spice, including lemon myrtle (Backhousia citriodora), lemon gum (Corymbia citriodora), and lemon tea tree (Leptospermum polygalifolium). The lemony leaves and fruit ofLitsea cubeba, in the bay family (Lauraceae, order Laurales), are locally popular as a spice in its native tropical Asia. Popular now the world over, however, are other tropical Asian natives the lemon grasses, some 55 species of grasses in the genus Cymbopogon (family Poaceae, order Poales). Cymbopogon citratus is the most popular culinary species. Commercial citronella essential oil (the real stuff in natural insect repellent) is distilled from C. nardus and C. winterianus. In all of these diverse taxa, the lemony essential oils serve as defense compounds against pathogens and herbivores. This is not to say that these plants all taste the same, which of course they don’t. They all have their own unique flavor compounds as well, and the relative proportions of the lemony terpenoids vary.
Lemon balm

While the lemony essential oil compounds themselves have independently evolved numerous times, the structures that plants use to store and deploy them against marauders are highly variable across the plant tree of life. Citrus leaves and fruit concentrate their essential oils in oil glands. Specialized cells cluster together, synthesize the oils, and secrete them into the space between the cells, forming a chamber (gland) filled with oil (Thomson et al. 1976). The oil glands are so large that you can see them as translucent spots if you hold a citrus leaf up to the light.
Citrus

The oil glands in citrus are found in almost all plant structures but are most abundant in the outer fruit rind (zest). Many species in the Myrtaceae also have oil and resin canals or specialized storage cells, although these are structurally different from those in citruses. The essential oils in lemongrass leaves are stored in specialized cells nestled between the vascular bundles in the spongy mesophyll, beneath the photosynthetic tissue. The cell walls of these lemongrass oil cells are lignified (woody), perhaps contributing physical as well as chemical defense against marauding herbivores (Lewinsohn et al. 1998).
Lemon verbena

The verbenas and the mints in the Lamiales have my favorite essential oil delivery system—trichomes. Trichomes are hair-like growths on the outside surface of the leaf. Like epicuticular wax, trichomes take on particular shapes and forms in different plant lineages and species. The hooked trichomes on the leaves of bean plants (Fabaceae), for example, feel like sandpaper if you rub your hand over them. These hooks may serve the plant in part by slowing insect herbivores down, if their efficacy at catching bedbugs is any indication. The leaves of mints and verbenas have two kinds of trichomes. The first kind is hair-like, with either no branches, as in lemon balm, or with multiple branches, as in lavender (Lavandula spp.). These trichomes may help cool the leaf by deflecting excess solar radiation. The other trichomes on these leaves are glandular hairs. These trichomes fill with essential oil and sit like squat little water balloons on the surface of the leaf. The flowers, too, are covered in glandular hairs. See great scanning electron microscope pictures of the two kinds of trichomes in mint family species here.
Lemon thyme on the left, French thyme on the right

When you rub a verbena or mint-family leaf between your fingers, you rupture the glandular trichomes and release some of the most fragrant substances this planet has to offer. They may be repellent to bugs, but hardly to us.

Fresh herb syrup

There are two different ways I make a sweet syrup out of fresh herbs. In the first, I start by making a strong infusion (“tea”) out of the herbs. I usually barely cover them with water in a pot, bring it to a boil, then turn the heat off and let it steep for however long it needs. The steeping is definitely up to you, but you should start tasting it after one minute. Steeping leaves like lemon balm and lemon verbena for more than 5 minutes or so will start to draw out some of the bitter and dark tannins from the leaf (remember the essential oil is on the surface), which may be fine with you, but you should just keep checking and tasting. Then, I strain out the leaves and add an equal volume of sugar to the remaining liquid in a saucepan and stir to dissolve the sugar while I bring it to a boil. The second method is to measure or guess how much liquid I’ll need to cover the herbs packed into the bottom of a saucepan, then add an equal volume of sugar to that amount of warm/hot water, stir it to dissolve the sugar, then pour it over the herbs, bring it back to a boil, turn off the heat, let it steep, then strain. Either way, stirring in about a tablespoon of vodka or brandy per cup of syrup will help preserve it for about a month in the fridge if you’re not going to can it or freeze it. I like stirring a little of this syrup into club soda to make a grown-up soda, and it’s also good incorporated into or onto ice creams or sorbets or drizzled over an almond cake.

References

Gattuso, S., C. M. van Baren, A. Gil, A. Bandoni, G. Ferraro, and M. Gattuso. 2008. Morpho-histological and quantitative parameters in the characterization of lemon verbena (Aloysia citriodora palau) from Argentina. Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas 7: 190-198.

Lewinsohn, E., N. Dudai, Y. Tadmor, I. Katzir, U. Ravid, E. Putievsky, and D. M. Joel. 1998. Histochemical localization of citral accumulation in lemongrass leaves (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf., Poaceae). Annals of Botany 81: 35-39.

Stewart, A. 2013. The drunken botanist: the plants that create the world’s great drinks. Algonquin Books of Chapel Hill, Chapel Hill, N.C.

Svoboda KP and RI Greenway. 2003. Lemon scented plants. International Journal of Aromatherapy 13: 23-32.

Thompson, W.W., K. A. Platt-Aloia, and A. G. Endress. 1976. Ultrastructure of oil gland development in the leaf of Citrus sinensis L. Botanical Gazette 137: 330-340.).

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