quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Projeto ensina técnicas de cultivo de plantas medicinais

14/10/2014

Jovens e adultos são estimulados a cuidar da saúde utilizando produtos naturais. A iniciativa garante acesso aos medicamentos fitoterápicos gratuitamente

Veja o vídeo no link: 

Diets high in fruit, vegetables, whole grains and nuts among factors to lower first-time stroke risk

Date: October 29, 2014

Source: American Heart Association

Summary:
Eating Mediterranean or DASH-style diets, regularly engaging in physical activity and keeping your blood pressure under control can lower your risk of a first-time stroke, experts say. Additionally, these experts not updated prevention guidelines that focus on lowering stroke risk among women.

Eating Mediterranean or DASH-style diets, regularly engaging in physical activity and keeping your blood pressure under control can lower your risk of a first-time stroke, according to updated AHA/ASA guideline published in the American Heart Association's journal Stroke.

"We have a huge opportunity to improve how we prevent new strokes, because risk factors that can be changed or controlled -- especially high blood pressure -- account for 90 percent of strokes," said James Meschia, M.D., lead author of the study and professor and chairman of neurology at the Mayo Clinic in Jacksonville, Florida.

The updated guidelines recommend these tips to lower risk:

Eat a Mediterranean or DASH-style diet, supplemented with nuts.

Don't smoke. Smoking and taking oral birth control pills can significantly increase your stroke risk. If you're a woman who experiences migraines with aura, smoking raises your risk of stroke even more than in the general population.

Mediterranean-style or DASH-style diets are similar in their emphasis on fruits, vegetables, whole grains, legumes, nuts, seeds, poultry and fish. Both are limited in red meat and foods containing saturated fats, which are mostly found in animal-based products such as meat, butter, cheese and full-fat dairy.

Mediterranean-style diets are generally low in dairy products and DASH-style diets emphasize low-fat dairy products.

Avoiding secondhand smoke also lowers stroke and heart attack risks, according to the guidelines.

The writing committee reviewed existing guidelines, randomized clinical trials and some observational studies.

"Talking about stroke prevention is worthwhile," Meschia said. "In many instances, stroke isn't fatal, but it leads to years of physical, emotional and mental impairment that could be avoided."

  • Monitor high blood pressure at home with a cuff device.
  • Keep pre-hypertension from becoming high blood pressure by making lifestyle changes such as getting more physical activity, eating a healthy diet and managing your weight.
  • Reduce the amount of sodium in your diet; sodium is found mostly in salt.
  • Visit your healthcare provider annually for blood pressure evaluation.
  • If your medication to lower blood pressure doesn't work or has bad side effects, talk to your healthcare provider about finding a combination of drugs that work for you.

Story Source:

The above story is based on materials provided by American Heart Association.Note: Materials may be edited for content and length.

Cite This Page:

American Heart Association. "Diets high in fruit, vegetables, whole grains and nuts among factors to lower first-time stroke risk." ScienceDaily. ScienceDaily, 29 October 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/10/141029084120.htm>.

Eco-nanotecnologia: as nanopartículas com proteína de soja!

Inédito! Grupo brasileiro desenvolveu um método para a preparação de nanopartículas a partir do grão mais cultivado no país. Um método ecologicamente correto para a nanotecnologia!
O Brasil é um dos maiores produtores de soja

O grupo usou a metodologia de coacervação em solução aquosa para preparar nanopartículas da proteína isolada de soja (SPI). Sendo o Brasil o 2o maior produtor mundial de soja, a estratégia permite o uso deste biopolímero barato e abundante para a nanotecnologia, agregando valor comercial ao bem agrícola.
As partículas obtidas tinham cerca de 200 nm de diâmetro e podem ser usadas para encapsular nutrientes e/ou pesticidas para uso em lavouras, uma vez que a matéria prima é bastante barata.


Canal Fala Química

Link:

Estudo sobre mosca-das-frutas ajudará a combater praga e reduzir restrições comerciais

Estudo revela que quatro diferentes pragas são, na verdade, provocadas pela mosca-das-frutas. Pesquisa ajudará a reduzir a devastação provocada pelo inseto que, na África, é responsável pela perda de 80% da produção frutífera.

A Bactrocera dorsalis está causando “danos incalculáveis para as indústrias de horticultura e a segurança alimentar” em países na Ásia, África, partes da América do Sul e Pacífico. Foto: AIEA / Viwat Wornoayporn

Durante muito tempo o que foram consideradas quatro pragas agrícolas na verdade são provocadas apenas pela mosca-das-frutas. A descoberta é parte do estudo liderado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgado nesta terça-feira (28) que mostra esforços e soluções para uma melhor gestão no combate às pragas.

O resultado é uma colaboração internacional de cinco anos, envolvendo cerca de 50 pesquisadores de 20 países, coordenada pela FAO e pela Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA). A pesquisa concluiu que a mosca-das-frutas, até então chamada de Oriental, Filipinas, Invasiva e Papaia Asiática, pertence de fato a uma mesma espécie biológica, a Bactrocera dorsalis. Segundo os resultados do estudo, as restrições comerciais vigentes no momento já não são adequadas, uma vez que o inseto se encontra presente tanto nos países exportadores como nos países importadores.

A FAO observou que a Bactrocera dorsalis estava causando “danos incalculáveis ​​para as indústrias de horticultura e para a segurança alimentar”, em um grupo de países na Ásia, África, partes da América do Sul e Pacífico. A Organização também disse que, após a sua identificação, os novos mecanismos de controle podem ser postos em prática para limitar os efeitos nocivos da mosca-das-frutas sobre a agricultura e o desenvolvimento.

A descoberta trará consequências importantes para a biossegurança das plantas em todo o mundo, mas em particular nos países em desenvolvimento na África e Ásia, afirmou o principal autor do estudo, Mark Schutze. Como exemplo, ele citou que a mosca-das-frutas tem devastado 80% da produção frutífera da África, que, somado com as restrições de importação da Ásia, Europa e Japão , ocasiona um impacto econômico e social negativo nas comunidades rurais africanas.

Além dos benefícios para o comércio internacional, a nova pesquisa também irá promover técnicas para limitar a população de Bactrocera dorsalis nos países afetados, com o uso de machos esterilizados evitando sua reprodução.

Fonte: ONU Brasil

Publicado no Portal EcoDebate, 30/10/2014

Uso de babosa em animais


Texto

Médica Veterinária Luciana Bruno
e-mail - lbrunovet@gmail.com 

Das numerosas espécies do gênero Aloe, a babosa, denominada cientificamente por Aloe barbadensis Miller (sinonímia Aloe vera) e pertencente à família Asphodelaceae, pode chegar a 60 cm de altura. Esta espécie e a Aloe arborescens são as mais comuns no Brasil.

É amplamente utilizada externamente como cosmético e como medicamento, devido aos seus efeitos emoliente, hidratante, hipoalergênico, colerético e laxante anti-inflamatório, assim como, efeitos antisséptico (bactericida, fungicida e virucida) e anti-inflamatório. Como tem efeito adstringente, é rapidamente absorvida pela pele. Consequentemente, promove a vasoconstricção dos vasos capilares da região afetada, facilitando o processo de cicatrização e, por isso, vem sendo muito utilizada no tratamento de queimaduras, de feridas comuns (como cortes ou lesões ulcerativas) e cirúrgicas não profundas, eczemas, dermatites, hematomas, piodermites, alergias, picadas de inseto, além de poder ser utilizada em alguns casos de dores articulares. Mas atenção, se deve ter muito cuidado ao extrair o gel ou o látex (substâncias que serão explicadas a seguir) da planta, para que se evite a contaminação por sujidades e por microrganismos devido ao manejo inadequado.

Há duas porções no interior das folhas da babosa. A mais interna formada pela substância transparente denominada de gel (mucilagem), a qual é um composto de tecido parenquimático rico em polissacarídeos e de consistência viscosa. Cientistas identificaram que na polpa crua da babosa contém aproximadamente 98,5% de água, enquanto que a mucilagem, ou o gel propriamente dito, consiste de cerca de 99,5% de água. O restante 0,5 - 1% de material sólido consiste de uma gama de compostos, incluindo solúveis em água e vitaminas lipossolúveis, minerais, enzimas solúveis em gordura, polissacáridos, compostos fenólicos e ácidos orgânicos. Dentre seus compostos, estão 18 dos mais importantes para o homem, mas um, em especial, o polissacarídeo de reserva, denominado acemanano (ou acemannan), considerado imunoestimulante muito eficaz, comprovadamente pela FDA (Food and Drug Administration, EUA). Este gel recobre a mucosa gástrica, protegendo-a e favorecendo a diminuição da acidez. Também são encontradas a glutamina, a glicina, a histidina, etc que são substâncias de efeitos anti-ulcerativo e anti-inflamatório da parede gástrica e intestinal. E, além do gel, mais externamente, está o látex (substância de coloração amarelada e sabor amargo) é utilizado como laxativo, pois possui propriedades carminativas devido à presença das antraquinonas (aloína, emodina (aloe-modina), barbaloína), além de magnésio que aumenta o peristaltismo.

Acredita-se que as atividades biológicas da babosa devem ser atribuídas a uma ação sinérgica dos compostos nela contidos, ao invés de uma substância química em específico.

Na veterinária, a maioria das indicações é para uso externo, pois o gel da Aloe vera forma uma película sobre a pele, sobre as feridas, e, devido à presença dos taninos que tem ação secativa, mantém as feridas ulceradas secas, prevenindo contra a contaminação secundária. Portanto, promove a redução do processo inflamatório, e, consequentemente, reduz a dor e devido a presença de algumas vitaminas que possuem efeito sobre a Angiogênese, promove o aumento de vasos capilares na região afetada, o que favorece uma excelente regeneração celular da epiderme.

Agora vem a pergunta, como extraímos o gel da planta sem que o misturemos ao látex?

· retirar somente 1-2 folhas da planta; 

· lave-as em água corrente para retirar todas as sujidades; 

· o corte deverá ser o mais próximo da base possível e a extremidade da ponta da folha deverá ser eliminada também; 

· corte a borda espinhosa de ambos os lados da folha; 

· separar a pele de uma das faces da folha, tomando o devido cuidado para descartar a parte amarelada, que é o látex, que se encontra rente a pele; e 

· repetir o mesmo procedimento com a outra face da folha. 

Deve-se lembrar de que, além de fazer a desinfecção da lamina da faca com solução de hipoclorito de sódio na concentração 5,0 - 10,0% (método para facas de frigorífico) ( p/v) (imergir a faca e aguardar no mínimo 15 minutos, logo após, enxaguar), este procedimento de extração do gel deverá ser feito sobre uma superfície devidamente higienizada para não contaminar o gel com outras substancias indesejadas. 


Sempre que for utilizado o gel sobre feridas abertas ou queimaduras, certificar-se de que a ferida esteja limpa porque será necessário o uso de curativo para evitar que o animal promova a lambedura da ferida, prevenindo a contaminação. Ou na pior das hipóteses, indica-se o uso de colar Elisabetano. O período de cicatrização depende de vários fatores como a profundidade e extensão da área afetada, podendo chegar a 21-27 dias de uso do gel da Aloe sobre a ferida. Só suspender o uso quando a ferida estiver completamente fechada e se observar o crescimento de pelos na região tratada.

Deve-se evitar o uso interno em animais devido as diferenças morfo-fisiologicas das diferentes espécies, além de evitar o uso em animais gestantes, pois devido ao aumento do peristaltismo pode levar a um processo abortivo. Pois as antraquinonas presentes na babosa, mais especificamente no látex, quando do uso prolongado pode provocar a carcinogênese na parede intestinal (intestino grosso), além de ter efeito hepatotóxico levando a um quadro de hepatite aguda.

Sugestão de tratamento:

Sobre lesões superficiais, incluindo hematomas e dermatites, utilizar o gel a 50% (diluído preferencialmente em água destilada). Durante aproximadamente 30 dias.

Sobre queimaduras, utilizar o gel puro sobre a ferida bem limpa, e fazer curativo. Durante aproximadamente 30 dias.

No caso do uso cosmético, existem alguns produtos no mercado de custo variável, sendo os mais indicados os Hipoalergênicos. Logo, para um melhor resultado antes do banho efetue uma pré-lavagem com Shampoo Biodegradável Neutro. Após a pré-lavagem e com o animal molhado aplique o Shampoo de Aloe Vera massageando sempre no sentido contrário dos pêlos. Comece pela cabeça em direção à cauda. Deixar agir por 3 minutos, enxague e repita a operação inicial, se necessário. Repetir quinzenalmente.

O shampoo pode ser substituído pela receita que é livre de detergente citada abaixo:

- 2 xícaras de água; 2 colheres de chá de sabão líquido de Castela; 2 colheres de sopa do gel da babosa; e ½-1 colher de chá de glicerina vegetal ou óleo vegetal. Aplicar sobre a pele úmida, esfregar, vai ser observado pouca espuma devido a ausência do detergente, e enxaguar bem para completa retirada do produto.

Ou manipular em farmácia magistral, Shampoo de Aloe a 0,5-0,8%, considerando-se o pH da pele dos animais de 7-7,5; sendo que as maiores variações encontradas são nos bovinos : 4,8 a 6,8 e nos equinos : 4,8 a 6,8, na sudorese podendo chegar a 7,9. O ideal é que o pH do shampoo seja o mais próximo da pele da espécie animal a ser usada.

Em caso de processos alérgicos, se o animal não tiver seborreia, então procure usar o xampu com Clorexidine 2,5% + Babosa (Aloe vera) 3% + base qsp sem perfume, que vai agir como antisséptico e cicatrizante.

Usando bitucas de cigarros para purificar a água!

Uma ideia revolucionária: químicos usaram o carvão ativo contido nas bitucas de cigarros (a ponta com o filtro) e alumina para preparar um compósito capaz de remover sais de Arsênio de águas contaminadas. Além de descontaminar a água, a estratégia oferece um uso para as bitucas!

O carvão extraído das bitucas é o resultado da combustão incompleta do tabaco; este foi misturado com alumina para preparar um compósito, o Al2O3/CSC (onde CSC é a sigla para cigarrete carbon soot). Este é capaz de remover, via adsorção, os sais de arsênio de águas contaminadas.

A contaminação por arsênio é um problema global; como é bastante tóxico, sendo capaz de produzir câncer e problemas dermatológicos, muitos cientistas buscam uma solução. Muitas vezes, o arsênio que contamina rios e lençóis freáticos acaba parando em pastos, legumes e hortaliças, atingindo a alimentação humana.

Neste trabalho inédito, a concentração de arsênio foi reduzida a níveis toleráveis graças ao uso do compósito.


Canal Fala Química
C

Bobó vegetariano

Ingredientes

1 prato cheio de mandioca cozida e amassada
20 azeitonas pretas inteiras sem caroço
1 xícara de chá de leite integral
1 prato de tomate picado
1 pimentão picado
1/2 prato de coentro picado
1/2 prato de salsa picada
1 colher de sobremesa de urucum
1 vidro de leite de côco
1/3 de xícara de chá de shoyu
1 colher de sopa de azeite de dendê
1/4 de xícara de azeite de oliva

Como fazer

Esquentar uma panela de barro e colocar nela os azeites. Fritar o coentro, meio prato de tomate, a salsa, o sal e o urucum. Acrescentar a mandioca, meio vidro de leite de côco, a azeitona e o shoyu. Cozinhar em fogo baixo por 10min. Colocar o restante dos tomates, do leite de côco e o leite integral.

Obs.: a panela de barro é essencial para o sabor do prato.

Dica: Fica ótimo acrescentando cogumelos e palmito.
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Prefeitura de São Paulo oferece aplicativo grátis para deficientes

03/09/2014

eSSENTIAL Accessibility poderá ser baixado no site da prefeitura de São Paulo.

da Redação

Um aplicativo desenvolvido por uma empresa canadense poderá mudar a maneira como deficientes acessam a internet. Uma iniciativa em parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo (SMPED) disponibilizará o app gratuitamente para deficientes físicos e visuais.

O eSSENTIAL Accessibility facilita a navegação de pessoas com limitações físicas por sites por meio de um navegador especial. Com recursos especiais para aqueles que não podem ler a tela, ou utilizar o mouse e teclado, o aplicativo permite a utilização do mouse com movimentos do rosto, por exemplo.

O software oferece diversas soluções para beneficiar pessoas com dificuldades de movimentação, deficiência visual moderada, dislexia, iliteracia e outros problemas que dificultam a leitura.

É a primeira vez que o aplicativo é disponibilizado por um órgão governamental. Simon Dermer, um dos presidentes da companhia, explica a importância de uma iniciativa como essa tanto para os usuários, quanto para cidade de São Paulo.

— A parceria da eSSENTIAL Accessibility™ com a SMPED é super importante. O app ajudará as pessoas com deficiência a superarem barreiras para navegarem no site da Prefeitura. Elas poderão pesquisar informações sobre São Paulo e poderão se sentir incluídas no dia-a-dia da cidade.

A partir de 28 de agosto, o eSSENTIAL Accessibility ficará disponível para download gratuito no site da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Uma vez feito o download, o programa pode ser utilizado em qualquer outro site.

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Nutrição e equoterapia como aliadas do autista

Comidas balanceadas e fontes de vitaminas e proteínas bem definidas ajudam a melhorar a qualidade de vida e a capacidade de resposta do autista

da Redação

O tratamento com base na equoterapia feito com portadores de autismo e paralisia cerebral ganha um aliado especial: a boa alimentação. Comidas balanceadas e fontes de vitaminas e proteínas bem definidas ajudam a melhorar a qualidade de vida, além de estimular a capacidade de resposta desses pacientes.

Estudos feitos por uma equipe do curso de nutrição do Centro Universitário UNA, de Belo Horizonte, comprovam os bons resultados. A pesquisa "Transdisciplinariedade em Ação", iniciada no segundo semestre do ano passado, analisou, a partir de novos hábitos alimentares, o comportamento e as reações de crianças e adolescentes carentes que praticam a terapia com cavalos no município de Itatiaiuçu, localizado na região metropolitana da capital mineira.

A professora Maria Cristina Santiago, uma das responsáveis pelo projeto, diz que o nutricionista não é referenciado como profissional de suporte à recuperação dos deficientes, ao contrário de outras áreas, como a psicologia e a fisioterapia. Mas os resultados apontam a necessidade de mudanças na composição desse quadro.

Link:

João Cabral de Melo Neto

Tecendo a Manhã

1

Um galo sozinho não tece uma manhã: 
ele precisará sempre de outros galos. 
De um que apanhe esse grito que ele 
e o lance a outro; de um outro galo 
que apanhe o grito de um galo antes 
e o lance a outro; e de outros galos 
que com muitos outros galos se cruzem 
os fios de sol de seus gritos de galo, 
para que a manhã, desde uma teia tênue, 
se vá tecendo, entre todos os galos.

2

E se encorpando em tela, entre todos, 
se erguendo tenda, onde entrem todos, 
se entretendendo para todos, no toldo 
(a manhã) que plana livre de armação. 
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 
que, tecido, se eleva por si: luz balão. 

(A Educação pela Pedra)

Towards stronger family farms

With more than 500 million family farms in the world out of 570 million farms, family farming is the predominant mode of agricultural production in the world. Family farms produce about 80 percent of the world’s food in value terms, and collectively they are the largest source of employment worldwide. The United Nations General Assembly declared 2014 the International Year of Family Farming (IYFF) in order to raise the profile of family farming in the agricultural, environmental and social policies in national agendas. Six Regional Dialogues on Family Farming held in Asia, Europe, Latin America and the Caribbean, Near East and North Africa, North America, and Sub-Saharan Africa helped pinpoint the challenges facing family farmers in each region. All FAO Regional Conferences further discussed the main issues facing family farming at regional level. The Regional Conferences were preceded by Civil Society Consultations that broadly debated family farming and made concrete recommendations to governments, FAO and other organizations. The resounding goal of this process is to bring about strong political commitment in support of family farmers. The fruits of this journey are captured in this publication. Together, these key moments weave together a narrative of the challenges and opportunities for family farming at regional level. FAO is grateful to ILEIA for its support in producing this publication to synthesize the outcomes of the dialogues. The publication is not a comprehensive account of every action of the IYFF but rather a portrayal of many important voices and experiences gathered throughout major points of the Year, which demonstrate the important steps we have taken together and where we must go in the future in terms of supporting family farmers.

Year of publication: 2014
Document Type: Book
Pages: 39 p.
Job Number: I4171
Author: Bruil, Janneke

Download: 

10 coisas que todo mundo precisa saber sobre síndrome de Down

Importante saber:

Ø “Algumas pessoas acham que não há mal em usar o termo “retardado” quando estão se referindo a elas próprias ou a pessoas sem deficiência intelectual, mas essa expressão nunca deve ser usada, independentemente do contexto.

Ø Pais, amigos e pessoas com deficiência intelectual sentem-se desrespeitados com o uso da expressão “retardado” porque é sempre pejorativa e há forte ligação histórica com o tratamento desigual/segregador dado a pessoas com deficiência intelectual.

Ø Deficiência não é doença. Ter uma deficiência não significa ter uma doença. Doença é um problema de saúde. Pessoas com deficiência, como qualquer um, eventualmente adoecem, mas na maior parte do tempo estão saudáveis.

Ø Dizer que uma pessoa é especial ou tem necessidades especiais virou um falso eufemismo para “compensar” a deficiência. Mais adequado seria dizer necessidades específicas”.

1 SÍNDROME DE DOWN NÃO É DOENÇA.

A síndrome de Down ocorre quando, ao invés da pessoa nascer com duas cópias do cromossomo 21, ela nasce com 3 cópias, ou seja, um cromossomo número 21 a mais em todas as células. Isso é uma ocorrência genética e não uma doença. Por isso, não é correto dizer que a síndrome de Down é uma doença ou que uma pessoa que tem síndrome de Down é doente.

2 AS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN NÃO SÃO TODAS IGUAIS.

Apesar de indivíduos com síndrome de Down terem algumas semelhanças entre si, como olhos amendoados, baixo tônus muscular e deficiência intelectual, não são todos iguais.

Por isso, devemos evitar mencioná-los como um grupo único e uniforme. Todas as pessoas, inclusive as pessoas com síndrome de Down, têm características únicas, tanto genéticas, herdadas de seus familiares, quanto culturais, sociais e educacionais.

3 PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN TÊM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

Deficiência intelectual não é o mesmo que deficiência mental.

Por isso, não é apropriado usar o termo “deficiência mental” para se referir às pessoas com síndrome de Down. Deficiência mental é um comprometimento de ordem psicológica.

4 AS PESSOAS TÊM SÍNDROME DE DOWN, NÃO SÃO PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN.

Uma pessoa pode portar (carregar ou trazer) uma carteira, um guarda-chuva ou até um vírus, mas não pode portar uma deficiência.

A deficiência é uma característica inerente a pessoa, não é algo que se pode deixar em casa.

Diante disso o termo “portador” tanto para síndrome de Down quanto para outras deficiências caiu em desuso. O mais adequado é dizer que a pessoa tem deficiência.

5 A PESSOA É UM INDIVÍDUO. ELA NÃO É A DEFICIÊNCIA.

A pessoa vem sempre em primeiro lugar. Ter uma deficiência não é o que caracteriza o indivíduo.

Por isso, é importante dizer quem é a pessoa para depois citar a deficiência. Por exemplo: o funcionário com síndrome de Down, o aluno com autismo, a professora cega, e assim por diante.

6 PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN TÊM OPINIÃO.

As pessoas com síndrome de Down estudam, trabalham e convivem com todos. Esses indivíduos têm opinião e podem se expressar sobre assuntos que lhes dizem respeito.

Em caso de entrevistas, procure falar com as próprias pessoas com deficiência, não apenas com familiares, acompanhantes ou especialistas.

7 PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN NÃO DEVEM SER TRATADAS COMO COITADINHAS.

Ter uma deficiência é viver com algumas limitações. Isso não significa que pessoas com deficiência são “coitadinhas”.

Pessoas com síndrome de Down se divertem, estudam, passeiam, trabalham, namoram e se tornam adultos como todo mundo. Nascer com uma deficiência não é uma tragédia, nem uma desgraça, é apenas uma das características da pessoa.

8 DE PERTO, NINGUÉM É NORMAL.

No mundo não existem “os normais” e “os anormais”. Todos são seres humanos de igual valor, com características diversas.

Se precisar, use os termos pessoa sem deficiência e pessoa com deficiência.

9 DIREITO CONSTITUCIONAL À INCLUSÃO E CIDADANIA.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi aprovada no Brasil em 2008 como norma constitucional. Ela diz que cabe ao Estado e a sociedade buscar formas de garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência em igualdade de condições com os demais.

A Convenção é uma importante ferramenta de acesso à cidadania e precisa ser mais difundida entre as próprias pessoas com deficiência, juristas e a população em geral.

10 POR QUE A TERMINOLOGIA É IMPORTANTE.

Referir-se de forma adequada a pessoas ou grupo de pessoas é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover igualdade.

Para fazer o download gratuito do guia ”10 coisas…”, clique aqui

Sobre o Movimento Down:

O Movimento Down reúne e torna acessíveis informações valiosas sobre a síndrome de Down de forma organizada e de fácil entendimento. Desde sua criação, em 2012, tornou-se um espaço de convergência entre pais, familiares e amigos, assim como fonte de conhecimento e pesquisa para profissionais, médicos e instituições de saúde. O resultado do trabalho da organização pode ser conferido gratuitamente em um portal (www.movimentodown.org.br), assim como em publicações sobre temas como educação inclusiva e estimulação precoce.A partir de 2014, passa a trabalhar na produção de informação e conteúdo com foco em crianças de 0 a 12 anos.

Colaboração de Camilla França, da RPM, para o EcoDebate, 28/10/2014

Denúncia: Parque Estadual do Rio Preto, MG, pode ser fechado por acúmulo de lixo

O Parque Estadual do Rio Preto, situado a 60 km de Diamantina, no município de São Gonçalo do Rio Preto, pode ser fechado porque não há como retirar o lixo gerado pelos turistas. Atualmente, o Parque tem quatro carros: um Fiat Uno, um “Fusca”, uma Van e uma caminhonete 4 x 4, todos com muito tempo de uso. No entanto, após o uso intenso dos veículos no combate a incêndios, a Van e a caminhonete pararam de funcionar, e segundo o gerente do Parque, não há previsão de conserto. O parque fica a 19 km da sede do município e o lixo é levado pelos funcionários.

Recebendo mais de 600 turistas por mês, o Parque do Rio Preto é alternativa de lazer para grande parte da região de seu entorno e até mesmo de BH, devido à grande beleza de seus atrativos naturais, composta pelas águas límpidas do rio Preto, cachoeiras e paisagens. Ele faz parte do pequeno grupo de unidades de conservação estaduais que foram contempladas com recursos do convênio do Estado e o banco alemão KFW, que permitiram construção de sede, alojamentos para turistas, camping, Centro de Visitantes, portaria e sanitários nas dependências do Parque.

Em ofício encaminhado no dia 24 passado ao diretor geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Bertholdino Teixeira Júnior, e ao secretário de meio ambiente, Alceu José Torres Marques, a Amda solicitou resolução do impasse ou fechamento do parque à visitação.

“Será vergonhoso manter o parque aberto com lixo acumulado. A situação reflete o descaso do governo com as áreas legalmente protegidas do Estado. Os veículos prometidos pelo secretário na reunião plenária do Copam de 10 de julho passado, até hoje não foram entregues”, diz a superintendente da Amda, Dalce Ricas.

Antônio Augusto de Almeida, gerente do Parque, informa que a situação ficará realmente insustentável, caso o IEF não providencie novos veículos. “O número de turistas aumenta a cada dia e nossos veículos estão caquéticos. Estamos rezando para que as chuvas continuem, porque se pararem podemos ter novos incêndios, sem ter como combatê-los. Os veículos são essenciais para transporte dos brigadistas, fiscalização e manutenção do Parque”, lamenta.

Em resposta ao ofício enviado pela Amda, o Diretor de Áreas Protegidas do IEF, Henri Collet, enviou solicitação para o Chefe Regional do Escritório Regional de Floresta e Biodiversidade Alto Jequitinhonha do IEF, Silvio Henrique Cruz de Vilhena, pedindo providenciadas para a retirada urgente de lixo depositado no Parque Rio Preto. Procurado pela Amda, ele disse já disponibilizou caminhão baú para resolver temporariamente o problema, até que a falta de veículos do Parque seja resolvida.

A solução no caso depende da locação de veículos 4 x 4 anunciada pelo secretário de meio ambiente, Alceu José Marques Torres, na reunião plenária do Copam, realizada em 10 de julho passado, respondendo denúncia da Amda quanto à situação dos Parques no Estado. Passados exatos 105 dias os veículos não foram alugados.

Informe da Amda – Associação Mineira de Defesa do Ambiente

Publicado no Portal EcoDebate, 28/10/2014

Geólogos estudam meio de usar Aquífero Guarani para aliviar crise do Sistema Cantareira

Geólogos da Universidade de São Paulo (USP) elaboram um estudo para saber se é possível retirar água do Aquífero Guarani para abastecer a região de Piracicaba, aliviando o Sistema Cantareira. A proposta é analisar a viabilidade da construção de 24 poços artesianos no município de Itirapina, região oeste do estado, onde o aquífero pode ser acessado de forma rasa. A análise será apresentada, em aproximadamente um mês, ao comitê criado pelo governo estadual para administrar a crise hídrica no Cantareira. Ontem (27), o sistema chegou a 13% da capacidade de armazenamento, após o início da utilização da segunda cota do volume morto.

O professor Reginaldo Bertolo, do Instituto de Geologia, explica que o estudo inclui a simulação, por meio de um modelo matemático, da extração de 150 mil litros de água por hora. “Queremos avaliar se o aquífero suporta essas vazões em longo prazo”, apontou. A análise baseia-se em um artigo publicado em 2004 por um grupo da Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com o trabalho, a região de Piracicaba fica distante cerca de 60 quilômetros (km) em linha reta, o que diminui os custos de um transporte da água direta para a capital. Outra vantagem é que o desnível geográfico entre as regiões de captação e consumo favorece o deslocamento.

Mesmo em fase de pré-viabilidade técnica, Bertolo acredita que essa pode ser uma alternativa interessante para o abastecimento de parte da região que deveria receber água do Cantareira. Ele destaca, no entanto, que é preciso fazer o uso sustentável dessa água para evitar novas crises. “A gente precisa ter a recarga no aquífero para que ele continue dando água. Se a gente tiver em longo prazo a certeza de que a chuva vai continuar caindo e o aquífero recarregado, uma vazão de 1 metro cúbico por segundo é uma vazão segura”, apontou. O Aquífero Guarani é a maior reserva estratégica de água doce da América Latina.

Atualmente, o aquífero abastece a maior parte das cidades do oeste paulista. “Observe que a crise de abastecimento de água está mais crítica nos municípios do centro-leste do estado”, avaliou. Isso ocorre, segundo Bertolo, porque eles têm maior segurança hídrica com a água oriunda dos aquíferos Bauru e Guarani. Entre os municípios abastecidos dessa forma, o professor destaca Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Bauru, entre outros. Ele explica que a profundidade das águas subterrâneas exige tecnologia complexa de engenharia, similar à utilizada para encontrar petróleo, para cavar os poços profundos.

Por Camila Maciel, da Agência Brasil.

Publicado no Portal EcoDebate, 28/10/2014

Fitoterápicos: Pós-registro simplificado e guia para o setor

June 18, 2014
A Anvisa aprovou uma resolução que agiliza as alterações em pós-registros de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos. A norma define alterações no registro que poderão ser feitas de forma imediata e outras que dependem de análise prévia da Anvisa.

Com isso boa parte das petições que atualmente dependem de avaliação da Anvisa poderão ser feitas imediatamente, o que permite à equipe de técnicos da Agência avaliar as mudanças de maior importância sanitária.

De acordo com o diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, trata-se de uma medida que moderniza a legislação de fitorerápicos no Brasil. “Esperamos com isso focar o trabalho da Anvisa nas questões que tem impacto direto na segurança dos produtos e ao mesmo tempo dar mais agilidade ao setor de fitoterápicos brasileiros”, explica Barbano.

Entre as alterações de implementação imediata estão a exclusão de local de fabricação e fabricante de matéria-prima, redução do prazo de validade que não altere os cuidados de conservação e reativação da fabricanção de um medicamento, desde que a interrupção não tenho ocorrido por requisitos técnicos.

Já as demandas que continuam exigindo avaliação prévia incluem situações como alteração do modo de uso do medicamento, inclusão de nova via de administração e alterações relevantes no processo de fabricação.

A norma é resultado da Consulta Pública 14/2011, que durou 30 dias e recebeu 155 contribuições.

Guia reúne normas de fitoterápicos

A Anvisa também publicou um guia com a síntese de todas as normas relativas ao registro e notificação de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos. O documento é uma referência para os que atuam na área. O Guia traz informações sobre o fluxo para pedidos de registro, orientações sobre o correto manuseio das plantas para produção de fitoterápicos, formas de identificação das espécies vegetais e as análises para controle de pureza e presença de toxinas, além de orientações sobre comprovar a segurança e eficácia dos fitoterápicos. Para o setor produtivo é um documento de referência sobre as exigências para que um medicamento ou produto tradicional fitoterápico chegue ao mercado com garantias de eficácia e segurança.

A norma que institui o Guia foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da sexta-feira (20/06).

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Regulamentações sobre o Produto Tradicional Fitoterápico

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou duas regulamentações que podem ajudar a população a ter acesso a produtos feitos de plantas da biodiversidade brasileira. A Agência atualizou o registro dos medicamentos fitoterápicos e criou o registro e notificação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos. A Resolução RDC 26/2014 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (14/05) e define como será feito registro ou notificação dos Produtos Tradicionais. O DOU traz ainda a Instrução Normativa 2/14 que lista os medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais que poderão ter registro simplificado na Anvisa.

A resolução RDC 26/14 trata das formas de liberação de fitoterápicos, se registrados quando medicamentos fitoterápicos, ou registrados ou notificados quando se tratarem de produtos tradicionais. Jà a Instrução Normativa lista as plantas que são já reconhecidas como seguras e eficazes, sendo declaradas pela Anvisa como de registro simplificado.

As duas normas tratam apenas de produtos industrializados a serem regularizados junto a Anvisa, tanto que há uma previsão na norma que produtos elaborados por comunidades tradicionais não são passíveis de registro conforme os princípios da norma.

Serão enquadrados como medicamentos fitoterápicos os que passaram por testes clínicos padronizados para avaliação de segurança e eficácia. Já os Produtos Tradicionais Fitoterápicos serão autorizados por meio da demonstração do uso seguro no ser humano por um período longo, determinado pela Agência como de 30 anos. Já a segunda norma trará uma lista com 43 plantas comumente usadas que poderão produzir medicamentos sem a necessidade de comprovação adicional de eficácia e segurança. Esse registro simplificado abrange espécies brasileiras e plantas reconhecidas, bem como espécies de registro simplificado, reconhecidas como seguras em outros países como Canadá e da União Europeia.

De acordo com o Diretor-Presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, as novas regras são marcos regulatórios importantes para o setor. “As regulamentações vão permitir que as empresas tenham condições de ter um marco regulatório perene e coerente. Com isso, o País terá um mercado mais atrativo em relação aos fitoterápicos”, analisa.

Já a Coordenadora de Fitoterápicos e Dinamizados da Anvisa, Ana Cecília Carvalho, destaca que os textos foram elaborados tendo por base regulamentações internacionais já existentes, para que o Brasil tenha normas tecnicamente atuais e harmonizadas internacionalmente.

Como ficam os Fitoterápicos a partir da aprovação

Medicamento Fitoterápico Registro comum ou simplificado 

Registro comum: baseado na apresentação de dados de eficácia e segurança (estudos)

Registro simplificado: se for uma das plantas da lista de Simplificados.

Produto Tradicional Fitoterápico (Nova Categoria) 

Pode ser Notificado ou Registrado Notificação: vale para os produtos listado no Formulário Fitoterápico Nacional. 

É feito de forma automática.

Registro: feito por meio de literatura que comprove o uso há pelo menos 30 anos ou se for uma das plantas da lista de Simplificados.

May 9, 2014


Fonte: Assessoria de Imprensa da Anvisa
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Uso de fitoterápicos em psiquiatria

Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22 n.3 São Paulo Sept. 2000

Comentário

Uso de fitoterápicos em psiquiatria

Nos últimos anos houve um aumento na comercialização de fitoterápicos com indicação para os transtornos mentais. Esses medicamentos despertam reações variadas nos profissionais de saúde mental, que vão de uma resistência absoluta a um entusiasmo extremado, passando por uma indiferença. Mais ainda, geralmente essas posturas abordam os fitoterápicos como um todo, não distinguindo entre os diferentes medicamentos desse grupo. Entretanto, é mais adequado avaliar cada fitoterápico com uma abordagem semelhante aos dos medicamentos sintéticos, ou seja, baseada em evidências científicas sólidas, particularmente em estudos clínicos controlados.

Por esse ângulo, os fitoterápicos apresentam diferenças importantes entre si, pois, se de um lado encontramos medicamentos cuja eficácia tem sido comprovada em estudos clínicos controlados (comparativo com placebo, duplo-cego, randomizado) e metanálises, como por exemplo o Hypericum perforatum (erva de São João)1 e o Piper methysticum (kava-kava),2 de outro temos fitoterápicos como a Passiflora edulis e a P. incarnata, das quais não encontramos nenhum estudo controlado na literatura (Medline, Lilacs, ISI-Current Contents).

Em relação às posturas pré-concebidas, todas elas apresentam prejuízos potenciais para os pacientes. A resistência absoluta a um fitoterápico com ação comprovada pode privar determinado paciente de uma medicação eficaz. Por outro lado, uma postura de entusiasmo não fundamentado em estudos clínicos controlados pode privar o paciente de um tratamento realmente eficaz em detrimento de um fitoterápico ineficaz e com efeitos adversos. Mesmo uma atitude mais neutra, de descrença com certa benevolência ("não tem efeito, mas não faz mal" ou "é um placebo sem riscos") também pode acarretar prejuízos para o paciente, pois muitos fitoterápicos apresentam importantes efeitos adversos, assim como a possibilidade de interações medicamentosas.

Em relação aos efeitos colaterais, os fitofármacos são freqüentemente considerados de baixa toxicidade. Embora essas alegações, em alguns casos, tenham sido confirmadas em estudos clínicos controlados,1,3 existe a detecção de vários efeitos adversos, que podem se tornar relevantes para o tratamento.4 Por exemplo, o extrato de Hypericum perforatum pode acarretar virada maníaca5 e fotosensibilidade,6 enquanto que o kava-kava já foi associado a sintomas extrapiramidais.7 Mais ainda: mesmo fitoterápicos sem ação terapêutica comprovada, como a Passiflora edulis, pode apresentar efeitos adversos importantes.8 Outro problema potencialmente sério, mas também freqüentemente negligenciado, é a possibilidade de interações medicamentosas com os fitoterápicos (p. ex., benzodiazepínicos e kava-kava).4,9

Fonte adicional de preocupação reside no fato de que essas medicações, apesar de apresentarem muitas semelhanças com os medicamentos sintéticos (p. ex., extrato de Hypericum perforatum e antidepressivos), não possuem os mesmos controles de prescrição e de venda desses últimos, o que pode aumentar a freqüência e os riscos da automedicação: tratamento inadequado, intoxicações, emprego de tratamento de eficácia não comprovada no lugar de uma terapêutica eficaz, não procura de profissional de saúde mental etc.10

De qualquer modo, mesmo que não utilize fitoterápicos em seu arsenal terapêutico, o médico deve conhecer os principais fitoterápicos de sua área de atuação e perguntar sistematicamente ao paciente sobre seu uso, pois há grande probabilidade de que uma parte considerável de seus pacientes faça uso desse tipo de medicação sem, entretanto, informá-lo.11

Uma limitação em relação aos fitoterápicos é o número reduzido de estudos controlados em comparação com os medicamentos sintéticos. Mais ainda: esses poucos estudos nem sempre empregam metodologias adequadas. Essa escassez de estudos, associada à falta de sistematização do levantamento e de farmacovigilância, pode, pelo menos em parte, contribuir para o reduzido número de relatos de efeitos adversos pelos fitoterápicos.10 Esse quadro é agravado pela falta de controle de qualidade dos fitoterápicos nos EUA, onde não são enquadrados como medicamentos, mas como "suplementos dietéticos".10 No Brasil, por outro lado, vários fitoterápicos já são comercializados por meio de extratos padronizados, que geralmente são feitos baseando-se em um dos princípios ativos supostamente relacionados com a atividade clínica (p. ex., a quantidade de hipericina é empregada na padronização do extrato de Hypericum perforatum).

Um ponto importante do estudo dos fitoterápicos é que o seu emprego inicial geralmente decorre do uso popular, não pressupondo nenhum mecanismo de ação e, conseqüentemente, não propõe nenhuma intervenção em uma suposta fisiopatologia do quadro. Isso possibilita o desenvolvimento de grupos de drogas inteiramente novos, com mecanismos de ação diferentes das drogas já disponíveis para determinado transtorno. Nessa linha, estima-se que cerca de 30% dos medicamentos atualmente disponíveis derivem diretamente de plantas medicinais.10 Por exemplo, biguanidas derivam dos estudos da Galega officinalis; vincristina, da Catharanthus roseus; digoxina, da Digitalis purpurea etc.

Portanto, podemos concluir que a atitude mais adequada em relação aos fitoterápicos é considerá-los com o mesmo rigor com que lidamos com os medicamentos sintéticos, baseando nossa conduta clínica em evidências científicas consistentes (estudos controlados), reconhecendo, quando for o caso, sua eficácia, mas também seus efeitos adversos e a possibilidade de interações medicamentosas.

Roberto Andreatini
Departamento de Farmacologia, UFPR

Referências

1. Linde K, Ramirez G, Murlow CD, Pauls A, Weidenhammer W, Melchart D. St John's wort for depression - an overview and meta-analysis of randomized clinical trials. Brit Med J 1996;313:253-8.

2. Pittler MH, Ernst E. Efficacy of kava extract for treating anxiety: systematic review and meta-analysis. J Clin Psychopharmacol 2000;20(1):84-9.

3. Woelk H, Burkard, Grünwald J. Benefits and risks of the Hypericum perforatum extract LI 160: drug monitoring study with 3250 patients. J Geriatr Psych Neurol 1994;7(suppl 1):34-8.

4. Wong AHC, Smith M, Boon HS. Herbal remedies in psychiatric practice, Arch Gen Psychiatry 1998;55:1033-44.

5. Schneck C. St. John's wort and hypomania. J Clin Psychiatry 1998;59(12):689.

6. Bove GM. Acute neuropathy after exposure to sun in a patient treated with St Jonh's wort. Lancet 1998;352:1121-2.

7. Schelosky L, Raffaut C, Jendroska K, Poewe W. Kava and dopamine antagonism. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1995;58:639-40.

8. Maluf E, Barros HMT, Frochtengarten ML, Benti R, Leite JR. Assessment of the hypnotic sedative effects and toxicity of Passiflora-edulis aqueous extract in rodents and humans. Phytotherapy Res 1991;5(6):262-6.

9. Miller LG. Herbal medicinals: selected clinical considerations focusing on known or potential drug-herb interactions. Arch Intern Med 1998;158:2200-11.

10. Winslow LC, Kroll DJ. Herbs as medicines. Arch Intern Med 1998;158:2192-9.

11. Eisenberg DM, Kessler RC, Foster C, Norlock FE, Calkins DR, Delbanco TL. Unconventional medicine in the United States: prevalence, costs, and patterns of use. N Engl J Med 1993;328:246-52.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pesquisa propõe tratamento homeopático contra parasitos de animais

Débora Motta

Divulgação/Uenf
Extratos de ervas são testados em laboratório para comprovar eficiência do uso da homeopatia em animais

Terapias naturais à base de plantas medicinais e da homeopatia não são uma alternativa de tratamento exclusiva dos humanos. Uma pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) propõe o uso da fitoterapia e da homeopatia em animais, especificamente para combater carrapatos e vermes nematóides (de formato cilíndrico) no gado leiteiro de criação orgânica. Coordenado pela professora Maria Angélica Vieira da Costa Pereira, o estudo “Avaliação da eficácia de tratamentos alternativos no controle de parasitos de bovinos e implantação de uma estação experimental agroecológica na fazenda Arca de Noé no município de Sapucaia – RJ”, foi contemplado pela FAPERJ por meio do edital Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro, de 2007.

A homeopatia e a fitoterapia ainda são pouco empregadas em animais, mas sua aplicação cresce na medida em que os medicamentos tradicionais – alopáticos – não alcançam os efeitos desejados. De acordo com a pesquisadora, o tratamento natural supera em muitos casos o tradicional. “As cepas dos carrapatos e dos vermes nematóides estão mais resistentes devido às sucessivas aplicações da alopatia, com superdosagens ou subdosagens equivocadas. Isso acontece porque os produtores rurais tradicionais costumam buscar informações sobre medicamentos diretamente nos balcões das casas de ração, em vez de procurar a orientação técnica de um profissional especializado”, explica Maria Angélica, responsável pelo setor de Parasitologia do Hospital Veterinário da Uenf.

Durante o projeto, a veterinária avalia os efeitos de cinco ervas (arruda, erva-de-santa-maria, melão-de-são-caetano, boldo e capim- limão) no controle de ecto e endoparasitos. No caso da arruda e da erva-de-santa-maria, já foram comprovados resultados no controle de carrapatos do tipo ixodídeos, por meio de testes in vitro. “Escolhi essas ervas a partir de um levantamento em que constatei que elas existem em todo o território nacional, o que justifica a viabilidade de estudar essas plantas. Elas são popularmente conhecidas por suas propriedades antiparasitárias”, explica a professora, que a partir de maio vai dar início aos testes das ervas in vivo, no rebanho de gado leiteiro mestiço de holandês da Estação Experimental Agroecológica Arca de Noé.

Com o apoio da Fundação, a estação foi implantada na propriedade Arca de Noé, do produtor rural Roberto Gomes Leite, em Sapucaia (RJ). Com selo orgânico desde 2000, a fazenda comercializa leite em todo o estado. Ali serão construídos um laboratório de parasitologia, um escritório, um almoxarifado e alojamentos para estudantes, professores e visitantes, além de baias para a melhor observação dos animais durante a pesquisa, já que no sistema orgânico o gado é criado solto no campo (pecuária extensiva). “No laboratório, os carrapatos e os vermes serão submetidos a testes in vitro com banhos à base dos extratos das ervas, que serão manipuladas em laboratórios farmacêuticos terceirizados. Os experimentos seguirão o mesmo protocolo preconizado pela Organização Mundial da Saúde Animal para medicamentos alopáticos, para comparar cientificamente a eficiência da homeopatia”, diz. 

Divulgação/Uenf
Gado estudado na Estação Experimental Agroecológica Arca de Noé segue os parâmetros do sistema orgânico 

Nos experimentos, a pesquisadora vai dividir os animais em dois grupos. O primeiro vai tomar banho apenas de água e o outro, com os extratos das plantas, em temperatura ambiente. “Depois da aplicação dos extratos, os parasitos serão observados durante 28 dias, período relativo ao ciclo do carrapato. Para combater os vermes, será aplicada solução via oral, diluída na bebida do gado”, adianta a pesquisadora, que lidera dois diretórios de grupos de pesquisa registrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), intitulados Terapias não convencionais na medicina veterinária e bem-estar animal e Zoonoses e políticas sociais.

Uma espécie de "vacina" homeopática ou bioterápico, elaborada de acordo com as necessidades da fazenda, também será utilizada para o controle de parasitas no sistema orgânico. “Vamos aplicar no gado bioterápicos, medicamentos que serão resultado da coleta dos carrapatos que habitam especificamente aquela fazenda e que podem ter cepa diferente dos carrapatos da fazenda vizinha. O controle estratégico deve levar um ano”, completa Maria Angélica, acrescentando que esses parasitos – carrapato da orelha do cavalo (Anocentor nitens), carrapato estrela (Amblyomma cajennense), carrapato do boi (Rhipicephalus Boophilus microplus) e carrapato dos cães (Rhipicephalus sangüineus) — transmitem microorganismos e hemoparasitos, como a Babesia sp e Ehrlichia sp, que por sua vez causam a “tristeza parasitária dos animais domésticos” e respectivas zoonoses no homem, cujos sintomas são anemia, febre e icterícia.

Além de transmitir doenças e de sugar o sangue dos animais, o carrapato prejudica também o comércio exterior do país. “O carrapato tornou-se um problema governamental. O Brasil se encontra em terceiro lugar em exportação de orgânicos no mundo (café,chás, cachaça, sucos, feijão, milho, soja, açucar mascavo, doces e compotas e embutidos e laticínios). O paíspoderia estar em primeiro lugar na venda de couro bovino, mas ficou em 13º no ranking mundial de exportadores do produto, em 2005, atrás da Argentina”, diz Maria Angélica, que coordena uma equipe de 20 bolsistas. “O couro fica ainda mais depreciado porque o carrapato abre as portas para a atuação das moscas, que causam uma doença chamada miíase, caracterizada pela infestação de larvas que lesam o couro”, acrescenta. 

Maria Angélica conta que a escolha de gado leiteiro orgânico para a pesquisa foi pautada pela necessidade de oferecer uma alternativa mais saudável à produção nacional de leite, base alimentar principalmente de crianças e idosos. “Existem na literatura casos de leucemia em vacas devido ao uso de carrapaticidas tradicionalmente comercializados, além de registros de intoxição nos trabalhadores que aplicam o produto. Nós bebemos esse leite com resíduos químicos”, diz, lembrando ainda que o país deve atender a rígidos parâmetros de segurança alimentar para atender o mercado interno e para poder exportar leite a mercados exigentes, como os da União Européia. “Esses mercados importam do Brasil, além de carne e leite do gado orgânico, o gado que o Ministério da Agricultura denomina ‘boi verde’, ou seja, aquele tratado com medicamentos tradicionais, mas que antes do abate não recebe nenhuma medicação, para ‘limpar’ o organismo de hormônios, praguicidas ou antibióticos. Esse prazo é conhecido como período de carência ”. 

A pesquisadora alerta que os alimentos não orgânicos, sejam de origem animal ou vegetal, contêm substâncias altamente tóxicas, que podem causar ao organismo humano efeitos adversos – ainda incompreendidos. “Encontramos nos alimentos não orgânicos resíduos de várias bases químicas voltadas para o controle de insetos e de parasitos, além de antibióticos e hormônios”, diz. Ela lembra que a proposta da pesquisa está condicionada à administração de tecnologia limpa, de baixo impacto ambiental no sistema orgânico de produção, e à preocupação com o lado social, com o desenvolvimento sustentável e com a segurança alimentar do produto final que chegará na mesa do consumidor.

08/04/2009
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