sábado, 9 de maio de 2015

Chocolate em uma rotina SAUDÁVEL

03.05.2015

Afinal, chocolate pode ou não pode ser inserido numa rotina saudável?

Creio que essa é a pergunta mais famosa em consultas nutricionais e/ou médicas. E eu vos respondo com propriedade: chocolate não só pode, como deve ser consumido. Pois, eleva dois neurotransmissores essenciais: a serotonina e a endorfina, que são responsáveis por regular o humor, provocando sensação de prazer, bem-estar, evita flutuações hormonais durante o período pré-menstrual, melhora a qualidade do sono e até promove mais saciedade. Além disso, a composição deste alimento, principalmente em sua versão amarga (a mais indicada), oferece uma riqueza de antioxidantes como flavonóides, polifenóis, principalmente epicatequinas, catequinas e procianidinas, o que proporciona diversas vantagens à saúde, podemos citar algumas:

- Inibição da agregação plaquetária e reduzem o risco de trombose, vasoconstricção e acúmulo de LDL na parede arterial;
- Efeito cardioprotetor;
- Inibição da oxidação das células epiteliais, mediada pelo LDL (colesterol ruim);
- Capacidade de manter dilatados os vasos, permitindo a livre passagem do sangue e estabilizando a pressão arterial em níveis normais;
- Estimulação da resposta imune celular in vitro;
- Beneficiam a beleza e saúde de pele, cabelos e unhas.

Porém, para podermos usufruir desses maravilhosos benefícios temos que saber qual produto escolher. E, como a indústria alimentícia, infelizmente, altera muito a composição nutricional dos alimentos, não pode se atentar e comprar só por ser meio amargo, tem que ler os rótulos e conferir se, primeiramente, o açúcar não é o primeiro item da lista de ingredientes e não deve conter: gordura hidrogenada, leite e/ou conservantes. Se você não tem o hábito de ler os rótulos, pode está pagando caro por "1kg de açúcar" e ainda de brinde, após o consumo, virão os fatores pró inflamatórios: aparecimento ou piora no quadro de alergias, de celulites, acne, aumento da gordura corporal, dentre outros malefícios. 

Importante lembrar:

Quanto menos ingredientes tiver um produto, mais saudável ele será. E, eles sempre estão na ordem de quantidade adicionada, ou seja, o primeiro ingrediente é o que predomina no alimento;

Observe também qual oferecerá maior quantidade de cacau na composição.

O cacau em pó é a fonte mais rica de flavonóis e também a mais saudável, pois é livre de açúcar, possui pouca gordura e calorias. O consumo de 36 g/dia de cacau em pó apresenta forte capacidade antioxidante, aumentando a resistência humana à oxidação do LDL. Segue uma receita funcional, deliciosa e saudável:

Mousse de Cacau

Ingredientes:

1 abacate bem maduro
2 colheres de sopa de cacau em pó
2 colheres de sopa de mel
2 colheres de chá de canela em pó
1 colher de shoyu ou 01 colher de chá de sal marinho

Modo de Preparo:

Bater no liquidificador ou processador. Levar para gelar por 2 horas.

Para concluir, é válido ressaltar: NADA DE EXAGEROS. Se um pouco é bom, muito não é melhor. Procure um(a) nutricionista e ele prescreverá a quantidade ideal que atenderá as necessidades do seu organismo!

Informação adicional: A “abstinência” por este alimento pode ser considerada até certo ponto normal, isto deve-se ao fato dele conter uma substância denominada “N-aciletanolamina", a qual é química e farmacologicamente semelhante à anandamida, uma lipoproteína cerebral endógena, que se liga e ativa os receptores canabinóides cerebrais, imitando o efeito psicoativo das drogas canabinóides, provocando sensação de euforia mas no chocolate de uma forma bem mais suave.

Artigo by LAURA MENESES

Nutrição, Saúde & Bem-estar
João Pessoa
Lrsmeneses@hotmail.com
Pós-graduanda em Nutrição Clínica
Insta: @blogdanutri

Link:

Homeopatia em plantas e animais, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] A homeopatia é conhecida das ciências agrárias há mais de 2 séculos, como atesta Andrade (2000), citado por Lorenzetti (2014), ainda existe enorme carência de pesquisas envolvendo plantas. Certamente esta realidade tem a ver com o modelo atualmente hegemônico e os interesses econômicos envolvidos. No campo veterinário, segundo Cruz (2006), o interesse pela homeopatia é crescente devido às restrições impostas ao uso de certas substâncias farmacológicas pelos mercados consumidores das proteínas. Em seu trabalho cita a eficiência de certas substâncias homeopáticas utilizadas.

Arenales (2002), também citado por Lorenzetti (2014) destaca que a homeopatia não tem tradição no controle de insetos, mas que sua evolução resulta em medicamentos que não sofrem restrições e não provocam danos aos animais e aos consumidores dos produtos de origem animal gerados. Também não geram alterações ambientais e nem alterações ao odor ou sabor dos produtos. No meio animal a utilização de homeopatia é mais corrente que no meio vegetal.

Na agricultura os primeiros registros citados são atribuídos a Rudolf Steiner, idealizador da agricultura biodinâmica. A agricultura biodinâmica enfatiza o uso de preparações dinamizadas que sintetizam questões energéticas.

A homeopatia guarda extrema conformidade com as bases da agricultura orgânica onde a biodiversidade e os princípios naturais são respeitados. Assim como na legislação orgânica brasileira, se procura entender os sistemas produtivos como base para a obtenção de equilíbrio vital (Casali et. Al., 2001). Rossi (2004), citado por Lorenzetti (2014), assevera que embora esteja em estado incipiente, a homeopatia tem um potencial muito amplo, pois harmoniza o meio ambiente e os cultivos de plantas inseridos no sistema, possibilitando a produção de alimentos saudáveis em sistemas de cultivos estritamente equilibrados com as condições ambientais.

A homeopatia aplicada a cultivos vegetais tem sido chamada de agrohomeopatia, e segundo Lorenzetti (2014) era uma área do conhecimento humano que iniciou com pouca relevância, mas hoje se expande por diversas instituições de pesquisa, ensino e extensão em todo o país. Este autor cita grupos de pesquisa proeminentes na Índia, França, Alemanha, Itália e México.

Na Universidade de Bologna as pesquisas atingiram resultados relevantes e citados com hortaliças. Lorenzetti (2014) cita no país, a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade Estadual de Maringá, como expoentes. Mas o que realmente importa é que a concepção de agricultura como se fosse uma indústria, ou uma produção contínua de plantas, deve ser alterada para uma produção com concepção que deve ser sistêmica e inserida nos ecossistemas locais, na busca do mais completo e integral equilíbrio.

Existe consciência de que está modificação, paradigmática e fundamental, não ocorrerá em uma ou em poucas gerações. Produção vegetal não podem ser concebidas como linhas de montagem, como se fossem estruturas “fordistas”, pois exigem cuidados com a infinitude de fatores ambientais, em busca de equilíbrio ecossistêmico e plena manutenção da biodiversidade, para garantir a operação e o funcionamento de todos os serviços ambientais disponibilizados.

E se sabe que este pode ser um serviço ambiental inestimável e oneroso, que necessite ser remunerado e se reconhece esta abordagem. Resta saber qual é a melhor solução. Consumidores e contribuintes nacionais poderão estar cada vez mais vinculados. Quando a destinação for preferencialmente exportadora, nada mais adequado do que o repasse dos custos aos mercados finais. Os países da comunidade européia e do primeiro mundo em geral, estão cada vez mais preocupados com esta realidade ou utilizando questões ambientais para gerar proteções de mercados, mas no momento, não importa discutir isto.

Não é necessário que ocorram restrições de mercados consumidores animais ou vegetais para que se reconheça esta realidade e se organizem sistemas produtivos equilibrados e harmonizados em termos ambientais, que caminhem em direção à sustentabilidade e que garantam melhor qualidade de ambiental e qualidade de vida para as presentes e as futuras gerações. Como diria aquela publicidade de cartão de crédito: isto não tem preço, a ser apropriado.

Referência:

ARENALES, M. C. Homeopatia em gado de corte – I Conferência Virtual Global sobre Produção Orgânica de Bovinos de Corte – 02 de setembro à 15 de outubro de 2002, Universidade do Contestado Concórdia – SC e Embrapa Pantanal – Corumbá – MS

ANDRADE, F. M. C. Homeopatia no crescimento e produção de cumarina em chambá Justicia pectoralis Jacq. Viçosa, Mg: UFV, 2000 124f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia), Universidade Federal de Viçosa, 2000

CASALI, V.W.D., CASTRO, D. M., ANDRADE, F. M. C. Homeopatia vegetal. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HORTICULTURA ORGÂNICA, Natural, Ecológica e Biodinâmica, 1, 2001, Piracicaba. Resumos… Botucatu: Agroecológica, 2001. p. 235-236.

CRUZ, J. F.; VIANA, A. E. S.; OLIVEIRA, D. F.; FERRAZ, R. C. N.; MAGALHÃES, M. P.; SANTOS, D. D.; CRUZ, R. S.; CRUZ, A. D.; ZACHARIAS, F. A homeopatia como ferramenta de controle de helmintos gastrintestinais em caprinos criados em sistema extensivo. A Hora Veterinária, v. 26, n. 154, p. 37-40, 2006.

LORENZETTI, E. R. Agrohomeopatia – uma nova ferramenta ao alcance do agricultor. In.: http://portaldahorticultura.xpg.uol.com.br/agrohomeopatia.html. Portal da Horticultura, acesso em 19/08/2014 as 14h.

ROSSI, F. et al. Cultura Homeopática, São Paulo, v. 3, n. 7, 2004, p. 12-15

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

Publicado no Portal EcoDebate, 08/05/2015
"Homeopatia em plantas e animais, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 8/05/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/05/08/homeopatia-em-plantas-e-animais-artigo-de-roberto-naime/.

Enzima extraída da folha da palmeira auxilia na quebra da biomassa para a obtenção de biocombustível

Por Rui Sintra, do IFSC / Agência USP de Notícias

Pesquisadores do Grupo de Biotecnologia Molecular (Biotechmol), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, têm realizado análises estruturais da peroxidase, uma enzima extraída da folha da palmeira que pode auxiliar no processo da quebra da biomassa para a obtenção de biocombustível. Ele é uma fonte de energia limpa e renovável, cujas principais matérias-primas são cana-de-açúcar, soja, resíduos agrícolas, semente de girassol, entre outras.
Peroxidase é uma enzima extraída da folha da palmeira

Embora a peroxidase também possa ser encontrada em outros organismos – tais como fungos ou bactérias -, a pesquisadora Amanda Bernardes Muniz, principal autora desse estudo supervisionado pelo professor Igor Polikarpov, ambos do IFSC, diz que existem pesquisas que comprovam uma maior eficiência dessa enzima quando retirada da folha da palmeira ou de outras plantas.

“A peroxidase extraída das folhas de plantas é mais estável e isso permite que consigamos trabalhar com temperaturas mais altas e pHs mais ácidos e básicos, o que é muito bom para o processo de produção de biocombustível porque facilita a quebra da biomassa”, explica.

Durante o processo da quebra do material vegetal, essa enzima auxiliar, que para o estudo foi cedida por colaboradores espanhóis, é capaz de degradar a lignina (polímero), tornando a biomassa mais acessível às outras enzimas que são capazes de transformar o açúcar em etanol. Adicionalmente, ela oxida compostos que inibem as demais enzimas. Com isso, a peroxidase, além de tornar a matéria-prima mais acessível, atua em sinergismo com as enzimas catalíticas, melhorando o processo de produção de açúcares fermentescíveis.

Os pesquisadores concluíram que a peroxidase é mais estável que outras enzimas por possuir diversas peculiaridades, tal como a formação de dímeros, moléculas responsáveis por ajudarem na estabilidade global da estrutura da enzima, além de outros elementos moleculares específicos.

Segundo o professor João Renato Carvalho Muniz, do IFSC, coautor do artigo científico, uma das principais ideias da pesquisa e desse campo de estudo é encontrar uma solução que permita degradar a biomassa de forma eficiente, rápida e economicamente viável, para obter moléculas de glicose que podem ser fermentadas e transformadas em biocombustíveis, além da produção de outros produtos biotecnológicos.

A Peroxidase e as suas diversas aplicações

Os estudos realizados com a peroxidase também têm revelado diversas áreas em que essa enzima pode ser aplicada, como, por exemplo, na obtenção de etanol através do bagaço da cana, cuja porcentagem de descarte é alta, sendo que o açúcar encontrado nesse composto também pode ser transformado em etanol.

A indústria de alimentos é outra beneficiada pela peroxidase. Quando os alimentos se estragam, produzem compostos fenólicos que são detectados pela enzima. Segundo Amanda Muniz, a peroxidase também pode ser utilizada no âmbito do controle e tratamento da poluição ambiental, uma vez que é capaz de indicar a presença e modificar os compostos tóxicos comumente liberados no meio ambiente, através de procedimentos industriais.

Um pôster relativo à pesquisa do IFSC, baseado em artigo publicado em fevereiro deste ano na revista científica Biochimie, foi apresentado pela pesquisadora Amanda Muniz em um congresso científico que ocorreu no mês de abril, em San Diego, nos Estados Unidos.

A participação comprova o reconhecimento internacional do estudo e o interesse dos especialistas nas pesquisas desenvolvidos na área de biocombustíveis. O professor João Renato ressalta a importância da pesquisa básica e o desdobramento que ela provoca, originando novas pesquisas, tanto na área em questão, como em outras vertentes, sejam elas nacionais ou internacionais.

“Quando fazemos esse tipo de estudo, descobrimos novas portas que dão acesso a realização de outros tipos de estudos”, finaliza ele.

Foto Divulgação IFSC

Publicado no Portal EcoDebate, 08/05/2015

A temporária queda do preço dos alimentos no mundo, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

[EcoDebate] O Mercado mundial trata os alimentos como uma commoditie. Os preços variam de acordo com as leis da oferta e da procura. Embora existam muitos oligopólios e grandes empresas que influenciam o preço das sementes, dos fertilizantes, dos agrotóxicos e que controlam a comercialização, uma commoditie sempre está sujeita às oscilações de preços.

É o que está acontecendo neste momento. Com a desaceleração do ritmo da economia internacional e a queda do preço do petróleo, o Índice Preços da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em abril de 2015, chegou ao seu valor nominal mais baixo dos últimos 5 anos. O preço atual dos alimentos está bem próximo do nível alcançado durante a recessão mundial de 2009.

Em termos reais (descontada a inflação), o índice de preço da FAO encontra-se no mesmo nível em que estava na década de 1960. Porém, o preço real dos alimentos está cerca de 40% acima do que estava na virada do milênio, conforme pode ser visto nos gráficos da FAO.
Contudo, não devemos nos iludir com a recente queda, pois os preços dos alimentos tendem a aumentar no longo prazo devido ao crescimento da demanda provocada pelo aumento da população mundial, pelo aumento do preço do petróleo e da energia em geral, pela degradação dos solos e da água, pela depleção dos estoques de peixe, pela acidificação dos oceanos, pela poluição causada pelo ciclo do fósforo e do nitrogênio, pela erosão dos solos, pela crise hídrica, pelo aquecimento global e as mudanças climáticas.

A queda do preço dos alimentos poderia ser uma boa notícia se fosse um fenômeno permanente e se viesse no sentido de erradicar a fome no Globo. Porém, ainda existem quase um bilhão de pessoas passando fome no Planeta, enquanto a obesidade aumenta nos países ricos e entre os “analfabetos nutricionais” de todo o mundo.

Ainda falta muito para o mundo atingir a tão almejada segurança alimentar e nutricional.

Referência:

FAO Food Price Index, 07/05/2015

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Publicado no Portal EcoDebate, 08/05/2015
"A temporária queda do preço dos alimentos no mundo, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, 8/05/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/05/08/a-temporaria-queda-do-preco-dos-alimentos-no-mundo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

Edição n° 54 da revista Cidadania & Meio Ambiente está disponível para acesso e/ou download

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Informamos que a edição n° 54 da revista Cidadania & Meio Ambiente, ISSN 2177-630X, já está disponível para acesso e/ou download na página do Portal EcoDebate.

Vejam, abaixo, o sumário da edição:
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As edições da revista, na versão on-line, também estão disponíveis, no formato do Acrobat Reader, para livre acesso ou download gratuito na página da revista no EcoDebate.

Desejamos a todas(os) uma proveitosa leitura.

Um abraço fraterno,

Henrique Cortez
coordenador editorial do Portal EcoDebate

Publicado no Portal EcoDebate, 07/05/2015

Dossiê Abrasco: o grito contra o silêncio opressivo do agronegócio. Entrevista com Fernando Carneiro

“A ciência deveria servir a quem, ao mercado ou a população brasileira?”, afirma o pesquisador.

Foto: viajeaqui.abril.com.br

A Associação de Saúde Coletiva – Abrascolançou no dia 28-04-2015, no Rio de Janeiro, aversão atualizada do Dossiê Abrasco, livro com mais de 600 páginas que reúne uma série de informações sobre os riscos dos agrotóxicos à saúde humana.

A nova edição conta com o capítulo A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia.

“As grandes novidades estão ligadas a dois pontos: à forma e ao conteúdo. Então, o livro passou por um processo de diagramação, de organização das ideias, de inovações na facilitação gráfica, onde se pode visualizar melhor. Outra novidade é que fizemos uma grande parceria com aArticulação Nacional de Agroecologia – ANA e com a Associação Brasileira de Agroecologia – ABA nessa perspectiva de dialogar com outros conhecimentos e saberes”, explica Fernando Carneiro, em entrevista por telefone àIHU On-Line.

Ao analisar a atual conjuntura brasileira, o professor é duro nas críticas a retrocessos importantes como, por exemplo, a retirada da indicação dos produtos transgênicos nos rótulos. “Nega-se um princípio básico, que é o direito à informação. Por que se quer negar esse direito? Se não há o que temer, por que negar que as pessoas saibam o que estão comendo? Isso é uma violência que o Congresso Nacional está fazendo contra a população brasileira”, critica. Além disso, alerta que o paradigma do agronegócio é suicida. “O paradigma do agronegócio não sustenta um projeto de agricultura para o futuro do Brasil. Não é sustentável nos tornarmos um grande exportador de commodities, exportando água, solo, muitas vezes exportando vidas humanas e a nossa natureza”, avalia.

O resultado de um contexto político onde existe um parlamento conservador e a chefe da pasta da Agricultura sendo uma das representantes do agronegócio no Brasil é o queFernando chama de silêncio opressivo do Estado. “Muitos dos pesquisadores que representam a Associação Brasileira de Ciência – ABC e a SBPC na CTNBio têm as pesquisas financiadas pelas empresas que se beneficiam do agronegócio, e sabemos que na CTNBio não há espaço para discutir conflitos de interesse, mas temos que discutir isso. A ciência está para quem, para o mercado ou para a população brasileira?”, pondera. “Isso é o que ocorre e daí a importância do debate acontecer, porque ele grita frente ao silencio opressivo dos interesses que os grandes grupos querem impor sobre nós”, complementa.

Fernando Carneiro é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, especialista em Vigilância em Saúde Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre em Ciências da Saúde –— área de Concentração de Saúde Ambiental pelo Instituto Nacional de Salud Pública de México e doutor em Epidemiologia pelaUFMG. Atualmente é pós-doutor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, tendo como orientador o Prof. Boaventura de Sousa Santos. Foi consultor do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Saúde e servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É pesquisador da Fiocruz Ceará e doNESP UnB. Atualmente também coordena o GT Saúde e Ambiente da Abrasco e o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Floresta e das Águas – Teia de Saberes e Práticas (OBTEIA).

Confira a entrevista.
Foto:andriollicosta.com.br 

IHU On-Line – Quais são as novidades do dossiê da Abrasco em relação aos relatórios anteriores?

Fernando Carneiro – As grandes novidades estão ligadas a dois pontos: à forma e ao conteúdo. Lançamos um livro que parte de toda uma concepção da ciência, principalmente de uma ciência que quer dialogar com a sociedade, como um alicerce de sua função social. Então, o livro passou por um processo de diagramação, de organização das ideias, de inovações na facilitação gráfica, onde se pode visualizar melhor. Tudo isso para ser uma publicação boa de ler, de interagir; para que as pessoas encontrem o que buscam com mais facilidade, cada capítulo, cada parte tem uma cor e um símbolo diferente, tudo com o objetivo de criar novos recursos gráficos para facilitar processos de compreensão e uso. Essa é a primeira novidade em termos da forma.

A outra novidade é que fizemos uma grande parceria com a Articulação Nacional de Agroecologia – ANA e com aAssociação Brasileira de Agroecologia – ABA nessa perspectiva de dialogar com outros conhecimentos e saberes. Na quarta parte, focada na crise do paradigma do agronegócio e das alternativas, nós colocamos uma questão que, por exemplo, a Abrasco não tem total expertise, que é a agroecologia. Nós somos uma associação científica do campo da saúde coletiva em articulação com outros campos do saber, como o da própria questão agrícola, questão ecológica, questão da ecologia política, etc. A quarta parte também atualiza o que aconteceu de 2012 até 2014.

Bancada ruralista

Infelizmente, apesar de ter novidades boas, as principais novidades não são boas. Houve uma piora do quadro político, houve uma maior hegemonia da bancada ruralista, que conseguiu vitórias importantes, como a alteração no código florestal, com o objetivo de maximizar lucros em detrimento da preservação ambiental, uma coisa que vai na contramão de tudo que acontece hoje no mundo. Quando o Brasil está vivendo a crise da água, a relação com a preservação das florestas é direta e nós acabamos de aprovar uma lei que perdoa esses empreendedores do agronegócio, que, inclusive, não cumpriram a lei florestal brasileira, a qual garante que eles explorem mais áreas antes preservadas.

Essa foi uma grande perda, e o setor, que sempre teve o domínio do Ministério da Agricultura, tem a Kátia Abreu à frente, ela que é um ícone desse setor, uma pessoa que sempre trabalhou pela flexibilização do registro e maximização do uso de agrotóxicos no Brasil.

Sabemos que no Congresso aumentou a bancada ruralista e a onda conservadora. Agora, com a Kátia junto ao Executivo, temos grande preocupação por conta dos compromissos dela de garantir que tais setores sejam beneficiados. Isso se estende a propostas de desregulamentação total, tirando o papel da Anvisa, do Ministério do Meio Ambiente, concentrando na pasta da Agricultura, que é uma espécie de “Comissão Técnica Nacional do Agronegócio – CTNAgro”, aos moldes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. É um tema que ganha cada dia mais espaço no governo.

Por outro lado, houve o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia, o Plano Nacional de Redução de Agrotóxicoe essas foram as luzes no fim do túnel, onde, na quarta parte do relatório, exploramos a possibilidade de que isso seja hegemônico e que não fique sem recursos e sem apoio.

IHU On-Line – Como o senhor avalia a aprovação do projeto de lei que autoriza a retirada do T, de transgênicos, dos rótulos?

Fernando Carneiro – Para nós, como cientistas preocupados com a saúde da população e críticos com relação à tecnologia, não a percebendo com algo “sagrado” cujos prós e contras devem ser avaliados — sabemos que há ideologias por trás dos transgênicos —, recebemos esta notícia como uma grande derrota. Isso porque nega-se um princípio básico, que é o direito à informação. Por que se quer negar esse direito? Se não há o que temer, por que negar que as pessoas saibam o que estão comendo? Isso é uma violência que o Congresso Nacional está fazendo contra a população brasileira.

IHU On-Line – Como são abordadas as contradições entre os perigos causados pelos agrotóxicos e a política do agronegócio no Brasil neste capítulo inédito do dossiê?

Fernando Carneiro – As três primeiras partes do dossiê colocam de forma muito detalhada os principais produtos que têm sido utilizados no Brasil e os danos que eles causam. O que se coloca no quarto capítulo é uma discussão de paradigma. Ou seja, o paradigma do agronegócio não sustenta um projeto de agricultura para o futuro do Brasil. Não é sustentável nos tornarmos um grande exportador de commodities, exportando água, solo, muitas vezes exportando vidas humanas e a nossa natureza. Esse modelo precisa de insumos externos o tempo todo (se sobe o dólar já tem gente batendo na porta do governo pedindo mais subsídios), porque boa parte do que se gasta com agrotóxicos é de princípios ativos que são importados à base de moeda estrangeira, sem contar na alta do custo da produção. Estamos falando de um modelo que, apesar de todo o discurso moderno e dinâmico, vive às custas do Estado brasileiro.

Contraposição

A contraposição que é colocada no capítulo da agroecologia apresenta um outro paradigma que respeita os conhecimentos tradicionais, a preservação à vida, um projeto soberano de país em que nossas sementes estejam sob a nossa guarda, não sob a tutela de multinacionais que só pensam no lucro. Neste capítulo, caracterizamos para onde estamos indo e para onde deveríamos ir na perspectiva de uma sociedade mais justa e sustentável.

IHU On-Line – Quais são as próximas etapas da pesquisa?

Fernando Carneiro – Fizemos, no final da última semana, uma reunião com a equipe de trabalho e a perspectiva é, neste momento, organizarmos o lançamento do dossiê cujo foco é trabalhar na divulgação, debater com a sociedade e lançar em todo o país. Esse é nosso compromisso antes de nos arvorarmos em uma quinta etapa. Não há qualquer tipo de direito autoral, está tudo disponibilizado na Internet e tentamos cumprir o papel social da ciência.

Porém o que devemos fazer nas próximas etapas é trabalhar dois eixos: os agrotóxicos urbanos, desde a nossa casa até as campanhas de saúde pública, e a guerra química que foi travada desde os tempos da ditadura até a atualidade contra populações vulnerabilizadas; ou seja, o uso de agrotóxicos contra populações indígenas, sem terras ou grupos que estejam incomodando grandes empreendimentos. Há registros disso e o trabalho da Comissão da Verdade e da Reforma Sanitária está investigando casos onde isso aconteceu. Em princípio, são dois desdobramentos em que trabalharemos.

IHU On-Line – O país ainda se mantém na posição de maior consumidor de agrotóxico do mundo? Quais são as dificuldades de sair dessa posição?

Fernando Carneiro – A dificuldade é que não se tem um plano político de implantar o Plano Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos. Até mesmo do ponto de vista capitalista seria mais inteligente não utilizar agrotóxico, pois a redução maximizaria o lucro. Mas o que acontece é que a grande dificuldade do desenvolvimento do uso tecnológico dos transgênicos é de estar voltado para “casar” semente com agrotóxico. Há toda uma cadeia de lucro que depende desse modelo de monocultura, que faz emergir, inclusive, o uso da palavra “praga”, em que uma espécie vegetal é cultivada em um ambiente artificial, favorecendo a proliferação de uma ou outra espécie de insetos que acabam dando o nome de “praga”. Mas isso é uma característica do agronegócio e a manutenção desses grandes sistemas artificiais vai exigir sempre o uso de muito agrotóxico e “tratamentos” com agroquímicos de toda a ordem, pois não há sustentabilidade. Esse preço está no DNA do agronegócio, que talvez possa diminuir, racionalizando um pouco com técnicas que deem margem para isso, mas há um limite. É por isso que defendemos a transição agroecológica.

Não se trata de acabar, do dia para a noite, com o uso de agrotóxicos no Brasil, mas conceber um plano que envolverá investimentos da Embrapa, que, ao invés de aportar 90% no agronegócio, deveria aplicar a metade; de fortalecer pesquisas agroecológicas que garantam produtividade e qualidade dos alimentos; de problematizar a formação de engenheiros agrônomos majoritariamente voltada para que eles se tornem, na prática, preceptores de veneno, ao invés de se tornarem profissionais que olhem para a saúde dos ecossistemas, não ficando focados somente na destruição da praga. É toda uma mudança que passa pela formação universitária, pelo investimento em pesquisa, pela valorização de cadeias de produção agroecológica, que até pouco tempo atrás não podia produzir sem veneno.

Na ditadura essa aliança atingiu o nível máximo, tanto que os generais ocuparam cargos de diretoria nestas empresas. Houve, à época, um acordo tal que só se podia conseguir o crédito caso houvesse a garantia da compra do veneno. Existe muito compromisso do Estado com toda essa prática, e o Estado brasileiro é muito grande para apoiar o agronegócio, mas muito pequeno para apoiar a agroecologia. Nosso grande desafio é começar essa transição em nome de nossa sobrevivência e das futuras gerações.

IHU On-Line – Nesse contexto, como o senhor avalia o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica? Como ele tem sido uma alternativa ao uso de agrotóxicos?

Fernando Carneiro – Ele é uma grande esperança e uma grande aposta dos movimentos sociais, então deveria ser priorizado politicamente pelo Estado. O dossiê dá toda a base científica e política para que isso seja adotado pelo governo como sua prioridade.

IHU On-Line – O livro está sendo lançado no mês em que a “Campanha Nacional Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida” completa quatro anos de luta. Como o senhor avalia a trajetória dessa iniciativa? Quais são os desafios a enfrentar?

Fernando Carneiro – É importante dizer que esse livro, ao longo do processo, envolveu a própria campanha, quando percebemos que havia outros conhecimentos com relação à luta contra os agrotóxicos que deveriam ser envolvidos; não se tratava tão somente do conhecimento científico. Em um determinado momento, que foi ao final da parte três — A Ecologia dos Saberes —, nós envolvemos a campanha também como autora do dossiê, o que continua nesta quarta etapa. O dossiê vai ajudar muito a potencializar as ações da campanha, porque foi construído com esse objetivo, pois pode subsidiar cartilhas para serem trabalhadas com a população. Já recebemos três convites de lançamento do dossiê das Assembleias Legislativas dos Estados da Bahia, do Rio Grande do Sul e do Ceará, e isso potencializará muito a campanha.

IHU On-Line – Como poderiam ser formuladas campanhas efetivas direcionadas a consumidores e produtores sobre os riscos dos agrotóxicos?

Fernando Carneiro – O Instituto de Defesa do Consumidor – Idec, que participou do lançamento do dossiê, tem um mapa de mais de 400 feiras agroecológicas, disponibilizado em um aplicativo que ajuda as pessoas a encontrarem feiras e, inclusive, cadastrar as que não estejam neste mapa. Esse é só um exemplo de estratégias da sociedade civil que têm colaborado para esta questão. É muito importante para o consumidor ter opção.

Relação direta

Se pensarmos somente nas grandes cadeias de supermercado, eles têm lidado com a questão da agricultura orgânica ou agroecológica como “Nicho de mercado”. Se vamos em uma dessas redes e compramos uma alface orgânica por R$ 5 ou R$ 6, rompemos com aquilo que defendemos na agroecologia, isto é, a alimentação saudável acessível à população brasileira. Não enxergamos estas redes como nicho de mercado; queremos acreditar queagroecologiaseja algo acessível a todo brasileiro. A Abrasco recomenda que a população busque as feiras agroecológicas também, porque, se elimina o atravessador, temos uma relação direta com o produtor e isso fortalece movimento social de luta pela Reforma Agrária e por um país mais justo.

Após o lançamento do livro, na última semana de abril, houve um coquetel agroecológico com uma cooperativa de produtores camponeses, que serviram sucos naturais e também culinária a partir de elementos produzidos no dia a dia e sem agrotóxicos. Não passou Coca-Cola, não passou sucos artificiais, foram só produtos saudáveis. É por isso que devemos ser coerentes e continuar fiscalizando e, sobretudo, dar o exemplo.

IHU On-Line – Como o senhor avalia a atuação do Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos?

Fernando Carneiro – É muito incipiente. É um programa que ainda não foi oficializado pelo governo e é importante que se assuma isso formalmente. É preciso que o Estado destine recursos para este programa para que ele não seja somente uma carta de intenções, pois não se trata de um programa com recursos definidos claramente. Então é muito importante que o governo faça, pois não se trata de um programa com recursos definidos claramente. Havia uma expectativa de melhorar a vigilância da saúde com relação às populações no que diz respeito aos agrotóxicos, mas nenhum resultado disso vem sendo apresentado. O máximo que temos de informação é o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – PARA, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Vimos declarações da superintendência da Anvisa de que “os dados do PARA não são para se preocupar”, ou seja, a própria entidade tentando amenizar o que ela está mostrando com medo dos desdobramentos em relação ao agronegócio. O governo está com muito medo de encarar o agronegócio e fiscaliza-lo em termos de seu impacto na saúde e ambiente. Está na hora do governo criar mais coragem para defender a vida e a saúde.

IHU On-Line – Foram realizados novos estudos a respeito dos riscos do uso de agrotóxicos para a saúde? O que esses dados revelam? Quais são as principais doenças originadas da contaminação por agrotóxicos?

Fernando Carneiro – Para além do que já foi exposto exaustivamente pelo dossiê, há duas grandes novidades, divulgadas muito recentemente, em abril. Uma delas é o glifosato, que aInternational Agency for Research on Cancer – Iarc classificou como uma substância potencialmente cancerígena, inclusive com dados do Brasil, doInstituto Nacional do Câncer – Inca, e passou a classificá-lo como um provável carcinógeno humano. Isso é muito sério porque o glifosato é responsável pela venda de 40% dos agrotóxicos no Brasil e ele é o herbicida ligado à soja transgênica, uma das principais commodities exportada pelo Brasil. Isto é gravíssimo.

A outra questão é que na mesma reunião foi apresentado o Malathion, que é pulverizado com fumacê, em que se combate a dengue, mas pode gerar câncer segundo a IARC. Essas aplicações muitas vezes são feitas sem critério, com equipamentos descalibrados e resultam muito ineficientes. Está a epidemia de dengue que o Brasil vive novamente que reforça esses argumentos. Podemos imaginar essa aplicação em uma grande escala, com milhares de pessoas e os impactos que isso pode gerar caso, no futuro, seja comprovado que esse é um produto carcinogênico. Estamos falando de milhões de pessoas, o que torna tudo isso muito grave.

Ministério da Saúde

O próprio Ministério da Saúde tem se posicionado de uma forma muito reativa, realizando poucos diálogos com quem está querendo criticar esses modelos e que busca outras alternativas que respeitem mais os ecossistemas e a saúde da população. Há outras experiências exitosas no combate à dengue que não são focadas na solução química, mas, ao contrário, no investimento em saneamento ambiental, melhorias das condições de vida. Lembro-me quando o ministro Adib Jatene fez uma proposta de controle do Aedes, um dos maiores componentes era o programa de saneamento ambiental. O que aconteceu é que justamente foi cortado o recurso para o saneamento ambiental. No entanto, para a compra de veneno nunca faltou recurso. Não adianta enxugar gelo com relação à saúde da população brasileira.

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Fernando Carneiro – Todo esse debate que estamos fazendo é totalmente contra-hegemônico na ciência brasileira. Mais de 90% dos pesquisadores ligados aos agrotóxicos e coisas do gênero estão voltados à maximização do seu uso, e pouca gente está estudando os impactos na saúde e no ambiente. Fizemos esse levantamento por meio da Plataforma Lattes do CNPq e disponibilizamos no Dossiê. Tanto que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC e a Academia Brasileira de Ciência – ABC, em uma carta recente, fizeram uma defesa às tecnologias transgênicas que nós repudiamos da forma que tem sido usada na agricultura, por exemplo. A postura da ABC e SBPC, a meu ver, é anticientífica, porque coloca a tecnologia como algo sagrado e não abre margens ao contraditório. Eu pergunto: qual é o impacto na saúde do aumento do uso dessas tecnologias na agricultura brasileira? A SBPC e ABC tem tomado posicionamentos frente a imprensa e não há uma consulta ampla as Associações Científicas como a Abrasco e nem mesmo há abertura a questionamentos, nem mesmo para debater o princípio da precaução, o que é reforça o que tenho chamado de postura anticientífica.

O que está por trás disso? O que se pode adiantar, a partir das pesquisas que estão registradas no dossiê, é que há conflitos de interesses. Muitos dos pesquisadores que representam a ABC e a SBPC na CTNBio têm as pesquisas financiadas pelas empresas que se beneficiam do agronegócio, e sabemos todos que na CTNBio não há espaço para discutir conflitos de interesse, mas temos que discutir isso. A ciência deve servir a quem, ao mercado ou a população brasileira? Ou seja, o que o dossiê exibe é que “o Rei está nu” e descreve as relações entre entidades como aEmbrapa, que fazem testes de agrotóxicos, com os serviços privados que lucram com o agronegócio, ao mesmo tempo que se disponibiliza uma estrutura pública para isso. O resultado disso tudo é um totalitarismo em que o Mercado dita as normas, o Estado se ausenta e o Congresso dá carta branca. Isso é o que ocorre e daí a importância de o debate acontecer, porque ele grita frente ao silêncio opressivo dos interesses que os grandes grupos querem impor sobre nós.

Por Ricardo Machado e Leslie Chaves

(EcoDebate, 08/05/2015) publicado pela IHU On-line, parceira editorial do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Plant-derived compound targets cancer stem cells

Date: May 5, 2015

Source: South Dakota State University

Summary: A compound and an enzyme that occur naturally in cruciferous vegetables--cauliflower, cabbage, broccoli and Brussels sprouts--may help prevent recurrence and spread of some cancers, according to researchers. When they treated human cervical cancer stem cells with phenethyl isothiocyanate (PEITC) in a Petri dish, about 75 percent died within 24 hours using a 20-micromolar concentration of the compound.
Doctoral student Bijaya Upadhyaya and associate professor Moul Dey examine mouse tissue for evidence of cancer. Their research shows that a food compound derived from cruciferous vegetables called PEITC can kill cancer stem cells, which are responsible for cancer recurrence and spread.
Credit: Image courtesy of South Dakota State University

An apple a day keeps the doctor away, and perhaps a serving of broccoli or watercress can help keep cancer at bay.

A compound and an enzyme that occur naturally in cruciferous vegetables -- cauliflower, cabbage, broccoli and Brussels sprouts -- may help prevent recurrence and spread of some cancers, according to associate professor Moul Dey of the South Dakota State University Department of Health and Nutritional Sciences. She has been doing research on phenethyl isothiocyanate (PEITC) through a five-year grant from the National Institutes of Health for more than $875,000 and support from the South Dakota Agricultural Experiment Station.

The precursor compound and enzyme in cruciferous vegetables combine during the chewing process to produce PEITC within the body, Dey explained. Though PEITC is a good candidate to develop as a dietary supplement, studies have also shown that sufficient cancer-preventing levels of PEITC can be achieved through diet alone.

Role of cancer stem cells

When cancer is treated with chemotherapy or radiation, the tumor disappears but the cancer stem cells live on. "These cells are frequently resistant to conventional therapies," Dey said.

Though cancer stem cells make up less than 5 percent of a tumor, they can regenerate the original tumor and migrate through the blood vessels spreading cancer to secondary locations.

"These tiny cells are very difficult to detect in a tumor," Dey pointed, adding that for a long time scientists did not even know they existed. "It's like finding a needle in a haystack."

Promising Results

When Dey and her team treated human cervical cancer stem cells with PEITC in a Petri dish, about 75 percent died within 24 hours using a 20-micromolar concentration of the compound.

In other experiments, Dey and her team have found that lower concentrations of PEITC are still very effective. Working with SDSU veterinary pathologist David Knudsen, Dey and her team found that 10-micromolar concentrations of PEITC can dramatically prevent the spread of cancer in mouse lung tissue.

"Preliminary evidence has shown a quite dramatic difference between the lung sections from the PEITC-treated and untreated mice," Dey said. However, she cautioned, although mice provide a model for human diseases, further testing is necessary to determine whether outcomes will be similar in humans.

Based on information from scientific literature, the concentrations of PEITC that Dey and her team typically use in their research -- 5 to 15 micromolars -- may be achieved through diets rich in certain types of cruciferous vegetables, particularly land and watercress.

Next, she and her team will examine how PEITC is able to overcome the resistance mechanisms that protect these stem cells from other drugs. "That's the second piece of this work," Dey added.

Story Source:

The above story is based on materials provided by South Dakota State University. Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Dan Wang, Bijaya Upadhyaya, Yi Liu, David Knudsen, Moul Dey.Phenethyl isothiocyanate upregulates death receptors 4 and 5 and inhibits proliferation in human cancer stem-like cells. BMC Cancer, 2014; 14 (1): 591 DOI: 10.1186/1471-2407-14-591

Cite This Page:

South Dakota State University. "Plant-derived compound targets cancer stem cells." ScienceDaily. ScienceDaily, 5 May 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/05/150505182614.htm>.

Professor transforma salas de aula em hortas para atrair alunos em NY

Postado por Redação Ciclo Vivo - Quarta-feira, 06 de Maio de 2015 

Fonte: http://goo.gl/cSxayt 

O norte-americano Stephen Ritz é um professor que encontrou na agricultura urbana uma forma de atrair a atenção de seus alunos. Localizado em uma área pobre de Nova York, o projeto escolar tem ajudado a promover a educação, alimentação saudável, a consciência ambiental e outras habilidades que as crianças levarão por toda a vida.

Em artigo publicado no jornal The Guardian, Ritz explicou como surgiu a inspiração para a criação das “paredes comestíveis”. Segundo ele, a ideia aconteceu por acaso. Certo dia ele ganhou uma caixa com sementes de narciso. Sem ter muito o que fazer com elas, o professor apenas deixou a caixa guardada. Para surpresa própria e de seus alunos, pouco tempo depois as flores haviam brotado sozinhas, devido à umidade e luz da sala de aula.
Essa experiência despertou a atenção dele e atraiu os alunos também. Assim, Ritz percebeu que era possível cultivar algo muito maior. O professor e as crianças começaram trabalhando o plantio em terrenos abandonados, com o intuito de embelezar a comunidade. Depois de um tempo, eles passaram a cultivar dentro da própria sala de aula, usando técnicas de plantio vertical para ambientes internos.
O formato ganhou o nome de “muros comestíveis” e através da iniciativa, os alunos conseguem produzir legumes frescos, aplicar os conceitos aprendidos na sala de aula e ainda terem um incentivo extra para frequentarem a escola. “As crianças realmente acreditam que são responsáveis pelo plantio. Isso fez a frequência escolar aumentar de 43% para 93%. Os alunos vêm para a escola para cuidar de suas plantas, eles querem vê-las tendo sucesso. Ao longo do caminho, as crianças têm sucesso também. Isso é ótimo, porque se eu tiver seus corpos na escola, eu tenho o seu cérebro”, explicou o professor, que viaja o mundo compartilhando a sua experiência.
Ritz garante que a metodologia tem poder para influenciar diversos aspectos da vida de seus alunos. “Quando a criança aprende sobre de onde vem a sua comida, ele muda sua visão de mundo. A maioria das crianças do sul do Bronx têm dietas horríveis. Somos inundados com alimentos baratos, que só são caros em termos de custo de saúde”.
A produção da escola tem sido tão bem sucedida que o projeto já se tornou fornecedor para lojas locais, aumentando o acesso da comunidade à culinária, nutrição e saúde. “Este não é apenas o projeto sobre o crescimento de plantas, ele tem aplicações para uma série de disciplinas do currículo escolar, incluindo matemática, ciências e alfabetização”, esclarece o professor. As crianças também aprendem sobre paciência. Em um mundo cheio de tecnologias, em que tudo acontece muito rápido, é preciso ensinar os pequenos sobre a necessidade de ter tempo e paciência para ver algo crescer. O professor garante que não espera que todos os seus alunos se tornem agricultores, mas este projeto é uma forma interessante de trabalhar a aprendizagem na prática e ainda produzir alimentos usando menos espaço, água e dinheiro.
Link:

[Biblioteca do Ideias] Coletânea Sobre Estudos Rurais e Gênero - Mulheres e Agroecologia

postado por Ramon da Silva Rodrigues Almeida em Quarta-feira, 06 de Maio de 2015

Em março deste ano o Ministério do Desenvolvimento Agrário lançou a “Coletânea sobre estudos rurais e gênero – Prêmio Margarida Alves 4ª Edição – Mulheres e agroecologia” que dá visibilidade às práticas agrícolas desenvolvidas pelas mulheres rurais, que representam 47,9%, segundo o IBGE, de toda a população rural do país.

As suas práticas são fortes ferramentas para estimular a igualdade de gênero na agricultura e na sociedade em geral e acaba gerando um espaço de visibilidade às lutas dessas mulheres se firmarem como protagonistas de transformações no meio social e cotidiano.
A Coletânea lançada dialoga com as políticas públicas desenvolvidas pelo governo federal que visam estimular a agroecologia e a produção de orgânicos no país, como o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, executado pelo MDA, além de outras. Contudo o foco de todas é o mesmo, estimular o desenvolvimento da agroecologia em conjunto com uma economia feminista solidária e a segurança alimentar e nutricional.

“A agroecologia é instrumento de empoderamento das mulheres, é resistência e mecanismo de superação da dominação patriarcal, se vista sob a ótica feminista” diz Magnólia e Sarah, autoras de um dos ensaios que fazem parte da publicação.

Essa edição da Coletânea aborda trabalhos com temas diversos como: protagonismo das mulheres na produção e comercialização agroecológica, saberes tradicionais, políticas públicas, organização social, articulação em redes, entre outros.

Por finalidade esses temas buscam promover o papel das mulheres dentro do movimento agroecológico e como a participação de acadêmicas (os), das trabalhadoras rurais e das entidades representativas podem desenvolver políticas públicas que fortalecerão os movimentos de mulheres, da segurança alimentar e nutricional e da agroecologia.

O Prêmio Margarida Alves de Estudos Rurais e Gênero e a coletânea de artigos são promovidos pelo MDA – por meio da Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais e Quilombolas (DPMR) e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead) –, pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O nome do prêmio é uma homenagem a Margarida Maria Alves, a primeira mulher eleita, em 1973, para a presidência do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Em plena ditadura militar, Margarida foi uma das pioneiras na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais. Ela tornou-se um símbolo político e tem seu nome carregado em uma marcha que reúne todos os anos, em Brasília, no dia 12 de agosto, milhares de mulheres trabalhadoras rurais: a Marcha das Margaridas.

Confira essa coletânea de trabalhos aqui na Biblioteca do Ideias!

Link:

Estudo indica que mudanças climáticas ameaçam extinguir 1 em 6 espécies

Por Helen Briggs, da BBC

Uma em cada seis espécies pode ser extinta se nada for feito para reverter mudanças climáticas, de acordo com analistas.

Se as emissões de carbono continuarem no ritmo atual e as temperaturas subirem 4 graus até 2100, 16% dos animais e vegetais se perderão, segundo a pesquisa.

O estudo, publicado na revista científica Science, mostra que os riscos são maiores na América do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Mark Urban, da Universidade de Connecticut, nos EUA, analisou dados de 131 estudos específicos sobre risco de extinção devido à mudança climática.

Alguns deles haviam sugerido que as mudanças climáticas poderiam afetar até 54% das espécies – outros diziam que quase nenhuma seria afetada.

Urban descobriu que, a cada grau que a temperatura aumenta, a taxa de perda de biodiversidade acelera.

Se as temperaturas subirem 2 graus no futuro em comparação com o período pré-industrial, o risco de extinção global vai subir dos 2,8% atuais para 5,2%.

“Se o mundo não se unir e controlar as emissões de gases de efeito estufa e nós permitirmos que a Terra se aqueça consideravelmente, vamos enfrentar uma perda potencial de uma em cada seis espécies”, disse Urban.

“Muitas espécies serão capazes de mudar seu habitat e se adaptar às alterações climáticas, mas outras não conseguirão, porque seu habitat desapareceu ou porque não podem mais chegar a ele.”

Habitats únicos

Os riscos de extinção mais elevados estão previstos para a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul, onde há muitas espécies adaptadas a habitats que não existem em outros lugares.

Comentando a pesquisa, o professor John J. Wiens, da Universidade do Arizona, disse que o risco de extinção devido a alterações climáticas pode ser ainda maior do que 16%, já que a maioria dos estudos analisados foram da Europa e América do Norte, onde os riscos de extinção são menores.

“Na América do Sul, o risco de extinção foi estimado em 23%”, disse ele.

“Infelizmente, esse número mais elevado pode refletir melhor o número de espécies que podem ser extintas devido às alterações climáticas em um nível global, se considerarmos a forma como as espécies do mundo são distribuídas.”

Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF-UK, disse que as descobertas ecoam seu relatório Planeta Vivo, que constatou que populações de espécies de vertebrados caíram pela metade desde 1970.

“Este relatório olha para a frente e descobre que muitas espécies estão ameaçadas de extinção se não formos capazes de combater as alterações climáticas.”

Matéria da BBC Brasil, reproduzida pelo Portal EcoDebate, 06/05/2015

Publicação apresenta experiências técnicas e práticas em sistemas agroflorestais

Especialistas congregam informações em diferentes realidades produtivas e ecorregionais do País em novo lançamento
Em 2013, a Embrapa e seus parceiros organizaram o congresso “Sistemas Agroflorestais e Desenvolvimento Sustentável: 10 anos de pesquisa” (SAFs+10), com a participação de acadêmicos, pesquisadores e técnicos do País, propondo um ambiente de discussão, focado no desenvolvimento dos sistemas de produção. Quase dois anos depois, o evento apresenta mais um resultado, a obra “Sistemas agroflorestais – a agropecuária sustentável”, editado pela Embrapa e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), pelas mãos dos pesquisadores Fabiana Villa Alves, Roberto Giolo de Almeida e Valdemir Antônio Laura.

“Tínhamos uma quantidade considerável de informações sobre os sistemas silvipastoris e integração lavoura-pecuária-floresta durante o SAFs+10, com dados dos Biomas brasileiros e a carência de informações, em linguagem técnica e com embasamento científico, motivou o lançamento”, explica Fabiana Villa. A zootecnista relata que para a confecção do livro houve uma reorganização de todo o conhecimento apresentado durante os SAFs+10, com a construção lógica dos dados.

Na formação desse trabalho, 17 especialistas de várias instituições, entre elas, a Fundação MS, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Faculdade Metropolitana de Curitiba (Famec), reuniram-se com pesquisadores das Unidades Gado de Corte, Gado de Leite, Milho e Sorgo, Florestas, Pecuária Sudeste e Acre da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para alinhavar as 195 páginas da obra.

A descrição dos sistemas integrados na Amazônia brasileira, em Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e na região sul do Brasil é percorrida em nove capítulos, acompanhada de relatos técnicos sobre a relação da emissão de gases de efeito estufa, do bem-estar animal, das forrageiras tolerantes ao sombreamento e do ideótipo de espécie arbórea com os sistemas de integração lavora-pecuária-floresta. E a publicação abre com os dez anos de pesquisas em sistemas agroflorestais em solos sul-mato-grossenses.

Pesquisas – Valdemir Laura integrava a equipe que trouxe para a Unidade da Embrapa em Campo Grande-MS o desafio de inserir o componente florestal na pecuária extensiva. Na época, a pesquisadora Maria Luiza Nicodemo “preocupada com o aspecto ambiental, e depois de uma ampla revisão de publicações disponíveis até 2002, motivou-nos a encarar os sistemas silvipastoris no Estado”, conta Laura. Em 2003, o grupo aprovou o primeiro projeto relacionado ao assunto pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). “O objetivo era arborização das pastagens para melhorar o bem-estar animal, oferecendo sombra, e aumentar o componente arbóreo, tão escasso em pastagens extensivas.”

O pesquisador recorda que no início os trabalhos despertavam desconfiança por ser uma nova linha de pesquisa, isso exigiu muito estudo, discussão e intercâmbio entre os especialistas. “O experimento inicial conduzido com eucaliptos foi um sucesso, o que não aconteceu com as espécies nativas”, relembra. Diante disso, a equipe focou os projetos futuros em eucaliptos. “É uma realidade para o Estado e para o Cerrado brasileiro os sistemas silvipastoris”, testemunha Laura e a Unidade mantém experimentos de grande porte em seu campo experimental em Campo Grande-MS, envolvendo mais de 20 profissionais, e integra a rede de pesquisa em sistemas integrados, porém é “necessário avançar com espécies nativas para incluir nos sistemas”, frisa.

Apesar do comprovado sucesso “a adoção de sistemas integrados ainda é lenta, mas se apresenta constante e crescente nos últimos cinco anos, seja pelo estimulo de crédito, pelas ações de P&D e de TT e/ou, principalmente, pelos resultados positivos das tecnologias em sistemas reais”, completa Roberto Giolo. Para ele, o “cenário de demanda por aumento na eficiência da agropecuária – maior oferta de produtos de melhor qualidade e menor impacto ambiental para uma mesma unidade de área agricultável -, impulsionará a adoção”.

Fabiana Villa, Roberto Giolo e Valdemir Laura resumem que o “livro é uma reflexão após dez anos de início de trabalhos com sistemas silvipastoris. Em parte, são respostas aos questionamentos iniciais de 2003 e reflexões das demandas atuais e perspectivas”. Segundo eles, a parceria com o Senar tornou palpável o projeto, com primeira tiragem de 500 exemplares, que também está disponível em versão digital, www.embrapa.br/dinapec.

Por Dalízia Aguiar (DRT 28/03/14/MS), Embrapa Gado de Corte

Sistemas agroflorestais: a agropecuária sustentável.
Autoria: ALVES, F. V.; LAURA, V. A.; ALMEIDA, R. G. de
Ano de publicação: 2015
Tipo de publicação: Livros
Unidade: Embrapa Gado de Corte
Palavras-chave: Pecuária de corte, Sistema agroflorestal, Sustentabilidade, Gado de corte

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Publicado no Portal EcoDebate, 06/05/2015