Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Gelatina é base de embalagem comestível e biodegradável
Publicado em 5/novembro/2015
Da Acadêmica Agência de Comunicação
No Food Research Center (FoRC) da USP, pesquisadores utilizam gelatina para produzir filmes e recobrimentos comestíveis e biodegradáveis para alimentos. O trabalho coordenado pelo professor Paulo José do Amaral Sobral, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, investiga novos materiais para embalagens, baseados em biopolímeros produzidos a partir de fontes renováveis. Os cientistas já chegaram a um material com características semelhantes aos polímeros sintéticos (plásticos), mas ele é sensível à umidade do ambiente. Por essa razão, também é pesquisada a adição de nanopartículas de argila, composto que poderá reduzir a sensibilidade do material a umidade.
Adição de nanopartículas de argila poderá reduzir a sensibilidade do material a umidade
O desenvolvimento de embalagens menos nocivas ao ambiente — e que de quebra agreguem novas funcionalidades para manter as características dos alimentos ou possibilitar o controle de mudanças fisiológicas, microbiológicas e bioquímicas — é uma tendência no mundo todo. Sobral trabalha atualmente com gelatina, substância obtida a partir de resíduos da indústria do abate de bovinos (ossos, couro, cartilagem) e suínos (pele), por meio da separação e do tratamento do colágeno (tecido conjuntivo que segura a estrutura muscular nos ossos).
“É uma proteína produzida no mundo inteiro, pois se origina de matéria prima abundante e, no geral, de custo reduzido; por isso escolhemos a gelatina. Além disso, ela tem boas propriedades, como a de formar filmes, por exemplo”, salienta. Sobral está desenvolvendo filmes e recobrimentos comestíveis e biodegradáveis (chama-se recobrimento à embalagem aplicada ao alimento, como se estivesse colada). “Usamos plastificantes, como a glicerina, ou seja, polióis, que são equivalentes aos açúcares, embora não sejam calóricos.” O professor alerta que o adjetivo “comestível” aqui se refere a uma possibilidade, e não a um hábito ou obrigatoriedade. “Depende muito da higiene, do local onde o alimento foi guardado”, diz.
O maior apelo desse material, segundo o engenheiro de alimentos, é que como proteína de origem animal, ele é naturalmente biodegradável. “Se a pessoa não consumir e descartar, ele vai desaparecer em cerca de seis semanas, em contato com o solo. Os microrganismos do solo, sobretudo os fungos, consomem o material e transformam tudo nos componentes mais elementares possíveis: gás carbônico, óxidos,…”, explica.
Controle da umidade
Contudo, ainda há algumas limitações para que o produto seja considerado apto a ser utilizado sem ressalvas. “Tanto a gelatina quanto os plastificantes que usamos, como o glicerol, um subproduto da indústria de biocombustível, são de origem natural e têm grande capacidade de absorver o vapor de água contido no ar. Quando o produto absorve vapor de água, suas características mudam. Ele fica grudento e se destrói facilmente. Hoje, ele teria uma aplicação limitada a regiões muito secas. Mas as pesquisas para melhorá-lo continuam”, relata Sobral.
Ele afirma que, além de tentar modificar as proteínas utilizadas e de testar novos aditivos, está usando também a nanotecnologia para dar conta do problema. “Estamos testando a aplicação de nanopartículas de argila, que têm capacidade de diminuir um pouco essa sensibilidade do material à umidade. Usamos a montmorinollita – que é uma argila natural encontrada pela primeira vez no solo de uma região francesa chamada Montmorillon- e a laponita, que é sintética.”
Sobral conta também que vem tentando acrescentar mais características funcionais ao material, além daquelas básicas (que são conter e proteger o alimento do ambiente). “Estamos buscando dar atividades a esse material, notadamente duas: antioxidante e antimicrobiana, adicionando à estrutura do material óleos essenciais e outros produtos naturais. Os óleos essenciais de orégano e de alecrim, por exemplo, são excelentes conservantes.”
O engenheiro de alimentos revela ainda que, além da gelatina, vem trabalhando com amidos, como o amido de milho e a fécula de mandioca. “Também são de certa forma baratos em relação a alguns polímeros sintéticos. Também são biodegradáveis e comestíveis. No Brasil, em minha opinião, os mais vantajosos para se trabalhar são a gelatina e a fécula de mandioca, porque são abundantes e de baixo custo”, resume. Food Research Center (FoRC) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, e que conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Foto: Divulgação
Mais informações: (11) 5549-1863 / 5081-5237
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quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Santa Catarina - Hortos medicinais comunitários – um tratamento gratuito e pertinho de casa
Projeto desenvolvido pelo Núcleo Operacional do Extremo Oeste ligado a ATER busca a redução dos gastos com remédios através da criação de Hortos Medicinais comunitários. Iniciativa é uma oportunidade para que as pessoas acometidas por problemas de saúde possam realizar seus tratamentos, substituindo os remédios pela utilização de plantas medicinais.
Os benefícios obtidos através das plantas medicinais são uma tradição que passa de geração para geração e muita gente sabe ou já foi beneficiada por alguma planta em sintomas como resfriados ou mal-estar. Diante da necessidade de ter em casa remédios para os mais diversos problemas de saúde, o Núcleo Operacional do Extremo Oeste da ATER (Assistência Técnica em Extensão Rural), ligado à Cooptrasc, sediado em São Miguel do Oeste, venceu uma chamada pública do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), está desenvolvendo o projeto denominado “Horto Medicinal Relógio do Corpo Humano”.
Aqui na região Oeste esse trabalho com os hortos surgiu através de uma demanda de trabalho mais voltada à área da alimentação saudável, produção e resgate das sementes crioulas, sendo consequência de um trabalho que já vinha acontecendo, porém despertou a necessidade de trabalhar a saúde das famílias nos assentamentos.
A técnica em agropecuária Gesieli Piasson lembra que o trabalho já vem acontecendo desde 2013 e conforme vão surgindo as demandas, elas vão sendo viabilizadas em alguns assentamentos. “A ideia surgiu em Chapecó, indo depois para Romelândia, Barra Bonita, São Miguel, Campo Erê e Palma Sola. Sempre existe demanda para isso e os trabalhos iniciam com oficinas, até chegarem à construção do horto”, explica.
Alguns hortos estão em fase de implantação e outros em fase de utilização das plantas. Segundo Gesieli, é preciso dar uma continuidade na ação porque, além do uso tradicional, as plantas serão utilizadas na alimentação, confecção de pomadas, sabonetes e tinturas.
“As oficinas de sequência são as mais importantes porque darão orientação para as famílias saberem usar as plantas corretamente. O horto mais adiantado está em Chapecó, onde um grupo de mulheres já está produzindo alguns tipos de plantas medicinais para processamento e comercialização”, afirma.
No Assentamento Rosário, em Romelândia, já há uma oficina para incluir as plantas na alimentação das famílias. Em Barra Bonita, no Assentamento 25 de Maio, a fase é de implantação das mudas no horto. “A dependência dos medicamentos é muito grande nos assentamentos e vejo nas pessoas uma grande motivação em conseguir utilizar as plantas para diminuir essa dependência ou também utilizá-las em casos de emergência”, completa Gesieli.
Por sua vez, a assistente social Tatiane Chagas destacou que a ideia de criar dentro dos assentamentos um espaço referência para o cultivo e utilização das plantas também serve como resgate da cultura popular, porque todo mundo tem em casa algum tipo de chá para utilização, mas poucos tem um conhecimento maior. Ela disse que a Anvisa já catalogou pelo menos 20 espécies de plantas com efeitos confirmados em prol da saúde e muitas outras estão sendo estudadas. “Algumas inclusive já estão sendo receitadas por médicos, e em Chapecó estão sendo fornecidas em alguns Postos de Saúde”, diz.
Foram feitas, inclusive, várias receitas para as plantas serem utilizadas também na alimentação. Tatiane cita como exemplo o Hibisco, pouco conhecido e divulgado, mas com um poder medicinal grande. “Fomos fomentando a ideia nestas oficinas de capacitação das mulheres. Um dos mercados que estamos focando é o SUS, para comercializar a produção e assim para que mais pessoas possam ter acesso. Aqui no Extremo Oeste a meta é seguir este caminho. E, com as atividades, também unir as pessoas, fortalecendo o vínculo comunitário onde todos podem se beneficiar”, salienta.
A assistente social relata que o horto tem uma metodologia baseada na metodologia da medicina chinesa, que é a do relógio do corpo humano e facilita bastante o uso, onde qualquer pessoa pode utilizar as plantas. O horto funciona em 12 raios (canteiros) e nessa divisão cada parte é identificada com placas de quais são as plantas e o órgão que ela contribui. Além disso existe a questão do horário. “Como é metodologia chinesa, ela utiliza essa questão dos 12 raios observando o horário de funcionamento do corpo e o momento ideal para o chá ser tomado. As plantas trabalham também na prevenção e na diminuição do uso de remédios alopáticos”, finaliza Tatiane. Fonte:Folha do Oeste
Mais informações:
Secretaria Executiva Estadual do SC Rural – (48) 3664 4307
Endereço eletrônico: imprensa@microbacias.sc.gov.br
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Pesquisadora explica como indígenas ajudam a preservar sementes do país
Apresentação Mara Régia, da Radioagência Nacional.
Viva Maria se ocupou de um tema que é crucial para a soberania do povo brasileiro e também para a reafirmação dos territórios indígenas. Falo das sementes, que ontem foram alvo de uma roda de conversa com mediação da pesquisadora Terezinha Dias, da Embrapa Recursos Genéticos – Cenargem.
Na oportunidade, ela relembrou a lenda que fez com que os Krahôs do Tocantins, em 1994, se dirigissem ao Cenargem em Brasília em busca de sua Semente Estrela.
Terezinha conta ao Viva Maria essa história que é parte da identidade do povo Krahô. Ela também comenta as implicações da aprovação da PEC 215 na preservação dos recursos genéticos brasileiros. Nesta quarta-feira, um protesto dos indígenas contra a Proposta de Emenda à Constituição chegou a suspender os jogos.
A PEC 215 altera as regras para a demarcação de terras indígenas, de remanescentes de comunidades quilombolas e de reservas. Pelo projeto aprovado em comissão especial da Câmara, o Congresso Nacional passa a dar a palavra final sobre o tema. O texto proíbe ainda a ampliação de terras indígenas já demarcadas e prevê a indenização de proprietários inseridos nas áreas demarcadas, ainda que em faixa de fronteira.
Para ouvir o áudio em seu player e/ou fazer o download do arquivo MP3 clique aqui.
in EcoDebate, 03/11/2015
Viabilizando a agricultura orgânica, artigo de Roberto Naime
[EcoDebate] Não é só por questões ecológicas ou ecossistêmicas exclusivamente que se deseja a construção de uma agropecuária equilibrada. Mas é principalmente pelo ser humano, que também faz parte do meio natural, que se deseja uma construção de vida diferenciada. Todas as evoluções das escolas agropecuárias, envolvendo cultivos orgânicos, naturais, biodinâmicos e outras que não são considerados agroquímicos, poderiam ser classificadas como alternativos ou não convencionais e buscam a obtenção de uma produção que seja abundante, suficiente e com parâmetros econômicos.
Os procedimentos práticos são relativamente fáceis e suficientemente descritos em abordagens técnicas próprias. O que se reflete é sobre princípios e diretrizes que estão fundamentando estas apropriações. É almejado um novo conceito de produção e comercialização agrícola, na qual os produtores devem deixar de ser considerados apenas como receptores de tecnologia, conselhos e informações, com os agentes consumidores passando a ter um papel ativo. Ambas as partes devem interagir permanentemente de forma construtiva, harmônica e socioambientalmente responsável.
Esta nova abordagem das questões gerais da agropecuária deve incorporar a capacidade de produção de conhecimentos dos agentes do campo, inclusive culturas históricas e tradicionais que já tiveram suas resultantes historicamente demonstradas. O interesse e a participação dos consumidores dirigem diretrizes e fundamentam concepções e orientações de mercado e também determinam formas de trazer todos estes agentes e seu conhecimento tradicional ou criado, de volta para o campo da produção de conhecimentos formais para toda a agropecuária.
A tendência sempre, é que a geração do conhecimento tenda a ser um processamento local, uma vez que deriva e é influenciada pela experiência direta dos processos de trabalhos. Que normalmente são muito influenciados por variáveis muito próprias do conjunto de caracteres locais, sendo formados e delimitados, pelas diferentes características de um geobiossistema específico particular, com um ambiente físico, biológico e social específico.
Existem grande quantidade de práticas de agricultura ecológica e orgânica, e seu conhecimento e sua sucessão temporal, são instituídas por conhecimento tradicional com raízes locais. Como a cobertura morta e a superfície viva do solo, o controle biológico de pragas e fitopatógenos, com exclusão do uso de agrotóxicos. Ou com a utilização de adubação verde, uso de biofertilizantes, rotação e consórcio de culturas, entre outras técnicas.
Estes processos são utilizadas na preservação do solo e adotam princípios análogos aos da reciclagem dos recursos naturais, pela ação benéfica dos microrganismos que decompõem a matéria orgânica e liberam nutrientes para as plantas.
Compostagem e transformação de resíduos vegetais em húmus no solo, preferência ao uso de rochas moídas, permite a correção da acidez do solo com carbonato de cálcio ou de cálcio e magnésio, que sofrem substituição diadóxica na substância, calcítico ou dolomítico.
Para Alves et al (2012), a concepção de resgate de formas de cultivo da terra e de algumas antigas práticas rurais tradicionais, ao contrário do que possa ser interpretado, não é um retorno ao passado, mas uma visão de futuro que visa recuperar o domínio do conhecimento e da observação sobre os processos produtivos agropecuários.
É a apropriação de uma avançada tecnologia que possibilita a produção de alimentos e outros produtos vegetais e animais, estabelecendo um convívio harmônico entre o homem e o meio ambiente, com a mínima intervenção sobre os domínios físicos e biológicos que constituem o meio ambiente.
A agricultura orgânica é entendida como um conjunto de processos de produção agrícola onde o elemento fundamental é o respeito absoluto aos processos naturais, como as funções diretas exercidas pela matéria orgânica e serrapilheira, sobre a recomposição orgânica e de nutrientes dos solos, de forma integrada.
A agricultura orgânica compreende todos os sistemas agrícolas que promovam a produção sustentável de alimentos, fibras e outros produtos não alimentares, como cosméticos e óleos essenciais. Esta produção deve ser realizada de modo ambiental, social e economicamente responsável. Com o objetivo maior de buscar otimizar a qualidade em todos os aspectos da agricultura, do ambiente e da sua interação com a humanidade pelo absoluto respeito à capacidade natural das plantas, animais e constituintes ambientais.
As principais características a serem incorporadas e mantidas na agricultura orgânica, biológica ou ecológica, se fundamentam na proteção e manutenção da integridade e fertilidade dos solos enquanto sistemas. E para isto a manutenção do equilíbrio biológico dos solos é fator decisivo. São os microrganismos presentes nos solos, que realizam todas estas funcionalidades.
Por isso, as intervenções mecanizadas, que produzem desestruturação dos solos e erosão dos terrenos são bastante cautelosas. Da mesma forma, o fornecimento de nutrientes por ações exógenas são evitados para não produzir desequilíbrios na homeostase do “sistema” solo. Com o objetivo de incrementar a autossuficiência em Nitrogênio, é estimulado o uso de leguminosas e inoculações de bactérias fixadoras de Nitrogênio nos solos.
O controle de doenças, pragas e ervas deve ser realizado através de rotação de culturas, pela presença de predadores naturais, ou ainda pela diversidade genética, e uso de variedades resistentes. Adubação orgânica, intervenções biológicas, extratos de plantas e caldas elaboradas com componentes naturais também podem ser empregadas.
Além de proteção permanente à flora e à fauna do ecossistema local, também são estimuladas as posturas que propiciam bem-estar das espécies animais de criação. E incremento das condições de trabalho, de forma a possibilitar oportunidades de evolução humana para as partes interessadas. Também é bastante considerada a postura de respeito à integridade das culturas tradicionais do local.
Em todos os processamentos de agropecuária realizados, se adotará boas práticas, mantendo higiene e asseio. Atividades extrativistas sempre devem ser harmônicas e sustentáveis. A unidade produtiva deve maximizar a utilização de energias renováveis, bem como incrementar todos os benefícios sociais resultantes das atividades, que preferencialmente devem ser compartilhados. E não perder o foco de que tudo começa e depende da manutenção de vida equilibrada nos solos.
Fontes: Artigo 1°, § 2º da Lei 10.831, que dispõe sobre a agricultura orgânica (BRASIL, 2003).
ALVES, E. M; CUNHA, W. L. da. A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA ORGÂNICA NA VISÃO SOCIAL E ECOLÓGICA. Revista Ciência, Apucarana-PR, ISSN 1984-2333, v.9, n. 1, p. 01 – 07, 2012.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 04/11/2015
"Viabilizando a agricultura orgânica, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 4/11/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/11/04/viabilizando-a-agricultura-organica-artigo-de-roberto-naime/.
Tópicos de Agroecologia no Brasil, artigo de Roberto Naime
[EcoDebate] No ano de 2012, foi sancionado no país, o decreto que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica chamada de “PNAPO”. Desde então, tanto o governo quanto a sociedade civil, com 14 representantes de cada lado, tem se reunido para constituição do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica designado de “PLANAPO”. Dados e informações registram que a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e as próprias concepções políticas são resultantes das experiências realizadas pela sociedade civil, para a qual também deverá ser atribuído o monitoramento das ações.
Dados divulgados pelas fontes de referência, indicam que a concepção é promover a transição de mais de 100 mil produtores rurais para sistemas agroecológicos.
Este documento sintetiza o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica designado pela sigla PLANAPO. Este plano condensa uma política pública do Governo Federal criada para ampliar e efetivar ações para orientar o desenvolvimento rural sustentável.
Resultante de um intenso debate e de construção participativa, que envolveu diferentes órgãos governamentais e dos movimentos sociais do campo e da floresta, o PLANAPO é o principal instrumento de execução da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO).
Existe a preocupação em integrar e qualificar as diferentes políticas e programas dos vários órgãos envolvidos nos processos. As partes interessadas são os agricultores, os assentados da reforma agrária, os povos e comunidades tradicionais, e suas organizações econômicas, que queiram fortalecer ou modificar suas práticas produtivas para sistemas agroecológicos ou orgânicos de produção.
Dentro dos objetivos do Plano Brasil Agroecológico, existe a predisposição de certificar até 50 mil produtores de orgânicos e aumentar os programas de desenvolvimento de tecnologia para setor. Também se pretende fomentar a transição da agricultura brasileira para modelos mais ecológicos. Atualmente, os registros indicam que são utilizados cerca de cinco litros de agrotóxicos per capita por ano no Brasil. Esta é uma marca de relevo em todo mundo e não é motivo de orgulho ou exaltação alguma para o país.
O programa prevê investimentos, com créditos subsidiados, nos mesmos moldes de outros cenários agrícolas equivalentes. Sem previsão de inversões, todas as intenções se reduzem a meros discursos ou propostas de intenções.
Existe a previsão de que o programa “Brasil Agroecológico” realize aquisição de sementes criolas e varietais de produtores familiares. Um dos maiores problemas atuais da atividade agropecuária, principalmente da lavoura, é a dependência de sementes que hoje ocorre. Hoje soa pouco sensato falar de recuperação da soberania em todos os sentidos, com a dependência de sementes, que torna todo o mercado refém de poucas empresas.
A expressão “agricultura biológica”, origem das técnicas agroecológicas, foi utilizada em 1940 no livro “Look to the Land” por Lord Northbourne, na Inglaterra. No livro “Um testamento agrícola”, um antigo conselheiro agrícola das Índias, “Sir” Albert Howard, concebe um sistema de produção agropecuário que não emprega produtos químicos sintéticos. O histórico das buscas de compatibilização entre as atividades primárias e o meio ambiente na procura de ecossistemas mais equilibrados em direção a homeostase, é bastante antiga e tradicional.
Os registros históricos também manifestam que Lady Eve Balfour publicou em 1943 um livro chamado “The Living Soil”, que aborda as relações de vida e saúde dos solos com as repercussões e consequências que se observa sobre plantas, animais e pessoas. O moderno movimento orgânico, que depois atinge a permacultura, decorre destas iniciativas pioneiras, tanto na Grã-Bretanha como no mundo todo. A mesma Lady Eve, em 1945, funda a “Soil Association” na Grã-Bretanha.
Em resumo, para perfeita compreensão da situação, a agricultura convencional usa métodos que aumentam as colheitas nas primeiras oportunidades, mas depois torna o solo empobrecido. Os fertilizantes sintéticos até substituem com eficiência os macronutrientes, mas os minerais traços ou micronutrientes não são substituídos.
Pesticidas, herbicidas e fungicidas, eliminam junto com os organismos considerados pragas, também e principalmente os microrganismos benéficos e necessários para manter a saúde do solo. De forma gradacional, a estrutura do solo é destruída. Métodos biológicos restauram a saúde do solo pela adição de composto e de chorume e criando um saudável, permanente e autossustentável ciclo equilibrado de nutrientes.
Como já se sabe há bastante tempo, solo saudável significa vegetais de qualidade. Investigações demostram que os vegetais orgânicos contêm maior quantidade de certas vitaminas e minerais, tais como a vitamina C. Por outro lado, qualidade da água está ameaçada pela maciça dissolução de fertilizantes e agrotóxicos em geral, que são levados já dissolvidos pelas enxurradas, tanto em áreas rurais quanto urbanas. Na agricultura ecológica este processo tende a não mais ocorrer.
Em 1962, o livro de Rachel Carson “Silent Spring” abordou a questão, evidenciando para os efeitos devastadores do DDT e outros agrotóxicos na saúde humana, animal e ambiental. Esta publicação foi o último marco de referência para o tema.
Hoje se espera e se busca atingir níveis de harmonia, que tornem a vida mais satisfatória e integrada, em clima de equilíbrio ambiental sistêmico e permanente manutenção da homeostase.
Referências:
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 03/11/2015
"Tópicos de Agroecologia no Brasil, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 3/11/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/11/03/topicos-de-agroecologia-no-brasil-artigo-de-roberto-naime/.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Gut bacteria could be blamed for obesity, diabetes
Date: October 29, 2015
Source: Penn State
Summary:
An excess of bacteria in the gut can change the way the liver processes fat and could lead to the development of metabolic syndrome, according to health researchers. Metabolic syndrome is a group of conditions including obesity, type 2 diabetes, high blood pressure, high blood sugar and excess body fat around the waist. People experiencing three or more of these conditions are considered to have metabolic syndrome and are vulnerable to liver and heart diseases. Approximately 20 to 25 percent of adult Americans have the syndrome.
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Hunting down hidden dangerhealth s and benefits of urban fruit
Date: November 1, 2015
Source: Geological Society of America
Summary:
Forgotten trees from long lost orchards and 20th-century city landscaping are being rediscovered in urban areas, and their fruits are proving not only largely free of urban pollutants, but more nutritious than their retail counterparts.
Urban fruit: A pear hanging from a LUrC sampled urban fruit tree in Dudley Triangle. Dan Brabander and student Ciaran Gallagher taking in-situ measurement of fruit tree bark with XRF-NITON.
Credit: Image courtesy of Geological Society of America
Forgotten trees from long lost orchards and 20th-century city landscaping are being rediscovered in urban areas, and their fruits are proving not only largely free of urban pollutants, but more nutritious than their retail counterparts.
Scientists at Wellesley College have joined forces with the League of Urban Canners (LUrC), based in Cambridge/Somerville and greater Boston area, to collect and eventually analyze 166 samples of apples, peaches, cherries and other urban fruits and herbs, collected from remnants of historical farms, urban parkland, and residential properties. The efforts grew out of concern for a LUrC member who was found to have high levels of lead in their blood. Members of LUrC wanted to make sure that the urban fruits they were harvesting and processing were not harboring toxic metals.
"This is a story with a good ending: not much lead in these urban harvested fruit," said Wellesley geosciences and environmental studies professor Dan Brabander, who has previously studied lead exposure risk in urban gardens and in areas impacted by historical mining activities.
The LUrC study investigated the concentrations of lead in urban fruits when they were peeled and unpeeled as well as washed and unwashed. That was intended to distinguish whether the fruits were taking up lead internally or being contaminated by dry deposition from the air or from soil dust.
"We found there was no difference between these variables," said Ciaran Gallagher, an undergraduate researcher majoring in Environmental Chemistry at Wellesley College, who will be presenting the research on Monday, Nov. 2 at the annual meeting of the Geological Society of America in Baltimore. Gallagher will be co-presenting with geoscience undergraduates Hannah Oettgen and Disha Okhai.
The researchers also looked at arsenic in the fruits, because in older orchards farmers commonly used lead arsenate as a pesticide. "So we are keeping an eye on places where this pesticide might have been historically applied." To date the researchers have not found evidence of use in the LUrC samples.
For the lead analysis, fourteen urban and eight commercial fruit samples were dried in a fruit dehydrator to mimic methods used by LUrC members in their home kitchens, and analyzed for trace elements. Gallagher and her colleagues found that the lead concentrations in urban apples ranged from 0.5 to 1.2 ug/g (dry weight basis). They then looked at the estimated consumption of the fruit to model how much lead the urban fruit eaters were being exposed to. The resulting finding suggest that eating urban fruit is not a significant source of lead exposure, when compared to the EPA regulated benchmark for lead in drinking water.
In addition to lead and arsenic, they also looked into the nutritional value of urban fruit. They compared micronutrient levels with those in commercially grown fruits and found that calcium concentrations in urban apples and peaches are more than 2.5 times those in their commercial counterparts. Concentrations of calcium and iron were higher in urban fruits for every fruit type tested, and manganese, zinc, magnesium, and potassium concentrations were higher in certain urban fruit types. On average, urban fruit contains a wider range of micronutrients than its commercial counterparts.
"When they grow in a commercial setting the soils can become quite impoverished," Brabander explained. "In the urban setting where the trees sampled tend to be older perhaps they are able to shuttle micronutrients from a wider and more diverse range of horizons." Planned future soil coring work into urban soils will try to figure out the mechanism of nutrient transfer in this unique setting.
"That's not to say that all urban produce is safe to eat, however, because local conditions vary and antique fruit trees are found in some very unexpected -- and sometimes very polluted places, like along major roadways," said Brabander.
"By working with the Wellesley researchers the LUrC members are able to get a much broader, clearer look at the health benefits and any potential health threats from urban fruit than they ever could have if they had randomly spot checked fruits," said Brabander.
"The citizen-science component to both study initiation and sampling is so central to how this project has been conceived and executed to date," said Gallagher. "Simply stated, without the League of Urban Canners, this project would not have been possible."
Brabander concludes, "The intersection of urban geohealth and citizen science is an emerging research paradigm for prioritizing projects that have immediate implications for designing best practices that promote a wide expression of safe and sustainable urban agriculture."
Story Source:
The above post is reprinted from materials provided by Geological Society of America. Note: Materials may be edited for content and length.
Cite This Page:
Geological Society of America. "Hunting down hidden dangers and health benefits of urban fruit." ScienceDaily. ScienceDaily, 1 November 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151101150653.htm>.
Soybean foods may protect menopausal women against osteoporosis
Date: November 2, 2015
Source: Society for Endocrinology
Summary:
Eating a diet rich in both soy protein and isoflavones can protect menopausal women from bone weakening and osteoporosis, according to the results of a preliminary study.
Eating a diet rich in both soy protein and isoflavones can protect menopausal women from bone weakening and osteoporosis, according to the results of a preliminary study presented at the Society for Endocrinology annual conference in Edinburgh.
Osteoporosis is a common condition where bones become brittle and fragile from tissue loss, causing 9 million fractures worldwide every year. In women, bone loss occurs most quickly in the years immediately after menopause because they produce less of the sex hormone estrogen, which protects against bone loss.
Soybean foods contain chemicals known as isoflavones that are similar in structure to estrogen and so could theoretically protect women against osteoporosis by mimicking the action of estrogen.
In this study, researchers from the University of Hull gave two hundred women in early menopause a daily supplement containing soy protein with 66mg of isoflavones or a supplement with soy protein alone for six months. The researchers investigated changes in the women's bone activity by measuring certain proteins (βCTX and P1NP) in their blood.
They found that the women on the soy diet with isoflavones had significantly lower levels of βCTX than the women on soy alone, suggesting that their rate of bone loss was slowing down and lowering their risk of developing osteoporosis. Women taking soy protein with isoflavones were also found to have decreased risk of cardiovascular disease than those taking soy alone.
Lead author of the study Thozhukat Sathyapalan said: "We found that soy protein and isoflavones are a safe and effective option for improving bone health in women during early menopause. The actions of soy appear to mimic that of conventional osteoporosis drugs."
"The 66 mg of isoflavone that we use in this study is equivalent to eating an oriental diet, which is rich in soy foods. In contrast, we only get around 2-16 mg of isoflavone with the average western diet."
"Supplementing our food with isoflavones could lead to a significant decrease in the number of women being diagnosed with osteoporosis."
Researchers next aim to investigate the long-term health consequences of using soy protein and isoflavones supplements, and whether it may also have benefits beyond bone health.
Story Source:
The above post is reprinted from materials provided by Society for Endocrinology. Note: Materials may be edited for content and length.
Cite This Page:
Society for Endocrinology. "Soybean foods may protect menopausal women against osteoporosis." ScienceDaily. ScienceDaily, 2 November 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151102075357.htm>.
Floresta e o clima
Diversas pesquisas científicas comprovam a relação direta entre aumento do desmatamento e o crescimento de eventos climáticos extremos como seca, enchente, furacão. "Entre os serviços que a floresta presta ao clima, está um seguro contra eventos atmosféricos destrutivos, atenuando a concentração da energia nos ventos", explica o professor Antonio Nobre.
A floresta amazônica protegeu o Brasil de extremos, garantindo no continente um clima ameno. "Mas, nos últimos 40 anos, a última grande floresta, a cabeceira das águas atmosféricas da maior parte do continente, esteve sob o ataque implacável do desmatamento. Coincidentemente, aumentaram as perdas com desastres naturais ligados a anomalias climáticas, tanto por excessos (de chuva, calor e ventos), quanto por falta (secas)".
Leia mais:
http://www.ccst.inpe.br/
Arapiraca, Alagoas - Projeto “Saúde Que Vem da Terra” é destaque em seminário do SUS
O município de Arapiraca e o estado de Alagoas mais uma vez são destaque no cenário nacional, como referência em farmácia viva.
Com o seu horto-matriz no Centro de Apoio às Escolas do Campo, ao lado da unidade de saúde de Batingas, em Arapiraca, onde o projeto Saúde Que Vem da Terra é desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental Benjamin Felisberto da Silva, no povoado Gruta d'Água.
A professora Edinalva Pinheiro, idealizadora do trabalho que é contextualizado com o currículo, realidade dos alunos, referencial curricular do município de arapiraca, dentro das diretrizes da educação do campo.
Entre os dias 5 e 9 deste mês de agosto, a professora e coordenadora do projeto Edinalva Pinheiro, acompanhada dos secretários de Agricultura, Rui Palmeira de Medeiros, e de Educação, Gorete Queiroz, mostrou o trabalho de assistência farmacêutica em plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS do município de Arapiraca.
O projeto foi aprovado através do Edital SCTIE/MS número 1, de 30 de maio de 2014. A Secretaria de Saúde recebeu a verba com o objetivo de oferecer, sem fins lucrativos, assistência farmacêutica fitoterápica às comunidades através da promoção e uso correto de plantas medicinais de ocorrência local ou regional dotadas de atividades terapêuticas.
O representante da Vigilância Sanitária Municipal, Saulo Sales, também participou da quarta edição do Simpósio de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Sistema Público de Saúde, em Fortaleza, no Ceará.
A programação foi bastante extensa com a participação de palestrantes renomados, a exemplo da doutora Maria Behrens, do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz. Ela falou sobre o déficit do Ministério da Saúde, da ordem de 8 bilhões de dólares na aquisição de medicamentos. A doutora Mary Anne tratou do financiamento público de projetos tripartite (federal, estadual e municipal) investir na produção de fitoterápicos.
A especialista Elenir Langner, coordnadora do município de Toledo, no Paraná, falou do sucesso no tratamento das feridas com a infusão da calêndula, a espinheira-santa para o tratamento de gastrites e úlcera que acometem grande parte da população, e que podem substituir o medicamento Omeprazol.
"Farmácias vivas no Brasil e em Arapiraca já são uma realidade, por termos o princípio ativo não apenas das plantas, mas também o princípio ativo no coração", disse Edinalva Pinheiro, destacando o compromisso da gestão da prefeita Célia Rocha e dos secretários de Saúde, Ubiratan Pedrosa, e das equipes das secretarias de Agricultura e Educação.
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Descoberta: folhas de Lotus são hipnóticas e sedativas
Um diazepam natural. Esta planta já é protagonista nos livros de Ciência Interfacial, devido ao seu famoso e copiado efeito hidrofóbico. Agora outra descoberta: o extrato das folhas é rico em alcaloides com intenso efeito psicotrópico!
Esta planta é usada na medicina chinesa para vários males. A cromatografia (HPLC) do extrato das folhas indicou a presença dos alcaloides nuciferia, N-nornuciferina e 2-hidróxi-1-metoxiaporfina.
Ensaios em cobaias indicaram que a administração do extrato eleva a concentração in vivo de alguns neurotransmissores, comoserotonina e GABA. O efeito supera o de ansiolíticos hipnótico-sedativos clássicos como o diazepam – e com menos efeitos colaterais
Veja o artigo completo em:
Canal Fala Química
Livro Vermelho da Flora do Brasil
#FloraDoBrasil | Signatário da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), o Brasil comprometeu-se a avaliar o estado de conservação de todas as plantas conhecidas, conforme definido na Estratégia Global para Conservação de Plantas (GSPC).
Esta é uma das atribuições do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que lançou, em 2013, o primeiro Livro Vermelho da Flora do Brasil, baseado nas diretrizes, critérios e categorias da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).
➡ Acesse a publicação: http://goo.gl/v16vt4
Esse livro foi um marco em âmbito nacional, pois constituiu um dos primeiros esforços envolvendo um número grande de especialistas botânicos, articulados em rede, para a avaliação do risco de extinção da flora de um país tão megadiverso como o Brasil. É uma publicação que norteia políticas públicas de conservação da flora no país, e resultou na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (2014).
Descrição da imagem #PraCegoVer: Capa e contra capa do Livro Vermelho da Flora do Brasil 2013, contendo o título da obra, os nomes dos organizadores Gustavo Martinelli e Miguel Avila Moraes e a foto de uma mão segurando uma pequena muda de planta. Sob a imagem do livro há um grafismo baseado nas formas das folhas de diversas plantas.
Pesquisa desenvolve mandiocas biofortificadas nas cores creme, amarela e rosada (www.embrapa.br)
Foto: Fabiano Bastos
Mais nutritivas, de maior produtividade, colheita precoce e manejo mais fácil em comparação às convencionais. Essas são algumas características de seis cultivares de mandioca de mesa, conhecida também como macaxeira ou aipim, recém-lançadas pela Embrapa e adaptadas para a região do Distrito Federal e Entorno. O desenvolvimento do material contou com a participação de produtores rurais e técnicos extensionistas.
As novas cultivares são resultantes do programa de melhoramento genético de mandioca de mesa da Embrapa Cerrados (DF). Após dez anos de pesquisa, a Empresa lançou três cultivares de coloração da polpa da raiz amarela (BRS 396, BRS 397 e BRS 399), uma cultivar com a coloração da polpa da raiz creme (BRS 398) e duas cultivares com a coloração da polpa da raiz rosada (BRS 400 e BRS 401). As rosadas são enriquecidas com licopeno, o mesmo nutriente presente no tomate e na melancia e que se mostrou eficaz na prevenção do câncer de próstata.
Os novos materiais possuem características que atendem demandas tanto de agricultores quanto de consumidores. São precoces, ou seja, produzem a partir de oito meses, enquanto as cultivares precoces disponíveis no mercado geralmente começam a produzir dez a doze meses após o plantio. As novas variedades também possuem elevado potencial produtivo, arquitetura favorável aos tratos culturais, facilidade na colheita, resistência às principais pragas e doenças, baixo teor de ácido cianídrico (HCN) nas raízes, boa qualidade culinária, teor mais elevado de carotenoides além de características de importância agronômica e tecnológica.
Participação de produtores familiares
Um dos grandes diferenciais deste trabalho de pesquisa é que ele foi conduzido de forma participativa e envolveu diretamente os agricultores familiares da região, que testaram no campo os novos materiais. "Sabíamos que nosso trabalho teria que atender às exigências do mercado produtor e consumidor. Essas novas variedades passaram por testes preliminares dentro da Embrapa Cerrados, mas tínhamos o desafio de avaliar esses clones biofortificados com os produtores. Foi quando lançamos mão dessa pesquisa participativa. Ela não preconiza levar pacote tecnológico para o produtor, mas sim permitir um intercâmbio, uma troca de experiência constante entre o produtor, o pesquisador e o extensionista", explica o pesquisador Josefino Fialho.
Os primeiros clones de polpa amarela e rosada biofortificados, gerados na Embrapa Cerrados, começaram a ser avaliados de forma participativa em 2011, tendo sido analisados 13 amarelos e oito rosados. Um dos agricultores que participou do projeto de seleção participativa foi Paulo César Gonçalves, cuja propriedade está localizada no Município de Planaltina de Goiás (GO). "Essas variedades são fora de série, só cultivando mesmo para saber. Elas aceitam bem a irrigação, produzem muito mais rápido", conta.
Já especificamente as cultivares de polpa rosada representam uma nova opção para o mercado de mandioca de mesa. A coloração diferenciada está relacionada à presença de uma quantidade maior de carotenoides nas raízes, como o licopeno, que apresenta importantes propriedades antioxidantes. Sendo assim, são mais nutritivas do que as demais variedades de mandioca de polpa branca e creme. "As pessoas acham estranho num primeiro momento, mas acabam acreditando que é mesmo mandioca e se interessam ainda mais quando explicamos que ela é mais nutritiva do que as demais. Tenho certeza de que o mercado dessa variedade vai crescer muito", conta o agricultor Raimundo Lúcio da Silva, que também participou do projeto.
De acordo com o pesquisador Eduardo Alano, a ideia agora, depois do lançamento dos materiais, é fazer uma pressão de seleção muito mais forte nas gerações seguintes. "Os próximos materiais terão que ser melhores que os nossos, que, por sua vez, já são melhores que os materiais-testemunha usados", explica. "Estamos utilizando o Distrito Federal e o Entorno como nosso padrão. É o melhor mercado do Brasil para trabalhar com mandioca de mesa. O DF tem o maior consumo per capita e é onde estão os produtores mais profissionalizados", aponta o pesquisador. A partir daí, a equipe vai ampliar a área de testes, encaminhando os clones para que sejam avaliados em outras regiões do Brasil por parceiros estratégicos.
A pesquisa participativa
Segundo o pesquisador Eduardo Alano, para que a pesquisa participativa funcione, ela precisa seguir alguns critérios: material genético para levar para os produtores, interesse dos produtores em testar esses materiais, mecanismo de extensão rural ágil e eficiente e, também, um financiador que acredite na ideia. "Ou seja, tínhamos todas as condições para que o trabalho fosse executado de forma eficiente", ressalta.
O estudioso conta como a pesquisa efetivamente ocorreu no campo. "Depois de um trabalho árduo de visita aos produtores de praticamente todos os núcleos rurais do DF e Entorno, foram selecionados alguns deles para participar do projeto. Tínhamos que selecionar bons produtores para alcançar o resultado que gostaríamos", lembra o pesquisador. Para uma boa abrangência no DF, foram escolhidos agricultores de diferentes núcleos rurais e com distintos sistemas de produção, inclusive orgânico, para que os resultados fossem os melhores possíveis, explica Alano.
Os produtores selecionados tinham a mandioca como carro-chefe da propriedade, ou seja, já se relacionavam com o mercado, vendendo o produto. Após essa fase inicial, foi feito, em conjunto com os produtores, o plantio das novas variedades. E, a cada dois meses, os pesquisadores visitavam os locais para acompanhar o desenvolvimento da cultura. "Estávamos sempre junto com os produtores, assim eles valorizam mais o trabalho. Não é plantar e só voltar para colher", ressalta. Após a colheita, eram feitas as avaliações finais. Nessa oportunidade, pesquisadores e produtores se reuniam e os agricultores ranqueavam as variedades, de acordo com a ordem de preferência deles.
Os trabalhos de pesquisa foram conduzidos pela Embrapa Cerrados e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com os produtores rurais, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Fundação Banco do Brasil e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Resultados
Para mandiocas amarelas, foram 23 unidades avaliadas em diferentes pontos do DF. O pesquisador salientou a eficiência do trabalho, pois apenas cinco unidades (20%) foram perdidas, sendo apenas uma por falta de cuidado por parte do produtor – as outras foram prejudicadas por motivos como excesso de chuva, falta de água e ataque da broca-da-raiz da mandioca. O destaque entre os agricultores foi a BRS 399, eleita o melhor material em oito das 23 unidades. Nove agricultores a escolheram como segundo melhor material. "É o nosso campeão de produtividade", aponta.
A cultivar IAC 876-70, conhecida como "Japonesinha", é hoje a variedade mais plantada na região (detém 80% do mercado no DF) e participou da pesquisa como testemunha, obtendo posição intermediária no ranking. A tabela de probabilidade acumulada de classificação mostra que a BRS 399 ficou entre os quatro primeiros colocados em 86,96% das avaliações dos produtores, enquanto a IAC 576-70 ficou até o quarto lugar em 30,43% das vezes.
As vantagens destacadas pelos produtores quanto ao melhor clone foram arquitetura, já que a ramificação alta facilita o plantio mecanizado e a cobertura do solo; disposição das raízes; cor da polpa mais amarela que o material encontrado no mercado decorrente de maior teor de carotenoides nas raízes (10,88 µg/gms contra 6,40 µg/gms); produtividade média de raízes de 40,98 toneladas/ha, superando a média nacional e do DF (16 t/ha), bem como a média obtida com o cultivo da japonesinha (30,30 t/ha); a maior e a menor produtividade entre os produtores (69,79 t/ha e 16,46 t/ha, respectivamente) foram superiores ao maior e ao menor rendimento obtidos com a japonesinha (62,55 t e 11,46 t/ha).
Também destaque na classificação dos produtores, a BRS 397 tem arquitetura ainda melhor que a da BRS 399, retém as folhas mesmo no período seco, com produtividade média de 36,61 t/ha, produtividade máxima de 78 t/ha e teor de carotenoides nas raízes de 10,7 µg/gms. Já a BRS 396 tem a primeira ramificação um pouco mais baixa que a BRS 397, raízes mais curtas, com padrão mais comercial; produtividade média das raízes de 35,84 t/ha e pico de produtividade de 50 t/ha.
"É um material com raízes padronizadas. Deve ganhar espaço na região do DF", aposta Alano. E o material BRS 398, que se esperava ficar em último lugar na avaliação em razão de apresentar polpa das raízes creme, chamou a atenção dos produtores que comercializam a mandioca em caixa, em virtude do padrão comercial das raízes.
Com relação às mandiocas rosadas, foram avaliados oito clones em 13 unidades. Somente cinco dessas unidades foram perdidas, sendo somente uma em razão da falta de cuidado por parte do produtor. Da mesma forma, foi feito o ranqueamento dos materiais, revelando dois com potencial: BRS 400, que ficou até a quarta posição em todas as propriedades, e BRS 401, que ficou até o terceiro lugar em todas as propriedades. "Esse tipo de situação é importante, pois nos dá mais confiança para recomendar esses materiais", diz o pesquisador.
Apesar de a arquitetura da variedade BRS 400 ter ramificação baixa e necessitar de um bom manejo de espaçamento para a cobertura de solo, a produtividade média de raízes é elevada (28,58 t/ha), sendo que o topo foi de 45,79 t/ha. O teor de carotenoides nas raízes foi de 35,37 µg/gms. Já a BRS 401 apresenta arquitetura melhor, próxima à dos materiais amarelos, com média de produtividade 29,10 t/ha e pico de 59,88 t/ha. Um pouco mais claro que a BRS 400, apresenta teor de carotenoides de 22,15 µg/gms.
Perspectivas
A equipe de pesquisa agora espera dar continuidade às ações de melhoramento genético, com a geração e seleção de clones específicos para o bioma Cerrado, e também continuar o trabalho de melhoramento participativo. Diante da possibilidade de lançamento de mais materiais, será preciso investir em áreas de multiplicação de clones promissores. Estudos sobre adubação e calagem devem ser intensificados, bem como sobre irrigação em mandioca de mesa.
A utilização da mandioca na alimentação animal também é uma possibilidade, principalmente a parte aérea da planta, que não é usada após a colheita, e as raízes, que não serão comercializadas pelo produtor. "Já fizemos o levantamento da composição nutricional da parte aérea e das raízes de todos os materiais lançados", explica Alano.
Outra área que já está sendo estudada é a da pós-colheita da mandioca, com agregação de valor por meio do processamento mínimo de raízes. E são perspectivas de estudo a realização da análise de processamento da mandioca açucarada para a produção de etanol; o estabelecimento de parcerias estratégicas para a introdução de clones em outras regiões; e o controle da broca da mandioca, trabalho recém-iniciado na Embrapa Cerrados com o objetivo de descobrir a época da chegada do inseto às lavouras e a melhor forma de controle da praga.
Serviço:
Produtores rurais interessados em obter mais informações devem procurar o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Embrapa Cerrados. Os contatos são (61) 3388 9933 ou por meio do site www.embrapa.br/fale-conosco/sac.
Informações sobre o sistema de produção de mandioca podem ser encontradas na publicação Mandioca no Cerrado: orientação técnicas, disponível gratuitamente no site: www.embrapa.br/cerrados.
Juliana Caldas ((MTb 4861/DF))
Embrapa Cerrados
cerrados.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3388-9945
Breno Lobato ((MTb 9417/MG))
Embrapa Cerrados
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Plantas medicinais melhoram saúde dos peixes em piscicultura (www.embrapa.br)
03/11/15
Foto: Síglia Souza
Plantas conhecidas pelo uso terapêutico na saúde humana também podem proporcionar tratamento eficaz para doenças bacterianas e parasitárias que atacam peixes cultivados. É o que vêm demonstrando pesquisas lideradas pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM), que apresentam resultados promissores ao encontrar plantas medicinais com substâncias que poderão ser futuramente usadas em bioprodutos para evitar perdas de produtividade em piscicultura.
Entre os resultados recentes de projeto da Embrapa Amazônia Ocidental, cinco óleos essenciais extraídos de plantas medicinais se mostraram eficientes contra a bactéria Aeromonas hydrophila, principal agente causador de doenças na criação de peixes. Os óleos essenciais que apresentaram atividade antibacteriana foram extraídos das plantas alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum), alecrim-pimenta (Lippia sidoides), erva-cidreira (Lippia alba) hortelã-pimenta (Mentha piperita) e gengibre (Zingiber officinalis). A líder do projeto, pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Edsandra Chagas, informa que esses óleos apresentaram ação bacteriostática (inibem o crescimento) e bactericida (produzem a morte da bactéria).
Outro resultado importante para o tratamento de doenças parasitárias em peixes, utilizando produtos naturais, foi a identificação de que um princípio ativo encontrado em algumas plantas aromáticas pode ser utilizado para controle de parasitos que afetam peixes. Trata-se do eugenol, encontrado em algumas plantas aromáticas, como o cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata) e alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum). Pesquisa da Embrapa Amazônia Ocidental identificou que o eugenol usado no tratamento de tambaqui (Colossoma macropomum) mostrou-se eficaz contra monogenoides, parasitos do grupo helmintos que são encontrados nas brânquias. "Constatamos que o eugenol tem efeito anti-helmíntico e é um princípio ativo eficiente no controle de monogenoides, podendo ser indicado para uso na piscicultura", afirma a pesquisadora Cheila Boijink, coordenadora da pesquisa.
Embora sejam resultados preliminares para o tambaqui, a perspectiva é bastante positiva em relação ao uso de plantas com propriedades terapêuticas na piscicultura. "Vários estudos mostram que o emprego das plantas medicinais não apresenta efeitos nocivos para a saúde humana e para o ambiente, além de apresentarem resultados promissores no controle de doenças parasitárias e bacterianas em peixes", afirma Edsandra Chagas, líder de projetos de pesquisa em sanidade aquícola. Países como China, México, Índia, Tailândia e Japão já utilizam produtos naturais na criação de peixes e camarões, com bons resultados.
Tambaqui
Na Embrapa Amazônia Ocidental, o principal foco das pesquisas com plantas medicinais na piscicultura é a melhoria das condições de saúde do tambaqui, o principal peixe cultivado na região Norte do Brasil e que ocupa o segundo lugar na produção nacional, depois da tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus).
A criação de tambaqui vem crescendo no País e os dados oficiais indicam que a produção nacional de tambaqui já corresponde a 22,6% da produção total da piscicultura brasileira, o que representa 88,7 mil toneladas/ano, das 392,5 mil toneladas/ano da piscicultura nacional. Os dados são da pesquisa Produção da Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além do tambaqui, são realizadas pesquisas de sanidade aquícola com outras espécies de peixe, como a tilápia-do-nilo e a cachara (Pseudoplathystoma fasciatum), em parceria com outros centros de pesquisa da Embrapa e instituições de pesquisa. Os óleos produzidos na Embrapa Amazônia Ocidental estão sendo testados em avaliações para a atividade imunoestimulante, antibacteriana e antiparasitária, em diversas situações.
Em avaliação na Embrapa Tabuleiros Costeiros (AL), o óleo essencial da alfavaca-cravo apresentou atividade antiparasitária em tilápia-do-nilo no controle de monogenoides. Foram realizados testes em laboratório (avaliações in vitro) para verificar o efeito do óleo sobre o microrganismo e a alfavaca-cravo demonstrou 100% de eficácia. Também foram feitos testes em que se expõe o peixe ao produto, chamados de avaliações in vivo, e nesse caso a eficácia foi de 88%, com três aplicações em dias alternados, na forma de banhos curtos.
Em outra avaliação, no Laboratório de Sanidade de Organismos Aquáticos (Aquos) do Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram realizados alguns tratamentos em tilápia-do-nilo com óleos essenciais das plantas alecrim-pimenta (Lippia sidoides) e hortelã-pimenta (Mentha piperita). Foram verificados seus efeitos como antiparasitários contra vermes (Monogenea) parasitos de brânquias de tilápia, na forma de banhos de curta duração. Nesses tratamentos, houve redução do parasitismo em 75% com Lippia sidoides e em 72,5% com Mentha piperita.
No mesmo laboratório da UFSC, foram verificados resultados em outras avaliações, que sugerem o potencial do óleo essencial de manjericão-cravo (Ocimum gratissimum) como promotor de crescimento e do óleo essencial de gengibre (Zingiber officinale) com efeito imunoestimulante na tilápia-do-nilo. Nesses casos, os tratamentos foram feitos com inserção dos óleos na ração dos peixes.
O pesquisador da UFSC Maurício Laterça Martins, um dos responsáveis por essas avaliações, informa que análises hemato-imunológicas, bioquímicas e histológicas estão sendo conduzidas para complementar esses resultados. "Esses trabalhos auxiliam na compreensão dos efeitos desses óleos essenciais sobre os mecanismos imunológicos dos peixes," diz. Martins considera promissor o uso dos produtos naturais na piscicultura. "Existe grande interesse na utilização desses extratos ou óleos essenciais devido à sua segurança em relação aos produtos sintéticos convencionalmente utilizados no tratamento de enfermidades", afirma.
Boas práticas de cultivo ajudam a manter o princípio ativo nas plantas
O pesquisador Francisco Célio Chaves, do Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoquímica da Embrapa Amazônia Ocidental, é o responsável pela produção das espécies vegetais e extração dos óleos essenciais em avaliação nas pesquisas. Chaves explica que a padronização em ótimas condições do sistema de cultivo das plantas medicinais influencia no teor de princípio ativo encontrado nelas e isso é um pressuposto quando se pensa em futuramente atender a indústria para a produção de bioprodutos.
Por isso é realizada a pesquisa agrônomica para o conhecimento de quais as melhores condições para o processo de produção da muda, adubação, tratos culturais e momento correto da colheita. São estudadas ainda as melhores condições para preparação das plantas para extração do óleo essencial. "Com essas condições mais controladas de cultivo, consequentemente se tem matéria-prima de melhor qualidade, para se obter o teor de princípio ativo dentro dos padrões exigidos", explica o pesquisador.
Após o cultivo e a obtenção do óleo essencial das plantas pela Embrapa Amazônia Ocidental, os óleos são analisados na Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), para determinação do perfil fitoquímico.
Doenças na piscicultura representam riscos à produção
Com o crescimento dos empreendimentos de piscicultura e da produção em escala intensiva, tem se verificado maior ocorrência de doenças em peixes. Essas enfermidades podem causar mortalidade dos peixes e perdas de lucratividade aos produtores. A busca por princípios ativos presentes em plantas medicinais é uma alternativa que as pesquisas vêm avaliando para oferecer opções para o tratamento de doenças na aquicultura. Além disso, outras estratégias são adotadas com foco em práticas de manejo para prevenir as enfermidades e manter os plantéis mais saudáveis.
Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br
Telefone: (92) 3303-7852
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Siete libros electrónicos de la #UNFAO que deberías tener en tu biblioteca virtual
¡Echa un vistazo y ayuda a elegir nuestro próximo libro electrónico!
05 Aug 2015
Alimentar a la creciente población mundial, que se espera supere los 9 000 millones de personas en 2050, es uno de los mayores desafíos del mundo. Algunas de las tasas más altas de crecimiento demográfico se prevén en áreas muy dependientes del sector agrícola (cultivos, ganado, bosques y pesca). El crecimiento agrícola sostenible es uno de los medios más eficaces para reducir la pobreza y lograr la seguridad alimentaria.
Si trabajas o estás interesado en el desarrollo internacional, familiarizarse con los últimos libros electrónicos sobre el tema puede ser un verdadero reto. Desde la agricultura ecológica y el manejo del ganado hasta los progresos hacia la seguridad alimentaria y la nutrición, te ofrecemos siete recomendaciones de libros electrónicos sobre nutrición y seguridad alimentaria en 2015 de la FAO.
1. Guía de nutrición de la familia (también disponible en francés, ruso e inglés)
La Guía de nutrición de la familia tiene como objetivo mejorar la alimentación y la nutrición de las familias en los países en desarrollo. Está escrita principalmente por trabajadores de la salud, nutricionistas, extensionistas agrícolas u otros agentes de desarrollo que diseñan materiales de educación nutricional y actividades y trabajan a nivel comunitario.
2. Grasas y ácidos grasos en la nutrición humana (en inglés)
El objetivo general de estas recomendaciones es apoyar la salud y el bienestar nutricional de individuos y poblaciones. Los temas tratados incluyen energía, proteínas y aminoácidos, grasas y aceites y la mayoría de las vitaminas, minerales e hidratos de carbono, con el objetivo de orientar sobre los requisitos nutricionales y la la ingesta diaria recomendada.
3. Guía para medir la diversidad alimentaria a nivel individual y del hogar (también disponible en francés e inglés)
La obtención de datos detallados sobre el acceso a los alimentos de los hogares o de la ingesta individual de alimentos puede ser larga y costosa y requiere un alto nivel de habilidad técnica, tanto en la recolección como en el análisis de datos. El cuestionario de diversidad alimentaria representa una herramienta de evaluación rápida, fácil de usar y de administrar y de bajo coste.
4. Hacer frente al cambio climático a través de la ganadería (en inglés)
Un informe que presenta la estimación más completa realizada hasta la fecha sobre la contribución de la ganadería al calentamiento global, así como el potencial del sector para ayudar a resolver el problema. Un recurso útil para las partes implicadas, desde los productores de ganado a los responsables de las políticas, investigadores y representantes de la sociedad civil, que pretende también aportar información al debate público sobre el papel de las cadenas de suministro ganadero en el cambio climático y las posibles soluciones.
5. Normas para bancos de germoplasma de recursos fitogenéticos para la alimentación y la agricultura (en inglés)
Estas normas voluntarias suponen el punto de referencia para las mejores prácticas científicas y técnicas actuales, y apoyan los instrumentos de política internacional claves para la conservación y utilización de los recursos fitogenéticos.
6. Un nuevo pacto para los huertos escolares (en inglés)
Los huertos escolares se utilizan por diversas razones. Entre las que están ganando importancia en todo el mundo están la promoción de una buena alimentación, la educación nutricional y el desarrollo de habilidades, junto con el poder extender este aprendizaje más allá de la propia escuela. Este enfoque educativo puede contribuir de forma importante a largo plazo a la salud y la seguridad alimentaria.
7. Afrontar la escasez de agua. Un marco de acción para la agricultura y la seguridad alimentaria (en inglés)
El documento ofrece puntos de vista sobre el marco conceptual en el que debería basarse el programa sobre escasez de agua de la FAO, propone un conjunto de definiciones asociadas con el concepto de escasez de agua e indica los principios que deberían servir de base a la FAO para apoyar a sus Estados Miembros.
Visita nuestro catálogo de publicaciones y escríbenos a web@fao.org para indicarnos cuál de los libros de la FAO te gustaría ver convertido en un libro electrónico gratuito. Los tres libros más solicitados estarán disponibles a través de nuestra colección de libros electrónicos.
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‘É atenção básica que resolve maioria dos problemas de saúde’, diz chefe da OPAS/OMS, no Maranhão
29/10/2015
Joaquín Molina participou no início da semana da abertura do III Congresso das Prefeituras e Secretarias Municipais de Saúde do Maranhão e falou sobre a importância da prevenção das doenças e promoção da saúde.
Foto: Telmah Hamlet/Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)
O representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, participou no último domingo (25) da abertura do III Congresso das Prefeituras e Secretarias Municipais de Saúde do Maranhão.
No evento, ele destacou a importância da atenção básica para o Sistema Único de Saúde (SUS). “É onde se resolve a maioria dos problemas de saúde da população, mais de 70%”, afirmou.
O foco da atenção básica é na prevenção de doenças e na promoção da saúde. É nesse setor, por exemplo, que é feito o pré-natal, a vacinação, o acesso a métodos contraceptivos e o acompanhamento e tratamento de diabetes, hipertensão, amigdalite, entre outros.
Além disso, é a área onde atuam os profissionais do programa “Mais Médicos”, que segundo o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Maranhão (COSEMS-MA), Vinicius Araújo, foi essencial para fortalecer a atenção básica nos municípios maranhenses.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Carlos Nardi, também ressaltou a importância da iniciativa e da cooperação com a OPAS/OMS, que possibilitou a vinda de médicos de Cuba para atuar no Brasil.
Molina aproveitou a oportunidade para lembrar que o domingo caiu no dia 25, data em que se marca todo mês o Dia Laranja pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. “Nesse dia se convida todos a usarem uma peça de roupa laranja. Eu estou com esta camisa laranja para divulgar a campanha pela igualdade de gênero e pelo fim da violência contra a mulher”, disse.
O Congresso, que neste ano teve como tema “Regionalização solidária”, terminou na terça-feira (27) em São Luís, capital do Maranhão. Entre os assuntos abordados em conferências, palestras, seminários e oficinas estão as experiências positivas do programa “Mais Médicos”, o lançamento da agenda pós-2015 – que inclui os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – e ações para redução da carga de hanseníase.
Participaram do evento 217 secretarias municipais de Saúde, autoridades estaduais e nacionais, assim como profissionais, técnicos e gestores de municípios, entre outros.
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