sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Enfermagem busca voluntários para pesquisa sobre a eficácia do gengibre no tratamento da enxaqueca - UFMG

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O projeto Ensaio clínico puplo-mascarado randomizado e placebo-controlado de adição do gengibre (Zingiber officinale) no tratamento da migrânea, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG, está recrutando voluntários para participação da pesquisa que avaliará a eficácia do gengibre como tratamento preventivo para enxaqueca.

Os interessados devem ter entre 18 e 60 anos, diagnóstico prévio de enxaqueca e apresentar de duas a oito crises por mês. Além disso, para participar, não podem fazer uso diário de medicamento para prevenção de crises de enxaqueca. Mulheres grávidas ou amamentando também não devem se candidatar.

Para fazer a inscrição, os interessados devem entrar em contato com Laís Bhering pelo telefone (31) 99358-9143 ou pelo email atendimentoenxaquecaufmg@gmail.com.

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Mangabeira tem poder

Equipe da Faculdade de Farmácia e do ICB desenvolve fitoterápico para tratar hipertensão e diabetes

Ana Rita Araújo

Foca Lisboa
Fernão Braga: extrato total da planta combate as duas doenças

Constituintes químicos do extrato de folhas da planta Hancornia speciosa, conhecida popularmente como mangaba ou mangabeira, têm potente efeito anti-hipertensivo, além de combater diabetes e diminuir inflamações do leito vascular, comuns em hipertensos. A identificação dessas substâncias é fruto de pesquisa de professores da UFMG, iniciada há 15 anos, que gerou depósito de patente internacional para a produção de fitoterápico.

"Estamos negociando a transferência para a indústria farmacêutica. Concluímos todo o estudo pré-clínico com um derivado dessa planta, uma fração enriquecida em duas classes de substâncias: flavonoides e ciclitóis", informa o professor Fernão Castro Braga, do Departamento de Produtos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia, que coordena a pesquisa juntamente com Steyner Côrtes, professor do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

A proporção ideal dessas substâncias, contidas no extrato da planta, para a atividade anti-hipertensiva foi definida, por meio de análise quimiométrica, em tese defendida no fim de janeiro, pela pesquisadora Ana Bárbara Dias Pereira, na Faculdade de Farmácia. "A tese demonstra que os flavonoides são os responsáveis pela atividade vasodilatadora, enquanto os ciclitóis têm outra ação, também relacionada com a atividade anti-hipertensiva, que é a inibição da enzima conversora de angiotensina. Desse modo, as substâncias se combinam e atuam em sinergia para a resposta biológica esperada", explica Fernão Braga.

Dados obtidos anteriormente em outras pesquisas do mesmo grupo – por meio de testes pré-clínicos que incluem estudos toxicológicos, farmacológicos e químicos – mostram a viabilidade de uso de uma fração padronizada da mangaba. "Sabemos exatamente qual o mecanismo de ação envolvido nessa resposta anti-hipertensiva e como ele funciona", ressalta Fernão Braga, destacando que a fração é ativa em uma dose muito baixa, de 0,1 mg/Kg em camundongos, o equivalente a sete miligramas por pessoa adulta. "É muito potente", enfatiza. Segundo ele, também chamou atenção dos pesquisadores o fato de que, uma vez regularizada com a administração da fração, a pressão não decai. "Isso não é comum em casos de fármacos anti-hipertensivos, que costumam provocar oscilação de pressão", explica.

Benefício adicional observado com o uso dessas substâncias é sua atividade anti-inflamatória. "Indivíduos hipertensos têm dano na parede das artérias, por ação inflamatória, e a artéria vai perdendo a flexibilidade, o que costuma ocorrer também com o envelhecimento", diz o professor. A fração padronizada minimiza esse efeito, pois diminui a inflamação do leito vascular. O pedido de patente para o desenvolvimento de fitoterápico foi depositado na Comunidade Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão e China.

Diabetes

Com base em dados preliminares sobre o uso tradicional da planta para tratar diabetes, a equipe realizou a mesma análise quimiométrica, expandindo-a para outras substâncias, além dos marcadores químicos. Também foram realizados ensaios de inibição da enzima alfa-glicosidasein vitro e de tolerância à glicose in vivo, em modelo animal. "Avaliamos dez componentes presentes na planta. Isolamos um éster de lupeol, realizamos a caracterização da estrutura química dessa substância e chegamos à conclusão de que os constituintes de menor polaridade, ou lipofílicos, têm atividade antidiabética", informa Fernão Braga, lembrando que Ana Bárbara Pereira, em sua tese, confirmou que os constituintes polares – flavonoides e ciclitóis – têm ação anti-hipertensiva, ao passo que os lipofílicos atuam na diabetes.

"Essa constatação nos levou a perceber que a ideia inicial de desenvolver uma fração para tratar tanto a hipertensão quanto a diabetes não era viável, devido à diferença de polaridade das substâncias. Por isso, temos que usar o extrato total da planta, em forma de fitoterápico", comenta o pesquisador. Ele explica, ainda, que as classes de substâncias que atuam nas duas doenças têm mecanismos de ação diferentes, daí a necessidade de usá-las misturadas, no extrato bruto, não com a fração. Como extrato, em forma de fitoterápico, a potência é menor do que seria em cada fração isolada, mas há vantagens em administrá-las juntas, uma vez que diabetes e hipertensão normalmente têm ocorrência simultânea.

Disponibilidade

Por se tratar de fruto muito usado na indústria culinária, sobretudo no Nordeste, para preparo de sorvetes, geleias e compotas, a mangaba é cultivada comercialmente, o que significa que há grande disponibilidade de folhas, matéria-prima para a produção do fitoterápico proposto. Ao investigar esse aspecto, a equipe de pesquisadores da UFMG observou que plantas de diferentes bases genéticas, assim como as coletadas em diferentes estações do ano, produzem teor satisfatório das substâncias propostas para o uso medicamentoso. "Todas as amostras induziram à atividade anti-hipertensiva", reforça o professor da Faculdade de Farmácia. Além disso, ressalta, o extrato é obtido das folhas, que são renováveis, diferentemente da raiz ou das cascas, que, se utilizadas, poderiam matar a planta.

Boletim da UFMG Nº 1928 - Ano 42

15.02.2016

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Plantit, aplicativo gratuito feito para auxiliar leigos na hora de produzir uma horta em casa


Pelo que já percebemos, muitos dos que acompanham nossa página têm vontade de produzir uma Horta caseira. O problema é que muitas dúvidas existem sobre como fazer isso. Portanto, hoje traremos pra vocês uma dica que pode ajudá-lo nessa tarefa.

Trata-se do Plantit, aplicativo gratuito feito para auxiliar leigos na hora de produzir uma horta em casa.

O aplicativo foi desenvolvido na Europa, mas se adapta bem às condições brasileiras. Nele você pode encontrar práticas de cultivos de 28 variedade de hortícolas e aromáticas como exposição solar adequada, o tipo de solo, a estação do ano, como colher e em que pratos utilizar os produtos. Além disso, o aplicativo traz algumas dicas de preparação de biofertilizantes e métodos simples para controle de pragas.


Gostou? Então veja mais informações aqui: http://bit.ly/1R4Btnp. O aplicativo já está disponível para os sistemas Android e iOS.

Regeneração natural não é eficiente para restauração de áreas com histórico de agricultura tecnificada

Foto: Gabriel Faria

As primeiras avaliações de experimentos sobre recomposição de reserva legal nos biomas Cerrado e Amazônia conduzidos pela Embrapa Agrossilvipastoril e parceiros em Mato Grosso mostram que a regeneração natural não é eficiente para restauração de áreas com histórico de agricultura tecnificada. Manejo excessivo do solo e técnicas de cultivo contribuem para a redução do banco de sementes, impedindo o crescimento da vegetação.

As observações foram feitas em quatro ensaios localizados nos municípios de Canarana e Campo Novo do Parecis, no bioma Cerrado, em Sinop, região de transição entre Cerrado e a Amazônia, e Guarantã do Norte, na Amazônia. Em todos os locais, foram instalados experimentos que avaliam diferentes métodos de restauração da vegetação, como a semeadura direta, semeadura a lanço, plantio de mudas e regeneração natural.

De acordo com o pesquisador Ingo Isernhagen, em Sinop, onde a área utilizada tem um longo histórico de agricultura, a regeneração foi inexpressiva. Já nas demais áreas, com histórico de pecuária extensiva, a regeneração vem ocorrendo com a germinação e crescimento de espécies nativas oriundas do banco de sementes do solo.

“Resultados preliminares de três anos sobre Sinop, que é uma área que passou por tecnificação e era essencialmente agrícola, mostram que a regeneração natural não parece ser uma boa técnica. Embora praticamente não tenha custos para o produtor, ela também não tem qualquer resultado do ponto de vista ecológico. Nesses casos, vai ser necessário intervir”, afirma o pesquisador.

Ingo explica que a ineficiência da regeneração nas áreas de agricultura se deve ao uso intenso do solo, revolvimento das camadas superficiais, retirada de raízes, uso de herbicidas, entre outras causas que minaram o banco de sementes presente no solo. Mesmo com a presença de fragmentos de vegetação nativa próximos, como é o caso da área experimental em Sinop, a regeneração tem sido inexpressiva.

A regeneração natural é uma técnica de restauração em que é feito apenas o isolamento da área de modo a deixar que o banco de sementes presente no solo germine, restaurando a vegetação nativa. Por causa do seu baixo custo e da reduzida necessidade de intervenção, a técnica é considerada uma boa alternativa pelos produtores que precisam se adequar à legislação vigente.

Avaliação ecológica e econômica

Outras técnicas para recomposição de reserva legal são o plantio de mudas e a semeadura direta. A fim de subsidiar o produtor na escolha da melhor alternativa, a pesquisa está avaliando não só os aspectos ecológicos, mas também os financeiros. Dados sobre custos de plantio, despesas com manutenção, condução e as possíveis receitas com o manejo da área estão sendo computadas para uma avaliação geral.

À medida que os anos passem, a expectativa é fornecer aos produtores rurais dados sobre eficiência de cada técnica, orientações agronômicas e florestais, custos totais e possibilidade de renda com o manejo.

Ingo explica que, na fase de implantação, o plantio de mudas é o mais caro. Porém, ele é o que apresenta maior potencial de manejo, uma vez que é possível controlar as espécies utilizadas, plantá-las ordenadamente de modo a facilitar a colheita de frutos e sementes ou o corte da madeira e mecanizar a condução. Dessa forma, a escolha da técnica deverá se pautar pelas intenções do produtor.

Nos experimentos conduzidos pela Embrapa em Mato Grosso, estão sendo utilizadas 41 espécies nativas e algumas exóticas, como eucalipto e mogno-africano, por exemplo. Além de espécies com funções ecológicas, há aqueles que visam a geração de renda na produção de frutos, resinas, essências, sementes e produção de madeira.

Por esse motivo, a pesquisa também avalia diferentes formas de condução das árvores. O objetivo é ver o quanto as podas e desramas contribuem para o melhor desempenho das plantas e se os custos operacionais justificam os ganhos comerciais.

“Tem-se falado cada vez mais na criação de modelos econômicos de restauração. Se a gente quer modelos econômicos, temos de investir em manejo. Não adianta fazer o que usualmente é feito: plantar e deixar os indivíduos crescerem. Se a gente quer retorno econômico, tem que ter manejos adaptativos. Tem que ir conduzindo o processo de forma a ter produtos madeireiros e não madeireiros de qualidade”, explica Ingo Isernhagen, que ainda destaca a importância da escolha das espécies, definição do espaçamento entre as mudas, controle da mato-competição e de formigas.

“A restauração já é cara por natureza. Com esse tipo de manejo ela ficará ainda mais cara no começo. Mas a gente quer que, em até 20 anos, o produtor tenha um retorno. Além disso, em cinco anos já é possível retirar o eucalipto, coletar sementes e frutos”, ressalta o pesquisador.

Reserva legal

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, reserva legal é uma área da propriedade rural coberta por vegetação natural, onde se pode explorar o manejo florestal sustentável de acordo com a lei para o bioma em que está inserida.

O percentual da propriedade que deve ser reservado varia de acordo com o bioma, sendo de 80% em áreas de floresta na Amazônia Legal, 35% em Cerrado na Amazônia Legal e 20% nos demais biomas.

Por Gabriel Faria (MTb 15.624/MG), Embrapa Agrossilvipastoril, in EcoDebate, 17/02/2016

Agrotóxicos na natureza e na saúde humana, artigo de Roberto Naime

pulverização aérea de agrotóxicos

[EcoDebate] A utilização de agrotóxicos levanta uma série de preocupações ambientais. Mais de 98% dos insecticidas pulverizados e 95% de herbicidas chegam a espécies/vítimas diferentes daquelas às quais inicialmente se destinam e pretendem, incluindo espécies não-alvo, como a água, o ar e o solo.

A dispersão de agrotóxicos ocorre quando em suspensão no ar como partículas, são levadas pelo vento para outras áreas, podendo gerar contaminação.
Além disso, o uso de agrotóxicos reduz a biodiversidade e a fixação de nitrogênio e contribui para o declínio dos polinizadores e destrói o “habitat” e recursos alimentares contribuindo para o declínio de espécies ameaçadas de extinção.

As pragas podem desenvolver uma resistência aos agrotóxicos, necessitando de novos produtos. Por vezes e em alternativa utiliza-se uma maior dose das moléculas para neutralizar a resistência, embora isso irá causar um agravamento de toda a cadeia de consequências no problema da poluição ambiental.

Por fim a exploração em monocultura, resulta em profundos desequilíbrios ecossistêmicos e maior incidência de pragas, que levam a utilização de mais moléculas.

Todos os profissionais que apreendem e incorporam princípios básicos do evolucionismo em suas áreas de trabalho, sabem que, quando determinados antídotos sintetizados, de natureza química, são ministrados para populações visando sua eliminação, tendem a sobreviver apenas indivíduos resistentes a este antídoto e com melhor aptidão para sobrevivência.

Até que sejam eliminados por novas versões de antídotos químicos, pesquisados, sintetizados e desenvolvidos especialmente para esta finalidade. Numa espiral que se conhece o começo, mas não tem fim. Qualquer médico sabe que quando determinado vírus ou bactéria se torna resistente a um antibiótico, é preciso lançar mão de uma a geração mais moderna de antídotos químicos, numa espiral sem fim.

Toda a alimentação, que não está classificada e assumida como biológica ou ecológica, provem de explorações agrícolas onde estes produtos são geralmente usados, o que equivale a dizer que toda a alimentação que se consome está contaminada, em maior ou menor escala. Incluindo os alimentos transformados, pois estes provêm de matérias primas agrícolas que sofrem dos efeitos de uso dessas práticas.

Em termos industriais, acresce ainda o fato que os produtos alimentares industriais resultam da adição de inúmeros ingredientes químicos e de síntese, que por vezes chegam a ser bastante mais perigosos que os próprios agrotóxicos.

Os agrotóxicos podem causar efeitos agudos na saúde naqueles que a eles estão expostos. Essa exposição pode causar uma variedade de efeitos adversos à saúde e que podem variar desde uma simples irritação da pele e olhos, até aos problemas mais graves como aqueles que afetam o sistema nervoso, mimetizando os hormônios, e que causam problemas reprodutivos, e inclusive provocam o câncer.

A Associação Médica Americana “recomenda limitar a exposição a pesticidas e a adoção e utilização de alternativas mais seguras: Muitas incertezas particulares existem a respeito dos efeitos a longo prazo na já referida exposição e consumo que deve ser ao máximo, mantida em baixa dose e vigilância permanente. Os atuais dados e sistemas são insuficientes para caracterizar o risco potencial de problemas relacionados ao uso de agrotóxicos e na relação das doenças que podem ser causadas.

Considerando estas lacunas de dados, é prudente tomar medidas e informar para limitar a exposição, usando o mínimo de produtos químicos tóxicos assim como aditivos alimentares.
Um outro estudo descobriu que os agrotóxicos usados como recurso para o auto-envenenamento, foi o método eleito num terço dos suicídios realizados no mundo, e recomendou, entre outras coisas, mais restrições sobre os tipos de pesticidas e sua venda livre, relativamente aos que são mais prejudiciais para os seres humanos.

O desastre em Bhopal na Índia, ocorreu quando uma fábrica de agrotóxicos lançou 40 toneladas de metil-isocianato (MIC) de gás, um produto químico intermediário na síntese de alguns insecticidas. O desastre matou quase imediatamente 2.259 pessoas e causou posteriormente pelo menos 15.000 mortes. Claro que nestas estatísticas só estão contabilizados humanos, pois se alargarmos o espectro de análise para seres vivos, provavelmente se estará registrando centenas de milhares de milhões.

Isto se alastra a análise dos efeitos ambientais dos agrotóxicos, não unicamente para a sua utilização na agricultura, mas também e de modo nenhum menos grave ou com menos impacto, para o processo de produção.

Alternativas aos agrotóxicos estão disponíveis e incluem métodos de cultivo naturais ou ecológicos e uso de controles biológicos de pragas, além de engenharia genética e métodos de interferir com a reprodução dos insetos.

As práticas de cultivo incluem as policulturas, rotação de culturas, o plantio de culturas em áreas onde as pragas que danificam as culturas sejam em número reduzido, de acordo com a época de plantio, quando as pragas sejam menos problemáticas, e uso de culturas armadilhas ou iscas, que atraem as pragas para longe a cultura real.

O lançamento de outros organismos que combatem a praga é outro exemplo de uma alternativa à utilização de pesticidas.

Na Índia, os métodos tradicionais de controle de pragas incluem o uso do “Panchakavya”, que é um produto tradicional, que é uma “mistura de cinco substâncias”. O método recentemente experimentou um ressurgimento na popularidade devido em parte ao uso pela agricultura orgânica comunitária em várias regiões.

Um crescente corpo de dados epidemiológicos estão ligados a exposição a agrotóxicos que são absorvidos no período pré-natal, em que as substâncias atravessam a placenta durante o desenvolvimento fetal, bem como a exposição nos primeiros anos de vida de uma criança.

Um estudo realizado pelos Centros de Controle de Doenças e Prevenção nos Estados Unidos, conclui que o cidadão médio americano, retinha mais de uma dezena de diferentes moléculas no seu organismo.

Referências:


* No EcoDebate, a tag Agrotóxicos

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 17/02/2016
"Agrotóxicos na natureza e na saúde humana, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 17/02/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/02/17/agrotoxicos-na-natureza-e-na-saude-humana-artigo-de-roberto-naime/.

A revolução dos Biopesticidas


Algumas plantas se protegem dos insetos produzindo alcalóides e terpenos que matam suas larvas. Químicos isolam e reproduzem estas substâncias para a produção de Biopesticidas.

A evolução da consciência ecológica é uma característica da geração do século XXI. Uma consequência é a preocupação com o uso de pesticidas e herbicidas clássicos.

Inspirado na natureza, uma série de novos Biopesticidas estão chegando no mercado. São produtos de um trabalho multidisciplinar. Inicialmente, químicos identificam as plantas, outros isolam as substâncias responsáveis e, agora, já há os que fazem a síntese destas mesmas substâncias em laboratório.
Em um artigo publicado nesta semana, químicos sintetizaram derivados do β-dihidroagarofurano: os mesmos encontrados em plantas que são usadas na cultura milenar chinesa para o combate a pragas. Após identificar quais substâncias da planta tinham efeito sobre as larvas dos insetos inimigos, o grupo foi capaz de reproduzir a síntese no lab destas substâncias.
Estas plantas são tóxicas aos mamíferos e artrópodes. Muitos animais domésticos e mesmo crianças morrem intoxicadas todos os anos na China. 
A versão sintética permite produção em maior quantidade e sem correr o risco de aumentar a área dedicada ao plantio desta planta tóxica. 

Veja artigo em: 

Veja um review em português sobre o Biopesticidas:


[Mais que Ideias] Diferentes combustíveis para o cozinhar

postado por Ramon da Silva Rodrigues Almeida em Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2016

Que tal fazer comida com abraços ou até mesmo com a luz do sol?!

O Catraca Livre postou em seu site várias alternativas diferentes de fazer comida, como a torradeira que funciona por meio de abraços e até mesmo um forno solar.

São ideias incríveis que estão no [Mais que Ideias] do nosso blog hoje.

Idealizado pela Pleno Sol que funciona à base da economia solidária, do consumo consciente e de uma alimentação adequada, o forno solar é uma ótima alternativa para uma cozinha sustentável.

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¿Se acerca el fin de la prohibición de comercialización del kava? (www.fitoterapia.net)

08/02/2016

El Tribunal Superior de Justicia de Münster ha dictaminado que la prohibición carece de razones legales
Planta de Kava. Foto: Forest & Kim Starr (licencia CC)

El rizoma de kava (Piper methysticum G. Forst) se usa secularmente en Polinesia como bebida social, siendo consumida diariamente por muchas personas en cantidades importantes. Pese a ello nunca se habían descrito efectos adversos graves ni que tuviera algún tipo de toxicidad sobre el tejido hepático.

Entre los años 1999 y 2000 se presentaron una treintena de notificaciones de toxicidad hepática (en algunos casos fulminante). Como consecuencia de ello, en 2002, la Agencia Alemana del Medicamento (BfArM) estableció la prohibición de comercialización de los productos de kava, que posteriormente se extendió a toda Europa (y perdura hasta hoy). Diferentes revisiones habían demostrado que en casi ninguno de los casos era plausible la relación entre el kava y la toxicidad hepática (en bastantes de ellos no existía una identificación clara de la droga utilizada y en otros los pacientes estaban tomando medicaciones con hepatotoxicidad conocida). Por ello se presentó un recurso judiacial, que se resolvió con una sentencia de un tribunal de Colonia, ratificada posteriormente por el Tribunal Superior de Justicia de Münster (sentencia contra la que no cabe recurso), dictaminando que la prohibición carece de base científica y legal y que por tanto no puede prolongarse más. En la sentencia, los jueces van más allá y afirman que el consumo de productos de kava entraña menos riesgo que el de los medicamentos convencionales que se utilizan para la misma indicación.

Esperamos que esta sentencia suponga pronto el reconocimiento de una injusticia que ha durado 12 años y que se pueda restablecer en breve la comercialización del kava en la Comunidad Europea.


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Efecto antitusivo de un preparado fitoterápico (www.fitoterapia.net)

12/02/2016

Un estudio demuestra el efecto antitusivo de un preparado con extractos de Justicia adhatoda, Echinacea purpurea y Eleutherococcus senticosus en pacientes con infección aguda del tracto respiratorio superior.
Flor de Justicia adhatoda. Foto: ShineB (licencia CC).

Las infecciones agudas del tracto respiratorio superior (ITRS) pueden afectar a la nariz, los senos paranasales, la faringe, laringe, y / o los bronquios. Los síntomas más frecuentes suelen ser la tos, asociada con esputo seroso o mucoso (traqueítis, bronquitis); congestión nasal con rinorrea (rinitis); ronquera (laringitis); dificultad para tragar, picor y dolor de garganta, (faringitis). Frecuentemente se acompañan de síntomas generales: dolores musculares y malestar general, dolor de cabeza y cansancio. Por lo general se trata de procesos autolimitados, por lo que el tratamiento se centra en intentar reducir la duración y la intensidad de los síntomas, maximizando la comodidad del paciente, y evitar las complicaciones. En la actualidad son pocos los agentes terapéuticos disponibles para tratar la tos aguda relacionada con las ITRS y los tratamientos comunes (antitusivos narcóticos, como la codeína y dextrometorfano) suelen ser útiles, pero no cuando conviene favorecer la expectoración.

Se ha llevado a cabo un estudio para confirmar la eficacia y seguridad de un preparado (Kan Jang® Solución Oral, aprobado en Escandinavia como medicamento fitoterápico para el tratamiento de la infecciones del tracto respiratorio). La hipótesis inicial era que la combinación podía actuar de forma sinérgica y redundar en una mayor eficacia, tolerabilidad y seguridad. Se basaron en estudios previos que habían demostrado la actividad antitusiva de la adhatoda así como los efectos inmunoestimulante y adaptógeno de la equinácea y el eleuterococo. Kan Jang (KJ) se presenta en forma de solución oral. 1 mL contiene 14 mg de extracto blando (3,5-5,0:1) de hoja de Justicia adhatoda, 9,3 mg de extracto blando (2,5-7,0:1, 55% de etanol) de raíz de Echinacea purpurea y 14,2 mg de extracto blando (17-30:1, etanol 70%) de raíz de Eleutherococcus senticosus.

Se desarrolló un estudio, doble ciego, aleatorizado. El ensayo clínico, de 5 días de duración, tenía como objetivo comparar el efecto antitusígeno de KJ (30 mL/día) con placebo y bromhexina (30 mL/día) entre 177 pacientes de 18-65 años de edad con infecciones no complicadas del tracto respiratorio superior. Se demostró que tanto el KJ como la bromhexina alivian la tos de manera más eficaz que el placebo. En el tercer y cuarto días de tratamiento se observó una mejora más rápida en el grupo KJ en comparación con los grupos que recibieron bromhexina o placebo, lo que indica que el tiempo de recuperación es ligeramente menor con el KJ. El tratamiento fue bien tolerado. Hubo un total de 12 eventos adversos leves: 4 en el grupo placebo (7,4%), dos en el grupo KJ (3,9%) y 6 en el grupo bromhexina (10,5%). Los efectos secundarios descritos fueron: prurito, diarrea, dolor abdominal y erupciones en la piel, y no se consideraron relacionados con el tratamiento.


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[Receita Fotográfica] Brigadeiro de Inhame

postado por Rafael Rioja Arantes em Quinta-feira, 08 de Outubro de 2015

Aproveitando a comemoração do Dia das Crianças na próxima segunda (12 de outubro), dedicamos o quadro de hoje para ensinar uma preparação que é sem dúvida uma unanimidade quando o assunto é infância e festividades.

Acreditamos que a nutrição dentro do contexto alimentar não se reduz a ingestão de nutrientes e energia, envolvendo também memória, tradições, aspectos sensoriais e cultura. Por outro lado, não podemos desconsiderar os prejuízos para saúde que os alimentos ultraprocessados ricos em sódio, açúcar e gorduras estão gerando na população. Especificamente em relação ao público infantil, uma em cada três crianças brasileiras entre 5-9 anos estão com o peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Levando-se em consideração estes aspectos, nós convidamos familiares e crianças para juntos desfrutar um tempinho na cozinha preparando esta delícia nacional, no intuito de mostrar que é possível preservar afeto e tradição usando comida saudável e de verdade.
Ingredientes

500g de inhame 
70g de leite em pó integral
50 de cacau em pó (50 ou 70%)
30g de açúcar mascavo
15g de manteiga

Granulado (opcional)

Passo a passo
Descasque e cozinhe o inhame usando cuscuzeira ou panela com água fervendo até amolecer apro. 15min
Pique o inhame e reserve em um pote. Faça o mesmo com os outros ingredientes
Passe o inhame no processador ou amasse até ficar uniforme 
Unte a panela com manteiga e misture todos os ingredientes sem ligar o fogo
Mexa em fogo baixo até dar o ponto aprox. 12min
Deixe esfriar e enrole no granulado ou cacau em pó

Dicas

Passo 1 - O inhame costuma liberar um líquido, por isso cozinhar na cuscuzeira é uma boa opção, além de usar menos água 

Passo 3 – Passar no processador deixa com uma textura homogênea, mas corre o risco de ficar muito líquido

Passo 6 – A opção pelo granulado ou cacau depende do gosto, eu particularmente prefiro cacau, mas para crianças que vão experimentar pela primeira vez o granulado preserva mais as características do brigadeiro 

Aproveite o Dia da Criança para se aventurar na cozinha com a criança amada ou para relembrar a infância de uma maneira mais saudável e não menos saborosa. 

Gostou? Tentou e algo deu errado? Compartilhe sua experiência na cozinha publicando a foto da receita com as hashtags #receitafotografica #comidadeverdade no Instagram e Facebook.

Perdeu a receita passada? Confira aqui.

[Pensando EAN] Imposto sobre refrigerantes: Menos lucros para alguns e mais saúde para milhões

postado por Rafael Rioja Arantes em Terça-feira, 02 de Fevereiro de 2016
Foto: Maha Turki

Recentemente a revista Página 22 publicou em seu blog uma matéria sobre a forma que alguns governos estão adotando para enfrentar a epidemia de sobrepeso e obesidade. O texto apresenta exemplos de países em diferentes regiões do mundo que adotaram o imposto na venda de refrigerantes na tentativa de reduzir o consumo de tais produtos prejudiciais à saúde.

A taxação já está presente na Europa em países como Finlândia, França e Hungria, nos Estados Unidos uma cidade na Califórnia foi a pioneira no território a adotar a medida, enquanto do outro lado da fronteira, o México já apresenta estudos inclusive apontando uma diminuição do consumo de refrigerantes após a inserção da medida. A estratégia é vista com bons olhos no continente asiático, onde alguns países estudam adotar a introdução da taxa. Informações mais detalhadas na matéria de Regina Scharf: ‘Impulso sobre refrigerantes ganha impulso global’.

A Rede Ideias na Mesa promoveu em novembro de 2015 o seu 1º Encontro Nacional de Educação Alimentar e Nutricional. A palestra de encerramento, promovida em parceria com o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), contou com a presença de Alejandro Calvillo - diretor da ONG El poder Del Consumidor – que apresentou a experiência mexicana no combate a obesidade e a indústria de alimentos justamente através da aplicação de impostos em refrigerantes. Assista a experiência mexicana a partir do minuto 43:

Em relação ao cenário no Brasil, dados da última Pesquisa Nacional de Saúde apontam que o número de indivíduos que consomem refrigerantes vem diminuindo nos últimos anos, entretanto, 23,4% da população ainda consomem tais bebidas pelo menos cinco dias por semana. Os números são preocupantes uma vez que mais da metade da população se encontra com sobrepeso ou obesidade e uma em cada três crianças entre 5-9 anos acompanham a mesma tendência.

Reconhecendo que o fenômeno da obesidade é de origem multicausal e que fatores como inatividade física e má alimentação são fatores que contribuem amplamente para o seu desenvolvimento, o Guia Alimentar para População Brasileira recomenda que produtos ultraprocessados sejam evitados, incluindo refrigerantes e bebidas açucaradas que são notoriamente associados com o avanço da obesidade no mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O IDEC tem avançado nas discussões sobre formas de desincentivo ao consumo de produtos ultraprocessados como a taxação de determinados produtos e também a obrigatoriedade de informação sobre os altos teores de açúcar nos alimentos a exemplo do México. A Nutricionista Ana Paula Bortoletto alerta, entretanto que: “Esse tipo de medida certamente sofrerá muita resistência das indústrias de alimentos e bebidas”.

Isto acontece pelo fato de que estas industrias exercem uma pressão muito grande para que seus interesses se perpetuem. Para se ter uma ideia, o segmento de refrigerantes é estimado atualmente em US$ 580 bilhões, e só nos Estados Unidos, a Associação de Fabricantes de Bebidas chegou a investir cerca de US$ 16 milhões em atividades de lobby. Apesar das cifras serem diferentes, a prática é a mesma no Brasil.

A aplicação de imposto e a sinalização do alto teor de açúcar em produtos ultraprocessados podem contribuir significativamente para diminuição do consumo de bebidas açucaradas espelhando-se em experiências exitosas de outros países. Afinal de contas, é a população que vem pagando com a própria saúde enquanto os lucros das empresas do setor continuam de vento em polpa. 

Link:

[Você no Ideias] Alimentação escolar com plantas alimentícias não convencionais

postado por Ramon da Silva Rodrigues Almeida em Segunda-feira, 01 de Fevereiro de 2016

Você sabe que o Ideias na Mesa tem várias publicações sobre o uso de hortaliças e plantas não convencionais, com várias receitas e dicas de cultivo. Relembre essas publicações aqui.

E agora que tal aplicar essas receitas na alimentação escolar? É o que temos na experiência do [Você no Ideias] de hoje.

A experiência teve origem no projeto de Estágio em Nutrição e Desenvolvimento Humano da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo – RS, em que foi realizada a introdução das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) na alimentação escolar do município de Harmonia – RS.
A ideia da experiência era unir a alimentação escolar saudável com as plantas não convencionais e diversificar alimentação monótona das escolas e fazer com que os alunos conheçam novos sabores, odores, sensações e imagens, enriquecendo o cérebro, a mente e o corpo.

Dessa forma foram desenvolvidas sete atividades nas três escolas em que a experiência de EAN foi aplicada.

Dentre elas foram feitas atividades em geral sobre a alimentação saudável relacionadas a frutas e verduras, outras para explicar a definição do que são as plantas não convencionais e seus tipos, a visita de um produtor local de alimentos, a realização de oficinas de culinárias para o ensino da preparação dessas plantas e por fim atividades com os pais dos alunos para elucidar a importância dessas plantas na alimentação das crianças.
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

FAO alerta para os riscos do uso de inseticidas no combate ao Aedes

Fonte: Ascom/Consea - Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016 


Em comunicado divulgado na última terça-feira (9), o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, ressaltou a necessidade de promover a segurança humana e proteger a cadeia dos alimentos em meio à luta contra o mosquito Aedes aegypti.

“A FAO, com os seus recursos e capacidade técnica, está preparada para fazer o que lhe compete para dar resposta a esta emergência que continua a se alastrar”, disse o diretor-geral da FAO. De acordo com o comunicado, a FAO pode dar assistência aos países afetados com intervenções concretas, assegurando, ao mesmo tempo, que as pessoas e o ambiente não estejam expostos a riscos de saúde, resultantes do uso inapropriado de produtos químicos potencialmente perigosos.

Para a organização, é preciso, primeiramente, tomar os cuidados básicos para evitar a proliferação do mosquito como a remoção de água parada. “As comunidades afetadas devem ser alertadas e apoiadas para garantir que os recipientes de água potável para animais sejam esvaziados e limpos semanalmente. Lagoas e outros reservatórios de água estagnada também devem ser drenados e esvaziados”, recomenda.

A FAO recomenda ainda que, se o uso intensivo de inseticidas for realmente necessário, é essencial que seja feito com muito cuidado. Por meio de um programa em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a FAO desenvolveu uma série de recomendações sobre a boa gestão do uso de inseticidas. “O custo humano desta emergência é potencialmente devastador e devemos trabalhar em conjunto para garantir que tudo será mantido sob controle”, diz o comunicado.

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Sem saber, população brasileira é a que mais consome agrotóxico no mundo

Fonte: Idec - Blasting News - Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016 


Anvisa encontrou problemas em 31% dos produtos analisados por amostragem em SP.

Ao contrário da Dinamarca (primeiro país no mundo que adotará um projeto de lei que visa implementar uma agricultura 100% orgânica até 2020), no Brasil boa parte da população brasileira ingere uma grande quantidade de alimentos contaminados por algum tipo de agrotóxicos sem se dar conta disso. Um artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo ressalta como quase certo que produtos como legumes, frutas e verduras, chegam a mesa dos brasileiros sem ter passado antes por nenhum controle rígido referente aos níveis de agrotóxicos. De acordo com a íntegra a fiscalização quando é feita atinge apenas uma pequena fração do produtos reprovados em torno de um terço.

Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos do mundo atrás apenas dos Estados Unidos, mas desde de 2008, é o primeiro consumidor no mundo quando o assunto é o consumo de agrotóxicos, o qual está interligado com o crescimento de culturas transgênicas. O mercado de agrotóxicos cresceu mais de 400% em dez anos. De acordo com especialistas, na última safra de 2013/2014, foram utilizados mais de 1 bilhão de litros em agrotóxicos, gerando em média em torno de 4 litros de agrotóxicos por habitante.

Entres os produtos mais usados destacam-se alguns potencialmente cancerígenos, grande parte dos produtos utilizados no Brasil é de uso proibido em países da União Europeia e entre outros como China e a Índia. Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pelo Instituto Nacional do Câncer revelou que a relação de consumo de agrotóxicos é muito assustadora no pais. Segundo o relatório mais de um terço dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros está contaminado por algum tipo de veneno. De acordo com as análises realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa (2011),foram recolhidas amostras em 26 estados comprovando que mais de 63% das amostras apresentaram contaminação por algum tipo de agrotóxico. Sendo que 28% das amostras apresentou (IAS), ou seja o uso desse agrotóxicos não autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os outros 35% dos alimentos analisados também apresentaram algum tipo de contaminação por venenos porém dentro do limite aceitável. Durante a pesquisa foram analisadas diversas culturas variando do abacaxi ao tomate e todas tiveram resultados insatisfatórios.

Paulo Petersen,coordenador Coordenador executivo da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, afirma que a maioria desses impactos estão interligados com o atual modelo de desenvolvimento do Brasil. O qual está voltado primeiramente para produção e exportação, mas tal estratégia não está surtindo efeito, outro estudo cita que os produtores estão utilizando uma grande quantidade de produtos químicos para produzir a mesma quantidade de alimentos.

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Companhias de bebidas adotam estratégias agressivas para evitar prejuízo no mercado global

Fonte: ABRASCO - Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016 


Relatório da CSPI aponta práticas semelhantes às da indústria do tabaco em mercados sem regulação e propõe medidas

Com a acentuada queda das vendas de refrigerantes e demais bebidas carbonatadas nas nações desenvolvidas, a indústria de bebidas açucaradas busca compensar essas perdas por meio de agressiva estratégias de aumento de consumo e de vendas nos países de baixa e/ou média renda, como Brasil, Índia e México. As ações são as mesmas já utilizadas pela indústria do tabaco antes das regulações do setor e contribuem diretamente para o aumento da epidemia da obesidade, principalmente entre jovens e crianças. A análise desse cenário e a indicação de medidas para enfrentar esse desafio de saúde pública em diversos níveis de governança estão no relatório A CARBONATAÇÃO DO MUNDO – A comercialização e o impacto de bebidas com açúcar na saúde, em países de baixa e média renda, realizado pela Center for Science in Public Interest (CSPI), organização não governamental norte-americana dedicada à promoção e defesa da alimentação saudável e adequada e atuante desde a década de 1970. No Brasil, a responsabilidade de divulgação do estudo está a cargo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).



Redigido por Allyn L. Taylor, expert em diplomacia em saúde global da Escola de Direito da Universidade de Washington e por Michael F. Jacobson, presidente da ONG norte-americana, o estudo mostra como Coca-Cola, Pepsi, e outras empresas nacionais e regionais de refrigerante estão expandindo seu alcance em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o consumo per capita de bebidas carbonatadas e/ou adoçadas com açúcar diminuiu 25% entre 1998 e 2014, os braços das companhias na América Latina, Ásia, Oriente Médio e nos países africanos têm estratégias projetadas para aumentar o consumo até 2018. No alvo da ação, 3,5 bilhões de adolescentes e jovens até os 20 anos, chamados por Gary Fayard, diretor financeiro da Coca-Cola de “nosso núcleo demográfico”.

Políticas mundiais, ações locais: Somente a Coca-Cola Company pretende investir mais de 30 bilhões de dólares nos mercados emergentes entre os anos em 2012 e 2017. Para a maior player global do segmento, o crescimento nesses países é fundamental, uma vez que pretende dobrar sua receita entre 2010 e 2020. Somente no terceiro trimestre de 2015 a empresa apresentou valor consolidado acima de 11 bilhões de dólares.

O relatório destaca o caso mexicano como exemplo. O país é um dos maiores consumidores destas bebidas e tem uma das taxas mais altas de obesidade no mundo. Apesar de o governo do Enrique Peña Nieto estar tentando reverter o quadro por meio de medida que ficou conhecida como “imposto dos refrescos”, o marco regulatório está sofrendo ataques diretos do setor. “Estes são os países com população em crescimento populacional e de renda, com governos de menor probabilidade para acionar ações para deter o consumo”, reforça Michael F. Jacobson, presidente da CSPI.

“Ao centrar investimentos para estão investindo bilhões de dólares por ano em países como o Brasil, China, Índia e México não só para construir fábricas de engarrafamento, mas também para criar redes de distribuição e promover os seus produtos para maximizar as vendas”, destaca o estudo, que traz ainda dados econômicos da China, na África do Sul e Filipinas.

Múltiplas governanças: O Relatório propõe ainda medidas de governança para diversos setores da sociedade, compreendendo que o enfrentamento da epidemia da obesidade necessita de ações dos múltiplos atores envolvidos, da Organização Mundial da Saúde (OMS) aos restaurantes e demais espaços de alimentação, passando, principalmente, pelos governos nacionais, fabricantes e entidades e associações de entidades civis. Dentre as propostas, destacam-se a restrição do conteúdo de açúcar presente nas bebidas a cerca de um quarto dos níveis atuais; o oferecimento, por parte da OMS de ferramentas aos países para incentivar a redução de consumo de bebidas; redução das embalagens e volume máximo de venda de bebidas, entre outros.

Para Inês Rugani, professora do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj) e coordenadora do Grupo Temático Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva (GT ANSC/Abrasco), o documento é extremamente relevante por sistematizar informações que reiteram e comprovam o que vem sendo apontado por inúmeros pesquisadores e ativistas de diversos países.

“O estudo dá o devido destaque às ações regulatórias dirigidas a, por exemplo, propaganda, rotulagem, taxação, oferta de produtos em locais como cantinas escolares, e alteração da composição dessas bebidas, valorizando a importância de os países serem apoiados em seu esforço de consolidação e expansão de medidas regulatórias voltadas à promoção da alimentação adequada e saudável”, destaca Inês.

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INT atua em programa de certificação orgânica para agricultura familiar

Fonte: Ascom/MDS com informações do MCTI - Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016 


Meta inicial é viabilizar a certificação de 500 famílias nesse sistema de produção. Iniciativa do MDA conta com o suporte do Instituto Nacional de Tecnologia

A agricultura familiar receberá apoio do governo federal para certificar sua produção como orgânica. A iniciativa é do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e conta com o suporte do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) para capacitar inspetores locais em todo o Brasil. A meta inicial é viabilizar a certificação de 500 famílias nesse sistema de produção.

O INT já atua como organismo certificador de produtos orgânicos desde 2011, quando foi credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para esse tipo de certificação, realizada por auditoria, nas áreas de produção primária vegetal, produção primária animal, processamento de produtos de origem vegetal e extrativismo sustentável orgânico.

Na auditoria, especialistas avaliam se o agricultor produz de acordo com os critérios e a legislação do assunto. "O inspetor faz a visita e vê o tipo de agricultura que o produtor está praticando – se faz o manejo orgânico, se não usa qualquer tipo de substância proibida – e então este recebe a autorização para utilizar o selo do sistema orgânico", descreve a chefe de certificação do INT, Edir Vasconcelos. Ela ressalta que existe uma grande quantidade de produtores que praticam esse tipo de agricultura, mas não estão ainda certificados.

Além de agregar valor ao produto, a ideia é dar mais confiança ao consumidor, já que o certificador avalia todo o processo da produção. "Verifica-se se o produtor realmente está mantendo aquilo equilibrado. Se ela processa mandioca, por exemplo – colhe, lava e coloca no saquinho –, como é a água usada? Se ele embala, vai-se observar se está atendendo requisitos de higiene, tem toda aquele cuidado para dar uma segurança ao consumidor do que ele está recebendo", observa Edir.

Essa competência se alinha à estratégia de desenvolvimento da certificação de agricultores expressa no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), fruto de debate e construção participativa, envolvendo diversos órgãos de governo e movimentos sociais do campo e da floresta. Sob responsabilidade da Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica, coordenada pelo MDA, o trabalho envolveu também a participação da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Mapa e de mais sete ministérios – da Saúde (MS); da Educação (MEC); da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); do Meio Ambiente (MMA); da Pesca e Aquicultura (MPA, incorporado ao Mapa); e da Fazenda –, com apoio de vários setores da sociedade representados na Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo).

Multiplicação

Diante da meta de atingir um grande número de famílias espalhadas em regiões distantes do país, a solução proposta pela Divisão de Certificação do INT e aceita pelo MDA foi a multiplicação de inspetores nos estados. O acordo do MDA com o instituto do MCTI foi assinado em julho de 2015, e no final de novembro o INT recebeu parte do recurso no valor total de R$ 588 mil para executar durante dois anos o projeto Certificação por Auditoria para a Promoção e o Desenvolvimento da Agricultura Familiar Orgânica do Brasil. O trabalho inclui a capacitação desses auditores locais e a produção de cartilhas explicando o passo a passo do processo para os diversos grupos de agricultores familiares, que incluem populações assentadas, ribeirinhas, quilombolas e extrativistas.

Os cursos de formação acontecerão neste semestre, na sede do INT, no Rio de Janeiro, com passagens e estadias custeadas pelo programa. Para preencher as 30 vagas iniciais foi divulgada uma chamada em vários sites nacionais e regionais, que teve resposta de mais de 1,7 mil candidatos, além de mais de 300 grupos de cooperativas ou associações atuantes entre diferentes núcleos de agricultura familiar com interesse na certificação orgânica.

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Encontros promovem reconhecimento da mulher no meio rural

Fonte: EBC Rádios - Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016 


Programa Brasil Rural fala sobre os eventos que trazem ações e espaços para valorização da trabalhadora do campo

O papel da mulher do campo, da agricultura familiar e ribeirinha está sendo cada vez mais discutido e ampliado. Por este motivo, o programa Brasil Rural conversou com a secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho, sobre as ações e espaços para a mulher no cotidiano da vida rural.

Existem diversas reivindicações quando se fala em igualdade de gênero, mas algumas são específicas da mulher do campo. Tatau Godinho explica que o trabalho da mulher no meio rural muitas vezes ainda não é valorizado, visto como um trabalho produtivo que contribui economicamente com a renda familiar.

O trabalho das mulheres é menosprezado e isso faz com que elas acabem tendo menos direitos. “É impossível uma pessoa ter autonomia se ela não consegue controlar o próprio trabalho dela, se ela não tem nenhum rendimento pelo trabalho que ela faz”, explica a secretária.

Com o objetivo de gerar reconhecimento e conquistar direitos é que estão sendo realizados encontros, fóruns e outros eventos com as mulheres rurais. A Assessoria para o Trabalho Rural, que cuida do assunto diariamente, em conjunto com a Diretoria de Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário, promoverá em março, mês da mulher, momentos em que serão discutidos os direitos das mulheres trabalhadoras.

No dia 4 de março, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos vai realizar um encontro de diálogo com as mulheres sindicalistas para debater as pautas do mundo do trabalho de diferentes áreas. O encontro acontecerá a partir das 9 horas, no Hotel Nacional, em Brasília.

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[Você no Ideias] Uma minifeira de alimentos saudáveis na escola

postado por Ramon da Silva Rodrigues Almeida em Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016

Que tal promover o consumo de frutas e alimentos saudáveis nas crianças através de uma minifeira?

Sabemos que as feiras são ótimos locais para comprar frutas, verduras e alimentos saudáveis, além de ser uma alternativa de realizar a aproximação de agricultores/produtores com seus consumidores.

Pensando nisso trazemos uma experiência de EAN para o [Você no Ideias] que aborda essa temática.

O projeto foi realizado com as crianças da escola CMEI João Pedro de Aguiar de Vitória – ES e tinha por objetivo incentivar o consumo de frutas e dar às crianças uma experiência em escolher seus próprios alimentos gerando autonomia e a prática do auto cuidado quanto à alimentação.

O grande motivo da realização da experiência era a baixa aceitação de frutas pelos alunos da escola na faixa etária estabelecida.
Dessa forma foi organizada uma minifeira com frutas fornecidas pelos agricultores familiares para a alimentação escolar do Município de Vitória/ES para que os alunos realizassem as suas escolhas e a "compra" dos alimentos.

Na minifeira as crianças puderam degustar antes as frutas e logo depois fazer as suas escolhas de “compras”.
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Estudo quer identificar as 150 espécies brasileiras de maracujá

15 de fevereiro de 2016

Peter Moon | Agência FAPESP – Existem cerca de 520 espécies conhecidas de maracujazeiro. Elas crescem como trepadeiras, cipós ou arbustos nas florestas tropicais das Américas, mas predominam na Amazônia. O Brasil abriga ao menos 150 espécies. A Colômbia, 170. São os centros de diversidade do maracujá. Apesar de tamanha variedade, só duas espécies foram domesticadas e têm valor comercial, como alimento ou então nas indústrias de bebidas, cosméticos e farmacêutica. São elas o maracujá-amarelo ou maracujá-roxo, mais azedos (Passiflora edulis), e o maracujá-doce (P. alata), que se come de colher – daí o nome tupi da fruta, mara kuya, que quer dizer "alimento na cuia”. Algumas espécies selvagens têm ainda uso ornamental.

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá e também o maior consumidor. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014 foram produzidas 823 mil toneladas, sendo que 75% da produção está concentrada no Nordeste. A produção e a área plantada decuplicaram desde os anos 1980, graças aos melhoramentos genéticos feitos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Daí a importância de pesquisar e conservar a riquíssima diversidade do maracujá. Mas há um problema: à exceção das duas espécies domesticadas, todas as demais são selvagens e pouquíssimo estudadas. Suas propriedades são desconhecidas da ciência. “É um desafio do ponto de vista da conservação. Não sabemos quase nada sobre a variabilidade genética da maioria das espécies de maracujá selvagem”, alerta a pesquisadora Anete Pereira de Souza, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Anete Pereira de Souza é a responsável pelo projeto “Variabilidade genética e molecular em acessos de maracujá (Passifloraspp.) comerciais e selvagens, visando conservação ex situ e melhoramento de plantas”, apoiado pela FAPESP.

Ela é coautora de um balanço do estado atual do conhecimento da conservação e diversidade genética do gênero Passiflora, publicado no livro Genetic Diversity and Erosion in plants. O estudo foi desenvolvido em colaboração com pesquisadores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Embrapa Cerrados (DF) e Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA).

A maioria das espécies selvagens de maracujá floresce em florestas úmidas e quentes. “Este é o grande problema com as mudanças climáticas. Qualquer alteração hídrica ou da temperatura pode significar a perda de um grande número de espécies”, afirma Anete Pereira de Souza.

Prospecção e preservação

Em outras palavras, muitas espécies selvagens correm simplesmente o risco de desaparecer antes mesmo que tenhamos a chance de conservar amostras da sua variabilidade genética, uma fonte promissora e insubstituível para futuros melhoramentos nas espécies domesticadas. “Há genes de resistência contra doenças que a gente poderia usar para melhorar as espécies cultivadas”, diz a pesquisadora. A única amostragem do genoma do maracujá foi publicada por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).

“Para conservar a biodiversidade do gênero Passiflora precisamos obter informações genéticas, genômicas e fenotípicas de todas as espécies”, afirma Anete Pereira de Souza. O primeiro passo é a identificação e prospecção de todas as espécies selvagens. O segundo é a preservação dessas amostras em coleções botânicas e bancos de germoplasma, unidades conservadoras de material genético.

Outro risco que expõe a fragilidade do maracujá às mudanças climáticas tem a ver com a polinização. Os maracujazeiros dependem das abelhas mamangabas para a polinização. Mamangabas são as abelhas do gênero Bombus, com cerca de 250 espécies. Pela sua importância na polinização de vários tipos de plantas, sua perseguição, destruição, caça ou apanha é proibida por Lei Federal desde 1998.

“O maracujá só dá frutos se o pólen vier de uma outra planta. A mamangaba é quem faz esse trabalho. É uma abelhona preta, grande, que está rareando na natureza”, ela explica. As mamangabas costumam fazer suas colmeias em troncos ocos de árvores. É por isso que, com o desmatamento, elas estão desaparecendo.

Por causa do sumiço das mamangabas, uma queixa recorrente dos agricultores é que os maracujazeiros estão deixando de frutificar. Sem flores, nada de frutos. “Já faz tempo que os agricultores estão tendo que recorrer à polinização manual. Como se isso não bastasse, nós ainda não sabemos nada sobre as espécies de abelhas e outros insetos que realizam a polinização das variedades selvagens de maracujá”, diz.

Caso existam espécies de maracujá que dependam de uma espécie específica de abelha para a polinização, e se esta abelha desaparecer por causa dos desmatamentos e mudanças climáticas, aquelas espécies selvagens também desaparecerão. Será uma perda insubstituível.

O artigo The Genetic Diversity, Conservation, and Use of Passion Fruit (Passiflora spp.), de Anete Pereira da Silva e outros, publicado em Genetic Diversity and Erosion in Plants pode ser lido em http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-25954-3_5.
Objetivo é prospectar espécies selvagens e criar unidades conservadoras de material genético (foto: Frutos e flor da espécie de maracujá Passiflora edulis/Wikimedia Commons)

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Panqueca


Você já parou pra pensar que boa parte dos alimentos que você joga fora podem ser REAPROVEITADOS? Talos, cascas, sementes, folhas e até o que sobrou de alguma refeição pode servir para um novo prato gostoso e nutritivo. Pensando nisso, preparamos para vocês uma série de receitas sustentáveis que unem a ideia de uma alimentação saudável, com baixo custo e evitando o descarte de resíduos ao meio ambiente. Vamos experimentar?

MODO DE PREPARO: Bata os talos com o leite no liquidificador. Passe a mistura numa peneira e leve novamente ao liquidificador com o restante dos ingredientes. Unte uma frigideira com um fio de óleo e coloque a massa com o auxílio de uma concha. Deixe-a assar até obter uma cor dourada, vire-a e coloque o recheio de sua preferência. Está pronto! Agora é só servir. BOM APETITE!

Áreas úmidas


As Áreas Úmidas são essenciais para as pessoas viverem e prosperarem. Elas fornecem água doce e nos garantem alimento, ajudam na manutenção da diversidade de vida no planeta, protegem as áreas costeiras, atuam como esponjas naturais contra as inundações nos rios e armazenam dióxido de carbono que regulam as mudanças climáticas. Viu a importância? Existem diferentes modelos que se referem à melhor forma de promover uma VIDA SUSTENTÁVEL nessas áreas e eles têm pontos em comum. Confira aqui ➡ http://goo.gl/KoqKHu

Indústria e a cultura do desperdício, artigo de Reinaldo Dias

[EcoDebate] O conceito de sustentabilidade associado à dimensão tecnologia pode ter diversas abordagens, muitas vezes antagônicas. Duas delas são particularmente relevantes: o sistema de produção industrial linear e o circular.

Por muito tempo a tecnologia foi vista como inimiga do meio ambiente, não só pela exploração maciça de seus recursos, mas como destinação dos resíduos dos produtos tecnológicos. Esta perspectiva, no seu limite, provocou o surgimento de movimentos neoluditas, anti-tecnologia, com vários adeptos em todo mundo e que passam a ser avessos à utilização de produtos de alta tecnologia visando adotar posturas mais amigáveis com a natureza e tendência à demonização da indústria como a responsável pela crise ambiental atual.

No entanto, numa nova abordagem conceitual, a tecnologia e constitui numa ferramenta para o crescimento e o desenvolvimento de países como o Brasil, que almejam alcançar metas sustentáveis de crescimento. Nesta perspectiva a tecnologia deve contribuir, principalmente, através da inovação e alcançar maior eficiência nos processos produtivos sem prejuízos ao meio ambiente. Os avanços tecnológicos devem buscar o baixo custo e altas taxas de retorno na produção.

O sistema de produção atual e vigente na maioria dos países, está fundamentado na extração, fabricação, utilização e eliminação. É um sistema linear que permite converter em descartáveis a maioria dos produtos e incrementar a produção de resíduos. Este sistema linear nada prevê em relação à produção de lixo e, como vemos em nosso país, cada dia são maiores as dificuldades encontradas pelos municípios para sua disposição. Os produtos atuais têm uma vida útil curta, a possibilidade de repará-los é baixa ou pouco rentável para quem executa esse tipo de serviço, o que aumenta, ainda mais, os resíduos sem controle. Também as tendências da moda incentivam a eliminação de artigos de consumo, como resultado desse modelo.

No entanto, isso está mudando. As futuras empresas competitivas serão as que tem ciclos de produção com externalidades negativas mínimas, que em vez de gerar resíduos, os utiliza para devolvê-los ao ciclo e produzir mais e melhor. Isto implica uma mudança de cultura, modo de pensar e de esforços conjuntos entre universidades, indústria, tomadores de decisão políticos, autoridades e dos consumidores, para dar um novo alcance para a sustentabilidade.

Esta nova tendência é um componente importante da “nova revolução industrial” e pode ser vista como uma resposta ao desperdício de grandes somas de dinheiro ao impactar negativamente o meio ambiente. Neste aspecto, os empresários são levados a um outro nível de compreensão de seus processos, basicamente, entendendo melhor o que e como fazem evitando ou diminuindo seus efeitos negativos ao meio ambiente.

Para os empresários é essencial assumir mudanças significativas no uso eficiente dos recursos e promover a aplicação de boas práticas e de conhecimentos já existentes para minimizar os impactos ambientais. Além disso, devem compreender que não é necessário deixar de lado o conceito de “negócio”, para ser responsável com o meio ambiente.

Esta revolução significa que os sistemas de produção devem mudar, alcançar maior eficiência e progredir na aprendizagem, porque alguns podem fazer algumas coisas melhor do que outros, compartilhar, e colaborar com os demais, não produzir resíduos ou lixo, e entender o que realmente significa valor. As empresas inteligentes começarão a partir de agora a acomodar-se nesse novo modelo de produção circular, que resultará na geração zero de resíduos ou perto de zero, porque tudo vai voltar ao sistema produtivo. Mudará a lógica da produção em escala, e serão feitos bons produtos para os consumidores, sem desperdiçar recursos gerando resíduos e lixo prejudiciais ao meio ambiente.

Como país devemos melhorar a compreensão dos impactos da indústria, delinear um amplo programa de pesquisa e educação para a solução de problemas e explorar novos modelos para que o Brasil atinja melhores padrões de sustentabilidade na sua produção industrial. Passar do sistema de produção linear ao circular não é um modismo passageiro, é o inevitável caminho a ser percorrido pelas indústrias para melhorar sua competitividade e sobrevivência no mercado global.

*Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Unicamp. É especialista em Ciências Ambientais.

in EcoDebate, 11/02/2016
"Indústria e a cultura do desperdício, artigo de Reinaldo Dias," in Portal EcoDebate, 12/02/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/02/12/industria-e-a-cultura-do-desperdicio-artigo-de-reinaldo-dias/.