El cilantro reduce las crisis de migraña (www.fitoterapia.net)

07/03/2016
Un jarabe preparado con extracto etanólico de fruto de cilantro redujo a la mitad la duración media de la migraña, su intensidad y frecuencia
La migraña es uno de los problemas neurológicos más comunes e incapacitantes, con una tasa de prevalencia de entre 10 a 33% en mujeres y 5-13,3% en los hombres. La intensidad del dolor es de moderado a grave en aproximadamente el 90% de los pacientes. Aunque existen numerosos medicamentos que se utilizan como tratamiento preventivo para reducir la frecuencia y la gravedad del dolor (entre ellos los antidepresivos tricíclicos, anticonvulsivantes y los beta-bloqueantes), frecuentemente se acompañan de importantes efectos secundarios no desdeñables, como el estreñimiento, temblores, aumento de peso, depresión e hipotensión ortostática.

El fruto de coriandro o cilantro (Coriandrum sativum L. es uno de los remedios vegetales más comúnmente prescritos en la medicina persa para tratar el dolor de cabeza.

Este estudio fue diseñado para evaluar los efectos del jarabe de fruto de cilantro sobre la duración, la intensidad y la frecuencia de la migraña. Un total de 68 pacientes de 18-45 años de edad con migraña, según los criterios de diagnóstico de la Iinternational Headache society (al menos un año de duración y cuatro crisis mensuales. Los participantes fueron asignados al azar al grupo de intervención (n = 34) o al grupo control (n = 34). A todos los pacientes se les administraron 500 mg/día de valproato de sodio y, además, el grupo de intervención recibió, 3 veces al día durante un mes, 15 mL de un jarabe preparado a partir del extracto etanólico al 5% de fruto de coriandro (el aceite esencial contenía 82% de linalol, 6% de geraniol, 5% de gamma-pineno, 3% de β-pineno (3%) y 1,48% de timol) y el grupo placebo recibió 15 mL de jarabe de placebo. La eficacia del preparado fue evaluada semanalmente la entrevista clínica. De los 68 pacientes, 66 se incluyeron en el análisis, que mostró que el jarabe de fruto de cilantro redujo la duración media de la migraña, su intensidad y frecuencia en aproximadamente un 50% respecto al grupo control.

Fuente: Delavar Kasmaei H, Ghorbanifar Z, Zayeri F, Minaei B, Kamali SH, Rezaeizadeh H, Amin G, Ghobadi A, Mirzaei Z. Effects of Coriandrum sativum Syrup on Migraine: A Randomized, Triple-Blind, Placebo-Controlled Trial. Iran Red Crescent Med J. 2016 Jan 2;18(1):e20759. doi: 10.5812/ircmj.20759.

Link:

Laranja Sanguínea Moro - Citrus sinensis (L.)

Avaliação clínica da Laranja Moro (Citrus sinensis (L.) - suplementação para o controle de peso.

Nos últimos anos, vários estudos avaliaram os efeitos benéficos do suco de laranja vermelho (Citrus sinensis (L.) Osbeck) e seus componentes ativos no controle de peso e obesidade. A Laranja Moro é uma cultivar de laranja vermelha, particularmente rica em compostos ativos, tais como antocianinas, ácidos hidroxicinâmico, glicosídeos flavonóides e ácido ascórbico, que possui efeitos anti-obesidade em in vitro e in vivo. Neste estudo clínico, o efeito da suplementação com extrato do sumo Moro (Morosil (®), 400 mg / dia) foi avaliado em voluntários humanos saudáveis com excesso de peso, durante 12 semanas. Os resultados mostraram que a ingestão do extrato do sumo Moro foi capaz de induzir uma redução significativa no índice de massa corporal (IMC) após 4 semanas de tratamento (p <0,05). Além disso, em doentes tratados com extracto Moro, peso corporal, IMC, circunferência da cintura e da anca foram significativamente diferentes do grupo de placebo (p <0,05). Em conclusão, pode-se sugerir que os compostos ativos contidos no suco Moro tem um efeito sinérgico sobre a acumulação de gordura em seres humanos e pode ser usado para o controlo de peso e na prevenção de obesidade.

Nat Prod Res. 2015;29(23):2256-60. doi: 10.1080/14786419.2014.1000897. Epub 2015 Jan…
NCBI.NLM.NIH.GOV|POR CARDILE V , ET AL.

Cientistas conseguem recuperar memória de ratos com Alzheimer

Os doentes de Alzheimer podem não ter perdido suas memórias, mas apenas ter dificuldade em acessá-las, o que abre a porta a possíveis tratamentos para recupera-las. É o que revela um estudo publicado na revista científica Nature.

O estudo, realizado em ratos pelo cientista japonês Susumu Tonegawa, Nobel da Medicina em 1987, mostrou que ao estimular áreas específicas do cérebro com luz azul os cientistas conseguiam que os ratos recuperassem memórias que antes eram inacessíveis.

Os resultados, publicados na quarta-feira (16), dão a primeira prova de que a doença de Alzheimer não destrói as memórias, apenas as torna inacessíveis. “Como os humanos e os ratos tendem a ter um princípio comum em termos de memória, as nossas conclusões sugerem que os pacientes com doença de Alzheimer podem, pelo menos nos primeiros tempos, manter as memórias no cérebro, o que significa que existe uma possibilidade de cura”, disse Tonegawa.

Há anos, cientistas questionam se a amnésia provocada por traumatismo craniano, stress ou doenças como Alzheimer resulta de danos em células cerebrais específicas, o que tornaria impossível recuperar as memórias, ou se o problema é o acesso a essas memórias.

Experimento

Para tentar comprovar a segunda hipótese, Tonegawa e colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, usaram ratos que tinham sido geneticamente modificados para exibir sintomas semelhantes aos dos doentes de Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro que afeta milhões de adultos em todo o mundo.

Os animais foram colocados em uma caixa que tinha uma corrente elétrica baixa no chão, provocando uma sensação desagradável, mas não perigosa, de choque elétrico nos pés.

Um rato não afetado que seja colocado novamente na mesma caixa 24 horas depois fica paralisado de medo, antecipando a mesma sensação desagradável, mas os ratos com Alzheimer não mostraram qualquer reação, sugerindo que não têm memória da experiência.

Quando os cientistas estimularam zonas específicas do cérebro dos animais – as “células de engramas” associadas à memória – usando uma luz azul, os ratos aparentemente relembraram-se do choque.

Além disso, ao examinar a estrutura física dos cérebros dos ratos, os investigadores constataram que os doentes tinham menos sinapses (ligações entre neurônios). Através da estimulação luminosa repetida, os cientistas conseguiram aumentar o número de sinapses até níveis comparáveis aos dos ratos saudáveis.

Em certo ponto, deixou de ser necessário estimulá-los artificialmente para provocar a reação de medo diante da caixa. “As memórias dos ratos foram recuperadas através de um meio natural”, disse Tonegawa. Isto significa “que os sintomas da doença de Alzheimer desapareceram”, acrescentou o neurocientista.

Resultado

“É uma boa notícia para os pacientes”, disse o Nobel da Medicina que, no entanto, se mostrou prudente: “No futuro, a doença poderá ser tratada, se estiver em um estágio precoce, e desde que se desenvolva uma nova tecnologia que cumpra os requisitos éticos e de segurança”.

Os investigadores estimam que a técnica só funcione durante alguns meses nos ratos, ou durante dois ou três anos nos humanos, até a doença avançar de tal maneira que elimine os ganhos.

A Organização Mundial de Saúde estima em 47,5 milhões o número de pessoas no mundo afetadas por demências, 60% a 70% das quais pela doença de Alzheimer, que por enquanto não tem cura.

Da Agência Lusa / ABr, in EcoDebate, 18/03/2016

PROTESTE denuncia ao Conar produtos com apelos ecológicos enganosos na embalagem

Com falsos apelos ecológicos, identificamos a maquiagem ambiental nas embalagens de 12 produtos avaliados. Confira a lista de produtos e as irregularidades encontradas.
Nova avaliação feita pela PROTESTE constatou que algumas empresas ainda tentam seduzir seus clientes com falsos apelos ecológicos. Foram detectados 12 produtos suspeitos de utilizar ações de marketing que enganam consumidores quanto às práticas ambientais da empresa ou quanto aos seus benefícios ambientais.

Foram pedidas providências ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por propaganda enganosa, para que obrigue as empresas a alterarem as informações das embalagens dos produtos.

Ainda não foi marcada a data de julgamento dos casos, porém o Conar instaurou processo ético em seis dos casos envolvendo: Fósforo Fiat Lux, Ypê Lava-louças, Bombril Eco, Sacos de lixo Embalixo, Fósforo Paraná e Guardanapos de papel Carrefour. Veja as principais irregularidades encontradas nestes produtos:

Fósforo Fiat Lux: A embalagem informa ser “madeira 100% reflorestada”, mas não tem o selo de certificadora ambientalcomo o FSC ou Cerflor.

Ypê Lava-louças: rotulagem destaca conter tensoativo biodegradável, como se fosse um diferencial do ponto de vista ambiental. Ao comparar o produto com equivalentes de outras marcas, como a Limpol e a BioBrilho, foi observado que ambas possuem o mesmo ativo em sua composição, mas declaram isso sem chamar atenção;
Bombril Eco: se diz produto “100% ecológico”, porém, deveria ter removido este termo de sua embalagem, segundo decisão do Conar ainda em 2013, após denúncia da PROTESTE. O produto é degradável e, além disso, há outros impactos ambientais gerados durante a produção. Também há outras esponjas com a mesma composição sem que se anunciem como “ecológicas”.

Sacos de lixo Embalixo: declaram ser feitos de material reciclado, mas não informam a porcentagem relativa à quantidade de material reciclado na composição;
Guardanapos de papel Carrefour: informa ser 100% de fibras naturais, o que já é comum a este tipo de produto e não cabe ser usado como diferencial para a escolha do consumidor. Ainda assim as fibras, apesar de naturais, não representam nenhum tipo de benefício ao meio ambiente.

Fósforo Paraná: Utiliza o termo “Ecológico” em destaque e declara como diferencial não ter enxofre em sua composição, quando outros fósforos no mercado também não têm (ex: Fósforos Fiat Lux). Além disso, alega utilizar madeira reflorestada sem apresentar selo de certificadora ambiental, como o FSC ou Cerflor.

Como funciona o Greenwashing 

No Greenwashing, a principal forma de convencer o consumidor é chamando a atenção para informações irrelevantes. São artifícios que se aproveitam do aumento da demanda por produtos ligados àsustentabilidade do planeta, em decorrência do agravamento dos problemas ambientais.
Confira mais irregularidades encontradas em outros produtos:
 
Limpa carpetes e tapetes Bombril (linha Ecobril): utiliza um símbolo referente a um sistema de gerenciamento ambiental em sua embalagem, o que é indevido pois pode induzir o consumidor a erro.

Saco de lixo Carrefour: declara ser composto por material reciclado, mas não informa a porcentagem relativa à reciclagem na composição.

Borracha Maped: informa ser livre de PVC, como se fosse um diferencial, quando na realidade, produto equivalente de da Faber-Castell tem a mesma composição e diferente da Maped, não chama a atenção para este fato.

Papel Higiênico Cotton: informa na embalagem utilizar celulose de reflorestamento sem apresentar nenhum selo de certificadora reconhecida. Diferente da marca Neve, que em sua embalagem faz a mesma declaração, mas apresenta o selo e o número de seu correspondente certificado do FSC.

Papel higiênico Personal: apresenta um símbolo com o termo “Ajuda a preservar o meio ambiente” sem fornecer nenhuma outra informação que justifique este fato. Diferente do produto da marca Neve, que especifica no rótulo alguns dos processos de produção do papel e como faz para de fato preservar a natureza.

Sabão glicerinado BioBrilho: na embalagem informa que “preserva o planeta”, sem mais informações. De acordo com as normas, as auto-declarações ambientais devem ser acompanhadas de explicações.


in EcoDebate, 18/03/2016

Viola odorata


Violeta – Viola odorata (Família das Violáceas). 

Pequena planta vivaz, de 10 a 15 centímetros de altura, nativa da Europa e Ásia, que ainda se encontra espontânea nas clareiras e bordos das florestas, e da qual se originaram as diversas variedades de jardim. Tem flores violeta escuro ou branco, muito aromáticas. 

A esta planta têm-se associado diferentes significados, uns ligados ao seu aspecto frágil e elegante, outros à cor ou ao aroma da flor, e também a ela se ligaram diversos mitos da Grécia e Roma antigas. 

Para os gregos, as violetas eram símbolo de fertilidade e amor e o seu nascimento resultou das gotas do sangue de Attis (semi-deus da vegetação), ao suicidar-se na base de um pinheiro, em consequência do amor ciumento que Cibele (a mãe dos deuses) tinha por ele. Mas quando Cibele ressuscita Attis na Primavera é o ritual do renascer da vida que se celebra. Zeus, por outro lado, transformou a sua amante Io em vitela e então os campos cobriram-se de violetas para a alimentar e perfumar. O símbolo de Atenas era a violeta (Ion), referindo-a Aristófanes numa das suas peças, como a cidade coroada de violetas, fazendo uma analogia com a coroação do rei Ion nessa cidade; até o vinho era aí aromatizado com violetas.

Do ponto de vista terapêutico associam-se às violetas propriedades de combate à tosse, constipações, asma e dores reumáticas.

por Cândido Pinto Ricardo

Papaver spp

Papoila – Papaver spp. (Família das Papaveráceas).

Características e origem

O género Papaver é constituído por cerca de 100 espécies de plantas, anuais, bianuais ou vivazes, das regiões temperadas a frias da Eurásia, África e América do Norte. Em Portugal são espontâneas meia dúzia de espécies, que genericamente são chamadas de papoilas, mas têm designações mais específicas como, por exemplo, papoila-das-searas (P. rhoeas), papoila-longa (P. dubium), papoila-peluda (P. hybrida), papoila-de-folhas-fendidas (P. pinnatifidium), papoila-branca ou dormideira-brava (P. setigerum). 

À papoila associamos usualmente a cor vermelha (desde muito escuro a desbotado), embora, conforme a espécie, possa ir do branco, amarelo-limão da árctica P. laestadianum, amarelo torrado da californiana P. californicum, à enorme diversidade verificada nas formas de jardim. 

Curiosidades

O despontar das papoilas nos campos é um sinal do aproximar da Primavera e dos dias luminosos e quentes do Verão. Como símbolo de amor e vida está presente nos ramos do dia da espiga (quinta-feira da Ascensão). Muitos pintores foram atraídos pela beleza dos vastos campos de papoilas rubras, como bem exemplificam os célebres quadros de Monet e de van Gogh. 

A papoila é cultivada como ornamental desde 5000 a.C. (na Mesopotâmia). Está representada nos túmulos egípcios, e os gregos dedicaram-na a Deméter, deusa da fertilidade e agricultura, e associaram-na a Hipnos, Nix e Tanatos (respectivamente deuses do sono, da noite e da morte), em consequência das suas propriedades medicinais conhecidas desde longa data. 

Em algumas ilhas gregas as mulheres velhas usavam-na num processo eutanásico de aceleração da morte. Hipócrates descreveu o látex da papoila como narcótico, hipnótico e de efeitos purgativos, mas também reconheceu interesse alimentar às suas sementes (hoje de uso em certos tipos de pão). O alcalóide roeadine das flores da papoila-das-searas é um sedativo ligeiro, mas particularmente rica em alcalóides de efeito narcótico é a papoila-dormideira (P. somniferum), já usada pelos povos neolíticos da Europa e que os Sumérios designavam por planta-da-alegria. O seu látex seco constitui o ópio, que contém 10 a 20 % de alcalóides, os mais abundantes sendo a morfina, a codeína e a narcotina. 

O ópio tem originado diversas convulsões e guerras, como a que opôs a China a Inglaterra e França, no século XIX, ou o mais recente conflito no Afeganistão. Austrália, Turquia e Índia, são os principais produtores de ópio para fins medicinais, sendo os principais transformadores, EUA, Reino Unido, França, Austrália e Hungria. 

Note-se, todavia, que a produção ilegal de ópio suplanta, largamente, a legal.

por Cândido Pinto Ricardo

Lavandula angustifolia

 
ALFAZEMA – Lavandula angustifolia (Família das Lamiáceas). O género Lavandula compreende cerca de 40 espécies de plantas vivazes arbustivas e aromáticas, originárias do Mediterrâneo, África do Norte, Ilhas Atlânticas (até Cabo Verde), Ásia Ocidental, Arábia e Índia. Para além da alfazema (ou alfazema-comum) incluiem-se neste género outras espécies bastante semelhantes e os rosmaninhos, que são plantas típicas de muitos matos portugueses. A alfazema é originária dos Pirinéus e regiões montanhosas do norte de Espanha, pelo que apresenta uma certa resistência à seca e às baixas temperaturas (algumas variedades resistem a -10ºC). É cultivada em todo o Mundo em jardins e serve de base à extracção industrial de uma essência importante em perfumaria, existindo dezenas de cultivares que se distribuiem por 3 grupos: anãs (que podem ter apenas 15 centímetros de altura), semi-anãs e gigantes (que podem atingir os 2 metros). A cor das flores, mais usualmente azul violeta, pode todavia variar bastante, desde o branco, o rosado, ao violeta escuro.

Alfazemas

ROSMANINHOS – Lavandula spp. (Família das Lamiáceas). Englobam-se num género de cerca de 40 espécies de plantas vivazes arbustivas e aromáticas, que inclui a alfazema. A designação rosmaninho é pouco feliz e confunde algumas pessoas, pois tem origem no nome latino do alecrim (género Rosmarinus), com o qual não se deve confundir. São plantas mediterrânicas com grande distribuição na Península Ibérica e frequentes de norte a sul de Portugal. Os botânicos distinguem três tipos de rosmaninhos: L. pedunculata subsp. pedunculata (por vezes designado por rosmaninho-maior) e L. stoechas subsp. luisieri e L. stoechas subsp. stoechas (estes dois por vezes designados por cabeçudas). Plantas com 30 centímetros a um metro de altura, os rosmaninhos vegetam em matos xerófitos de locais secos e solos pobres, ácidos ou ácidos a neutros, provenientes de areias, xistos e granitos, desde as dunas litorais às zonas interiores, lugares onde rareiam outras plantas perenes. Podem assim ser a planta dominante desses terrenos, estendendo-se por largas áreas que são designadas por rosmaninhais e que são de grande beleza quando em floração. É interessante notar a ligação destas plantas a nomes de algumas localidades portuguesas, como por exemplo o Rosmaninhal, na zona fronteiriça do distrito de Castelo-Branco, ou o Rosmaninho, no distrito de Santarém. Embora sendo os rosmaninhos plantas bastante vistosas não se encontram usualmente nos nossos jardins. Têm aí fraca longevidade, possivelmente porque sendo o seu habitat natural os solos ácidos, pobres e secos, terão fraca capacidade adaptativa às condições de riqueza e humidade do solo dos jardins bem cuidados. Todavia, há variedades melhoradas para jardim e os ingleses, que designam a L. pedunculata por “French lavender”, criaram mesmo variedades que foram premiadas em concursos de floricultura. 

Embora associados a solos de fraca aptidão agrícola, os rosmaninhos são das mais importantes plantas melíferas da flora portuguesa, podendo ser assim uma interesse fonte de rendimento através da produção de mel. Para além disso, têm uma ligação tradicional às aromáticas fogueiras que o povo acende nos festejos das noites dos Santos Populares, para dançar e saltar. Todavia, estas tradições estão a perder-se com o tempo. Como plantas aromáticas, os rosmaninhos produzem um óleo essencial utilizado em perfumaria. Na medicina popular as flores têm sido usadas no tratamento da asma e das bronquites. Têm ainda utilização como repelentes de insectos dos tecidos. 

- Cândido Pinto Ricardo, Professor Catedrático Jubilado, Instituto de Tecnologia Química e Biológica ITQB http://www.itqb.unl.pt/research/plant-sciences/plant-biochemistry

Lages, SC: Escola Itinerante participa de pesquisa sobre plantas medicinais

Foi montado um minilaboratório na comunidade, com uma caminhonete carregada com equipamentos tecnológicos e livros de métodos científicos, utilizados na execução das pesquisas

07/03/2016
Legenda: A Coxilha Rica foi escolhida por ter como foco a realidade da educação do campo (Foto: Nilton Wolff e divulgação do projeto)

Durante uma semana alunos da Escola Itinerante Maria Alice Wolff Souza, núcleo da localidade Fazenda do Baú, na Coxilha Rica, viveram experiências enriquecedoras. Pesquisadores vinculados ao Projeto Imagine, da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), em conjunto com instituições parceiras, desenvolveram o terceiro módulo na escola, com foco nos remédios a partir de plantas medicinais, intitulado “Remédios: como se sabe que faz bem?”.

O Imagine é um projeto de solidariedade internacional que visa à inclusão cientifica e o intercâmbio cultural entre os povos. Através dele, os pesquisadores levam conhecimentos elementares de ciência a comunidades de diferentes países, onde haja difícil acesso à educação formal e à informação científica.

Lages, mais especificamente a Coxilha Rica, foi escolhida entre os cinco países de abrangência do projeto por ter como foco a realidade da educação do campo. “Encerramos este ciclo muito motivados. Cumprimos nossa meta, que era desenvolver três módulos com temas diferentes em uma mesma escola”, afirma um dos mentores do projeto, André de Avila Ramos.

O Imagine já elaborou três módulos temáticos e cada um deles inicia sempre na Escola Itinerante de Lages, que, através da parceria com a universidade tem servido de teste a todas as atividades. Em 2013 foi realizado o primeiro, “DNA, Diversidade e Hereditariedade”. Em 2014 foi a vez do módulo “Energia”. E desta vez foi inaugurado o que trata de remédios, preparado por estudantes e professores da pós-graduação em farmacologia da Ufsc.Para a secretária de Educação, Marimilia Coelho, o projeto instiga a curiosidade e contribui de forma significativa para a aprendizagem dos alunos. “A relação entre teoria e prática oportuniza, além do conhecimento, a transformação do cidadão”, diz.

Conhecimento popular contribui com as pesquisas

Foi montado um minilaboratório na comunidade, com uma caminhonete carregada com equipamentos tecnológicos e livros de métodos científicos, utilizados na execução das pesquisas. Os estudantes envolveram-se totalmente no trabalho, transformando-se em verdadeiros cientistas por uma semana, realizando medições, discutindo e analisando resultados. “Foi uma troca de experiências muito rica, porque, apesar de estarmos estudando as plantas medicinais, não conhecemos toda a vegetação da região”, comenta André de Avila Ramos.

O intuito era que os próprios estudantes mostrassem algumas plantas que estivessem à sua volta, utilizadas como remédios. “Em 15 minutos eles encontraram quase 30 espécies diferentes. É conhecimento passado de geração para geração. Eles trouxeram esse saber de seus pais e avós e repassaram para os pesquisadores. Muitos medicamentos novos à base de plantas acabam vindo da cultura popular, através das comunidades tradicionais”, avalia.

Documentários e resultados disponíveis na internet

O projeto leva atividades científicas de qualidade, de forma prática, multidisciplinar e lúdica, a comunidades rurais e indígenas de diferentes países, com o objetivo de democratizaro conhecimento e despertar o gosto pela ciência entre jovens e professores que, sem esse projeto, teriam pouco ou nenhum acesso ao universo acadêmico. Além das ações em campo, os principais produtos do Projeto Imagine são um conjunto de ferramentas didáticas e uma série de documentários disponíveis pela internet de forma gratuita e em vários idiomas, para que qualquer pessoa possa acessar e usar livremente.

Além disso, informações e curiosidades científicas e culturais são frequentemente postadas nas páginas web, no endereço projetoimagine.ufsc.br e de Facebook.Entre os objetivos está, através do conhecimento, alargar horizontes e apresentar novas perspectivas de vida a jovens e adultos de comunidades remotas, contribuir para o despertar da curiosidade científica, para a preservação dos ambientes e culturas tradicionais.

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Uso indiscriminado de fitoterápicos pode causar danos à saúde

Apesar da origem vegetal, fitoterapia oferece riscos se automedicada
Brasília (DF) - A máxima popular que afirma ser bom para a saúde tudo o que é natural pode não ser totalmente verdade. O uso indiscriminado de medicamentos fitoterápicos pode ser nocivo à saúde, como qualquer outro produto, se usado incorretamente.

O termo “fitoterapia” deriva do grego therapeia, tratamento, e phyton, vegetal. Trata-se do estudo e aplicações de plantas medicinais na cura das doenças. Entretanto, a definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia.

Os medicamentos fitoterápicos (extratos, tinturas, pomadas e cápsulas) têm como matéria-prima as plantas como folhas, caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito farmacológico; contudo, são produtos industrializados. Já a fitoterapia é tida como uma ciência que engloba a farmacologia fitoterápica (industrial) e o uso popular das plantas (caseiro).

A fitoterapia dá a possibilidade de se utilizar uma única erva para tratar diferentes moléstias e tende a ser menos agressiva ao organismo. Outra vantagem é o fácil acesso do consumidor ao produto, seja por ser mais barato, seja pela grande disponibilidade de matéria-prima, seja pela própria cultura popular que dissemina seu uso ou seja pela falta de exigência de receita médica. E é aí que mora o perigo.

Segundo a chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Mônica Barros Costa, os riscos de problemas oriundos da automedicação com os fitoterápicos são menores do que com medicamentos alopáticos, aqueles considerados tradicionais. Entretanto, eles existem. “Na alopatia, o princípio ativo da medicação se dá em concentração mais alta do que na fitoterapia. Mas o risco existe nos dois casos”, alerta a médica.

Mônica Costa adverte ainda para os casos de consumo de substâncias em que não há comprovação científica de seus efeitos, sejam benéficos ou nocivos, ao corpo humano. “Se você [o médico] prescreve alguma coisa, tem que ser com embasamento cientifico, ver se foi pesquisado em nível mundial, ponderar risco e benefício, com garantia que o produto tenha passado por pesquisas e que seja eficiente”, pondera.

Em 1978, a Organização Mundial da Saúde reconheceu oficialmente o uso de fitoterápicos. Esses produtos industrializados devem ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde antes de serem comercializados.

Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh

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Conheça as Cartilhas Educativas do Programa Mesa Brasil

A Série de Cartilhas MESA BRASIL SESC - Segurança Alimentar e Nutricional para Banco de Alimentos e Colheita Urbana integra um conjunto de materiais educativos desenvolvido por SESC, SENAC e Programa Alimentos Seguros (PAS), em parceria. O objetivo das cartilhas é garantir a qualidade e o aproveitamento integral dos alimentos desde a doação, na empresa parceira, até o consumo final, na entidade beneficiada pelo Programa . 

Uberlândia, MG, ganha Centro de Referência das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

11/03/2016

Vivenciar histórias boas e inesquecíveis faz parte da rotina da coordenadora comunitária Maria Aparecida dos Santos Barbosa, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em uma delas, a profissional ajudou uma paciente a se curar de úlceras nas pernas usando dois “produtos”, ervas medicinais e muito carinho, além dos tratamentos da medicina convencional. Casos como este agora serão constantes em um endereço no centro da cidade, na rua Duque de Caxias, 63, onde a Prefeitura de Uberlândia inaugurou nesta sexta-feira (11) o Centro de Referência das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. A partir do dia 21 deste mês o espaço passará a oferecer terapias alternativas aos pacientes encaminhados por profissionais da rede municipal de saúde.

“Não consegui dormir esta noite, é muita felicidade ver este espaço inaugurado. Agora, fatos como o daquela paciente acontecerão com mais freqüência. Ela mal conseguia andar, mas hoje ganhou uma nova e melhor vida”, disse Maria Aparecida, com um enorme sorriso no rosto. O Centro de Referência complementará o atendimento aos pacientes da rede municipal e também significa mais possibilidades de emprego para profissionais. Serão oferecidos tratamentos utilizando musicoterapia, arteterapia, acupuntura, fitoterapia, reiki, antroposofia, meditação, auriculoterapia, massoterapia e danças populares.

Alguns dos serviços já são oferecidos nas unidades de saúde do Município, mas agora estarão todos reunidos em num só lugar, facilitando a utilização pelos pacientes. Haverá ainda o incremento de novos atendimentos. Desta forma, a Prefeitura de Uberlândia assume o compromisso de romper barreiras e unir vários segmentos da área da saúde em prol do bem-estar dos cidadãos. A expectativa da equipe da SMS é também produzir os próprios insumos fitoterápicos, como as plantas medicinais. “Em pouco tempo queremos mostrar à população as diferenças e os resultados positivos”, disse o secretário interino de Saúde, Cássio Alves.

Seminário

Para reforçar a importância, a abrangência e os resultados da medicina alternativa, a SMS também oferece nesta sexta-feira (11), às 18h30, O II Seminário de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) de Uberlândia. As atividades terão o formato de oficinas terapêuticas e palestras que vão acontecer no auditório do Centro Administrativo Municipal. No sábado e no domingo, dias 12 e 13, as ações serão no auditório do Bloco 3Q da UFU, Campus Santa Mônica, às 8h30.

As PICs agregam novos recursos terapêuticos aos métodos de medicina tradicional. Seguindo o modelo de humanização, contempla as áreas de homeopatia, plantas medicinais, medicina antroposófica e medicina tradicional chinesa como a meditação, acupuntura, massoterapia e reiki nas ações do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Uberlândia, desde 2013 as práticas trouxeram uma abordagem que utiliza métodos de prevenção natural. Profissionais multidisciplinares, por meio de uma abordagem holística aliada a novos recursos terapêuticos, mostram eficácia satisfatória no tratamento de várias doenças.

Esta segunda edição do encontro dos profissionais ligados ao tema surge da comprovação de que as PICs auxiliam no tratamento à saúde dos pacientes, principalmente com dores, inflamações e disfunções. Segundo o coordenador das PICs em Uberlândia, Abrahão Nunes, a principal característica das práticas é promover o equilíbrio do ser humano, por meio de uma abordagem integral, dinâmica e individualizada, com foco na saúde e não na doença. “Esta abordagem busca inovação de uma perspectiva que soma qualidade à alopatia, priorizando cuidar e humanizar mais o tratamento da população”, disse.

Segundo a médica Tânia Helena Álvares, a premissa desta abordagem é considerar o indivíduo como ponto chave no processo de tratamento e cura das enfermidades. A médica explica que estes recursos somam qualidade aliados ao trabalho da atenção primária à saúde. “As Pics são ferramentas que completam a medicina convencional. Com estes recursos terapêuticos podemos auxiliar a autonomia que cada indivíduo possui para contribuir com a sua cura”, disse.

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Farmácia Viva de Sobral (Ceará) produz mais de seis mil medicamentos fitoterápicos por ano

12.03.2016
A Secretaria de Saúde de Sobral, por meio da equipe do Projeto Farmácia Viva, distribui mensalmente mais de 500 medicamentos fitoterápicos, produzidos com plantas medicinais. Dentre eles estão “xarope de cumaru, utilizado como expectorante; sabonete antisséptico de alecrim e pimenta e creme anti reumático, usado por pacientes do Centro de Reabilitação portadores de reumatismo”, explicou Wilcare Nascimento, farmacêutica responsável pela Farmácia Viva de Sobral.

O Projeto, que também contribuí para a preservação do meio-ambiente, ajuda a manter viva a cultura de utilizar as plantas pra fins medicinais. Como resultado, a população sobralense tem disponível medicamentos fitoterápicos, sem efeitos colaterais e de fácil acesso.

(com informações Blog de Sobral)

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Moradores do Norte de Minas melhoram qualidade de vida com hortas agroecológicas

26.02.2016 

Projeto da Epamig instalou hortas comunitárias com sistema de captação de água da chuva; veja o passo a passo para montar uma horta agroecológica em casa
Jair Mendes

Alimentação dos moradores do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas melhorou com a implantação do projeto

Moradores do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas melhoraram sua alimentação com a implantação, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), de hortas comunitárias agroecológicas e com irrigação de água captada da chuva na região.

Os alimentos fresquinhos, colhidos na hora, fizeram a diferença, por exemplo, na comunidade de Posses, em Leme do Prado, no Vale do Jequitinhonha. Na horta comunitária, instalada na Associação Mãos de Fadas, são cultivadas hortaliças como alface, couve, couve-flor, jiló, quiabo, beterraba, cenoura, abobrinha, moranga e outros. Na época de chuva, são realizados os plantios de grandes culturas, como feijão, milho e mandioca.

Segundo a pesquisadora e chefe-geral da Epamig Norte, Polyanna Oliveira, o projeto, que conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), começou em 2014 nos municípios de Porteirinha, Janaúba e Verdelândia, no Norte, além de Leme do Prado. “Os moradores não tinham acesso à verduras de qualidade, pois estão longe dos centros comerciais, em locais de difícil acesso e com escassez de água. Tudo que vinha da Ceasa já chegava ruim. Assim, queríamos fazer a diferença nessas comunidades”, explica.

A ideia, porém, surgiu a partir de um projeto implantado anteriormente pela Epamig em 2009 dentro das próprias unidades em Montes Claros, Jaíba, Mocambinho, Nova Porteirinha e no Campo Experimental de Acauã, em Leme do Prado. Nas últimas duas, a horta comunitária foi mantida pelos funcionários, que repartem entre si tudo o que é produzido. “Este projeto anterior havia sido aprovado pelo CNPQ e teve duração de dois anos. Mesmo assim, os colaboradores resolveram manter a horta comunitária nestas duas unidades, pois a alimentação de suas famílias ficou muito melhor”, diz Polyanna.

Em 2014, surgiu a nova versão do projeto, desta vez voltado para as comunidades e com a implantação do sistema de captação de água da chuva. O técnico da Epamig no Campo Experimental de Acauã, Jair Mendes, acompanhou a implantação das hortas e conta que foram adotadas práticas agrícolas que garantem a qualidade do que é colhido, como a rotação de culturas e o controle de pragas e doenças sem uso de agrotóxicos. Além disso, a horta foi construída no formato circular, que permite maior aproveitamento da água e melhor dinâmica das plantas.

Para a irrigação é utilizada a água da chuva, que é captada do telhado por calhas de zinco e armazenada em um reservatório de ferro-cimento. “Em Posses, o reservatório de 52 mil litros transbordou no mês de janeiro, com a captação de 600 mm/mês de água. A média anual na região é 800mm/ano”, comemora o técnico.

Mudança de vida

A Associação Mãos de Fadas, na comunidade de Posses, divide a produção da horta entre as associadas e ainda comercializa o excedente. A verba obtida é utilizada para a compra de sementes e outros materiais. No período de seca, a prefeitura da cidade fornece água por meio de caminhão-pipa, e, em contrapartida, as associadas doam os produtos para as cantinas da escola municipal e da creche.

Vice-presidente da Associação, Eva Maria Castro afirma que a horta foi fundamental em sua vida. “Fiquei dois anos desempregada, mas mesmo assim sempre tive muita fartura em casa para os meus três filhos. A Associação também ficou mais unida. Quando vamos cuidar das plantinhas, é o momento que temos para jogar conversa fora, rir e fazer o que gostamos, pois aprendemos a amar isso aqui”, relata.

A pesquisadora e chefe-geral da Epamig Norte, Polyanna Oliveira, diz que o projeto resultou também na diminuição do consumo geral de água nas comunidades. “Muitas vezes, os moradores tinham uma pequena hortinha em casa, e faziam irrigação sem controle. Como juntou tudo na horta comunitária e ainda é captada água de chuva, o consumo reduziu”, conclui. 

Cultivo diferente

Uma das novidades do projeto de hortas agroecológicas é o cultivo de hortaliças e legumes em áreas circulares, que funciona como uma curva de nível. “A água tem mais tempo para infiltrar no solo e é mais bem aproveitada”, explica o técnico da Epamig Jair Mendes. Além disso, o sistema permite a criação de peixes ou frangos no centro da horta, o que, por sua vez, contribuem para sua manutenção.

No caso da criação de peixes, a água contribui para melhor fertilização das lavouras e possibilita às famílias a manutenção de uma fonte alimentar rica em proteínas. Já os produtores que optarem pela criação de frangos podem usar o esterco para a manutenção de canteiros, além de garantirem a produção de ovos e de carne para subsistência e comercializarem o excedente.

Outra possibilidade é instalar a chamada espiral de ervas no centro da horta, com espécies como hortelã, boldo, erva-cidreira, puejo, dipirona, entre outras plantas medicinais. Além de serem utilizadas para consumo próprio, elas acabam virando repelentes naturais contra insetos.

Serviço

Os moradores da região que tenham interesse podem procurar a Epamig para ajudar na implantação da horta, recebendo consultoria e capacitação dos técnicos. “Um terreno com 10x10m já possibilita a montagem de uma pequena horta circular”, diz Mendes.

A partir do projeto desenvolvido no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, a Epamig publicou a cartilha "Hortas no sistema agroecológico com captação de água de chuva", que tem os passos para construção da horta. O material está disponível neste link.
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São Lourenço do Sul, RS: Repelente a base de citronela elaborado através do Programa Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos auxilia no combate ao Aedes aegypti

São Lourenço do Sul continua livre do Aedes aegypti. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde não mede esforços para continuar combatendo o mosquito. Entre as ações desenvolvidas pela Prefeitura com este objetivo, destaca-se uma novidade: através do Programa Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, está sendo produzido um repelente a base de citronela. A medida foi anunciada pelo secretário municipal de Saúde, Arilson Cardoso, em reunião realizada na manhã de segunda-feira (14), com a coordenadora da Estratégia de Saúde da Família (ESF), Caren Cunha, Inês Klug e Angélica Bichler.

O repelente será aplicado em veículos que fazem o transporte de pacientes do município para outras cidades onde exista infestação do Aedes aegypti e a loção também será disponibilizada para os motoristas e pacientes. Oficinas nas escolas e Unidades Básicas de Saúde orientando sobre o uso e manejo da citronela, a confecção da loção e a distribuição do repelente vêm sendo realizadas.

O secretário municipal de Saúde, Arilson Cardoso afirma que o repelente também deve começar a ser distribuído para as gestantes. “Começaremos a distribuir a loção repelente para as gestantes atendidas pelo programa Primeira Infância Melhor – PIM e depois disponibilizaremos nas Unidades Básicas de Saúde para todas as gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde” – explica.

Cardoso afirma que a iniciativa integra uma série de ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde com o objetivo de manter São Lourenço do Sul livre do Aedes aegypti. “Os agentes comunitários de saúde e agentes de endemias já visitaram aproximadamente cinco mil domicílios. Não foi encontrada nenhuma larva do Aedes. Em todos os focos as larvas foram analisadas e são mosquitos comuns” – destaca.

Desde a segunda quinzena de fevereiro, cinco agentes de endemias do Setor de Vigilância Sanitária e Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, além de 35 agentes das equipes da Estratégia de Saúde da Família visitam as residências na zona urbana de São Lourenço do Sul. As visitas continuam e têm como objetivo orientar e inspecionar 100% das residências na zona urbana, apontando locais que possam ser foco do mosquito Aedes aegypti.

Caso o morador rotineiramente não esteja em casa e o domicílio se encontre fechado, a Secretaria Municipal de Saúde orienta a comunidade para que procure autorizar algum vizinho de confiança para poder acompanhar o agente em inspeção ou que entre em contato com o serviço de Vigilância Sanitária através do fone 3251-9558.

O monitoramento é constante, com uma equipe trabalhando diariamente no combate ao Aedes aegypti. O Setor de Vigilância Sanitária e Ambiental monitora semanalmente 64 armadilhas instaladas em diversos pontos do município. Também são mapeados 30 pontos considerados de risco para a entrada do mosquito no município, como ferro-velho, oficinas, revendas de veículos, cemitérios e postos de combustíveis. Além destas ações, o Setor de Vigilância Sanitária e Ambiental também está envolvendo a comunidade escolar com palestras de orientação sobre a prevenção ao Aedes aegypti.

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Estudo busca alternativa para controlar mosquito da dengue na flora do MS

Em 15 de março de 2016

Em laboratório, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) vem desenvolvendo estudo com objetivo de investigar substâncias bioativas em plantas do Cerrado e Pantanal de Mato Grosso do Sul, incluindo plantas medicinais que possam se tornar medicamentos ou agroquímicos contra o mosquito Aedes aegypti.

A partir da coleta e identificação de plantas, etapa que conta com a colaboração dos botânicos da UFMS, os doutores Arnildo Pott e Valli J. Pott, a pesquisa submeteu os extratos a ensaios de avaliação de atividades antileishmania, antifúngica e larvicida. Foram selecionadas mais de 60 espécies vegetais ocorrentes nos municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá e na Base de Estudos do Pantanal (UFMS). Desta seleção, 17 espécies foram escolhidas para participar da etapa de estudos químicos detalhados.
Para identificar se uma determinada planta possui substâncias com potencial atividade anticâncer, ou seja, propriedades antiproliferativas, mutagênicas ou antimutagênicas, propriedades larvicidas, neste caso, contra o vetor transmissor da dengue (Aedes aegypti), os testes de atividade biológica são decisivos. O que se espera observar, segundo a coordenadora do projeto, a pesquisadora da UFMS, Fernanda Rodrigues Garcez, é quais plantas apresentam atividades significativas em um ou mais dos testes realizados.

Após a identificação, os extratos foram submetidos às várias etapas de separação e purificação, guiadas pelos ensaios biológicos correspondentes, com o intuito de obter a caracterização da(s) substância(s) responsável(veis) pela atividade biológica apresentada pelo extrato.

No entanto, frisa a pesquisadora que “é importante ressaltar que o processo de busca de substâncias bioativas visando ao desenvolvimento de um novo medicamento engloba uma série de etapas, incluindo a participação de indústrias farmacêuticas. Tais etapas, onde apenas a primeira delas é a que estamos desenvolvendo através do presente projeto, podem levar pelo menos 10 anos para serem transpostas (desde a obtenção dos extratos vegetais até que o produto possa chegar como um medicamento às prateleiras das farmácias)”.

O grande mérito da pesquisa foi ter gerado conhecimento sobre substâncias da flora sul-mato-grossense com potencial utilização como agentes antitumorais, antileishmania e antifúngicos no combate ao mosquito. “A descoberta da composição química de espécies ocorrentes em Mato Grosso do Sul, aliado à avaliação de suas atividades biológicas, é um passo importante para se determinar as potencialidades econômicas imediatas ou a longo prazo. Foi demonstrado o potencial de várias espécies da flora como fonte de substâncias antineoplásicas (em função de suas atividades citotóxicas e genotóxicas) e com atividade antileishmania e de novos agentes de origem natural como uma alternativa ambientalmente segura e eficaz para o controle do vetor de transmissão da dengue”.

Assim, com relação à busca de substâncias com potencial atividade antitumoral, foram ou estão sendo ainda estudadas as espécies Galianthe thalictroides, Croton urucurana, Randia armata, Pogonopus tubulosus (Rubiaceae), Aniba heringeri, Mezilaurus crassiramea, Aiouea trinervis, Ocotea aciphylla (Lauraceae), Combretum lanceolatum, C. mellifluum [sin. C. discolor] (Combretaceae), Macrosiphonia petraea, M. velame, Aspidosperma verbascifolium (Apocynaceae).

No que diz respeito à busca de substâncias com atividade larvicida contra Aedes aegypti, foram estudadas as espécies Guarea kunthiana (Meliaceae) e Aiouea trinervis (Lauraceae).

Foi também feita uma triagem com extratos de 14 espécies medicinais para a seleção de plantas com atividade antileishmania, destacando-se a espécie Momordica charantia (Cucurbitaceae), cujas substâncias ativas presentes nas partes aéreas caracterizadas como cucurbitacinas se encontram em fase de purificação para serem posteriormente submetidas aos ensaios biológicos.

Os ensaios biológicos realizados no projeto incluem os de citotoxicidade in vitrofrente a linhagens de células tumorais para avaliação da atividade antiproliferativas, realizados sob a responsabilidade das Profas. Dras. Maria de Fátima C. Matos e Renata T. Perdomo, do Laboratório de Biologia Molecular e Culturas Celulares da UFMS. Já os ensaios de atividade antileishmania in vitro foram realizados sob a responsabilidade do Dr. Eduardo Caio Torres-Santos-FIOCRUZ-RJ.

O trabalho contou com a colaboração de outras duas instituições de pesquisa, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). De acordo com Fernanda, a mobilização conjunta trouxe diversos benefícios. Entre eles, a professora destaca que os alunos tiveram a oportunidade de acessar equipamentos não disponíveis em Mato Grosso do Sul, os quais tornaram mais rápidos as análises e permitiram localizar e identificar substâncias de interesse presentes nos extratos e frações das plantas estudadas.

Neste contexto, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) teve um papel essencial, relata Fernanda. “A Fundação viabilizou financeiramente a execução dos projetos de pesquisa, atuando na intermediação e obtenção de recursos dos órgãos de fomento federais e no direcionamento das atividades de pesquisa científica para setores de interesse regionais, além de contribuir na formação de recursos humanos para atuarem em diferentes segmentos da sociedade sul-mato-grossense”.

Além dos dados levantados, a pesquisa também contribuiu para viabilizar atividades interdisciplinares e envolvendo Química de Produtos Naturais e a área médica; bem como auxílio na capacitação de recursos humanos qualificados, em vista da participação de alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica no projeto, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado. O projeto faz parte do Pronem – edital voltado para Núcleos Emergentes de Mato Grosso do Sul, e tem apoio da FUNDECT.

Fonte: FUNDECT

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Sapiranga, RS: Agentes Comunitários de Saúde recebem capacitação sobre plantas medicinais

Curso no Cemeam em parceria das Secretarias de Saúde e Educação busca qualificar profissionais

Redator: Departamento de ComunicaçãoFonte: Prefeitura de Sapiranga15/03/2016

A semana em Sapiranga começou com Saúde e Educação para o grupo de dez agentes comunitários de Saúde da Prefeitura Municipal de Sapiranga, que participaram nas manhãs desta segunda e terça-feira do curso sobre Pantas Medicinais, no Centro Municipal de Estudos Ambientais (Cemeam), que teve aulas teóricas e práticas.

Segundo a instrutora do Cemeam, Cátia Beatriz Appolo, a primeira parte do curso na segunda-feira foi de teoria, tratando sobre cuidados para o uso terapêutico dos chás. “Os agentes tiveram aula em sala, onde vimos as formas corretas de coleta, secagem, armazenamento e preparo dos chás”, explicou a educadora.

Na terça-feira, o grupo teve aula ao ar livre, com coleta e o reconhecimento das plantas medicinais mais usadas pela população sapiranguense que podem ser encontradas nos canteiros do Cemeam.

Segundo a diretora do Centro Ambiental, Fabiana Haubert, o curso é uma capacitação voltada especialmente para os agentes comunitários, em parceria entre as Secretarias Municipais de Educação e Saúde, qualificando a ação dos profissionais quanto às plantas medicinais e suas propriedades na alimentação e complementação de tratamentos médicos.

Fotos: Cátia Apolllo/Cemeam

UFMS: Incubadora Tecnológica da UFMS discute proposta de criação de práticas agroecológicas

16 de Março de 2016
Técnicos da Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS, representantes do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Orlando Baez e Valter Loeschner, e a pesquisadora da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), Fernanda Savicki, se reuniram na última quinta-feira (10), na UFMS, para discutirem propostas de ações conjuntas, a serem implantadas nos municípios de Porto Murtinho, Caracol, Maracaju, Corguinho e Jaraguari, por meio da incubadora.

Com o objetivo de criar uma área experimental para a transferência de tecnologia à agricultura familiar em Mato Grosso do Sul, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS, irá trabalhar em parceria com o MAPA. A área escolhida para efetuar as ações consiste em 52 hectares e está localizada no município de Bandeirantes distante 70 km de Campo Grande. No espaço "Estação Experimental de Práticas Agroecológicas para a Agricultura familiar", serão implantados projetos-piloto que servirão como referência para agricultores familiares do estado.

Farmácia Viva

A primeira proposta apresentada para o local é a chamada Farmácia Viva. A ideia é atender os municípios e capacitar os produtores para a realização dessa prática, ensinando, por exemplo, a importância das propriedades medicinais e da fitoterapia.

De acordo da pesquisadora da Fiocruz, Fernanda Savicki, desde 2006 existe uma política nacional do Ministério da Saúde sobre plantas medicinais e fitoterápicos e um incentivo do Conselho Municipal de Saúde para que as prefeituras adquiram medicamentos manipulados em laboratórios públicos. Daí a relevância de uma proposta como a Farmácia Viva. "A ideia é que os agricultores familiares produzam dentro da lógica agroecológica, que seja ofertado pelo SUS para o município conseguir comprar isso localmente e para ser prescrito pelos médicos locais".

No entanto, não há produção apropriada de plantas medicinais no Brasil, como pontua a professora. "Tem muita produção, mas ou é muito artesanal ou não tem controle de qualidade decente, e precisamos de algo adequado". A perspectiva da professora é realizar o plantio comercial de algumas espécies, compreender como se maneja uma planta medicinal dando ênfase para as plantas nativas, distribuir mudas e, também, realizar dias de campo e estudos de fármacos contra o mosquito Aedes aegypti. Dentro desse padrão, o objetivo é utilizar apenas 1 hectare dos 54 disponíveis no assentamento Bandeirantes.

As propostas de agroecologia também estão relacionados com a importância de se pensar uma recuperação de solo utilizando "adubo verde" (tipo de adubação do solo feito com o plantio de leguminosas no meio da lavoura, para o solo absorver nitrogênio e outros nutrientes). Assim, a segunda proposta de projeto apresentada, visa a recomposição do solo bem como o sistema agroflorestal na recomposição de APPs (Áreas de Preservação Permanente).

A recomposição do solo com adubação verde e avaliação de metais pesados ficará a cargo de uma equipe de pesquisadores da UFMS.

Para que as propostas de agroecologia tomem forma, há a necessidade de um espaço físico. Durante a reunião, discutiu-se a aquisição de um alojamento, uma cozinha industrial para se trabalhar receitas típicas, além de um laboratório para classificação e uma câmara fria para armazenamento das sementes.

Parceria MAPA

O superintendente adjunto Orlando Baez e o biólogo Valter Loeschner, representantes do MAPA durante a reunião, reforçaram a importância desse trabalho conjunto, já que na área está em andamento o projeto "Estação Experimental de Adubos Verdes e Sementes Crioulas" desenvolvido sob a coordenação de Loeschner.

Em 2008, houve o início de um programa denominado "Bancos Comunitários de Sementes de Adubos Verdes", com o objetivo de fomentar as bases agroecológicas, para introduzir a produção orgânica no país, como explica o biólogo. Em 2009, sem recursos do ministério para licitar outra vez as sementes, os pesquisadores do MAPA conseguiram utilizar três hectares dessa área em Bandeirantes.

A Coordenadora da Incubadora de Cooperativas da UFMS, Mirian Aveiro, acredita que esse é o primeiro passo para a organização de um trabalho em rede na instituição, com fortalecimento das ações compartilhadas entre as mais diversas áreas que participam da equipe e de outros parceiros que somarão forças na missão em prol da agricultura familiar em MS.

O pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, Valdir de Souza, celebra a conquista dessa parceria, pois a extensão rural tem sido ferramenta de diálogo direto com a comunidade, com demandas contínuas e fundamentais para uma atuação solucionadora da instituição.

Fonte: Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS
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Mato Grosso do Sul: Agraer apoia agricultoras do assentamento Itamaraty em criação de viveiro de plantas medicinais


Campo Grande (MS) – Com o propósito fortalecer a agroecologia dentro da agricultura familiar e ainda promover o enriquecimento da biodiversidade nativa, o fortalecimento e a valorização do conhecimento popular, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) vem incentivando mulheres do assentamento Itamaraty, em Ponta Porã, na criação de um viveiro de plantas medicinais.

O projeto que já vem sendo desenhando desde o segundo semestre de 2015, conseguiu, em janeiro de 2016, a aprovação de um recurso para a construção do espaço físico, viveiro. De acordo com o coordenador da regional da Agraer de Ponta Porã, Antônio Carlos Peixoto, o dinheiro será viabilizado por uma entidade religiosa que apoia a causa. “Pelo interesse das agricultoras em produzir plantas medicinais, passou-se a fomentar estratégias que permitisse o início de um projeto sobre plantas medicinais. Em setembro, surgiu a oportunidade através da Irmã Olga Manosso de pleitear recurso junto ao fundo das Irmãs de São José de Chambéry, recurso destinado exclusivamente para trabalhos com grupos de mulheres que contemplassem tanto a geração de renda quanto práticas produtivas agroecológicas”, explica.

Antônio Carlos lembra que o trabalho é um desejo antigo, fruto de uma aliança entre a Agraer e grupos de mulheres do Assentamento Itamarati I e II. O projeto ainda conta com o apoio e a parceria do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), das Irmãs de São José e da Associação do Assentamento Itamarati Gerando Vidas (AAIGV). “Na elaboração do projeto contamos com o trabalho dos servidores da Agraer, Mariza Madalena Dahmer e Rogério Franchini, que redigiram o projeto dentro dos critérios exigidos visando à implantação de um viveiro agroecológico para produção de mudas de plantas medicinais”, conta.

E do que depender das ações e parcerias firmadas, Peixoto garante que os trabalhos só tendem a crescer este ano. No dia 29 de fevereiro, o grupo responsável pela criação do viveiro se reuniu, em Campo Grande, com o superintendente do Incra de Mato Grosso do Sul, Humberto de Melo, para discutir a possibilidades de uma adesão da entidade ao projeto.

“No encontro ficou definido pelo grupo de trabalho que e a Fiocruz e a Agraer apresentarão a proposta de viabilidade econômica de um projeto ao Programa Terra Sol visando o cultivo, o fomento e o processamento das plantas medicinais. O projeto deverá contemplar a ampliação do viveiro, a implantação das hortas vivas medicinais, o processamento e embalagem das plantas medicinais in natura”, detalha Carlos.

Novas parcerias

“A Fiocruz ,na pessoa da engenheira agrônoma Fernanda Savicki, é nossa parceira. Na busca para fortalecer a implantação do projeto e fomentar a estrutura necessária para o processamento das plantas medicinais, está se buscando outros apoios. Neste sentido, o Movimento de Mulheres Camponesas-MMC Estadual viabilizou uma agenda com a engenheira agrônoma da Fiocruz em Campo Grande que aderiu como colaboradora e sugeriu uma reunião com a Superintendência do Incra, por conta do acordo de cooperação firmado, em 2015, entre o próprio Incra e a Fiocruz”, detalha.

Esse acordo o qual Antônio Carlos se refere tem como princípio base estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e uso sustentável da biodiversidade para as mulheres assentadas da reforma agrária.

Participaram da reunião no Incra, os profissionais da Agraer de Ponta Porã, Antônio Carlos Peixoto, Mariza Madalena Dahmer e Rogério Franchini, a servidora da Fiocruz Fernanda Savicki, a representante das Irmãs São José, a religiosa Olga Manosso, servidores do Incra responsáveis pelo Programa Terra Sol, o superintendente Humberto Melo e a representante do Movimento da Mulheres Camponesas (Francisca).

Cultivando resultados

E se tudo der certo não vai demorar muito para o assentamento Itamaraty ganhar esse viveiro agroecológico, uma vez que o recurso oriundo da instituição religiosa já está disponibilizado e a busca de novas parcerias continua. “Este projeto foi contemplado em janeiro de 2016 e o recurso já está disponibilizado. O projeto inicialmente visa promover a saúde familiar a partir das plantas produzidas e a geração de renda através da comercialização de plantas medicinais”, informa o coordenador Peixoto.

Em seguida será a vez que avançar os trabalhos. A intenção é atender a normativas federais que possam dar acesso seguro a essas plantas pela rede pública de saúde. “Pretendemos estabelecer um diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde no sentido de desenvolver ações conjuntas que visem à inclusão das plantas medicinais autorizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamentos naturais e fitoterápicos na Atenção Primária da Saúde, no Assentamento Itamarati I e II, bem como na cidade de Ponta Porã, conforme preconiza a Política do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Brasil aprovada por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, estabelecendo diretrizes e linhas voltadas à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos no país e o desenvolvimento de tecnologias e inovações”, justifica Carlos Antônio Peixoto.

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Ubatuba: Câmara aprova hortas urbanas e projeto de consórcio cultural

Com a aprovação, na sessão desta terça feira, 15 de março, de projeto do Executivo criando o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf – poderá agora financiar também pessoas da área urbana de Ubatuba que cultivam seus quintais e espaços livres com hortas comunitárias, plantas medicinais ou mesmo frutíferas e piscicultura.

17.03.2016
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Radiações eletromagnéticas, parte III, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] Todos os organismos são sensíveis a energias eletromagnéticas. Sem energia nosso organismo não conseguiria sobreviver. Uma alteração ocasionada por uma radiação artificial pode produzir mudanças biológicas consideráveis em nossa saúde. Já há evidências, na Medicina, de que a exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência podem reduzir significantemente os níveis de melatonina no corpo.

Segundo RIBEIRO et. al. (2007) estudos da TNO (“Toegepast-Natuurwestenchappelijk Onderzoek” ou Organização pela Pesquisa Científica Aplicada) da Holanda, concluiu que, bastam apenas 45 minutos de exposição a uma radiação eletromagnética de 0,7 V/m (volt por metro) emitida por um aparelho celular, para se observar efeitos, inclusive graves, sobre a saúde.

O Eletromagnetismo trata da inter-relação entre campos elétricos e magnéticos variáveis no espaço e no tempo, bem como de sua propagação. As equações de Maxwell exprimem de forma concisa os fundamentos da teoria eletromagnética. As suas aplicações na geração, transporte e utilização de energia e de telecomunicações são imensas.

Os campos eletromagnéticos presentes em nosso dia a dia são relativamente baixos, porém se tivermos contato frequente com equipamentos como televisores, computadores, lavadoras, micro-ondas, dentre outros, nossa exposição torna-se bem maior. Os íons naturais do nosso organismo podem ser afetados por essas descargas elétricas provocadas por aparelhos domésticos.

Se assiste a uma proliferação de usinas de força, postes de eletricidade e antenas que vão invadindo a paisagem, formando estações geradoras de energia que atendem a uma demanda fenomenal por eletricidade no mundo.

Alguns acreditam que qualquer alteração na paisagem, como a intervenção nos rios, na terra, e também as construções, modificam o campo energético da Terra. Os radares e antenas parabólicas, as torres de transmissão de TV, rádio, telefones celulares se somam a uma verdadeira poluição eletromagnética.

Em casa, na escola e no trabalho há uma abundância de cabos, fios, aparelhos e acessórios que geram campos eletromagnéticos, e quer estejamos acordados ou dormindo, não temos, na área urbana, um lugar de refúgio.

RIBEIRO et. al. (2007) registram que no mundo inteiro, reputados cientistas, médicos, pesquisadores e epidemiologistas vêm estudando os possíveis efeitos dos campos eletromagnéticos extremamente baixos ou elevados. Estas pesquisas e experiências têm se tornado mais detalhadas, e as evidências sobre os possíveis efeitos nocivos só aumentam. Existe uma espécie de “liga-desliga” nos processos biológicos normais.

Os efeitos biológicos ocasionados pela radiação já vêm sendo estudados pela ciência há alguns anos. Está comprovado que a radiação ionizante, ou seja, aquela capaz de alterar o estado físico de um átomo, pode trazer consequências à saúde. Mas, sejam quais forem estas consequências, devemos minimizar o uso da energia, tomando medidas que evitem exposições desnecessárias a campos eletromagnéticos durante longos períodos.

Em 1864, o cientista James C. Maxwell comprovou, por meio de equações matemáticas, que um dado fluxo de cargas elétricas se movimentaria pelo espaço na forma de ondas de energias elétrica e magnética, com velocidade igual à da luz.

Então, concluiu-se que radiação é a propagação dessa energia eletromagnética através do meio físico ou do espaço, a partir de uma fonte emissora, denominada de “irradiador”.

Radiação vem do latim “radiatione”, que é o ato ou efeito de radiar. Em física é qualquer processo de emissão. Os efeitos da radiação enquanto propagação de energia, seja por intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética, podem ser deletérios para os organismos.

Referências:

BRASIL. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. (RT-mini-códigos). Lei 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente. p. 564 e566.

_______. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. Crimes Ambientais – Lei 9.605/1998. p. 371.

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Campos eletromagnéticos e saúde pública: Efeitos de EMF no meio ambiente. Folha de Informação. Fevereiro de 2005. Disponível em: . Acesso em: 27 de jun. 2007.

ABRANTES, Paulo César Coelho. Imagens de natureza, imagens de ciência. Campinas: Papirus, 1998. 247 p.

BRASIL. Constituição Federal, coletânea de legislação de direito ambiental. Org. Odete Medauar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

BRAGA, Benedito; HESPANHOL, Ivanildo; CONEJO, João G. L. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 287 p.

DÉOUX, Suzanne; DÉOUX, Pierre. Ecologia é a saúde. O impacto da deterioração do ambiente na saúde. Lisboa : Instituto Piaget, p. 329 – 378,1996.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª 31 revista tecnologia e sociedade ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, p. 527 -568 -1192. 1975.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 8.ed. ver., atual. E ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. 554 p.

LANFREDI, Geraldo Ferreira. Política ambiental: busca de efetividade de seus instrumentos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 300p.

LORRAIN, Paul; Dale Corson e François Lorrain. Campos e ondas eletromagnéticas. 3 ed. Fundação Calouste Gulbenkian, USA, p. 539 – 562, 1988.

MARCHESAN, Ana Maria Moreira. Implicações jurídicas das radiações eletromagnéticas emanadas das estações de rádio-base de telefonia celular. Revista de Direito Ambiental. Nº. 24. Coord. Antônio Herman V. Benjamin e Édis Milaré. Ano 6. Publicação Oficial do Instituto “O Direito por um Planeta Verde”. Ed. Revista dos Tribunais. p. 247-256,2001.

RIBEIRO, Edson Leite e PESSOA, Martha Bulcão OS EFEITOS DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA NA VIDA DO SER HUMANO : UMA ANÁLISE DO PARADIGMA AMBIENTAL Revista tecnologia e sociedade, v. 3, n. 5 (2007)

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 17/03/2016
"Radiações eletromagnéticas, parte III, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/03/2016, http://www.ecodebate.com.br/2016/03/17/radiacoes-eletromagneticas-parte-iii-artigo-de-roberto-naime/.