sábado, 2 de abril de 2016

Site amplia divulgação de pesquisas sobre frutas e hortaliças

Por Da Redação - agenusp@usp.br
Publicado em 23/março/2016

Da Assessoria de Imprensa Cepea
Site reúne preços de comercialização e análises de mercado diárias

Todos os preços de frutas e hortaliças do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, já estão disponíveis online. Diante do volume de dados e particularidades dos 13 setores que acompanha periodicamente, a equipe Hortifruti Cepea criou um site específico para disponibilizar o conteúdo de suas pesquisas. Em breve, todo o site do Cepea também estará remodelado.

Neste site estão reunidos preços de comercialização, análises de mercado diárias, vídeos quinzenais, todas as edições da revista impressa Hortifruti Brasil, pesquisas sobre marketing do setor e gestão de propriedades hortifrutícolas (custos de produção) e ainda as principais notícias sobre o setor (“Radar”).

Os interessados em séries de preços de frutas e hortaliças encontram um sistema de busca que acessa integralmente o banco de dados Hortifruti Cepea, podendo selecionar produto, região, período e frequência dos preços (se diário/semanal, mensal ou anual). Há informações sobre batata, cebola, tomate, cenoura, folhosas, banana, citros, maçã, mamão, manga, melancia, melão e uva em dezenas de regiões, em diferentes níveis de mercado (ao produtor, beneficiador, atacado, indústria). Para vários deles, as séries se iniciam em 2001. Todas as consultas podem ser rapidamente exportadas para o Excel.

Além de acessar o site e conferir as atualizações diárias, interessados podem também se cadastrar para receber avisos de destaques em seus emails. Está disponível ainda um número de whatsapp para conversas rápidas.

Todo o conteúdo é elaborado a partir de levantamentos primários feitos por pesquisadores e estagiários de diferentes cursos de graduação, com a coordenação direta da professora da Esalq Margarete Boteon. Ao longo de todo o dia, a equipe Hortifruiti Cepea conversa com compradores, vendedores, intermediários e outros profissionais de todo o país que se relacionam com os 13 setores acompanhados.

Essas pesquisas são realizadas há 15 anos e veiculadas principalmente pela revista Hortifruti Brasil, aberta no site do Cepea e também distribuída por correio (7 mil exemplares), sem custos, sobretudo a produtores rurais. Além disso, os dados e análises eram e continuam a ser divulgados também por newsletters, vídeos no youtube e até por mensagem para celular.

Em seu conjunto, essas pesquisas preenchem a séria lacuna que havia de falta de informações de mercado nas principais regiões produtoras de frutas e hortaliças. Cumprem, portanto, papel social, à medida que reduzem a assimetria de informação entre os agentes e auxilia na melhora da gestão dos negócios hortifrutícolas.A comunidade Hortifruti Cepea é formada por todos que se relacionam com esse grande setor.

Foto: Pedro Bolle / USP Imagens

Mais Informações: site www.hfbrasil.org.br

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Fitoterápicos e ervas medicinais podem substituir medicamentos sintéticos no tratamento de algumas doenças

31 de Março de 2016
Projeto Florir em Toledo ParanáChá de boldo para auxiliar a digestão, de camomila para acalmar o corpo e facilitar o sono. Estes são exemplos, que fazem parte da sabedoria popular, de plantas medicinais que podem ser usadas para mal-estares do cotidiano.

Mas além de destes pequenos sintomas, plantas medicinais e fitoterápicos, medicamentos que tem a planta medicinal como matéria-prima, podem ser de grande ajuda no tratamento de diversas doenças. Em Toledo, no Paraná, desde 2012, um projeto subsidiado pelo Ministério da Saúde busca incentivar o uso destas substâncias como substituto ou complemento aos medicamentos sintéticos. “Hoje já temos mais de 140 pacientes que fazem uso desta opção terapêutica no ambiente do Sistema único de Saúde (SUS). Percebemos que muitos dos pacientes que vêm as unidades de saúde não precisam receber uma carga de medicamentos pesados. Sabemos que a qualidade de vida deles pode melhorar com o uso de fitoterápicos e que ele não vai ter tantos efeitos colaterais”, explica Elenir Rudek, farmacêutica responsável pelo no município.

Os fitoterápicos são utilizados em diversos tratamentos, como hipertensão, diabetes, saúde mental e tratamento de feridas. “Um exemplo que temos usado no município é a passiflora no tratamento da ansiedade em adultos e crianças maiores de 12 anos. Temos visto um excelente resultado em pessoas nos primeiros estágios de depressão e nos adolescentes. A espinheira santa, para tratar gastrite, substituindo medicamentos que podem trazer consequências no futuro, também tem sido destaque”, completa Elenir. Para ter acesso a esse tipo de tratamento em Toledo, o paciente tem acesso, na rede pública de saúde, a uma consulta específica para a fitoterapia. Após a prescrição médica, os componentes são manipulados e entregues gratuitamente.

Desde 2012, o Ministério da Saúde tem apoiado projetos da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, por meio de editais. Para aumentar a oferta de plantas medicinais e fitoterápicos com segurança, eficácia e qualidade, o Ministério da Saúde selecionou em 2015, 12 projetos que receberam R$ 3,4 milhões para implementação na compra de insumos, materiais de consumo, contratação de pessoal e capacitação de profissionais. Nesta ação, está previsto ainda o repasse de recursos de investimento de R$ 594 mil que serão distribuídos entre os projetos selecionados e poderão ser utilizados na compra de mobiliário e equipamentos.

Noêmia Tavares, coordenadora da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde explica a importância de ampliar o acesso da população a este tipo de tratamento. “Esses medicamentos já possuem um amplo uso pela população e a política procura incentivar o uso racional deles. É muito importante ampliar os projetos que apoiem o desenvolvimento tendo em vista que o Ministério da Saúde possui uma politica de plantas medicinais e fitoterápicas instituída, que neste ano ela completa 10 anos de sua publicação, e um programa nacional para o assunto. É importante apoiar tanto financeiramente como através de capacitações de apoio técnico para execução das políticas em âmbito local”.

A cidade de Ajuricaba, no Rio Grande de Sul, acabou de receber a verba do edital e vai iniciar o projeto em 2016. “O projeto prevê dois eixos principais, que são a dispensação de medicamentos fitoterápicos no SUS e a capacitação, que prevê bolsas de pós-graduação em fitoterapia para médicos e a formação da sociedade, que deve acontecer em 12 encontros e formar 420 pessoas. Ainda disponibilizaremos algumas mudas de ervas medicinais para a população, entre elas, está a alcachofra, alecrim, calêndula, camomila, cavalinha entre outros”, explica Luis Fernando Nunes, farmacêutico e coordenador do programa.

POLÍTICA NACIONAL - Em 2006 foi publicada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e destinado recurso específico para apoio ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS. Desde 2012, são 78 projetos apoiados, totalizando investimento superior a R$ 30 milhões. Esses projetos visam fortalecer a cadeia produtiva nos municípios, estados e DF, especialmente a oferta de fitoterápicos aos usuários do SUS. Os 78 projetos, que já receberam recursos federais, encontram-se distribuídos por todas as regiões do país e foram estruturados a partir dos editais do Ministério da Saúde. Até o momento, são 31 iniciativas de arranjo produtivo local, 44 de assistência farmacêutica e 3 de desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da Rename por laboratórios oficiais públicos.

Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde
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Usos de biodiesel no Brasil e no Mundo


O Mapa acaba de lançar o estudo “Usos de Biodiesel no Brasil e no Mundo”. Você vai encontrar um rico conteúdo sobre consumo de combustível; emissões; partida a frio; potência e desempenho; durabilidade; desgaste de componentes e muito mais a respeito do biodiesel. Baixe agora:http://bit.ly/1O8ILTQ

Frutas de abril


Abril começou e vem trazendo muitas delícias! Esse é o mês do abacate, ameixa, banana-maçã, caqui, cidra, jaca, kiwi, maçã, mamão, pera, tangerina e uva. A melhor maneira de consumir os alimentos é aproveitando a época de cada um deles. 

Futuro da vida selvagem em nossas mãos - II

Você sabia que o comércio ilegal de vida silvestre, incluindo fauna, flora e seus produtos e subprodutos, é considerada uma das maiores atividades ilegais no mundo, juntamente com o tráfico de armas e de droga? No Brasil, 4 milhões de animais são vendidos por ano, o que movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões. 

E você? Pode fazer algo em relação a isso? Claro que sim!! 

A primeira delas é: NÃO COMPRE ANIMAIS DE FORMA ILEGAL. Um animal selvagem criado como doméstico sofre com a solidão. Denuncie os crimes ambientais. Linha Verde do IBAMA: 0800-618080

É sempre muito bom viajar, conhecer novos lugares, ter contato com a natureza e interagir com ela. Mas você já parou para pensar que algumas ações humanas em ambientes naturais podem gerar impactos irreversíveis para a fauna e flora desses locais? Confira algumas dicas para que seu passeio seja bom para você e para a natureza que o cerca: 

Resista à tentação de levar lembranças para casa. Deixe conchas, pedras, flores, etc. onde as encontrou. 

Aprecie a beleza no local, sem agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outras pessoas. Leve somente memórias e fotografias!

Observe os animais a distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo de pequenos animais.

As maiores ameaças à vida selvagem são a perda de habitat, agricultura, desenvolvimento, caça ilegal e tráfico. Espécies emblemáticas como elefantes, rinocerontes, tubarões, tigres e espécies de árvores preciosas estão entre as mais ameaçadas pela caça e tráfico em todo o mundo. 

O Brasil, por exemplo, ocupa o 2º lugar no ranking mundial em espécies de aves ameaçadas. Levando em consideração apenas o tráfico de animais silvestres, é estimado que cerca de 38 milhões de exemplares sejam retirados anualmente da natureza no país. Você sabia que as espécies mais visadas no tráfico de animais são papagaios e periquitos, passarinhos, rãs venenosas e coloridas, primatas e borboletas?

Futuro da vida selvagem em nossas mãos - I


Você sabia que a principal causa de morte de animais selvagens no Brasil é o atropelamento em rodovias? São 475 milhões de atropelamentos por ano no país, o equivalente a 15 mortes por segundo, de acordo com o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas. 

Confira algumas dicas para evitar esse tipo de acidente: 

⭕ Respeite os limites de velocidade e as placas de sinalização nas vias. 

Redobre a atenção ao trafegar nos horários de crepúsculo, quando os animais são mais ativos. 

Diminua a velocidade ao trafegar próximo a áreas de parques nacionais 

Se encontrar um animal atropelado ainda vivo, ligue para o telefone de emergência da concessionária da via ou para o 190

Gente que consome apenas o necessário


Você realmente precisa comprar algo novo? Levar todas as peças da última coleção? Passar 30 minutos no banho? Deixar a TV ligada só porque está em casa? A consciência ambiental é o primeiro passo para um mundo mais sustentável. Deixa pra lá esse tal consumismo e vem ser sustentável com o meio ambiente.

Experiências e Aprendizados no Desenvolvimento de Capacidades para Gestão Ambiental na Amazônia


A publicação "Experiências e Aprendizados no Desenvolvimento de Capacidades para Gestão Ambiental na Amazônia" já está disponível para download no #SiteDoMMA. O livro é uma sistematização do Projeto de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha (2011-2014) e apresenta, ainda, os desafios futuros para políticas públicas direcionadas à promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Baixe a publicação aqui: http://goo.gl/IE4QcU

Aplicativo para localizar feira orgânica


Vamos encontrar a mais próxima de você? É muito simples: baixe no seu celular o aplicativo Mapa de Feiras Orgânicas. Ele vai te ajudar, com uma busca rápida e fácil, a achar a feira mais próxima de você ou de qualquer região do país, além de oferecer receitas sustentáveis para quem quiser se arriscar. Gostou? Saiba mais ➡http://goo.gl/noggyp

Fique atento aos "suplementos alimentares"


Nos anos de 2013 e 2014, foram analisados 23 suplementos proteicos, sendo que 20 apresentaram irregularidades de composição. Fique atento e saiba mais: http://bit.ly/1S9Yjuh

Dicas para evitar gripes


Para evitar pegar doenças respiratórias como a gripe ou resfriado, é bom sempre manter alguns hábitos de higiene. Confira! http://www.blog.saude.gov.br/kpswyd

Desejo de comer coisas estranhas na gravidez


São muitos os mitos que envolvem o período da gravidez e o puerpério. Confira a matéria especial no #BlogDaSaúde e desevende alguns deles. http://www.blog.saude.gov.br/cgvzy5


Colesterol em jovens


Adolescentes brasileiros têm taxas ruins de colesterol. Pesquisa com 38 mil jovens diz que 47% tem nível baixo de colesterol bom. Índices revelam obesidade e falta de exercício, o que pode provocar infarto e AVC precoces.

Dormir de bruços machuca o bebê?


Com ajuda da Coordenação Geral de Saúde das Mulheres, o Blog da Saúde explicar melhor alguns mitos que cercam a chegada do bebê. Confira: http://www.blog.saude.gov.br/cgvzy5#SaúdeDaMulher

Aplicativo - Guardiões da Saúde - Ministério da Saúde


O #GuardiõesDaSaúde é um aplicativo gratuito de vigilância participativa. Isso significa que a população – visitantes ou residentes no Brasil - pode ajudar no monitoramento da saúde pública, informando a sua condição de saúde. O app está disponível na Apple Store (iOS), Play Store (Android) e na versão web, no link http://guardioesdasaude.org/

A cor da amora - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

A amora comum, de frutos vermelho-escuro, quase negros, era dedicada a Minerva pelos antigos. Era muito apreciada nas festas dos romanos: seu uso é mencionado por Horácio, Ovídio e Virgílio. Plinio, o Velho, dizia que ela também era muito apreciada em Chipre e no Egito e há representações de amoreira nas ruínas de Pompéia. Está ligada á mitologia que alia a cor dos frutos ao sangue de Píramo e Tisbe. Diz a mitologia que os jovens Píramo e Tisbe estavam perdidamente apaixonados, mas as famílias eram inimigas e não permitiam o namoro e o casamento deles. Os dois moravam em casas contíguas, na Babilônia e, através de uma rachadura na parede, conversavam e trocavam juras de amor. Um dia, decidiram fugir, marcando um encontro fora da cidade da Babilônia, embaixo de uma amoreira, junto ao túmulo de Nino, o fundador da idolatria. A amoreira era uma grande árvore que produzia frutos brancos. Tisbe chegou primeiro e viu ali perto uma leoa com a boca ainda ensanguentada da caça recente que acabara de comer. Apavorada, em fuga, deixou cair seu véu que, dilacerado pela leoa, ficou sujo de sangue. Quando Píramo chegou, viu o véu de Tisbe em frangalhos e ensanguentado. Desesperado, pensando que ela estava morta, ele trespassou o peito com a espada. Seu sangue jorrou e atingiu a amoreira. Quando Tisbe voltou, vendo Píramo morto, também se matou com a espada dele. Os frutos esbranquiçados da amoreira atingidos pelo sangue de Píramo ficaram vermelhos para sempre.Shakespeare, em sua obra “Sonho de uma noite de verão” encena de forma caricata esta história.

Fonte: Frutas: Sabor à primeira dentada

Gil Felippe

Hissopo, uma planta da purificação - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Hissopo é uma planta conhecida milenarmente como purificadora. Os locais onde eram realizados os cultos de sacrifícios para obtenção do perdão dos pecados e a gratidão a Deus eram limpos com uma mistura de sangue de cordeiro e hissopo (Hyssopus officinalis L.). Essa orientação está descrita na bíblia nos livros de Números 19: 18-19 (“E um homem limpo tomará hissopo...”), no Salmo 51:9 (“Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo!”) e em outras citações. Há também associação do uso dessa planta em epidemias ao longo da história, como lepra, piolhos, entre outras.

Essa planta nativa do mediterrâneo pertence a Lamiaceae, família com espécies ricas em óleos essenciais. No aspecto fitoquímico, o Hissopo possui entre 0,3 e 0,8% de óleo essencial, que possivelmente está entre os metabólitos que possam atuar como antisséptico. Esse óleo e seus componentes foram avaliados quanto à ação bactericida e fungicida. Esses se mostraram eficientes contra grande parte de micro-organismos patogênicos, inclusive alguns resistentes a antifúngicos sintéticos, como o fluconazol.

Dessa forma, o uso tradicional milenar na purificação (limpeza) de ambientes tem respaldo científico baseado na ação do óleo essencial de Hissopo.

Mazzanti et al. Antimicrobial properties of the linalol-rich essential oil of Hyssopus officinalis L. var decumbens (Lamiaceae). Flavour Frag. J. 13: 289-294.1998.

Hristova et al. Chemical composition and antifungal activity of essential oil of Hyssopus officinalis L. from Bulgaria against clinical isolates of Candida species. Biotechnol. Biotechnol. Equip. 29: 592-601.2015.

Alerta - Pelargonium sidoides - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Medicamentos obtidos com extratos etanólicos da planta Pelargonium sidoides são largamente utilizados no Brasil e no mundo para o tratamento de infecções do trato respiratório, tais como bronquite, sinusite, angina tonsilar e rinofaringite. O mecanismo de ação está relacionado à atividade antimicrobiana e imunomoduladora, propriedades ligadas aos taninos e cumarinas presentes na planta. Pelargonium é uma planta originária da África do Sul, e o desenvolvimento de medicamentos contendo a mesma foi baseado na tradição popular, seguida de uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, os quais demonstraram a segurança do uso bem como efeitos positivos comparados ao placebo. Os eventos adversos relatados foram quase sempre tidos como leves a moderados, sendo observadas, em alguns casos, reações alérgicas graves. Uma contraindicação de uso de produtos a base de Pelargonium se relaciona aos casos de risco aumentado de sangramentos e no uso concomitante de anticoagulantes, devido ao conteúdo de cumarinas na planta. Essas informações estão presentes nas bulas do medicamento. Um problema não detectado nos estudos clínicos foi relatado em 2012 na Alemanha. Foram recebidos 30 relatos espontâneos de eventos adversos hepáticos, incluindo 11 casos de hepatite, 8 de icterícia e 3 de dano hepático. Em 19 dos 30 casos relatados as pessoas usavam também outros medicamentos. Em parte destes casos, considerou-se uma possível relação entre o dano hepático e o uso do Pelargonium. Em função disto, foi inserida a informação nas bulas e nas monografias da Comunidade Europeia, sobre a hepatotoxicidade, de frequência ainda não conhecida. Não foram recebidos ainda relatos de danos hepáticos com uso de Pelargonium no Brasil, porém, considerando a precaução com uso do produto na população brasileira, a informação tem sido inserida também nas bulas dos medicamentos comercializados no país.

HMPC Monograph, disponível em: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Herbal_Community_herbal_monograph/2013/02/WC500138439.pdf. Acesso: 03/12/15

Assessment report: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Herbal_HMPC_assessment_report/2011/06/WC500107717.pdf. Acesso: 03/12/15

Potencial de interação entre Hydrastis canadensis L. e medicamentos convencionais alopáticos - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

O Departamento Federal de Saúde do Canadá (Health Canada) iniciou uma revisão de segurança para avaliar informações sobre o risco de interações entre produtos contendo Hydrastis canadensis (popularmente conhecida como goldenseal no Canadá e “hidraste” no Brasil) e medicamentos alopáticos.

Produtos de ingestão oral contendo Hydrastis canadensis são utilizados tradicionalmente na fitoterapia para o tratamento ou alívio de sintomas em uma variedade de problemas digestivos, tais como: indigestão ou azia; condições infecciosas ou inflamatórias do trato digestivo, como gastrite; ou para aumentar o apetite.

As evidências disponíveis atualmente sugerem que o uso oral de Hydrastis canadensis pode contribuir para interações planta-medicamento, porém os dados são limitados e casos de tais interações não são conhecidos. Alguns estudos demonstraram que essa planta pode diminuir a atividade de certas enzimas do citocromo P450 no fígado. Essas enzimas são responsáveis por processar e eliminar diversas substâncias ingeridas oralmente, incluindo medicamentos. Em alguns casos, essas enzimas convertem medicamentos da sua forma inativa à sua forma ativa no corpo. Diminuindo a atividade dessas enzimas, certos medicamentos podem permanecer no corpo mais tempo do que o normal, atingindo potencialmente níveis tóxicos. Diversos outros fatores podem afetar o potencial de interação planta-medicamento, incluindo genética, idade e estado de saúde, bem como o tipo, a dose e a composição dos produtos utilizados concomitantemente.

O Departamento de Saúde do Canadá está monitorando atualmente informações sobre as reações adversas relacionadas ao uso de produtos contendo Hydrastis canadensis, e encoraja a notificação de tais reações.

Referências:

Goldenseal. Potential herb-drug interaction. Summary Safety Review, Health Canada, 30/04/2015. (http://www.hc-sc.gc.ca/dhp-mps/medeff/reviews-examens/hydrastis-eng.php).

Goldenseal (Hydrastis canadensis). Potential herb-drug interaction. WHO Pharmaceuticals Newsletter, nº 3, p. 19-20, 2015.

(http://www.who.int/medicines/publications/PharmaNewsletter3_15/en)

Efeitos antinociceptivos de Aleurites . moluccanus - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Este trabalho avaliou os constituintes obtidos da fração clorometano desta espécie, bem como as propriedades anti-inflamatórias e antinociceptiva de amirenona, um triterpeno isolado desta planta. Para tanto, foram utilizados os modelos de edema de pata e a pleurisia induzidos pela carragenina e a artrite provocada pelo adjuvante completo de freund (CFA). Amirenona reduziu a hipersensibilidade mecânica e o edema de pata, interferindo com a migração de neutrófilos. Resultados similares foram observados no caso da pleurisia. A administração repetida destes compostos também reduziu a sensibilização mecânica e o edema desenvolvidos no modelo de artrite induzida pela CFA. Os autores concluem que a amirenona pode sereficaz tanto na inflamação aguda como crônica, sugerindo que este composto poderia representar uma nova ferramenta terapêutica no alivio da dor que acompanha os processos inflamatórios.

Quintão et al. Contribution of α, β-Amyrenone to the Anti-Inflammatory and Antihypersensitivity Effects of Aleurites moluccana (L.) Willd. Biomed Res Int. 636839, 2014.

Outros estudos:

Cesca et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and wound healing features in animal models treated with a semisolid herbal medicine based on Aleurites moluccana L. Willd. Euforbiaceae standardized leaf extract: semisolid herbal. J Ethnopharmacol. 143: 355-62. 2012.

Quintão et al. Aleurites moluccana and its main active ingredient, the flavonoid 2″-O-rhamnosylswertisin, have promising antinociceptive effects in experimental models of hypersensitivity in mice. Pharmacol Biochem Behav. 102: 302-11. 2012.

Atividade anti-inflamatória de Aleurites moluccanus - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Este trabalho avaliou os mecanismos envolvidos no efeito anti-inflamatório tópico de um extrato padronizado contendo 10mg/g de A. moluccanus, utilizando como modelo experimental o edema de orelha induzido por óleo de cróton em camundongos. O tratamento inibiu de forma significativa o edema, além de reduzir a migração leucocitária, o Fator de Necrose Tumoral (TNF), a interleucina 1-β e a quimiocinas derivadas de queratinócitos quimioatrativos (CXCL1/KC). Este trabalho mostrou pela primeira vez os mecanismos envolvidos na ação anti-inflamatória desta planta, abrindo um caminho para futuros estudos clínicos que comprovem a segurança e eficácia deste produto.

Mendes Hoepers et al. Topical anti-inflammatory activity of semisolid containing standardized Aleurites moluccana L. Willd (Euphorbiaceae) leaves extract. J Ethnopharmacol. 173: 251-5, 2015.

Planta em Foco - Aleurites moluccanus (L.) Willd. - Euphorbiaceae - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Aleurites moluccanus é uma árvore ornamental natural da Indo-Malásia, encontrada nas regiões sudeste e sul do Brasil.

Possui cerca de 20 m de altura.

Suas folhas são simples e 3-5-lobuladas, longopecioladas, com até 20 cm de comprimento, quando novas tem revestimento estrelado-tomentoso, que conferem tonalidade prateada a ferrugínea à face inferior; flores monoicas, brancas, pequenas e numerosas; pétalas com 7-9 mm de comprimento; os frutos possuem 5-6 cm de diâmetro e de 1 a 2 sementes.
Sinonímia popular: nogueira-da-índia e nogueira-dolitoral.

Usos populares: as folhas e as cascas do caule são utilizadas no tratamento de diversas patologias, tais como, febre, inflamações, asma, conjuntivite, hepatite, dores de cabeça, úlceras, gonorréia, além da ação antitumoral, laxativa, sudorífera e anti-reumática. Embora as sementes contenham substâncias tóxicas, consta o seu uso popular como vermífugo, emético e purgativo; seu óleo é aplicado externamente nos casos de reumatismo e na fabricação de vernizes, tintas, sabão e lubrificantes.

Fitoquímica: A variação na composição química das folhas e das cascas de caule da nogueira-da-Índia tem sido relacionada a fatores edáficos e climáticos; por exemplo, em espécie cultivada no Brasil não foram detectados alguns triterpenos (moretenona, moretenol) e a cumarina (molucanina). De modo geral, as folhas e cascas de caule contém o diterpeno (sonderianol), os triterpenoides (ácido acetil aleuritólico, α,β- amirina, α,β-amirinona), flavonoides C-glicosideos (2”-Oramnosilswertisina, swertisina) e taninos. As sementes contem ácidos graxos (ácido oléico, linoléico, linolênico, palmítico, esteárico), saponinas e derivados de forbol, entre outros.

Farmacologia: Estudos in vitro e in vivo mostram que o ácido acetil aleuritórico, tem atividade anti-inflamatória, analgésica e antibacteriana. A atividade antitumoral foi atribuída ao sonderianol e os triterpenoides (α,β-amirina e α,β-amirinona) contribuem nos efeitos analgésico e antiinflamatório.

Estudos com o extrato de acetonitrila/diclorometano das cascas de caule evidenciaram atividade anti-HIV. O extrato metanólico obtido de suas folhas revelou atividade hipocolesterolêmica e efeito antibacteriano contra Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. O extrato padronizado de suas folhas (3% m/m de 2”-Oramnosilswertisina) tem efeito anti-hipernociceptivo. Não há dados que comprovem a eficácia terapêutica e a segurança de uso em humanos. Substâncias tóxicas como derivados de forbol, saponina e toxialbumina tem sido descritos na planta, e os sintomas de intoxicação são náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia, seguidos de sede e letargia. Em casos com maior gravidade, desidratação, midríase, cianose e hipertermia. 

Referências:

Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª edição. Nova Odessa, Brasil: Instituto Plantarum, 2008.

Quintão et al. Aleurites moluccana and its main active ingredient, the flavonoid 2-O-rhamnosylswertisin, have promising antinociceptive effects in experimental models of hypersensitivity in mice. Pharmacol. Biochem. Behav. 102, 302–311, 2012.

Satyanarayana et al. A new phorbol diester from Aleurites moluccana. Fitoterapia. 72(3):304-6, 2001. 

Editorial: FITOTERAPIA NO SUS - PLANFAVI Nº 36 outubro/ dezembro 2015

Desde a implantação, pelo Governo Federal, da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, em 2006, várias medidas foram tomadas com a finalidade de incentivar o desenvolvimento da Fitoterapia como uma opção terapêutica para a população brasileira. Entre estas medidas, podemos destacar a criação do Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, em 2009, formado por representantes de diversos ministérios e integrantes da sociedade civil. Este Comitê tem como objetivos: definir critérios, parâmetros, indicadores e metodologia voltados à avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF); criar instrumentos adequados à mensuração de resultados para as diversas vertentes da PNPMF; e avaliar a ampliação das opções terapêuticas aos usuários e a garantia de acesso à plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS, entre outros objetivos.

Embora nem todas as medidas tenham sido fruto de um consenso, gerando muitas vezes acaloradas discussões entre os integrantes desse comitê, como por exemplo, a composição da lista de 71 plantas de interesse do SUS, alguns avanços são inegáveis. Entre estes avanços, podemos destacar a disponibilização, na rede pública, de alguns fitoterápicos, como a Maytenus ilicifolia (espinheira santa), a Valeriana officinalis (valeriana) e a Harpagophytum procumbens (garra-do-diabo). Contudo, pesquisas recentes realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Paulo revelaram que, apesar disto, a distribuição e a dispensação destes medicamentos se encontram muito abaixo do que estava inicialmente previsto. E é exatamente neste ponto que se localiza um dos gargalos para a ampliação do acesso destes medicamentos para a população, pois a distribuição é irregular, muito pouco divulgada e sem uma prévia capacitação dos profissionais de saúde envolvidos neste processo. Adicione-se a este quadro uma grande resistência da classe médica em prescrever estes produtos. Isto acontece porque uma parcela significativa destes profissionais parte da visão equivocada de que os produtos à base de plantas não têm efeito ou são desprovidos de estudos que atestem a sua eficácia, segurança e qualidade, visão esta decorrente de uma formação médica tradicional que não contempla a fitoterapia como uma disciplina integrante do currículo médico. Some-se a isto o grande poder econômico e de penetração da indústria farmacêutica junto a estes profissionais, contribuindo para a manutenção deste quadro.

O avanço da fitoterapia, baseado em estudos pré-clínicos e clínicos que atestem a eficácia, segurança e qualidade, uma política pública mais incisiva, o diagnóstico preciso e a consequente solução dos problemas de distribuição e divulgação dos produtos fitoterápicos, bem como programas de capacitação dos profissionais de saúde, poderiam contribuir para reverter esta situação e permitir o acesso e uso de forma segura destes medicamentos pela população brasileira, trazendo como consequência uma melhoria da qualidade de vida da população.

Ricardo Tabach