Alimentos são aliados na luta contra a pressão alta, por Isabela C. Pimentel Mota, Nágila Damasceno e Marcia Gowdak

[EcoDebate] A hipertensão arterial afeta cerca de 40% da população mundial adulta e 30% da brasileira, sendo o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Doença silenciosa do aparelho circulatório, associada a alterações nos pequenos e grandes vasos sanguíneos, aumenta o risco de perda do funcionamento dos rins, alteração da visão, incidência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame).

Maus hábitos alimentares, fumo, excesso de peso, uso de bebidas alcoólicas, descontrole emocional e o sedentarismo são problemas que estimulam o aparecimento da hipertensão. Essas causas podem ser combatidas pela população. Prevenir a hipertensão é tarefa que deve ser iniciada na infância, ao se cultivar bons hábitos de vida. Melhorar as rotinas, com uma nova proposta de vida mais saudável, também ajuda a controlar a pressão alta. Reduzir o consumo de sódio, já presente naturalmente em diversos alimentos, é a primeira medida alimentar a ser adotada.

A recomendação é a de que a população consuma diariamente cinco gramas de sal, o que corresponde a três gramas do sal de adição e duas de sal dos próprios alimentos. Geralmente, os alimentos que são acrescidos de sal (cloreto de sódio, também chamado de sal de cozinha) contêm maiores quantidades de sódio.

Ler com atenção o rótulo das embalagens é uma boa maneira de controlar o consumo dos produtos com maior teor de sódio. É importante fazer uma comparação entre diferentes marcas e escolher a de menor quantidade de sódio.

Outra dica é evitar os produtos que contenham 20% ou mais de sódio do valor diário recomendado (%VD) em uma porção de alimento. Assim, uma orientação bastante útil no dia a dia é escolher alimentos mais naturais, ou que seja, menos industrializados, pois, muitas vezes, elevadas quantidades de sódio podem estar presentes na preparação, sem que o consumidor perceba.

Nos últimos anos, além do sódio, outros nutrientes e substâncias naturalmente presentes nos alimentos têm sido estudados como auxiliares no tratamento. Importante ressaltar que, além da inclusão desses alimentos, o acompanhamento médico será necessário para a prescrição medicamentosa e ajuste das doses prescritas e, em conjunto, o acompanhamento nutricional, para desenvolvimento do plano alimentar individual do paciente, conforme a evolução da doença.

Listamos abaixo alguns alimentos que podem prevenir e contribuir para o controle da hipertensão arterial:

Beterraba: conhecida pelo seu paladar adocicado, a beterraba é fonte de carboidratos e também de nitratos. Vários estudos têm mostrado que o consumo diário de suco de beterraba rico em nitratos contribui para a pressão arterial.

Peixes fonte de Ômega 3: esta gordura encontrada nos peixes aumenta a síntese de substâncias vasodilatadoras, tais como o óxido nítrico e alguns eicosanoides, além de inibir a ação de receptores responsáveis pelo aumento da pressão (ação similar a alguns medicamentos anti-hipertensivos). Estudos mostram benefício com a suplementação diária deste óleo em doses mínimas de 1 grama. Esta quantidade pode ser alcançada com o consumo semanal de 300 gramas de peixe ricos em ômega-3 (sardinha, salmão, atum).

Laticínios magros: apresentam reduzido teor de gorduras saturadas e são fontes de proteínas, além de nutrientes como o cálcio e potássio. Cada porção de iogurte adicionada à dieta foi associada com redução de 6% do risco de hipertensão arterial. Um dos padrões alimentares mais estudados para o controle da hipertensão é o padrão DASH, o qual é caracterizado por maiores teores de cálcio.

Morangos: fonte de fitoquímicos (ácido elágico, antocianinas, quercetina e catequina) e vitaminas (vitamina C e ácido fólico); o consumo de morango tem apresentado relação inversa com a incidência de hipertensão. Entre outros potenciais mecanismos de ação está a ativação da enzima endotelial óxido nítrico sintetase, responsável pelo aumento da vasodilatação arterial.

Frutas secas: damasco, uva passa, ameixa preta são frutas com elevado teor de potássio, mineral que atua de modo positivo no controle da hipertensão arterial. Os estudos mostram que o potássio pode afetar as funções endoteliais e da musculatura vascular lisa, alterando favoravelmente pressão arterial.

Castanha do Brasil: Antigamente chamada de castanha do Pará, a castanha do Brasil é uma oleaginosa fonte de antioxidantes importantes como o selênio e também é fonte de magnésio. O magnésio em associação com o cálcio melhora o controle pressórico e pode também melhorar a resistência periférica à insulina. Assim como a castanha do Brasil, outros frutos secos como pistache, amendoim, macadâmia, nozes e amêndoas também são fontes importantes de ácido linoleico e linolênico, que têm mostrado associação negativa com a pressão arterial.

Alho: o extrato de alho tem sido investigado pelo seu poder hipotensor. Nem todas as pessoas apresentam redução da pressão arterial com o uso de alho, porém nos indivíduos sensíveis observa-se redução tanto da pressão arterial sistólica quanto da diastólica, possivelmente pela ação dos polissulfitos derivados do alho no relaxamento vascular mediado pelo óxido nítrico.

Romã: estudos têm mostrado que o suco de romã é rico em antioxidantes com propriedades anti-inflamatórias, que provavelmente são responsáveis pelo seu efeito hipotensor. A quantidade média diária de consumo para o efeito benéfico é de 150ml do suco integral de romã.

Azeite de oliva: A inclusão de 30 ml de azeite de oliva extra virgem à dieta tem sido associada a maior produção de endotelina e óxido nítrico, ambos considerados importantes reguladores da pressão arterial. Os mecanismos envolvidos parecem ser influenciados pelo conteúdo de ácido oleico e compostos fenólicos presentes no azeite. Importante destacar que o azeite de oliva comum e virgem possuem quantidades menores desses compostos, sendo sua ação controle pressórico menor do que a promovida pelo azeite de oliva extra virgem.

Cacau: o cacau é rico em substâncias vasodilatadoras que ativam uma enzima que aumenta a produção de óxido nítrico pelo endotélio. O consumo do chocolate com quantidade mínima de 70% de cacau mostrou ter efeito a curto e longo prazo, pois o seu efeito hipotensor foi observado após 2 horas e manteve-se por até 2 semanas após o seu consumo. A quantidade mínima de consumo diário necessário para a redução da pressão arterial foi de 40 gramas de chocolate amargo.

Isabela C. Pimentel Mota, Nágila Damasceno e Marcia Gowdak, são nutricionistas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

Colaboração de Geraldo Campos, in EcoDebate, 27/10/2016
"Alimentos são aliados na luta contra a pressão alta, por Isabela C. Pimentel Mota, Nágila Damasceno e Marcia Gowdak," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/10/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/10/27/alimentos-sao-aliados-na-luta-contra-a-pressao-alta-por-isabela-c-pimentel-mota-nagila-damasceno-e-marcia-gowdak-2/.

Chikungunya vai ser um problema maior do que imaginávamos, afirma pesquisador da Fiocruz

Por Rivaldo Venâncio da Cunha (para o blog do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz)

Se no último verão, o país esteve às voltas com o enfrentamento da zika e da dengue, o verão de 2017 deverá trazer mais um desafio aos gestores, em nível municipal, estadual e nacional: a chikungunya. Nessa análise realizada para o blog do Centro de Estudos Estratégicos (CEE/Fiocruz), o diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul, o médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, afirma que a doença atinge hoje todo o país e vem se alastrando de forma vertiginosa: dos 650 municípios com casos notificados em todo o ano de 2015, passou-se a 2.250, só até setembro de 2016, segundo dados do Ministério da Saúde.

“Temos que nos preparar para enfrentar nesse próximo verão um problema ainda maior do que imaginávamos”, diz Rivaldo. E de nada adiantam soluções que se requerem imediatas, como a pulverização de inseticidas em áreas urbanas, que só trazem danos à saúde e ao ambiente, como afirma. “Não tem milagre”, resume Rivaldo. “Estamos lidando com um passivo ambiental acumulado de 500 anos”.
Sintomas do Chikungunya. Imagem: Universidade Federal do Ceará

Leia a íntegra da análise do pesquisador:

“Do início do ano para cá, o cenário epidemiológico do país mostrou que estávamos, infelizmente, certos, ao consideramos, naquele momento, que tínhamos um problema sério, no que diz respeito a dengue, zika e chikungunya. É tão ou mais sério do que imaginávamos. Em relação à dengue, temos notificados no Brasil cerca de 1,5 milhão de casos. É bem verdade que muitos desses casos notificados como dengue sejam provavelmente zika, chikungunya ou alguma outra doença circulando Brasil afora. Mas, de qualquer forma, a dengue com certeza continua ocorrendo em larga escala no Brasil.

Além disso, temos o constante e persistente crescimento da ameaça da zika, que se mostrou um problema complexo e nos indicou que também estávamos na linha de raciocínio correta, ao considerarmos não apenas a microcefalia, mas a zika congênita no espectro de consequências da infecção pelo vírus nas gestantes. Já no começo do ano chamávamos a atenção firmemente para a importância de se tratar a infecção do vírus zika, que atinge a mãe e a criança, como questão congênita, tendo-se na microcefalia, provavelmente, como uma das mais graves manifestações, mas não a mais frequente. Os estudos desenvolvidos ao longo desses meses têm reforçado essa observação, mostrando-nos uma quantidade grande de crianças nascendo com cérebro de tamanho normal, mas apresentando outras alterações decorrentes da infecção durante a gestação.

Quanto à chikungunya, no próximo verão, deverá vir a ser um problema tão ou mais grave, em abordagens diferentes, do que foram a dengue e a zika no verão passado. Já foram notificados em 2016 215 mil casos de chikungunya, aproximadamente, no Brasil. Se considerarmos que existe pelo menos um caso não notificado para cada notificado, estaremos falando de praticamente 500 mil casos. Trata-se de uma doença debilitante que também pode provocar incapacidade temporária nas pessoas acometidas.

Não seria exagero dizer, que, hoje, a chikungunya está atingindo praticamente todo o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, durante o ano de 2015 650 municípios tiveram casos da doença notificados. Em 2016, foram 2.250 municípios, um crescimento gigantesco. Durante todo o no ano de 2015, foram notificados cerca de 38 mil casos de chikungunya Brasil afora. Durante o ano de 2016, até setembro, o número passou a 215 mil, uma escalada vertiginosa da doença. Temos que nos preparar para enfrentar nesse próximo verão um problema ainda maior do que imaginávamos.

Os desafios estão sobretudo em aportar recursos e infraestrutura para as pesquisas em curso, e para outras em formulação, em instituições brasileiras e nas parcerias com instituições do exterior. É essencial para que possamos melhorar nosso conhecimento sobre diversos aspectos, em especial em relação a zika e chikungunya, que ainda são desconhecidos pelos profissionais de saúde. Por exemplo, no que diz respeito aos mecanismos de transmissão do vírus. Comprovadamente, o mosquito Aedes transmite zika, no entanto, temos observações que sugerem outras formas de transmissão do vírus, por exemplo, por via sexual. Essa via de transmissão deve ser, sim, cada vez mais monitorada e avaliada para que se possa ter a dimensão real da magnitude que esses mecanismos de transmissão sexual pode ter no complexo geral da dinâmica de transmissão da doença.

A tendência é de as localidades que tiveram epidemia de zika entre 2014 e 2015 não terem grandes epidemias no verão de 2016 para 2017, porque essas epidemias criam uma barreira de pessoas com anticorpos ao vírus. Nesses locais, em tese, não haverá epidemias tão graves quanto as anteriores. A expectativa maior fica em relação àquelas localidades em que os vírus zika e chikungunya ainda não circularam de forma intensa. Aí, a expectativa de epidemia no próximo verão permanece.

O substrato para essas epidemias é a conjugação de diversos fatores, alguns climáticos e outros, não. As chuvas que teremos no verão, a elevação de temperatura, que também teremos, a dificuldade de recolhimento de resíduos sólidos, sobretudo na periferia das grandes cidades, que vai se manter, infelizmente, o abastecimento irregular de água em algumas regiões do país, que também vamos continuar tendo, tudo isso contribui para que os focos de procriação e a intensidade e rapidez de multiplicação do mosquito ocorram.

Recentemente, o Congresso Nacional aprovou uma lei que autoriza a autoridade pública de saúde a pulverizar as cidades com inseticida para matar o mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. Considero isso uma aventura ecológica, para não chamar de crime ambiental. Esse inseticida que será pulverizado por meio de aviões vai matar parte dos mosquitos, mas também vai matar abelhas, lagartas, pássaros, pequenos animais e levar ao desenvolvimento de alergias graves em crianças. Ou seja, o impacto ambiental e sobre a saúde coletiva em hipótese alguma justifica essa aventura.

Estamos lidando com três doenças – quatro com a febre amarela – transmitidas por um mesmo mosquito, que tem seus principais focos de procriação relacionados a um passivo ambiental acumulado ao longo de 500 anos, acrescido, nas últimas décadas, de um processo de desenvolvimento que resulta no uso intensivo de garrafas plásticas, pets e outros apetrechos. Não tem milagre.”

in EcoDebate, 25/10/2016

Pesquisa da Fiocruz aponta que uso do crack é consequência, e não causa de exclusão social

Ao contrário do que o senso comum acredita, o crack não causa exclusão social. Pelo contrário, segundo especialistas, o uso da droga é consequência de uma vida precária que leva à dependência e faz com que muitos sejam encontrados em situação de pobreza extrema, usando a droga nas ruas de cidades brasileiras, vulneráveis a riscos, como homicídios. A constatação é de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada na sexta-feira (21), no Rio de Janeiro.

Depois de analisar cerca de 200 entrevistas com usuários e profissionais de saúde mental, o levantamento mostra que o uso da droga apenas piora a situação de pessoas que não tem laços familiares, moradia, trabalho e estudo – problemas que chegaram antes da dependência.
Rio de Janeiro – O pesquisador Roberto Dutra Torres durante seminário Crack e exclusão social, na Fiocruz, em Manguinhos. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil 

“O crack não é a causa da exclusão, é um elemento a mais, que reforça a exclusão social, processo que é anterior [à droga], no entanto, é reversível”, afirmou um dos autores da pesquisa, Roberto Dutra Torres, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), ao divulgar os resultados, na Fiocruz. “Ninguém vira zumbi pelo crack”, reforçou.

Segundo ele, reverter a dependência é possível por meio de políticas públicas sociais, de saúde e de reintegração na comunidade e nas próprias famílias. Como exemplo, citou o programa da prefeitura de São Paulo, De Braços Abertos, que tirou usuários das ruas do centro, oferecendo moradia em hotéis próximos e empregos como gari, pagando salário e oferecendo tratamento.

As análises divulgadas hoje são um desdobramento da Pesquisa Nacional sobre o Crack, encomendada em 2014 pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), que traçou um perfil dos usuários da droga. O estudo identificou que compõem menos de 1% da população –bem menos do que dependentes de álcool– chamando atenção para o “pânico social” criado em torno do crack. A situação gerou estigma e afastou usuários da cidadania, diz o texto.

Apoio aos usuários

O psiquiatra Leon Garcia, ex-diretor de Articulação e Projetos da Senad, lembrou que, nos questionários, quando perguntados sobre o que precisavam para largar a droga, as respostas dos usuários eram claras: um local para morar, para tomar banho, para comer, trabalho e tratamento. “A gente precisa atender a essas necessidades. Não podemos achar que a internação é uma solução para todos”, afirmou. Na psiquiatria, lembrou, a necessidade de internação é uma exceção e o desafio é manter pessoas longe das drogas no cotidiano de cada uma.Rio de Janeiro – O ex-diretor da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, Leon Garcia, durante seminário Crack e exclusão social, na Fiocruz, em Manguinho. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil 

“Para conseguir isso [que pessoas se afastem do crack], se eu estou morando em um lugar onde eu consigo dormir à noite, em vez de estar na calçada, talvez, isso me faça usar menos drogas, como mostram análises sobre o programa de São Paulo, no qual o consumo individual caiu 60%””, acrescentou o especialista, que participou da divulgação do estudo hoje no Rio.

Antes, na capital paulista, usuários moravam em barracas, fumando pedras nas ruas, como ocorre bem perto da Fiocruz, com dependentes morando às margens da Avenida Brasil.

Dados já divulgados mostram ainda que a maioria dos usuários de crack são homens negros, de até 30 anos, sendo que 40% vive nas ruas e são mais suscetíveis a homicídios do que o restante da população. Eles também são mais vítimas de violência sexual do que a média.

As entrevistas da Fiocruz foram realizadas na região metropolitana de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador e Campos Goytacazes, no norte-fluminense.

Por Isabela Vieira, da Agência Brasil, in EcoDebate, 24/10/2016

Incentivar a interação das crianças com plantas, animais e meio ambiente contribui para a conscientização

A maioria da população mundial mora em centros urbanos, onde o estilo de vida torna o contato com a natureza cada vez mais escasso. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84% dos brasileiros moram em cidades. Isso reflete no comportamento das novas gerações, que brincam cada vez menos ao ar livre e consequentemente criam menos vínculos com a natureza.
Reserva Natural Salto Morato. Foto: Adrian Moss/Fundação Grupo Boticário.

“A natureza é nosso habitat, nosso mundo, o ser humano faz parte desse todo. É importante as crianças entenderem isso e aprenderem como algumas ações podem ajudar na conservação do meio em que vivem”, afirma Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

“A consciência desenvolvida nas primeiras fases da criança faz com que, quando adulta, ela tenha uma noção plena de sua participação na construção de um mundo melhor. Um excelente presente que você pode dar ao seu filho é ensiná-lo a dar valor à natureza”, completa Marion, que tem uma filha de 10 anos.

Confira seis dicas para estimular as crianças a terem consciência da importância da natureza.

1. Promova passeios e brincadeiras em parques e reservas naturais

É importante fazer com que a criança interaja com a natureza. Vá a um parque urbano e estimule-a a despertar sua criatividade, andar descalço, sentir a textura da grama e da terra nos pés. Promova brincadeiras como coletar folhas secas no chão e compará-las. Isso fará com que elas observem o ambiente com mais atenção.

Sair das cidades também é uma opção. “Mostrar a grandiosidade da natureza em áreas conservadas deixa as crianças empolgadas. Já levei minha filha na Reserva Natural do Salto Morato (PR), ao Parque Estadual do Pico Marumbi (PR), no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), entre outros, e ela adora o contato com a natureza”, afirma Marion.

Quer promover uma expedição de exploração com os pequenos? Uma boa dica para ajudar na escolha do roteiro do próximo passeio é o siteWikiparques, uma plataforma da Fundação Grupo Boticário e da Associação O ECO que reúne parques e reservas ao redor do Brasil.

2. Tenhas plantas em casa

Distribua vasos com mudas pela casa: isso tornará o contato da criança com a natureza mais corriqueiro. Ensine-a a importância de regar as mudas e acompanhe as diversas fases de crescimento da planta. Sempre que possível, dê preferência às espécies nativas da sua região, pois elas se adaptam melhor ao ambiente.

3. Cultive uma horta em casa

Mesmo em apartamentos é possível ter um vaso com temperos, como hortelã, cebolinha e salsinha, ou ainda com frutas como morango. Mostre para a criança o ciclo da natureza e como dependemos dela para nos alimentarmos do que ela fornece.

4. A chuva tem importância para o ciclo da vida

É importante a criança entender que os dias chuvosos têm valor, pois as plantas e os animais silvestres dependem dela para viver. Leve seu filho para sentir na pele as gotas caindo do céu e explique os estágios da água (sólido, líquido e gasoso).

Comente também sobre a importância de áreas verdes. Elas protegem o solo, segurando a água da chuva para que ela se infiltre lentamente até chegar aos lençóis freáticos, que alimentam as nascentes, e a partir daí os rios. Nas grandes cidades, o excesso de asfalto, concreto e outros solos não permeáveis impedem que a chuva se infiltre no solo, fazendo com que essa água escorra rapidamente para o leito dos rios, aumentando a possibilidade de enchentes.

5. Demonstre amor pelos seres da natureza

Trate os animais com amor e carinho, ensinando às crianças que todos devem ser bem cuidados. Mostre os pássaros que cantam nas árvores, as minhocas na terra e os insetos, valorize os animais em vida livre. Todos os seres têm uma função importante no ciclo da natureza e podem conviver em harmonia mesmo em áreas urbanas.

6. Pequenas atitudes sustentáveis

Algumas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença para o planeta. Explique, por exemplo, o porquê de separar os materiais que podem ser reciclados. Mostre que quanto mais papel for reciclado, menos árvores são cortadas.

Mostre que atitudes, como um banho mais curto e fechar a torneira enquanto escova os dentes, podem ajudar a economizar água, elemento cada dia mais escasso.

Economizar luz também é importante. Dê exemplo e, ao sair de um ambiente, apague a luz. Fale como se produz energia (hidrelétrica, eólica, nuclear, solar, etc.) e mostre o trajeto necessário para que ela chegue até a tomada de sua casa.

Colaboração de Bruna Habinoski, in EcoDebate, 21/10/2016

Poluição do ar pode causar derrame e ataque cardíaco, alerta A OMS

Campanha global “Respire Vida” foi lançada durante Habitat III, conferência das Nações Unidas em Quito; segundo agência da ONU, nove em cada 10 pessoas respiram ar que não é seguro.
Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark

Por Laura Gelbert, enviada especial da Rádio ONU a Quito.

Nove em cada 10 pessoas no mundo respiram ar que não é seguro, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS. E a poluição do ar pode causar derrames e ataques cardíacos. O alerta é da agência da ONU.

Para enfrentar o desafio, a OMS lançou a campanha “Respire Vida”. A iniciativa global da agência da ONU lançada durante a Habitat III. Em Quito, o coordenador de políticas públicas e saúde da OMS, Carlos Dora, explicou à Rádio ONU os riscos causados pela poluição do ar.

Infarto

“A gente está lançando essa campanha global, OMS e parceiros, porque não existe ainda uma conscientização da importância que o ar limpo tem para a saúde das pessoas. Até 15 anos atrás a gente achava que o problema da poluição do ar, a contaminação, era mais a causa de uma doença respiratória, câncer de pulmão se conhecia. Mas não se conhecia a dimensão completa do problema da poluição do ar que é, na verdade, uma das maiores causas de doença do coração, de ataque do coração, infarto do miocárdio, e doença cerebrovascular.”

Segundo Dora, hoje se sabe, através de “inúmeros estudos” que as “partículas entram no pulmão, mas também na circulação”, causando inflamação nos vasos sanguíneos, em um fenômeno semelhante ao colesterol e à pressão alta.

Soluções

Ele citou algumas soluções práticas, mencionando, por exemplo, andar de bicicleta, onde for seguro, e que em alguns locais da África e da Ásia, queimar lixo é uma das grandes causas de poluição.

“E também a poluição dentro das casas. Ainda há países africanos onde 95% da população usam lenha para aquecer a casa no inverno, para cozinhar, usa querosene para iluminar a casa, todos esses combustíveis são muito sujos. Até agora os serviços de saúde não estão aconselhando os indivíduos como eles poderiam reduzir o seu risco a poluição. E a gente devia e poderia.”

Dora afirmou que, a pedido dos governos dos países, que fizeram uma resolução na Assembleia Mundial da Saúde, a OMS aumentou muito a resposta à questão da poluição do ar.

Segundo um relatório da agência da ONU, 3,7 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças ligadas à poluição externa. Em 2012, a OMS calcula que o número de mortes chegou a 6,5 milhões, incluindo poluição interna e externa, o que corresponde a 11,6% do total global de óbitos.

in EcoDebate, 21/10/2016

Brasil e o protocolo de Nagoya sobre Biodiversidade, artigo de Reinaldo Dias

[EcoDebate] O protocolo de Nagoya foi aprovado na décima Conferência das Partes (COP-10) do Convenio de Diversidade Biológica (CDB) e trata-se de um acordo internacional “sobre uso dos recursos genéticos e participação justa e equitativa nos benefícios derivados de sua utilização”, que entrou em vigor em 2014. O protocolo estabelece um reconhecimento internacional da soberania dos Estados nacionais, sobre os recursos genéticos existentes em seu território.

A atividade de recolhimento, produção, transformação e comercialização da biodiversidade nativa (biocomércio) movimenta hoje mais de 4,5 bilhões de dólares no mundo, segundo dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). O Brasil possui um grande potencial em biodiversidade e recursos genéticos e foi um dos signatários do acordo finalizado em 2010 em Nagoya – Japão, que passou a vigorar em 2014.

Ocorre que até agora o país ainda não ratificou o Protocolo que necessita ser aprovado pelo Congresso, correndo o risco de perder o acesso aos recursos genéticos fundamentais para o desenvolvimento da agropecuária e de limitar a pesquisa sobre a sua biodiversidade e a descoberta de novos medicamentos e mais ainda, de se ver impossibilitado de se defender da biopirataria.

O Protocolo de Nagoya é importante porque regula o acesso e a participação nos benefícios da exploração de recursos genéticos originários de um determinado país, vinculando o consentimento prévio e fundamentado para sua exploração e produção legal.

O acordo compreende utilizar adequadamente esses recursos, garantir uma transferência apropriada das tecnologias relacionadas, levando em conta todos os direitos sobre eles, incluindo o financiamento adequado, contribuindo deste modo para a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável de seus componentes.

O Protocolo oferece um marco legal para garantir a utilização dos recursos genéticos originados de plantas, animais, bactérias ou outros organismos para comércio, pesquisa e outros fins. Os benefícios recebidos em troca dos recursos genéticos podem ser monetários ou não, como por exemplo, a transferência de tecnologia, as atividades de pesquisa ou de criação de capacidades conjuntas. Ainda inclui questões relacionadas com a participação nos benefícios da utilização de conhecimentos associados a recursos genéticos que possuem as comunidades indígenas e tradicionais locais.

Por isso, os países devem adotar medidas para garantir o consentimento prévio e a distribuição justa e equitativa de benefícios para estas comunidades, respeitando seus usos e costumes. Além disso, O Protocolo representa a oportunidade de desenvolver uma economia que seja mais sustentável e na qual se reconheça realmente o valor dos recursos naturais.

Particularmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde há um enorme potencial de plantas e animais, que se forem manejados adequadamente em seu habitat pelas comunidades locais, podem ser mantidos benefícios, melhorar a qualidade de vida e abrir oportunidades de desenvolvimento contribuindo para a diminuição da desigualdade.

Um dos fatores que contribui para a manutenção das desigualdades é o pouco conhecimento que as comunidades possuem sobre o manejo adequado da biodiversidade que as cerca. Nesse sentido é importante que haja integração entre governos, setor privado, universidades e ONGs em trabalho conjunto e coordenado, buscando compatibilizar as necessidades locais e globais.

O uso adequado da biodiversidade regulada por acordos internacionais como o Protocolo de Nagoya oferece uma grande oportunidade para o Brasil compatibilizar crescimento com sustentabilidade. Daí a necessidade da urgente ratificação pelo Congresso!

Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Unicamp. É especialista em Ciências Ambientais.

in EcoDebate, 19/10/2016
"Brasil e o Protocolo de Nagoya sobre biodiversidade, artigo de Reinaldo Dias," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/10/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/10/19/brasil-e-o-protocolo-de-nagoya-sobre-biodiversidade-artigo-de-reinaldo-dias/.

Programa produtor de água estimula produtores rurais a adotar boas práticas para melhorar qualidade da água

Voluntários integram programa de preservação de rios e nascentes
Foto: Agência Brasil

Entre os programas do governo federal para promover a segurança hídrica do País, o Programa Produtor de Água, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), tem ganhado destaque.

O programa funciona por meio de adesão voluntária de produtores rurais que se proponham a adotar práticas e manejos conservacionistas em suas terras para conservação de solo e água. Atualmente, são 38 projetos em execução, abrangendo área de 400 mil hectares, dos quais 40 mil já recuperados.

Com o objetivo de reduzir a erosão e o assoreamento de mananciais no meio rural, a iniciativa propicia a melhoria da qualidade da água e o aumento das vazões médias dos rios em bacias hidrográficas de importância estratégica para o País.

O programa também presta apoio técnico e financeiro à montagem dos arranjos de pagamento por serviços ambientais e para a execução das ações de conservação de solo e água nos diversos projetos existentes.

Execução

De acordo com a ANA, a metodologia do programa foi criada em 2001, mas a primeira experiência prática foi implementada em 2006, na cidade Extrema, em Minas Gerais.

Ao todo, 42 projetos foram criados até hoje. Minas Gerais e São Paulo possuem cerca de 70% dos projetos Produtores de Água. Os demais estão no Acre (1), Bahia (1), Distrito Federal (1), Goiás (2), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Sul (1), Santa Catarina (1), Sergipe (1) e Tocantins (1).

Como funciona

Ao aderir ao programa, o produtor passa a ser o principal ator na equação de produção de serviços ambientais. Ele se dispõe a liberar as áreas que precisam ser revegetadas, transforma-se no guardião de todas as ações executadas na sua propriedade, zelando pelo sucesso delas.

A ANA apoia tecnicamente todo o processo para estabelecer parcerias que garantam o pagamento pelos serviços ambientais, o fornecimento de assistência técnica e recursos para a realização das ações. Financia, também, as ações para as quais não se identificou parceiro capaz suprir essa necessidade.

Os benefícios dessas práticas ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais e chegam aos demais usuários da bacia, por esse motivo o programa prevê a remuneração dos produtores participantes.

Segundo Flávio Hermínio de Carvalho, especialista em recursos hídricos da ANA, os pagamentos aos produtores rurais geralmente são semestrais ou anuais e concretizam-se por depósito em conta. Os valores atualmente variam entre R$ 120,00 e R$ 800,00 por hectare por ano a depender da área e do serviço ambiental prestado. As fontes pagadoras mais comuns são prefeituras e empresas de saneamento.

Investimentos futuros

A Agência Nacional de Águas destaca que o Produtor de Água é o maior e mais bem sucedido programa de pagamentos por serviços ambientais no Brasil. Trata-se de um enorme laboratório para teste de metodologias de valoração, pagamento e implementação de práticas em campo.

O governo tem adotado o Produtor de Água como modelo para futuros projetos ambientais e da forma como valorizar o trabalho do produtor rural.

Há previsão de investimentos de R$ 30 milhões em novos projetos produtores de água até o final de 2019.

Para participar do Programa Produtor de Água, é necessário ficar atento aos editais lançados pela ANA. As informações podem ser acompanhadas pelo site http://produtordeagua.ana.gov.br/.

Fonte: Portal Brasil, com informações da ANA e do Ministério do Meio Ambiente

in EcoDebate, 18/10/2016

Estudo liga obesidade infantil na idade de 9-11 anos ao diabetes estacional

O diabetes gestacional pode também influenciar a genética fetal, de forma a influenciar a expressão de genes que dirigem o acúmulo de gordura corporal ou do metabolismo relacionado

Nova pesquisa publicada no Diabetologia (revista da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes [EASD]) mostra um aumento do risco de obesidade na infância na idade de 9-11 anos quando a mãe teve diabetes gestacional durante a gravidez.

“A obesidade infantil aumentou dramaticamente, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos países em desenvolvimento. Os fatores ambientais pré-natais, perinatais e pós-natais têm impacto direto sobre a obesidade infantil. Alguns estudos descobriram que a exposição intrauterina ao diabetes mellitus gestacional (DMG) coloca os descendentes em risco aumentado de resultados adversos de longo prazo, incluindo a obesidade”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Esta nova análise é baseada no The International Study of Childhood Obesity, Lifestyle and the Environment (ISCOLE), um estudo transversal multinacional realizado em centros urbanos e suburbanos em 12 países. O estudo incluía dados de 7.372 crianças, após a exclusão de crianças com dados incompletos, restaram 4.740 crianças. Cada um dos 12 países contou com os seguintes números de crianças com idades entre 9-11 anos: Austrália: 386/ Brasil: 354/ Canadá: 443/ China: 413/ Colômbia: 700/ Finlândia: 401/ Índia: 414/ Quênia: 289/ Portugal: 533/ África do Sul: 120/ Reino Unido: 324 e EUA: 363.

O diabetes gestacional foi diagnosticado de acordo com os critérios do American Diabetes Association (ADA) ou da OMS. Altura e circunferência da cintura foram medidas, usando métodos padronizados. O peso e a gordura do corpo foram medidos utilizando um analisador de composição corporal portátil.

A prevalência de diabetes gestacional relatada foi de 4,3%. A prevalência global de obesidade infantil, obesidade central e gordura corporal elevada foram de 12,3%, 9,9% e 8,1%, respectivamente. Os autores, em seguida, usaram um modelo de computador ajustado para vários fatores (idade materna no parto, educação, modo de alimentação infantil, idade gestacional, número de irmãos mais novos, pontuações insalubres da dieta padrão da criança, atividade física de moderada a vigorosa, tempo de sono, tempo de sedentarismo, sexo e peso ao nascer).

“O risco aumentado para as crianças de mães com diabetes gestacional em comparação com mães que não tinham diabetes gestacional foi de 53% para obesidade, 73% para obesidade central, 42% para gordura corporal elevada. A associação positiva ainda é significativa para obesidade central (risco 54% maior) após ajuste adicional para o IMC materno atual, mas não foi mais significativa para a obesidade e para a gordura corporal elevada”, destaca o médico.

Os autores afirmam que: “os mecanismos pelos quais a exposição ao diabetes no útero aumentam o risco de obesidade dos descendentes não são completamente compreendidos. A exposição ao diabetes materno está associada com excesso de crescimento fetal intrauterino, possivelmente, devido a um aumento da massa e da gordura fetal e das alterações nos níveis hormonais fetais”. Além disso, a exposição ao diabetes materno e aos níveis mais elevados de açúcar no sangue produz o aumento da insulina e da leptina na prole. O diabetes gestacional pode também influenciar a genética fetal, de forma a influenciar a expressão de genes que dirigem a acumulação de gordura corporal ou do metabolismo relacionado.

“O estudo é o primeiro a avaliar a associação entre o diabetes gestacional e a obesidade infantil usando esses dados difundidos e multinacionais. O diabetes gestacional é associado a um aumento do risco de obesidade infantil entre as crianças com idades entre 9-11 anos de 12 países, mas esta associação não era totalmente independente do IMC materno”, observa o pediatra, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Moises Chencinski, http://www.drmoises.com.br

in EcoDebate, 10/10/2016

Agricultura deve ser mais sustentável para combater fome e mudanças climáticas, diz FAO

Em evento em Brasília com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pediu adaptação da produção e do consumo de alimentos, diminuição do desperdício e melhorias na gestão dos solos e recursos naturais.
Foto: Agência Brasília / Dênio Simões

Em evento na semana passada (18) em Brasília para comemorar o Dia Mundial da Alimentação — celebrado em 16 de outubro —, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pediu adaptações das práticas produtivas da agricultura para garantir a segurança alimentar da população num futuro marcado pela ameaça das mudanças climáticas.

O representante nacional da agência da ONU, Alan Bojanic, alertou que são as pessoas mais pobres do mundo, entre elas, muitos agricultores e pescadores, as mais afetadas pela elevação das temperaturas e pelo aumento da frequência de desastres naturais ligados às transformações do clima.

“Por isso, precisamos mudar nossas posturas atuais, o que inclui novas formas de praticar a agricultura, alterar os padrões de consumo, diminuir o desperdício e as perdas de alimentos. Cabe a nós implementar a gestão sustentável dos recursos naturais, melhorar a gestão e fertilidade dos solos, melhorar a captação de CO? em florestas, entre outros”, afirmou o especialista.

Realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o encontro contou com a participação do chefe da pasta, Osmar Terra, que ressaltou que a segurança alimentar não deve sair da pauta dos governos.

“Todos esses compromissos de fortalecer a segurança alimentar já estão no novo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional para o período 2016/2019”, afirmou.

Também presente, o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, Raimundo Deusdará Filho, destacou a necessidade de promover uma gestão adequada dos recursos naturais.

“Floresta em algum momento é plantar e colher. Isso tem todo um simbolismo e relevância quando se fala em mudanças climáticas. Somos solidários com esse dia e reafirmamos o compromisso com a FAO, com a qual realizamos vários projetos em conjunto, desenvolvendo estratégias para o uso sustentável da floresta”, disse.

Todos os alimentos oferecidos aos convidados durante a comemoração eram da agricultura familiar e os lanches valorizaram os produtos típicos do cerrado.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Maurício Lopes, lembrou do Programa ABC Agricultura de Baixo Carbono, uma das maiores iniciativas do planeta, segundo ele, voltadas para a promoção da sustentabilidade na agricultura.

O representante do organismo iniciativa também chamou atenção para o Sistema Integração, Lavoura e Pecuária — estratégia que une aumento da produtividade com conservação de recursos naturais em áreas já desmatadas que passam por uma intensificação de seus usos.
Mulheres no campo

O evento também celebrou o Dia Internacional das Mulheres Rurais e contou com a participação da oficial da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, que lembrou que o público feminino representa quase metade da força de trabalho agrícola no mundo.

“A segurança alimentar passa necessariamente pelas mulheres rurais e todos os países devem fortalecer e criar políticas de apoio ao trabalho dessas agricultoras”, enfatizou.

in EcoDebate, 28/10/2016

Leites vegetais

Leite vegetal. #nutrição #leitevegetal

Uma foto publicada por Marcos Roberto Furlan (@quintaisimortais) em

New kind of local food grows in your own kitchen

Date: October 13, 2016

Source: Technical Research Centre of Finland (VTT)

Summary:
A home appliance that grows the ingredients for a healthy meal within a week from plant cells is no longer science fiction. The first 3D-printed CellPod prototype is already producing harvests.
CellPod food.
Credit: Image courtesy of Technical Research Centre of Finland (VTT)

A home appliance that grows the ingredients for a healthy meal within a week from plant cells is no longer science fiction. VTT Technical Research Centre of Finland Ltd's first 3D-printed CellPod prototype is already producing harvests.

VTT and its plant biotechnology research scientists have the vision of developing a home appliance for the markets that makes it possible to grow, say, healthy Finnish berries in a new way. Growing plant cells in a bioreactor is not a new idea as such, but only the latest technologies have enabled the development of a plant cell incubator for home use that yields a harvest within a week.

VTT's first CellPod prototype is currently producing a harvest in Otaniemi. The appliance resembles a design lamp and is ideal for keeping on a kitchen table. Researchers are in the process of developing different product ideas in collaboration with consumers, with the aim of commercialising the concept.

"Urbanisation and the environmental burden caused by agriculture are creating the need to develop new ways of producing food -- CellPod is one of them. It may soon offer consumers a new and exciting way of producing local food in their own homes," says Lauri Reuter, VTT research scientist.

Putting the best parts of plants to use

The idea of the CellPod concept is based on growing the undifferentiated cells of a plant rather than a whole plant. In other words, only the best parts of a plant are cultivated. These cells contain the plant's entire genetic potential, so they are capable of producing the same healthy compounds -- such as antioxidants and vitamins -- as the whole plant. The nutritional value of a cloudberry cell culture, for example, is similar to or even better than that of the berry itself. The taste still needs development: at the moment, it is very mild and neutral.

So far, VTT has used cells from its own culture collection to grow Arctic bramble cells, cloudberry cells and stone bramble cells in the CellPod. The bioreactor also enables the production of healthy food from plants other than traditional food crops, such as birch. The development of tailored cell lines is also possible, in which case nutritional characteristics can be developed according to need. On the other hand, the optimisation of growth conditions, such as light and temperature, can also affect the compounds produced by the cells -- just like in nature.

Consumers involved in development work

The consumer wishes and views on the food production of the future play a key role in the design of the concept. People interested in VTT's CellPod or other food production methods based on cell cultures can participate in the discussion and the development work on VTT's online platform Owela:http://owela.fi/cellpod

Story Source:

Materials provided by Technical Research Centre of Finland (VTT). Note: Content may be edited for style and length.

Cite This Page:
Technical Research Centre of Finland (VTT). "New kind of local food grows in your own kitchen." ScienceDaily. ScienceDaily, 13 October 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161013095306.htm>.

Dietary intake of arginine can enhance the immune response against cancer

Date: October 13, 2016

Source: Università della Svizzera italiana

Summary:
L-arginine, an amino acid that is consumed through diet, can boost the activity of a particular type of immune cells, so called T cells, new research indicates. When the levels of L-arginine are increased the metabolism of these cells is re-organized and the cells survive longer and are more effective in fighting tumors. These findings open up new ways to improve T cell therapies against cancer.
The inset of a T cell (in blue) illustrates how L-arginine affects metabolic pathways and acts on receptors in the nucleus that endow T cells with a higher survival capacity. When these T cells enter a tumor they show increased activity to destroy tumor cells.
Credit: Image courtesy of Università della Svizzera italiana

A study led by researchers from the Institute for Research in Biomedicine (IRB) affiliated to the Università della Svizzera italiana (USI), shows that L-arginine, an amino acid that is consumed through diet, can boost the activity of a particular type of immune cells, so called T cells. When the levels of L-arginine are increased the metabolism of these cells is re-organized and the cells survive longer and are more effective in fighting tumors. These findings are published in the scientific journal Celland open up new ways to improve T cell therapies against cancer.

T cells play crucial roles in the immune defense against viruses, bacteria and cancer cells. A long sought-after goal of immunologists is to tailor the activity and effectiveness of T cells to modulate the immune response. To explore the possibility that the activity of T cells can be regulated by components of our diet, the researchers systematically analyzed fluctuations of metabolic pathways in T cells following activation. For this, Roger Geiger, a postdoctoral fellow in the laboratory of Antonio Lanzavecchia (IRB Bellinzona) teamed up with the research groups of Nicola Zamboni (ETH Zürich) and Matthias Mann (MPI Munich) that are specialized in mass spectrometry-based technologies for the analysis of hundreds of metabolites and thousands of proteins within a cell. Based on this high-resolution analysis, the arginine metabolism was identified as a potential point for therapeutic intervention. This possibility was tested in the laboratory of Federica Sallusto (IRB Bellinzona) and led to the discovery that orally administered L-arginine endowed T cells with a higher survival capacity and a better effectiveness against tumors. To understand the underlying molecular mechanism, the researchers collaborated with another team headed by Paola Picotti (ETH Zürich) that developed a method for the identification of proteins that interact with metabolites. Using this approach three proteins were identified that sense increased L-arginine levels and participate in the remodeling of T cells toward increased survival.

Comments from the researchers:

Roger Geiger, first and co-corresponding author of the paper says: "It is truly fascinating that a single metabolite can influence the properties of T cell in such a dramatic way."

Federica Sallusto, a senior co-author in the study says: "We obtained proof of principle that T cells with elevated L-arginine concentrations may function better in fighting against tumors. These finding may lead to improved cellular immunotherapies."

Antonio Lanzavecchia, director of the IRB and Professor at ETH Zürich says: "This study demonstrates how the global analysis of proteins and metabolites in immune cells can generate hypotheses that open up new ways to enhance the immune response."

Story Source:

Materials provided by Università della Svizzera italiana. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Roger Geiger, Jan C. Rieckmann, Tobias Wolf, Camilla Basso, Yuehan Feng, Tobias Fuhrer, Maria Kogadeeva, Paola Picotti, Felix Meissner, Matthias Mann, Nicola Zamboni, Federica Sallusto, Antonio Lanzavecchia. L-Arginine Modulates T Cell Metabolism and Enhances Survival and Anti-tumor Activity. Cell, 2016; DOI:10.1016/j.cell.2016.09.031

Cite This Page:
Università della Svizzera italiana. "Dietary intake of arginine can enhance the immune response against cancer." ScienceDaily. ScienceDaily, 13 October 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161013125949.htm>.

Nutritional supplement could prevent thousands of early preterm births

Date: October 13, 2016

Source: University of Kansas, Life Span Institute

Summary:
Sophisticated analyses of two clinical trials suggest that thousands of early preterm births could be prevented if pregnant women took daily docosahexaenoic acid (DHA) supplements.

Sophisticated analyses of two clinical trials -- one in the U.S. and the other in the Australia -- suggest that thousands of early preterm births -- those at or before 34 weeks' gestation -- could be prevented if pregnant women took daily docosahexaenoic acid (DHA) supplements.

The randomized controlled trials in which pregnant women took daily DHA supplements independently found statistically significant reductions in early preterm birth. The statistical model examined low-, moderate- and high-risk births from mothers supplemented with DHA during pregnancy as compared to placebo controls. The researchers estimated that more than 106,000 high-risk early preterm births could be avoided in the U.S. and about 1,100 could be prevented in Australia each year if pregnant women took daily supplements of the omega fatty acid.

Infants born very preterm often require lifesaving treatments and longer hospitalizations at birth and are at increased risk for additional hospitalizations in the first year of life -- and that is in the developed world. Further, these infants are at risk for serious disability or death the earlier they are born, said Susan Carlson, A.J. Rice Professor of Nutrition at the University of Kansas Medical Center, who co-directed the U.S. study with John Colombo, KU professor of psychology and director of the Life Span Institute.

"At present there is no effective method to prevent spontaneous early preterm birth," Carlson said. "Our recent studies suggest that DHA could be a promising agent for reducing this critical public health problem."

Both the KUDOS (Kansas DHA Outcome Study), directed by Carlson and Colombo, and the DOMinO (DHA to Optimize Mother Infant Outcome) study directed by Maria Makrides, professor of human nutrition and Healthy Mothers, Babies and Children theme leader for the South Australian Health & Medical Research Institute, and Robert Gibson, professor of functional food science at the University of Adelaide, saw a small overall increase in gestation length, but this increase was found to be related to a decrease in deliveries at higher risk for early preterm birth.

DHA (docosahexaenoic acid) occurs naturally in cell membranes with the highest levels in brain cells, but levels can be increased by diet or supplements. An infant obtains DHA from his or her mother in utero and postnatally from human milk, but the amount received depends upon the mother's DHA status, Carlson said.

"U.S. women typically consume less DHA than women in most of the developed world," Carlson said. "The intake of DHA is both the U.S. and Australia is well below that reported by Japanese women."

By using the results of DOMinO and KUDOS, the researchers in both studies found that early preterm births could be reduced to only 1.3 percent in Australia or 1.5 percent of births in the U.S. in demographically similar populations.

"These percentages are remarkably similar and may reflect the lowest rate of spontaneous early preterm birth that can be achieved in any population," Carlson said.

The study was published in Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids.

Story Source:

Materials provided by University of Kansas, Life Span Institute. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
L.N. Yelland, B.J. Gajewski, J. Colombo, R.A. Gibson, M. Makrides, S.E. Carlson. Predicting the effect of maternal docosahexaenoic acid (DHA) supplementation to reduce early preterm birth in Australia and the United States using results of within country randomized controlled trials. Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids (PLEFA), 2016; 112: 44 DOI:10.1016/j.plefa.2016.08.007

Cite This Page:
University of Kansas, Life Span Institute. "Nutritional supplement could prevent thousands of early preterm births." ScienceDaily. ScienceDaily, 13 October 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161013130104.htm>.