quinta-feira, 23 de março de 2017

Tomilho - composição química do óleo essencial

Texto:
Carolina Faria Ferreira: acadêmica de agronomia - Faculdade Cantareira
Marcos Roberto Furlan: Engenheiro Agrônomo - Professor UNITAU e Faculdade Cantareira

O que tem em comum oréganos, manjeronas e tomilhos? Por exemplo, além de pertencerem à família Lamiaceae (antes Labiatae), são herbáceos e aromáticos. Oréganos, tomilhos e manjeronas possuem algumas variedades e cultivares (variedades comerciais).

Dependendo da variedade ou do cultivar, o tomilho também possui aroma que confunde com o de orégano ou da manjerona. No entanto, a composição varia muito entre essas espécies.

O tomilho possui como componentes majoritários o timol (figura 1) e o carvacrol (figura 2). No entanto, há pesquisas que demonstram que o carvacrol pode ocorrer em pequenas quantidades.
Figura 1: timol.
Figura 2: carvacrol.

Sobre o tomilho, já foram publicados vários estudos in vitro demonstrando ações terapêuticas, como, por exemplo, antimicrobiana, antioxidante, carminativa, expectorante e espasmolíticas, graças, principalmente à presença do timol e do carvacrol. Estudos realizados pela Biochemical and Biophysical Research atestam que o óleo essencial de tomilho ajuda a proteger o organismo contra mudanças relacionadas ao avanço da idade nas células cerebrais de ratos (1).

Na medicina popular, o tomilho é utilizada na forma de líquido para limpeza bucal, dores de garganta e amigdalite, na forma de compressas para congestão pulmonar e bronquites, lavagem para infecções fungosas, dentre outras aplicações.

óleo essencial de tomilho também tem sido estudado quanto ao controle de doenças agrícolas,como por exemplo, foi comprovada a sua ação na germinação dos urediniósporos da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi), assim como a redução na severidade da doença (2).

Assim como nas manjeronas e nos oréganos, o óleos essencial do tomilho está armazenado nos tricomas. Algumas pesquisas indicam que há maior teor de óleo no tomilho, durante a época da floração.

No Brasil também encontramos um híbrido originado do T. vulgaris e do T. pulegioides. É o tomilho-limão (Thymus x citriodorus), também considerado anitmicrobiano e desodorizante.

Com relação aos componentes, ensaios evidenciam que o timol é antibacteriano, antifúngico e anti-helmíntico, além de ser utilizado em pastas de dente. O carvacrol tem sido pesquisado quanto aos efeitos bactericidas.
Foto: Thymus vulgaris

Referências:


1. Tomilho: benefícios e propriedades medicinais. Disponível em: http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/tomilho-thymus-vulgaris/

2. MEDICE, Regiane et al . Óleos essenciais no controle da ferrugem asiática da soja Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. Ciênc. agrotec.,  Lavras ,  v. 31, n. 1, p. 83-90,  Feb.  2007 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542007000100013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23  Mar.  2017.

domingo, 19 de março de 2017

Árvores medicinais em São Paulo, SP- Lophanthera lactescens Ducke

Texto:
Jessica Tiyoko Yamashita - acadêmica de agronomia - Faculdade Cantareira
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor UNITAU e Faculdade Cantareira 

Há algum tempo atrás era comum sua ocorrência apenas na região Amazônica, de preferência em solos com boa retenção de umidade das matas primárias ou secundárias, disputando o espaço com árvores de maior porte. Mas devido a sua beleza, a qual justifica seu uso como ornamental, passou a ser encontrada em boa parte do Brasil, principalmente para compor a arborização urbana, inclusive no Sul ou Sudeste.

Com relação aos aspectos botânicos, é conhecida popularmente por chuva-de-ouro, lanterneira, lofantera, lofantera-da-amazônia, e pela denominação científica Lophanthera lactescens Ducke. Pertence à família Malpighiaceae e sua altura varia de 10 a 20 m. As flores amarelas são agrupadas em inflorescência com cerca de 50 cm de comprimento, característica que justifica um de seus nomes populares, lanterneira.

O espécime da foto foi encontrado na arborização urbana da cidade de São Paulo.

É muito utilizada na arborização urbana e no paisagismo devido à forma cônica ou piramidal de sua copa e de suas inflorescências amarelas em forma de cachos pendentes (LORENZI, 2014). De acordo com o autor, a sua madeira, principalmente na região onde é endêmica, é empregada na construção civil, como vigas, caibros, forros, para marcenaria e carpintaria leve. Também é considerada uma espécie que atrai abelhas meliponídeas .

Na medicina popular da região amazônica é utilizada através da ingestão da casca e folhas sobre forma de infusão como antifebril sobre a malária. Há também, pesquisas testando seu potencial antimicrobiano (SANTOS, 2016).

REFERÊNCIAS:

LORENZI, H. 2014. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1. 6 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora.

SANTOS, Marcela Mona Sá. 2016. Atividade antimicrobiana in vitro de extratos de plantas medicinais sobre patógenos de origem alimentar (Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Salmonella typhimurium). 53f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Palmas - TO.
Fotos: Lophanthera lactescens Ducke
Autoria: Jessica Tiyoko Yamashita