Resenha: Conservação pós-colheita de frutos de maracujá-amarelo por derivados de capim-limão (Cymbopogon citratus)

Resenha:

Carolina Faria Ferreira: acadêmica de agronomia - Faculdade Cantareira

MOURA, G. S.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; CLEMENTE, E.; FRANZENER, G. (2016). Conservação pós-colheita de frutos de maracujá-amarelo por derivados de capim-limão (Cymbopogon citratus). Ambiência, Guarapuava (PR) v.12 n.2 p. 667 - 682 Maio/Ago. 2016. Disponível em:http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/2261Acesso em: 21 de ago. 2017.

Palavras-chave: Passiflora edulis f. flavicarpa; óleo essencial; hidrolato; extrato aquoso.

Moura et al. (2016) realizaram pesquisa com o objetivo de avaliar as características físicas e químicas em pós-colheita dos frutos de maracujá amarelo submetidos a tratamentos com diferentes produtos derivados do capim-limão (Cymbopogon citratus).

Na pesquisa, foram avaliados o efeito dos seguintes tratamentos, com respectivas concentrações: óleo essencial (0,025, 0,05 e 0,1%), extrato aquoso (10%), hidrolato (5 e 10%) e citral (0,1%), sobre o índice de murchamento, o rendimento de suco, a redução de massa, os diâmetros longitudinal e equatorial, a coloração da casca, os sólidos solúveis totais, os açúcares redutores, os açúcares não redutores, os açúcares totais, o pH, a acidez total titulável, a vitamina C e a relação sólidos solúveis totais e acidez total titulável.

O uso do capim-limão tem sido estudado, não somente para o controle de fitopatógenos, mas também para outras finalidades, como demostrado por Moura et al. (2016). Na referida pesquisa, os autores constataram que dentre os derivados e as concentrações testadas no experimento, a concentração de 0,1% do óleo essencial do capim-limão foi a que obteve os melhores resultados, pois proporcionou menor perda de massa dos frutos e obteve a maior porcentagem de rendimento de suco, juntamente com a concentração de 0,025%. O rendimento do suco, segundo os autores, pode estar relacionado com a menor porcentagem de perda de massa dos frutos tratados com essas concentrações, e dessa forma, se mostrando significativo tanto para a conservação dos frutos como de interesse comercial. 

Os autores concluíram que os derivados de plantas medicinais que possuem efeito fitossanitário conhecido, podem proporcionar melhorias em atributos físicos e  químicos do maracujá amarelo, podendo representar um importante tratamento alternativo para melhoria da qualidade dos frutos na pós-colheita.
http://www.alvita.com/herbal-teas/lemongrass.html#.WaM8YciGNPY

Resenha: Nutrientes e propriedades funcionais em sementes de abóbora (Cucurbita maxima) submetidas a diferentes processamentos

Resenha: Elisa Akemi Yokoyama - Acadêmica de Nutrição - UNITAU

Referência do artigo:
NAVES, Luciana de Paula et al . Nutrientes e propriedades funcionais em sementes de abóbora (Cucurbita maxima) submetidas a diferentes processamentos. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas , v. 30, supl. 1, p. 185-190, maio 2010 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612010000500028&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 23 ago. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612010000500028.

O trabalho desenvolvido por Naves et al. (2010), no Laboratório de Bioquímica do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras – MG, estudou a influência dos processamentos térmicos sobre os nutrientes e propriedades funcionais das sementes da abóbora (Cucurbita maxima).

A abóbora, nativa das Américas, é amplamente cultivada no Brasil e em outras regiões tropicais. Além da polpa, as suas sementes são considerados alimentos nutricionalmente saudáveis, mas são, geralmente, descartadas, devido ao pouco consumo e desconhecimento de seus benefícios. Além de uso na culinário, a semente é usada na medicina tradicional como como vermífuga.

O estudo iniciou-se com a higienização das abóboras, lavadas com água destilada, sanitizadas com hipoclorito de sódio e separadas em porções de casca, polpa, fiapos e sementes. Foram submetidas aos seguintes processamentos: I. Crua (forma normal), II. Cozidas em ebulição em: 5,10 e 15 minutos, III. Cozidas no vapor por 10 minutos. Após esses processos, as sementes foram congeladas em nitrogênio líquido, liofilizadas até peso constante e trituradas em moinho com peneira de 40 mesh. A farinha de sementes de abóbora foi armazenada em frascos de vidro em temperatura ambiente.

Nas análises das propriedades funcionais foram verificadas alterações de macro e micronutrientes, solubilidade de nitrogênio, absorção de água e óleo, volume de espuma e estabilidade de emulsão e composição centesimal. 

A absorção de água, óleo e espuma tiveram o auxílio de mixer e centrífuga para homogeneizar por determinados tempos. Os extratos dos minerais foram obtidos por digestão nitroperclórica, determinados por colorimetria; Mg, Ca, Cu, Zn, Mn e Fe por espectrofotometria de absorção atômica; e K por fotometria de chama.

Os resultados dos processamentos apresentaram níveis de proteína bruta próximo ao valor médio dos feijões, o qual representa a principal fonte de proteínas para as populações de baixa renda, podendo ser utilizadas como um alimento fornecedor de proteína. O teor médio de fibra alimentar foi de 9,73 g.100 g-1 em matéria fresca, semelhante ao da farinha de aveia 10,26 g.100 g-1. As sementes apresentam teor de fibra alimentar significativo ao comparar um estudo realizado sobre o efeito da farinha de sementes da abóbora no metabolismo glicídico e lipídico, sua utilização durante 10 dias diminuiu significantemente os níveis de glicose e triglicerídeos séricos. 

A farinha apresentou alto teor de extrato etéreo, o qual não foi alterado pelos processamentos. O teor de ácido linoleico nas sementes de moranga é alto (43,09 a 50,31% do conteúdo lipídico), capaz de reduzir os níveis de colesterol sérico. O cozimento acarretou redução do nível de K, Mn e Fe. Portanto, as sementes cruas apresentaram os níveis mais elevados de Mn e Fe. O cozimento acarreta redução da solubilidade do nitrogênio nos pH 2, 3, 7, 8 e 9. A farinha de sementes de abóbora apresentou pobre característica espumante, baixa estabilidade de emulsão e absorção de água, além de boa capacidade de absorção de óleo. 

As sementes de abóbora ao serem adicionadas na alimentação, além de complementarem, auxiliam no alcanço das recomendações de nutrientes diárias, principalmente em população de baixa renda, onde os alimentos são escassos e proporcionam benefícios funcionais a tratamentos de doenças crônicas não transmissíveis.

Os autores alertam que não se deve deixar de ressaltar que estudos antinutricionais e toxicológicos das sementes da moranga são importantes para assegurar seu consumo.

Resenha do artigo: Efeitos funcionais das catequinas do chá verde na redução de gordura corporal

Resenha:


Leticia Tiemi Saito - Nutricionista - tiemi.le@gmail.com 
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo 

O chá verde ou banchá é feito com as folhas da Camellia sinensis. A espécie, apesar de origem asiática, é produzida em várias regiões do mundo e considerada uma das plantas medicinais de uso mais antigo no Oriente. 

Dentre os seus compostos, se destacam os compostos fenólicos, como, por exemplo, as catequinas. 

ANNELLI et al. (2016) realizaram revisão com o objetivo de analisar pesquisas que associam ao uso do chá verde e/ou seus compostos bioativos à redução da gordura corporal. A coleta de dados foi feita em bancos de dados para obtenção de artigos científicos disponíveis na Web. 

De acordo com os autores, e com base na literatura analisada, as catequinas tem ação antioxidante e são consideradas o componente principal com relação ao efeito positivo sobre a redução da adipogênese. 

Os estudos demonstraram que o consumo do chá verde está associado com a redução da ingestão alimentar e da absorção de lipídios. Pelo fato de ser muito utilizado como termogênico, sua função seria a de acelerar o metabolismo e auxiliar na oxidação da gordura, podendo ser um grande aliado no emagrecimento. 

A quantidade recomendada não é descrita com toda a certeza, mas as pesquisas sugerem que 3 copos por dia (equivalente a 240 a 320mg de polifenóis) seria suficiente para o referido efeito benéfico. 

A ingestão excessiva do chá verde por longo período poderá causar efeitos deletérios à saúde, devido a grande quantidade de cafeína presente. Os principais efeitos pelo consumo excessivo seriam: disfunções hepáticas, insônia, inapetência, hipertensão e taquicardia. 

Os autores, como considerações gerais, observam que o chá verde tem evidenciado, por meio das pesquisas, os seus efeitos benéficos no tratamento de doenças degenerativas e na redução de gordura corporal. Mas realçam a necessidade de estudos clínicos para que possa ser comprovada a dosagem adequada e que não proporcione efeitos adversos na saúde humana. 

Cabe ressaltar que os benefícios do chá verde estão associados à prática regular de atividade física e a uma alimentação equilibrada.

Referência: 
ANNELLI, L. C. et al. Efeitos funcionais das catequinas do chá verde na redução de gordura corporal. Revista Odontológica de Araçatuba, v.37, n.2, p. 46-51, Maio/Agosto, 2016. Disponível em: http://apcdaracatuba.com.br/revista/2016/12/7.pdf. Acesso em: 23 de ago 2017.