quinta-feira, 18 de abril de 2019

A importância das pequenas plantas do Cerrado

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – “As pessoas só dão valor para aquilo que conhecem.” Foi este pensamento que inspirou a pesquisadora Giselda Durigan a coordenar a empreitada coletiva que resultou no livro Plantas pequenas do Cerrado: biodiversidade negligenciada.

Com 720 páginas, quase todas ilustradas com deslumbrantes fotos coloridas, o livro apresenta um levantamento exaustivo das plantas de pequeno porte, que são o sustentáculo do Cerrado.

Destinada à distribuição gratuita para bibliotecas, institutos de pesquisa e estudiosos, e também disponibilizada em arquivo PDF aberto para todos os interessados, a obra teve sua publicação financiada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Durigan, pesquisadora do Instituto Florestal do Estado de São Paulo, explica que a publicação é resultado de quase uma década de trabalho a várias mãos, que se iniciou com uma pesquisa de doutorado sobre o impacto da invasão das fisionomias campestres do Cerrado por árvores de pinus e ganhou corpo ao longo de três outras pesquisas apoiadas pela FAPESP.

Foram elas: “Avaliação do potencial de remanescentes naturais como fontes de propágulos para a restauração de fisionomias campestres de cerrado”; “Invasão do campo cerrado por braquiária (Urochloa decumbens): perdas de diversidade e experimentação de técnicas de restauração”; e “Efeito da queima prescrita e da geada sobre a diversidade e estrutura do estrato herbáceo-arbustivo do Cerrado”.

“Quando nos engajamos nessas pesquisas, percebemos que o grande impacto causado pelas invasões biológicas [Saiba mais em agencia.fapesp.br/27156/] e pela supressão do fogo [Mais informações em agencia.fapesp.br/26325/] não se dava sobre árvores, mas sobre as plantas pequenas do campo. E isso constituiu um enorme desafio, porque a nomenclatura e a classificação dessas plantas eram largamente desconhecidas. Eu tinha passado toda a minha vida profissional olhando para cima, para as árvores. Tive, então, que olhar para baixo, e com muito respeito”, disse Durigan à Agência FAPESP.

Professora em programas de pós-graduação em Ciência Florestal na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Ecologia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela estuda o Cerrado há mais de 30 anos.

O grupo que coordenou na feitura do livro foi constituído por suas alunas Natashi Aparecida Lima Pilon e Geissianny Bessão de Assis, e por seus colegas Flaviana Maluf de Souza e João Batista Baitello.

“O que chamamos de ‘plantas pequenas’ são espécies que se tornam adultas e capazes de se reproduzir com menos de 2 metros de altura. Foi um critério arbitrário que adotamos. Começamos coletando essas plantas, e inventando nomes provisórios para elas, enquanto corríamos atrás de pessoas que pudessem nos ajudar na identificação”, contou Durigan.

Mas não foi nada fácil encontrar essas pessoas, conta a pesquisadora. Simplesmente, não havia especialistas em plantas pequenas. Foi preciso recorrer a manuais, monografias, livros antigos e ao famoso Dicionário das Plantas Úteis do Brasil, em seis volumes, publicado por Manoel Pio Corrêa no início do século passado.

“Encontramos plantas que nunca tinham sido registradas no Estado de São Paulo e outras que não eram coletadas há várias décadas. Mas não achamos nenhuma espécie nova, desconhecida pela ciência. Todas já tinham seus nomes científicos. Porém, foi uma busca tremenda descobrir os nomes populares. Muitas das plantas que encontramos estavam classificadas como ‘daninhas’ nesses livros antigos, porque a perspectiva adotada era a de quem queria cultivar o Cerrado com pastagens ou agricultura”, disse Durigan.

Um termo curioso encontrado foi o “mata-pasto”, que nomeava nada menos do que sete espécies diferentes, todas elas muito resistentes. Como essas plantas rebrotam inúmeras vezes depois de cortadas, eram consideradas daninhas. E o nome popular que receberam invertia a ordem cronológica, como se o pasto tivesse aparecido antes e as plantas surgissem depois para atrapalhar, quando havia sido exatamente o contrário.

“O que as pessoas não entendiam – e temos feito um esforço enorme para esclarecer – é que essas plantas de pequeno porte são fundamentais para a sobrevivência do Cerrado e da extraordinária riqueza que ele possui em termos de recursos hídricos e biodiversidade”, disse Durigan.

“Fala-se em desmatamento quando ocorre corte de árvores. Mas, se as plantas pequenas são erradicadas, todo o equilíbrio do Cerrado se rompe. E isso está acontecendo sem o menor impedimento porque a legislação não protege a vegetação que não tem árvores. Além disso, essa vegetação nem sequer aparece nos mapas, dadas as limitações tecnológicas para diferenciá-la de pastagens ou agricultura em imagens de satélite”, acrescentou.

Seis plantas pequenas para uma árvore

Durigan destaca que são as plantas pequenas que cobrem o solo, prevenindo a erosão pela chuva ou pelo vento.

“Elas possuem um emaranhado de raízes, facilitando a infiltração da água no solo e garantindo a saúde do ecossistema e a manutenção dos mananciais que alimentam os rios. Para ser savana, o Cerrado precisa possuir as duas camadas: a camada de árvores esparsas a meia altura e a camada de plantas pequenas cobrindo o solo”, explicou.

Segundo os autores do livro, a proporção é de seis espécies de plantas pequenas para cada espécie de árvore. Das 12.734 espécies vegetais que compõem o Cerrado, mais de 10 mil correspondem a plantas pequenas. Elas estão ameaçadas pelo adensamento das copas das árvores, resultante do manejo inadequado, e pela invasão por espécies exóticas, como o pinus e a braquiária.

O objetivo do livro é encantar os leitores com a beleza dessas plantas pequenas. E conscientizá-los acerca da necessidade de sua preservação.

O livro pode ser acessado integralmente em http://arquivo.ambiente.sp.gov.br/publicacoes/2018/12/plantaspequenasdocerrado.pdf.


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Identificada planta que floresce no Cerrado apenas um dia depois de queimada

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – As plantas do Cerrado evoluíram na presença do fogo. E, quando usado com inteligência, como método de manejo criterioso, o fogo é fator indispensável para a preservação desse formidável ecossistema, que constitui a mais biodiversa savana do mundo. Bastam dois meses para que o Cerrado queimado se transforme em um jardim exuberante (leia mais em agencia.fapesp.br/25865agencia.fapesp.br/26325).

O estudo From ashes to flowers: a savanna sedge initiates flowers 24 hours after fire, publicado na revista Ecology nesta segunda-feira (25/03), confirmou essa teoria. O artigo enfocou uma espécie vegetal que inicia sua floração apenas 24 horas após a queima.

“Trata-se da Bulbostylis paradoxa, uma erva perene da família Cyperaceae, conhecida popularmente como cabelo-de-índio”, disse a primeira autora do artigo, Alessandra Fidelis, à Agência FAPESP.

Fidelis é professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Rio Claro, e investigou o assunto com apoio da FAPESP no âmbito do projeto “Como a época do fogo afeta a vegetação do Cerrado”.

O Cerrado é uma savana peculiar. E sua capacidade de rebrotar e florescer depois de queimada é um importante diferencial em relação às savanas africanas e australianas. Isso já havia sido relatado, desde o século 19 e início do 20, por naturalistas que visitaram o Brasil, como o francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) e o dinamarquês Eugenius Warming (1841-1924). E, mais tarde, foi tema da tese de livre-docência do professor Leopoldo Magno Coutinho (1934-2016), da Universidade de São Paulo (USP). A própria Fidelis vem estudando essa regeneração pós-fogo do Cerrado desde 2009, mas o que chamou sua atenção, e constitui o ineditismo do artigo em pauta, é a rapidez com que a Bulbostylis paradoxa floresce. “É o único evento desse tipo descrito até o momento no mundo”, disse.

Bulbostylis paradoxa é uma planta amplamente difundida na América do Sul, desde a Venezuela até o sul do continente. E só floresce em escala significativa após o fogo. “Em nossos experimentos com queima criteriosa como prática de manejo, verificamos que as plantas dessa espécie, reduzidas pelo fogo à condição de tocos carbonizados, começam a apresentar pontinhos brancos 24 horas depois de queimadas. Esses pontinhos são as inflorescências despontando. Em pouco mais de uma semana, as flores se encontram completamente formadas e aptas à polinização. A rapidez da resposta constitui uma grande vantagem para a planta, porque possibilita que ela floresça, frutifique e disperse suas sementes por meio do vento em um espaço livre, com o solo descoberto, sem barreiras nem competidores. Apenas 40 dias depois do fogo já é muito difícil encontrar sementes, porque elas se disseminaram”, contou Fidelis.

De maneira geral, a grande oferta de sementes após a queima do Cerrado constitui um importante recurso para animais predadores, como formigas ou aves. A rebrota também oferece folhas mais tenras e palatáveis para mamíferos de grande porte, como veados e bois. O grande problema em relação ao fogo são os incêndios criminosos ou mesmo incêndios espontâneos que acabam assumindo proporções desastrosas devido ao acúmulo de material combustível depois de anos sem queima adequada.

“O Cerrado evoluiu com o fogo. Por isso, sua vegetação se regenera facilmente, inclusive com a manifestação de espécies que antes não ocorriam em determinadas áreas. A fauna, porém, pode sofrer perdas, pois muitos animais ficam presos nos incêndios. E, em relação à flora, é preciso lembrar que, no meio da vegetação do Cerrado, existem matas de galeria, matas de vale e veredas. Nesse caso, algumas espécies sensíveis ao fogo podem não se recuperar após os grandes incêndios. Por isso, é preciso haver um manejo criterioso do fogo. A queima preventiva, nas épocas certas, com zoneamento da área total e rodízio das parcelas a serem queimadas, constitui a melhor defesa contra os incêndios desastrosos”, explicou Fidelis.

A expansão da fronteira agrícola, com monoculturas em grande escala e uso intensivo de maquinário e herbicidas, que deixam o solo completamente limpo e sujeito à ação de plantas invasoras como braquiária e capim-gordura, constitui atualmente a maior ameaça à sobrevivência do Cerrado. A segunda principal ameaça é o uso inadequado do fogo. Conjugados, esses dois fatores põem em risco a manutenção de todo o ecossistema. Alguns dos mais importantes rios do Brasil nascem no Cerrado. Entre eles, o Xingu, o Tocantins, o Araguaia, o São Francisco, o Parnaíba, o Gurupi, o Jequitinhonha, o Paraná e o Paraguai. Além da irreparável perda de biodiversidade, a destruição do Cerrado compromete as bacias desses rios, com seu formidável aporte de água doce e potencial hidrelétrico.

Além de Fidelis, participaram do estudo Patrícia Rosalem, Vagner Zanzarini, Liliane Santos de Camargos e Aline Redondo Martins – todos da Unesp.

O artigo From ashes to flowers: a savanna sedge initiates flowers 24 hours after fire pode ser lido em: https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/ecy.2648.
 


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Estudo destaca ação da curcumina no combate ao câncer de estômago

Elton Alisson  |  Agência FAPESP – Usada como corante de alimentos, a curcumina – substância encontrada no pó extraído da raiz da cúrcuma ou açafrão-da-índia (Curcuma longa) – pode ajudar a prevenir ou combater o câncer de estômago.

Um estudo feito por pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e do Pará (UFPA) apontou possíveis efeitos terapêuticos desse pigmento e de outros compostos bioativos encontrados em alimentos nesse tipo de tumor – o terceiro mais frequente em homens e o quinto entre as mulheres no Brasil.

Resultado de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP, o estudo foi publicado na revista Epigenomics.

“Fizemos uma vasta revisão na literatura científica de todos os nutrientes ou compostos bioativos com potencial de prevenir ou tratar o câncer gástrico e identificamos que a curcumina é um deles”, disse Danielle Queiroz Calcagno, professora da UFPA e primeira autora do estudo, à Agência FAPESP.

De acordo com a pesquisadora, que fez pós-doutorado na Unifesp com bolsa da FAPESP, compostos como colecalciferol (uma forma da vitamina D), resveratrol (um polifenol) e quercetina (um flavonoide) podem proteger contra o câncer de estômago por serem reguladores naturais da atividade de proteínas conhecidas como histonas.

Essas proteínas formam um complexo, chamado nucleossomo, que funciona como uma matriz em torno da qual o DNA se enrola como uma linha no carretel. Esse núcleo proteico permite compactar o DNA e acomodá-lo no interior das células, empacotado por uma estrutura chamada cromatina.

Uma modificação química na cadeia de aminoácidos das histonas após sua tradução, como a adição de um grupo acetila (acetilação) ou de um grupo metil (metilação), pode afetar a compactação do DNA pela cromatina e, consequentemente, a expressão dos genes.

“Se as histonas estiverem acetiladas, por exemplo, a cromatina estará menos condensada e um determinado gene de uma região do segmento de DNA no interior dela estará disponível para ser expresso. Se as histonas não estiverem acetiladas, por outro lado, a cromatina estará mais condensada e o gene não será expresso”, explicou Calcagno.

Estudos feitos nos últimos anos mostraram que modificações de histonas após sua tradução provocam alterações na expressão de genes sem causar mudanças na sequência de DNA. São as chamadas variações epigenéticas, que influenciam o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

A fim de avaliar se essa hipótese também se aplicava ao câncer gástrico, pesquisadores de diferentes grupos, um deles coordenado pela professora Marília de Arruda Cardoso Smith na Unifesp, fizeram estudos do padrão de acetilação de histonas em amostras de células do estômago tanto de pessoas saudáveis como de pacientes diagnosticados com a doença.

As análises revelaram que as células dos pacientes com câncer gástrico apresentavam alterações no padrão de expressão das histonas acetiltransferases (HATs, na sigla em inglês) e desacetilases (HDACs, também na sigla em inglês). Dessa forma, essas alterações conferiam marcas epigenéticas típicas desse tumor.

Como estudos recentes também indicavam a existência de nutrientes e compostos bioativos capazes de regular a atividade de HATs e HDACs, os pesquisadores da Unifesp e da UFPA fizeram um levantamento de quais dessas substâncias influenciam a acetilação de histonas para identificar quais seriam capazes de ajudar na prevenção e no tratamento do câncer gástrico.

Além da curcumina, outros compostos com papel relevante na modulação de atividade das histonas revelados pelo estudo foram o colecalciferol, o resveratrol (polifenol encontrado principalmente nas sementes de uvas e no vinho tinto) e a quercetina (encontrada em grandes concentrações em maçãs, brócolis e cebolas). Completam a lista o garcinol, isolado de cascas de kokum (Garcinia indica), e o butirato de sódio, gerado pela fermentação de fibras alimentares por microrganismos da flora intestinal.

“Esses compostos podem favorecer a ativação ou a repressão de genes envolvidos no desenvolvimento do câncer de estômago por meio da acetilação ou desacetilação de histonas”, afirmou Calcagno.

A curcumina, por exemplo, influencia modificações das histonas ao inibir a atividade das enzimas HDACs e HATs para suprimir a proliferação e induzir a apoptose – a morte programada – de células cancerígenas. Já o garcinol, que possui estrutura química semelhante à da curcumina, inibe a atividade das histonas HATs.

“Pretendemos, agora, esclarecer os efeitos anticâncer e epigenético de compostos bioativos da flora amazônica, presentes, por exemplo, no açaí [Euterpe oleracea] e no murici [Byrsonima crassifolia], para que também possam ser usados, no futuro, na proteção contra o câncer gástrico”, disse Calcagno.

O estudo Role of histone acetylation in gastric cancer: implications of dietetic compounds and clinical perspectives (DOI: 10.2217/epi-2018-0081), de Danielle Q. Calcagno, Fernanda Wisnieski, Elizangela R. da Silva Mota, Stefanie B. Maia de Sousa, Jéssica M. Costa da Silva, Mariana F. Leal, Carolina O. Gigek, Leonardo C. Santos, Lucas T. Rasmussen, Paulo P. Assumpção, Rommel R. Burbano e Marília A. C. Smith, pode ser lido na revista Epigenomics em https://www.futuremedicine.com/doi/abs/10.2217/epi-2018-0081.


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Abelhas no quintal

Texto:
Marcos Roberto Furlan - Professor UNITAU/FIC, Engenheiro Agrônomo
Nathalia Maia da Silva - Acadêmica de Engenharia Agronômica - UNITAU

Abelhas: ter ou não ter, eis a questão! 

Tiúbas, jataís, mirins, jandaíras, uruçus, iraís, mandaguaris, dentre outras centenas de espécies que estão entre nós para dizer sim, que é possível. Todas pertencem ao grupo das abelhas sem ferrão ou abelhas nativas. Muitas recebem nomes indígenas, pois eram conservadas e valorizadas por estes. Viviam principalmente em buracos ocos das árvores, porém, quando retiradas de seu ninho, para serem colocadas em uma nova "moradia", muitas não sobrevivem.

Com a devastação das florestas, muitas, incapazes de mudanças, não conseguiram sobreviver. Aos poucos, pesquisadores, apicultores e especialistas foram aprendendo a tornar as áreas urbanas também locais onde as abelhas sem ferrão pudessem sobreviver.

Em quintais, ainda pouco encontradas, essas abelhas proporcionam benefícios para as flores, das quais muitas não conseguem se reproduzir sem esse tipo de ajuda. Para as abelhas, que buscam no néctar o seu alimento, um quintal repleto de flores se torna um local de banquete para elas. Para o ser humano, as abelhas são fábricas de medicamento. 

O vínculo das abelhas com os quintais tem se estreitado com o passar dos anos, tanto que o conhecimento sobre as abelhas melíponas (meliponicultura) tem sido provocado e estimulado pelos apicultores, inclusive, sua criação caseira. 

Ter sua própria colmeia é uma realidade, contanto que saiba muito bem o que está fazendo. As abelhas podem contribuir com os quintais na hora da polinização, o que os deixará saudáveis, coloridos e felizes. E junto a isto, elas conseguem se alimentar e prover alimento para o seu lar:aquela colmeia feita por você, no seu quintal. 
Tetragonisca angustula 
Mandaçaia (Melipona quadrifasciata

domingo, 14 de abril de 2019

Cidreiras no quintal

Texto:
Ariane de Oliveira Crescencio – Acadêmica de Engenharia Agronômica - UNITAU 
Marcos Roberto Furlan - Professor - UNITAU e FIC 

O uso tradicional de plantas medicinais associa o nome cidreira para algumas plantas, todas usadas popularmente como calmantes. No entanto, quando se usa o nome popular, são geradas algumas confusões, pois pode haver um nome como referência para muitas espécies ou uma espécie pode receber várias denominações populares. 

Como exemplo, há pelo menos três espécies denominadas por ervas-cidreiras pela população brasileira. Uma delas, a erva-cidreira ou capim-cidreira também é conhecida por capim-limão, capim-santo, chá-de-estrada, cidró e cidrão, dentre vários outros nomes populares 

Para resolver estas confusões, a ciência usa o nome científico, o qual é universal, específico e escrito em latim. Em texto acadêmico, na bula de medicamento a base de plantas ou nos livros técnicos com recomendações de plantas para tratamento, é imprescindível que se use a denominação científica. 

Apesar de usos semelhantes, não se deve confundir essas três principais espécies que no Brasil são denominadas por ervas-cidreiras. Felizmente, não é muito difícil diferenciar essas três espécies. 

Se for do tipo capim, é o Cymbopogon citratus (foto 1). Se for de folha larga, com menos de 0,5 m de altura e não produzir flor no Brasil, é a Melissa officinalis (foto 2). E se produzir flor, geralmente com predominância de cor rosa, é a Lippia alba (foto 3). 

Como curiosidade, muitos também conhecem a L. alba como melissa, o que contribui para aumentar a confusão. 
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Foto 1. Cymbopogon citratus
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Foto 2. Melissa officinalis
Foto 3. Lippia alba
Autoria da foto: Ariane de Oliveira Crescencio

No próximo texto, será abordado as diferenças quanto aos usos medicinais