Guia elaborado pela Pró-Reitoria de Pesquisa divulga boas práticas científicas

09.08.2019


O material contém informações sobre o que é recomendável e o que é proibido na prática científica


Imagem: detalhe de cartaz da Library Company of Philadelphia via Pixabay CC0


A Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) lançou recentemente o Guia de Boas Práticas Científicas, com informações concisas e organizadas sobre ética na pesquisa, compromisso social, responsabilidade, propriedade intelectual, publicação e integridade científica.

A obra também oferece indicações de sites e publicações para os interessados em se aprofundar no assunto.

“A ideia é que esse guia seja uma orientação, com caráter educativo e preventivo. Nosso objetivo é divulgar essas informações para toda a comunidade científica de maneira a explicitar as práticas recomendáveis e alertar para ações que possam ser eticamente questionáveis ou até passíveis de punição”, explica o pró-reitor de Pesquisa, Sylvio Roberto Accioly Canuto.

Embora seja voltado principalmente para os jovens pesquisadores que desejam se familiarizar com as boas práticas científicas, o guia também é um instrumento importante para os orientadores, que podem utilizá-lo como material de referência.

O Guia de Boas Práticas Científicas está disponível gratuitamente na página da Pró-Reitoria de Pesquisa na internet.
Guias da Pró-Reitoria de Pesquisa
O Guia de Boas Práticas Científicas é a terceira de uma série de publicações elaboradas pela Pró-Reitoria de Pesquisa para divulgar informações importantes para os pesquisadores, especialmente os mais jovens.


A primeira publicação da série foi o Guia para a Iniciação Científica e Tecnológica, voltado a alunos de graduação ainda na fase inicial de sua formação universitária.

A iniciação científica e tecnológica tem como objetivo oferecer a esses estudantes a oportunidade da aprendizagem do método científico e de técnicas de suas áreas de atuação, por meio do desenvolvimento de um projeto de pesquisa sob orientação de um docente ou pós-doutorando.

Em abril deste ano foi lançado o Guia para o Programa de Pós-Doutorado da USP, com o objetivo de incentivar os pesquisadores da Universidade e de outras instituições de ensino superior a ingressarem no pós-doutorado.

O guia contém informações sobre os benefícios do pós-doutorado, como participar, quais são os requisitos para a conclusão do programa e como concorrer às bolsas concedidas pelas agências de fomento à pesquisa.

Técnica aumenta em 70% no suco de uva substância benéfica presente no vinho

Resveratrol, que até então só era encontrado em maiores quantidades no vinho, reduz o colesterol ruim, tem ação anti-inflamatória, fortalece o sistema muscular e previne doenças


Testes foram realizados no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais com duas variedades de uva – Foto: Wikimedia Commons

O Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC, da sigla em inglês), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp sediado na USP, desenvolve técnica que poderá aumentar em 70% o teor de resveratrol no suco de uva. A substância, presente no vinho, previne doenças coronárias, reduz níveis de colesterol ruim (LDL), tem ação anti-inflamatória e fortalece o sistema muscular.

A pesquisadora Laís Moro, doutoranda em Ciência dos Alimentos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e bolsista da Fapesp, desenvolveu uma técnica para estimular a produção de resveratrol naturalmente nas plantas. “Os resultados preliminares indicam que, com o tratamento, houve um aumento de 70% desse composto no suco, que se manteve mesmo após armazenamento de seis meses”, disse.

O estudo foi coordenado por Eduardo Purgatto, pesquisador do FoRC. Os testes foram realizados no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais com duas variedades de uva, totalizando 240 litros por região, sendo que parte das videiras era tratada e a outra não. Além do resveratrol, os pesquisadores observaram um aumento significativo de outras substâncias, como antocianinas e flavonoides, também aliadas na promoção da saúde.

Segundo Laís Moro, o próximo passo é avaliar se os resultados se reproduzem em um segundo ano de estudo, para comprovar o potencial do tratamento.

O processo de fabricação do vinho, que envolve fermentação, favorece a extração de resveratrol e de outros compostos bioativos da uva, mas nem todos podem consumi-lo. “O novo suco é direcionado a crianças, idosos e pessoas que não podem ou não gostam de consumir vinho. Seria uma alternativa que une o prazer do sabor aos componentes terapêuticos.”

Com informações da Assessoria de Comunicação do FoRC

Este texto foi originalmente publicado por Agência Fapesp de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Aplicativo traz versão atualizada da tabela brasileira de alimentos

30/08/2019


Ampliada e com novos recursos de busca, a TBCA traz a composição química e o valor energético de cerca de 3.500 alimentos

O objetivo da tabela é auxiliar profissionais de nutrição na montagem de cardápios e dietas personalizadas, além de ajudar a comunidade em geral a atingir a meta de uma alimentação saudável – Arte sobre foto/Marcos Santos – USP Imagens, TBCA

O Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC, da sigla em inglês) da USP lançou, no dia 28 de agosto, um aplicativo da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), que está em sua sétima versão. Ampliada e com novos recursos de busca, a tabela traz a composição química e o valor energético de cerca de 3.500 alimentos, incluindo crus e cozidos, produtos manufaturados e pratos compostos. São quase 2.100 receitas listadas.

O app estará disponível na loja de aplicativos para Android. Por meio dele, o usuário terá acesso à composição centesimal (umidade, proteínas, lipídios, carboidratos, cinzas e energia), as vitaminas A e C, cálcio, ferro e sódio de cada alimento. “A vantagem do aplicativo é a mobilidade, o acesso à informação pelo celular caso não se tenha computador disponível”, explica a nutricionista Kristy Soraya Coelho, pesquisadora do FoRC que trabalha no projeto desde 2015.

Novos recursos

A TBCA tem o objetivo de auxiliar profissionais de nutrição na montagem de cardápios e dietas personalizadas, além de ajudar a comunidade em geral a atingir a meta de uma alimentação saudável. Sua base de dados também se propõe a auxiliar pesquisas que envolvem quantificação de nutrientes em alimentos. A tabela trabalha majoritariamente com dados dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros.

A nova versão está abrigada em um site de alto rendimento, que permite milhares de acessos simultaneamente. O sistema de busca foi modificado para facilitar o trabalho de nutricionistas e pesquisadores. O usuário pode fazer buscas por alimento, grupo ou tipo de alimento. “A busca por tipo de alimento, incluída na ferramenta nova, facilita muito. Por exemplo, em uma busca pelo alimento “feijão”, no tipo “preparação”, só aparecerão receitas com feijão, e não o feijão in natura”, exemplifica Kristy. Uma busca como essa trará uma lista com dados de 35 receitas, desde feijão carioca até salada de feijão fradinho, sopa de feijão, feijão preto, mocotó com feijão branco, etc.

Outra forma de busca é pelo componente, associado ao grupo e tipo de alimento que interessa ao usuário. Exemplo: ao selecionar “colesterol” (componente), “peixes e frutos do mar” (grupo de alimentos) e “in natura” (tipo de alimento), aparecem todos os peixes e frutos do mar crus com este componente, ordenados de forma decrescente ou crescente conforme a quantidade de colesterol.
Foto: Reprodução/TBCA

Eliana Bistriche Giuntini, nutricionista e pesquisadora do FoRC, também envolvida no trabalho, destaca que as receitas incluem diferentes modos de preparo e ingredientes que levam em consideração hábitos de públicos distintos. Houve a preocupação, por exemplo, de colocar preparações com ou sem óleo. “Outro exemplo: arroz polido com sal, sem sal; arroz integral com sal, sem sal, e assim por diante”, conta. “Os dados da TBCA também estão sendo produzidos em função da demanda da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE, com o objetivo de subsidiar o instituto com dados atuais para análise de consumo alimentar”, acrescenta Eliana.
Pioneirismo

A TBCA foi primeira tabela de composição de alimentos on-line da América Latina e foi ao ar em 1998. Atualmente, é a mais abrangente feita no País. Desde sua origem, segue os preceitos do International Network of Food Data Systems (Infoods, da sigla em inglês), que define regras para análise e compilação de alimentos, e tem como meta melhorar a qualidade da informação de composição de alimentos mundialmente.

O acesso para consulta é gratuito e livre, mas é necessário adquirir licença paga para o uso de sua base de dados em uma outra ferramenta de trabalho.

O projeto é coordenado pelos professores Franco Lajolo e Elizabete Wenzel de Menezes, ambos integrantes do FoRC e docentes da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

Mais informações: e-mail tbca.contato@usp.br

Da Acadêmica Agência de Comunicação