Abordar relação entre biodiversidade e saúde ajuda a engajar jovens na preservação ambiental, diz estudo

Agência FAPESP* – Compreender os interesses dos jovens em relação à ampla temática da biodiversidade tem sido o objetivo de alguns projetos de pesquisa conduzidos no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP. Estudo publicado recentemente no periódico Sustainability revela que, no Estado de São Paulo, aspectos relacionados com a saúde – como uso de plantas medicinais, desenvolvimento de novos fármacos ou a relação direta entre biodiversidade e doenças – foram os que mais chamaram a atenção dos jovens.

O levantamento foi conduzido pela pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABC) Fernanda Franzolin no segundo semestre de 2019 e envolveu 188 estudantes (com idades entre 14 e 15 anos) de dez escolas localizadas em diferentes regiões do Estado de São Paulo.

Segundo a autora, compreender com profundidade o que interessa aos estudantes – e também o que não interessa – é um passo essencial para a construção de caminhos pedagógicos. “Pesquisas como essas são baseadas no pressuposto de que é preciso dar mais atenção às vozes dos alunos na constituição dos currículos e materiais didáticos, além de fomentar a relevância e a atratividade do ensino de ciências”, explica.

Quando perguntados a respeito da diversidade de organismos, os estudantes demonstraram maior interesse em temáticas relacionadas à saúde e à sua utilidade para os humanos, mais do que um interesse no valor intrínseco da diversidade biológica. Outros estudos realizados no mundo demonstraram o mesmo tipo de resultado: os jovens também estão mais interessados em temas relacionados ao corpo humano, saúde e doenças em países como a Suécia, Finlândia, Eslováquia e Itália.

O interesse por aspectos relacionados à saúde, em especial ao uso de plantas medicinais, não se relaciona especificamente ao contexto da pandemia. Pesquisas anteriores realizadas no Estado de São Paulo já demostravam o interesse dos jovens na temática.

Os resultados do estudo evidenciaram uma relação antropocêntrica entre ser humano e natureza, isto é, focada na utilização da natureza pelo e para o ser humano. Apesar disso, para os pesquisadores envolvidos, o estudo reforça a ideia de que para aprender sobre biodiversidade nas escolas é importante endereçar as preocupações dos alunos em relação à preservação ambiental. E uma forma de estimular esse interesse entre os jovens é conectar os temas da biodiversidade com a saúde.

“É importante tratar o viés da saúde humana como meio e não como fim na educação em biodiversidade, considerando o valor da biodiversidade para a saúde como uma forma de promover o valor intrínseco da biodiversidade”, ressalta Franzolin. “Esse é um caminho que abre possibilidades de diferentes conexões tanto com a questão da conservação ambiental quanto com o interesse dos jovens”, completa.

A investigação recebeu financiamento da FAPESP por meio de três projetos (18/21756-0, 19/08689-4 e 16/05843-4).

O artigo Students’ Interests in Biodiversity: Links with Health and Sustainability pode ser lido em: doi.org/10.3390/su132413767.

* Com informações de Érica Speglich, do boletim BIOTA Highlights.


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Risco de obesidade é 45% maior entre adolescentes cuja dieta é baseada em ultraprocessados

Karina Toledo | Agência FAPESP – Com base em dados de 3.587 adolescentes entre 12 e 19 anos que participaram do inquérito nacional de saúde e nutrição dos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) calcularam o quanto o consumo de alimentos ultraprocessados impacta no risco de obesidade.

No estudo, os jovens foram divididos em três grupos de acordo com a quantidade ingerida desses produtos. Ao comparar os que mais comiam ultraprocessados (em média 64% do total de gramas da dieta) com aqueles que comiam menos (18,5% em média), observou-se que os do primeiro grupo tinham 45% mais chance de obesidade, 52% mais chance de obesidade abdominal (gordura localizada na barriga) e – o dado mais preocupante – 63% mais chance de obesidade visceral (acúmulo de gordura entre os órgãos), que está altamente relacionada com o desenvolvimento de hipertensão, doença arterial coronariana, diabetes tipo 2, dislipidemia e aumento do risco de mortalidade.

Os resultados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

“A evidência científica tornou-se bastante sólida em relação ao papel negativo dos alimentos ultraprocessados na pandemia de obesidade. Isso está muito bem demonstrado para os adultos. Entre os jovens já havíamos constatado que o consumo desses produtos é elevado – representando cerca de dois terços da dieta dos adolescentes norte-americanos –, mas os resultados referentes à associação entre padrões alimentares baseados em ultraprocessados e desfechos de saúde, entre eles a obesidade, eram escassos e inconsistentes”, explica Daniela Neri, primeira autora do artigo e integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Contexto

Coordenada pelo professor Carlos Augusto Monteiro, a equipe do Nupens foi pioneira em associar as mudanças no processamento industrial de alimentos com a pandemia de obesidade, que teve início nos Estados Unidos nos anos 1980 e, no século 21, atingiu a maioria dos países do mundo. Com base nessa hipótese, o grupo desenvolveu uma classificação para os alimentos, denominada NOVA, baseada no nível de processamento industrial. O trabalho embasou as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira lançado em 2014, que recomenda priorizar as preparações culinárias com alimentos in natura ou minimamente processados e evitar os ultraprocessados – categoria que pode incluir desde refrigerantes, bolachas recheadas e salgadinhos de pacote até mesmo um aparentemente inocente pão de forma integral (leia mais em: agencia.fapesp.br/20820/).

“De modo geral, os alimentos e bebidas ultraprocessados contêm aditivos químicos – como corantes, aromatizantes, emulsificantes e espessantes – que buscam melhorar as características sensoriais do produto. Muitos deles têm alta densidade energética e teores elevados de açúcar e gordura, o que contribui diretamente para o ganho de peso. Mas mesmo aqueles com baixas calorias, como o refrigerante diet, podem favorecer o desenvolvimento de obesidade de formas que vão além da composição nutricional. Por exemplo, interferindo na sinalização de saciedade do organismo ou modificando a microbiota do intestino”, explica Neri.

Metodologia

Na pesquisa recém-publicada, a dieta dos adolescentes foi avaliada por meio de uma metodologia conhecida como Recordatório Alimentar de 24 horas, que consiste na obtenção de informações sobre os tipos e as quantidades de todos os alimentos e bebidas ingeridos no dia que antecede a entrevista, bem como os horários e os locais de consumo das refeições. A maioria dos participantes incluídos na análise (86%) passou por duas entrevistas do tipo, com um intervalo de duas semanas entre elas.

Com base nesse recordatório, os jovens foram divididos em três grupos. No primeiro estavam os que consumiam até 29% dos gramas totais da dieta em ultraprocessados. No segundo, aqueles para os quais esse percentual variou entre 29% e 47% e, no último tercil, ficaram aqueles com valores acima de 48%.

Também foram avaliados os dados antropométricos dos participantes, entre eles peso, altura e circunferência da cintura. Esses índices foram avaliados para idade e sexo, de acordo com o padrão de crescimento do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

“O risco de obesidade total foi estimado com base no IMC, que é calculado dividindo o peso [em quilos] pela altura ao quadrado [em metros]. Já para avaliar a obesidade abdominal nos baseamos na medida da circunferência abdominal. E um parâmetro menos conhecido, que é o diâmetro abdominal sagital, foi usado como proxy [valor representativo] da obesidade visceral”, conta Neri.

Como explica a pesquisadora, o diâmetro abdominal sagital é uma forma indireta e não invasiva de mensurar a quantidade de gordura entre os órgãos. “O indivíduo deita na maca e, com uma espécie de régua [paquímetro], é aferida a distância entre a parte inferior das costas até a região do umbigo, de modo que a gordura subcutânea mais mole caia para os lados e a gordura visceral, mais rígida, permaneça no local. Desse modo, evitam-se eventuais erros de medição que poderiam ser causados por dobras na região da cintura.”

Todos os dados avaliados na pesquisa da USP foram extraídos do National Health and Nutrition Examination Survey (Nhanes) – o inquérito nacional de saúde e nutrição realizado continuamente nos Estados Unidos. Trata-se de um banco público de dados que abrange uma amostra nacionalmente representativa da população dos Estados Unidos. No estudo, foram usadas informações coletadas entre 2011 e 2016. Segundo Neri, as conclusões podem ser extrapoladas para os jovens brasileiros, que também estão expostos desde cedo aos alimentos ultraprocessados, ainda que em menor proporção.

“No Brasil não há nenhum levantamento que forneça, ao mesmo tempo, informações sobre consumo alimentar de adolescentes e dados antropométricos coletados em avaliações presenciais. Esse tipo de inquério nutricional tem alto custo e requer financiamento contínuo. No país há algumas iniciativas similares, porém, mais simples”, comenta Neri.

No Vigitel, que é o inquérito nacional conduzido anualmente pelo Ministério da Saúde para monitorar fatores de risco e proteção para doenças crônicas, por exemplo, a coleta de dados é feita por telefone e somente com pessoas acima de 18 anos. Os dados mais recentes desse levantamento, divulgados em janeiro deste ano pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), apontam que a taxa de obesidade na população adulta do Brasil passou de 11,8% em 2006 para 21,5% em 2020, ou seja, praticamente dobrou.

Já a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz dados sobre o consumo alimentar de adolescentes e adultos no país, mas não contém informações sobre o estado de saúde dos pesquisados.

Segundo a edição mais recente da POF, feita entre 2017 e 2018, mais da metade (53,4%) das calorias consumidas pelos brasileiros vêm dos alimentos in natura (verduras, frutas, carnes, leite etc.) ou minimamente processados (grãos e farinhas, por exemplo), 15,6% de ingredientes culinários processados (como sal, açúcar e azeite), 11,3% de alimentos processados (queijos, pães artesanais, frutas e legumes em conserva) e 19,7% de alimentos ultraprocessados. Entre os adolescentes analisados na POF a proporção de ultraprocessados representa 27% do total de calorias diárias, enquanto entre adultos com 60 anos ou mais esse percentual é de 15,1%.

Comparações

Em outro estudo conduzido no Nupens e divulgado na revista Obesity Reviews, os pesquisadores compararam os dados sobre o padrão alimentar dos adolescentes da POF 2017-2018 com informações similares de outros sete países: Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos e Reino Unido.

A participação dos ultraprocessados na dieta dos jovens variou bastante entre as nações – sendo menor na Colômbia (19% das calorias da dieta) e no Brasil (27%) e mais alta entre os britânicos (68%) e norte-americanos (66%). Apesar da discrepância no consumo, o impacto na qualidade da dieta foi muito parecido em todas as populações avaliadas, conta Neri à Agência FAPESP.

“Nesse estudo os jovens também foram divididos em grupos de acordo com o consumo de ultraprocessados. E observamos que, à medida que aumenta a participação desses produtos, há uma piora na qualidade da dieta, ou seja, cresce a densidade energética e os teores de açúcar. Por outro lado, ocorre redução de fibras. O efeito negativo é muito parecido em todos os países, independentemente da proporção de ultraprocessados, da região ou da cultura.”

Embora o arroz com feijão ainda seja a base da alimentação brasileira, ressalta a pesquisadora, um levantamento divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde revelou que o consumo de ultraprocessados é frequente no país até mesmo entre crianças com menos de 5 anos: mais de 80% dos indivíduos nessa faixa etária fazem uso regular.

“A ingestão desses produtos tira o espaço do alimento in natura ou minimamente processado em uma fase em que os hábitos alimentares estão sendo formados”, alerta Neri. “Essa exposição de crianças e adolescentes a esses alimentos obesogênicos representa uma verdadeira programação para problemas futuros de saúde. É realmente preocupante.”

Para a pesquisadora, controlar essa exposição é algo que está além da capacidade das famílias, uma vez que seria necessário remodelar todo o sistema alimentar atual.

“Além de conscientizar os consumidores, é preciso agir em várias frentes por meio de políticas públicas. Há diferentes estratégias possíveis, como restringir a publicidade, principalmente para crianças, e aumentar a tributação desses produtos, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso aos alimentos in natura. Outra medida fundamental diz respeito aos rótulos, que devem trazer informações mais claras para guiar as escolhas alimentares dos consumidores”, avalia Neri.

Os estudos publicados pela equipe do Nupens receberam financiamento da FAPESP por meio de cinco projetos (15/14900-9, 16/25853-4, 18/17972-9, 19/22278-7 e 16/14302-7).

O artigo Associations Between Ultra-processed Foods Consumption and Indicators of Adiposity in US Adolescents: Cross-Sectional Analysis of the 2011-2016 National Health and Nutrition Examination Survey pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2212267222000338.

E o artigo Ultraprocessed food consumption and dietary nutrient profiles associated with obesity: A multicountry study of children and adolescents está disponível em: onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/obr.13387.
 


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Compostos bioativos da laranja ajudam a controlar a glicemia no sangue, sugere estudo

André Julião | Agência FAPESP – As árvores da espécie Pouteria bullata, popularmente conhecida como guapeva-vermelha, são exclusivas da Mata Atlântica e produzem frutos suculentos e adocicados.

Suas sementes têm cerca de dois centímetros e, portanto, são grandes demais para serem engolidas por pássaros e pequenos mamíferos. Desse modo, a planta depende exclusivamente de primatas como o bugio (Alouatta guariba) e o muriqui (Brachyteles arachnoides) e, eventualmente, da anta (Tapirus terrestris) para dispersar seu material genético e perpetuar a espécie.

Em locais onde esses mamíferos despareceram, também já não é possível encontrar a guapeva-vermelha, classificada como “vulnerável” na lista de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

E, de acordo com um estudo publicado na revista Biotropica, justamente esses animais importantes para a dispersão de sementes são os primeiros a sumir em decorrência do desmatamento da Mata Atlântica.

“A dispersão de sementes é um processo complexo, que abarca muitos tipos de vertebrados ao mesmo tempo. O reflexo do desmatamento é a extinção tanto de animais, que perdem o alimento, como de vegetais, que não podem mais se dispersar”, conta Lisieux Fuzessy, primeira autora do estudo, realizado com apoio da FAPESP durante seu pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro.

O trabalho integra o projeto “O efeito da fragmentação sobre as funções ecológicas dos primatas”, também financiado pela Fundação e coordenado por Laurence Culot, professora do IB-Unesp.

Parte da pesquisa foi realizada durante estágio realizado por Fuzessy na Estación Biológica de Doñana (EBD-CSIC), na Espanha, com bolsa da FAPESP e colaboração do pesquisador Pedro Jordano.

“A princípio, a ideia era verificar apenas o papel dos primatas na dispersão de sementes, mas ficou claro que era preciso analisar a atuação de todos os vertebrados”, diz a pesquisadora.

Além dos primatas, foram incluídos no estudo dados sobre a dispersão de sementes por aves, morcegos, carnívoros, marsupiais, roedores e ungulados (cervídeos, antas, porcos-do-mato etc.). Com isso, o estudo faz um panorama inédito do papel das interações animais-plantas para a manutenção da biodiversidade.

Áreas conservadas e fragmentos

Para entender os impactos da perda de fauna na floresta, os pesquisadores compararam as interações entre animais e plantas em duas áreas florestais no Estado de São Paulo.

Uma é conhecida como uma das mais conservadas da Mata Atlântica no Brasil, a Serra de Paranapiacaba, com mais de 120 mil hectares distribuídos por áreas protegidas e propriedades particulares.

No local ocorrem alguns dos grandes mamíferos mais ameaçados de extinção atualmente, como a onça-pintada (Panthera onca), o cachorro-vinagre (Speothos venaticus) e a queixada (Tayassu pecari, além de antas e muriquis).

A Serra de Paranapiacaba é ainda o mais importante refúgio da jacutinga (Pipile jacutinga), uma grande ave frugívora extinta na maioria dos remanescentes de Mata Atlântica.

A Mata de Santa Genebra, por sua vez, é um fragmento de 250 hectares cercado de áreas urbanas e plantações, um reflexo da maioria dos remanescentes do bioma.

A área foi desmatada até 1984, quando passou a ser protegida. Como reflexo desse histórico, inexiste no local a maior parte dos grandes vertebrados. São encontradas apenas pequenas aves, além de mamíferos de porte médio como pacas (Cuniculus paca), gambás (Didelphis spp.) e caxinguelês (Guerlinguetus brasiliensis).

No entanto, ocorrem também algumas poucas espécies de grandes frugívoros, como o bugio e o jacuguaçu (Penelope obscura). Mesmo assim, as interações são muito menores do que na área conservada.

Na Serra de Paranapiacaba foram registradas 1.588 interações entre 133 animais e 315 plantas. Na Mata de Santa Genebra, por outro lado, foram 221 interações entre 54 animais e 58 plantas.

“É uma diferença muito importante. Espécies-chave como o muriqui ou a anta comem uma diversidade muito maior de frutos do que um passarinho, por exemplo. Além da demanda elevada por calorias, a garganta maior permite que engulam frutos grandes e dispersem plantas que, sem esses animais, simplesmente desaparecem, num efeito cascata”, explica Fuzessy.

O trabalho é mais um a demonstrar a importância de conservar não apenas espécies, mas da diversidade funcional, ou seja, as interações entre animais e plantas que fazem a floresta prosperar. Por isso, serve de base para projetos de conservação e reflorestamento.

O artigo Functional roles of frugivores and plants shape hyper-diverse mutualistic interactions under two antagonistic conservation scenarios pode ser lido em: onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/btp.13065.
 


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Curcumina associada à terapia fotodinâmica se mostra eficaz contra o parasita da leishmaniose

Luciana Constantino | Agência FAPESP – Uma pesquisa publicada na revista Antibiotics mostra que o uso da curcumina, substância encontrada no açafrão-da-terra (Curcuma longa), aliada à terapia fotodinâmica foi eficaz na redução da carga parasitária e até na eliminação do protozoário Leishmania. O resultado aponta um caminho para futuras pesquisas em humanos buscando tratamentos mais eficazes e direcionados para a leishmaniose.

O estudo, que teve apoio da FAPESP, aponta que aplicações de 7,8 a 15,6 microgramas por ml (µg/mL) de curcumina associada à irradiação de LED azul (λ = 450 ± 5 nm), com uma dose de luz de 10 J/cm2, conseguiram inativar células do sistema imune (macrófagos) infectadas com Leishmania braziliensis, a espécie mais comum no país, e Leishmania major.

As células saudáveis não foram afetadas. Quando administradas separadamente – a substância e a luz –, o resultado não foi satisfatório.

A terapia fotodinâmica (TFD) consiste em um processo químico decorrente da interação de luz, oxigênio e um fármaco sensível à luz (fotossensibilizador). Baseia-se na administração de um composto fotossensível, na forma de pomada ou injetável.

Após um determinado período, o tecido é irradiado por uma fonte de luz, com determinado comprimento de onda, dependendo do composto usado. A luz torna esse composto mais energético, possibilitando que ele reaja com o oxigênio presente na célula, levando-a à morte.

“A curcumina apresentou boa distribuição nos macrófagos, bem como nos amastigotas [uma das formas do parasita] dentro deles, nas concentrações testadas, após uma hora de incubação. A TFD com curcumina foi capaz de reduzir a viabilidade de amastigotas dentro dos macrófagos, além de alterar sua atividade mitocondrial, o que resultou em impacto significativo na morfologia dessas células, causando intensa destruição”, concluem os pesquisadores da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos.

E complementam: “Um ponto interessante é a baixa recuperação de parasitas após o tratamento com TFD, o que permite inferir que o uso da terapia associada à curcumina nos parâmetros testados foi eficaz na redução e eliminação da carga parasitária com uma única aplicação”.

Parasita que se estabelece no interior da célula e consegue escapar do sistema de defesa do hospedeiro, a Leishmania apresenta em seu ciclo de vida duas formas evolutivas: a promastigota, que é flagelada, extracelular e encontrada no vetor do protozoário; e a amastigota, intracelular, sem movimentos e que infecta o organismo humano.

A professora Juliana Ferreira-Strixino, coordenadora da pesquisa e do Laboratório de Fotobiologia Aplicada à Saúde (Fotobios), da Univap, explica que um dos objetivos do estudo era entender o funcionamento da forma promastigota, que apresenta vários tipos de proteção contra o sistema imunológico, e depois como funcionaria a terapia nos amastigotas.

In vitro percebemos uma redução grande da carga parasitária, o que significa a destruição de macrófagos infectados e também do parasita na forma amastigota”, diz ela.

No artigo, o grupo aponta que, “se a terapia eliminasse apenas os macrófagos hospedeiros, haveria o risco de liberação de parasitas viáveis para infectar novas células". "No entanto, o estudo mostrou que as aplicações podem eliminar completamente os parasitas das lesões locais.”

Antes de testar a curcumina, os pesquisadores analisaram outras substâncias fotossensibilizadoras, como clorina, azul de metileno e porfirina. Esse último também resultou na publicação de artigo.

O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), contribuiu na realização do projeto com o fornecimento do fotossensibilizador.

“A curcumina se mostrou eficiente e mais barata. Sua aplicação poderia reduzir o custo das medicações usadas atualmente contra a leishmaniose”, afirma a professora.

Substância ativa da cúrcuma (planta muito usada na culinária indiana e conhecida por sua cor amarelo-ouro e sabor picante), a curcumina tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

A doença

A leishmaniose cutânea é a forma mais comum do tipo tegumentar, transmitida por insetos que se alimentam de sangue (flebótomos), conhecidos como mosquito-palha. Começa como um pequeno nódulo no local da picada, podendo evoluir para uma ferida em algumas semanas.

Considerada uma Doença Tropical Negligenciada (DTN) por afetar populações vulneráveis socioeconomicamente, a leishmaniose tegumentar é classificada como um problema de saúde pública no Brasil. Foram confirmados 15.484 novos casos em 2019 no país, com coeficiente de detecção de 7,37 registros a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde.

A prevenção da doença depende do combate ao mosquito, assim como acontece, por exemplo, com o Aedes aegypti em relação à dengue – ambas consideradas DTNs.

Estima-se que as doenças negligenciadas afetem 1,5 bilhão de pessoas em mais de 150 países, mas os investimentos em pesquisas básica e clínica na área ainda são baixos. Por isso, muitos tratamentos disponíveis são reaproveitados de outras doenças, com efeitos colaterais e custo elevado para as populações carentes, mais afetadas.

Nas últimas décadas, análises epidemiológicas da leishmaniose tegumentar têm sugerido mudanças no padrão de transmissão da doença, inicialmente considerada zoonose de animais silvestres. Agora, ela já passou a ser registrada em zonas rurais, praticamente desmatadas, e em regiões periurbanas.

Próximos passos

Segundo Ferreira-Strixino, agora seu grupo de pesquisa está começando a montar um estudo visando a trabalhar com roedores. Ainda será preciso estabelecer o modelo a ser usado – rato, camundongo ou hamster, por exemplo.

No futuro, a ideia é testar a curcumina como uma alternativa para o tratamento da doença, já que pode ser uma terapia de baixo custo e de aplicação somente no local afetado, tornando possível tratar as lesões individualmente, sem o impacto que as drogas administradas sistemicamente podem apresentar.

O artigo Evaluation of the Photodynamic Therapy with Curcumin on L. braziliensis and L. major Amastigotes, de André Henrique Correia Pereira, Luciana Maria Cortez Marcolino, Juliana Guerra Pinto e Juliana Ferreira-Strixino, pode ser lido em www.mdpi.com/2079-6382/10/6/634/htm.
 


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Cientistas da USP extraem compostos da casca de romã para aumentar vida útil de morangos

Agência FAPESP * – Uma pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) demonstrou que a casca da romã pode ser explorada de forma sustentável, rápida e barata para diferentes finalidades. Por meio de uma nova técnica, os cientistas conseguem extrair da casca 84,2% mais antioxidantes, substâncias que possuem propriedades conservantes e são capazes de retardar o processo de envelhecimento, aproveitando a porção da romã que vai para o lixo.

No trabalho, os pesquisadores mostram que substâncias naturais encontradas em plantas e conhecidas como NADES, sigla em inglês para solventes eutéticos naturais profundos, podem ser aplicadas para retirada dos antioxidantes existentes na casca da romã. Assim, não é preciso usar opções tóxicas como metanol e nem o etanol que, apesar de ser um solvente verde, evapora facilmente e é explosivo.

Com o sucesso do novo método, os especialistas estão agora colocando em prática uma etapa diferente do estudo: incorporar os antioxidantes da romã obtidos de maneira ambientalmente amigável a revestimentos à base de gelatina e quitosana, dois biopolímeros, para desenvolver uma película protetora capaz de aumentar a vida útil de morangos, terceiro item na lista de maiores perdas em valor do setor de frutas, legumes e verduras dos supermercados brasileiros.

O estudo foi premiado no 2º Encontro da Pós-Graduação da USP por sua preocupação com o 12º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), do Consumo e Produção Sustentáveis, e conta com financiamento da FAPESP.

Os cientistas atuam em parceria com a unidade Embrapa Instrumentação, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, também localizada em São Carlos, para avaliar os efeitos do uso dos revestimentos poliméricos na aparência e no sabor dos morangos.

Os primeiros resultados, considerando 14 dias de armazenamento na geladeira, indicam que a película consegue manter a textura, retardar a contaminação e evitar a desidratação dos frutos.

“Queremos contribuir para a diminuição do descarte de morangos utilizando para isso a casca de romã, que é responsável por uma elevada atividade antioxidante, mas não é aproveitada pela indústria, sendo considerada um resíduo agroindustrial”, contou Mirella Bertolo, doutoranda do IQSC-USP e autora principal do trabalho, em entrevista para a Assessoria de Comunicação do IQSC.

Os resultados da pesquisa foram descritos em artigo publicado na revista científica Journal of Cleaner Production.

Incentivo ao uso de produtos naturais

O primeiro desafio do estudo foi conseguir obter os antioxidantes presentes na romã a partir de solventes verdes. “Os NADES foram descritos depois que pesquisadores começaram a se questionar sobre o transporte de nutrientes em árvores em ambientes congelados. Eles descobriram que as plantas produzem substâncias naturais, com propriedades únicas de solubilidade, que possibilitam esse transporte”, relatou Stanislau Bogusz Junior, professor do IQSC e orientador de Bertolo, também em entrevista para a Assessoria de Comunicação do IQSC.

No estudo, foram testados cinco NADES com propriedades distintas. Os pesquisadores utilizaram ferramentas estatísticas para analisar a interação entre as variáveis, reduzindo a quantidade de experimentos necessários, e chegaram a um processo otimizado com cloreto de colina e ácido lático que resultou em uma extração de apenas 25 minutos com alto rendimento de compostos.

O professor explicou que as substâncias largamente sintetizadas em plantas têm propriedades antioxidantes, contribuindo para a neutralização de moléculas que são produzidas em maior quantidade mediante estresse, alimentação desregrada, exposição à poluição e consumo de álcool e cigarro.

Níveis mais altos de radicais livres, por sua vez, estão atrelados ao envelhecimento, daí o interesse da indústria de cosméticos na aplicação de antioxidantes em cremes antirrugas, por exemplo. Suas propriedades também despertam o interesse da indústria alimentícia, já que têm função conservante.

Atualmente, mencionou o professor, são usados muitos antioxidantes sintéticos para aumentar a validade dos produtos e há um interesse crescente dos consumidores pela substituição por opções mais saudáveis.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do IQSC.
 


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Estudo sobre compostos naturais com ação antitumoral é destaque no Prêmio SiBBr de Biodiversidade

Agência FAPESP – A primeira edição do Prêmio Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) divulgou recentemente a lista de vencedores e um dos destaques foi a pesquisa “Isolation, synthesis and bioactivity studies of phomactin terpenoids”, coordenada por Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP). Financiado pela FAPESP, o trabalho ficou em terceiro lugar na categoria “Produção Acadêmica”.

O estudo trata de substâncias que inibem a proliferação de células tumorais e mostra como a articulação entre grupos pode acelerar a descoberta de moléculas com potencial farmacológico. Os resultados foram publicados na revista Nature Chemistry e também divulgados em reportagem da revista Pesquisa FAPESP.

O Prêmio SiBBr de Biodiversidade é uma iniciativa da Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (Sefae-MCTI), executada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ele disponibiliza R$ 50 mil para a premiação dos três primeiros colocados em duas categorias: “Produção Acadêmica” e “Desenvolvimento Tecnológico & Inovação”.

Ao todo, foram abertos 112 cadastros de inscrição, tendo a Finep/MCTI recebido efetivamente 29 propostas. Lançado no dia 21 de dezembro de 2021, o prêmio tem como objetivos revelar talentos, impulsionar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico e promover a inovação na temática de biodiversidade, de modo a apoiar o seu uso sustentável.

A lista dos três primeiros colocados de cada categoria está disponível no site da Finep.

O SiBBr é uma plataforma on-line que integra dados sobre a biodiversidade e os ecossistemas provenientes de fontes diversas do Brasil e do exterior.
 


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terça-feira, 10 de maio de 2022

A better diet helps beat depression in young men

For more information: https://www.sciencedaily.com/releases/2022/05/220509112049.htm

Young men with a poor diet saw a significant improvement in their symptoms of depression when they switched to a healthy Mediterranean diet, a new study shows.

Depression is a common mental health condition that affects approximately 1 million Australians each year. It is a significant risk factor for suicide, the leading cause of death in young adults.

The 12-week randomised control trial, conducted by researchers from the University of Technology Sydney, was recently published in the peer-reviewed American Journal of Clinical Nutrition.

Lead researcher Jessica Bayes, a PhD candidate in the UTS Faculty of Health, said the study was the first randomised clinical trial to assess the impact of a Mediterranean diet on the symptoms of depression in young men (aged 18-25).

"We were surprised by how willing the young men were to take on a new diet," Bayes said. "Those assigned to the Mediterranean diet were able to significantly change their original diets, under the guidance of a nutritionist, over a short time frame."

"It suggests that medical doctors and psychologists should consider referring depressed young men to a nutritionist or dietitian as an important component of treating clinical depression," she said.

The study contributes to the emerging field of nutritional psychiatry, which aims to explore the effect that specific nutrients, foods and dietary patterns can have on mental health. The diet used in the study was rich in colourful vegetables, legumes and wholegrains, oily fish, olive oil and raw, unsalted nuts.

"The primary focus was on increasing diet quality with fresh wholefoods while reducing the intake of 'fast' foods, sugar and processed red meat," Bayes said.

"There are lots of reasons why scientifically we think food affects mood. For example, around 90 per cent of serotonin, a chemical that helps us feel happy, is made in our gut by our gut microbes. There is emerging evidence that these microbes can communicate to the brain via the vagus nerve, in what is called the gut-brain axis.

"To have beneficial microbes, we need to feed them fibre, which is found in legumes, fruits and vegetables," she said.

Roughly 30 per cent of depressed patients fail to adequately respond to standard treatments for major depressive disorder such as cognitive behaviour therapy and anti-depressant medications.

"Nearly all our participants stayed with the program, and many were keen to continue the diet once the study ended, which shows how effective, tolerable and worthwhile they found the intervention."

Story Source:

Materials provided by University of Technology Sydney. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:Jessica Bayes, Janet Schloss, David Sibbritt. The effect of a Mediterranean diet on the symptoms of depression in young males (the “AMMEND” study): A Randomized Control Trial. The American Journal of Clinical Nutrition, 2022; DOI: 10.1093/ajcn/nqac106

New study reviews anti-cancer activity of sustained release capsaicin formulations

For more information: https://www.sciencedaily.com/releases/2022/05/220504135629.htm

Recently published in Pharmacology & Therapeutics, a leading medical review journal in the field of pharmacology, the article chronicles the growth-suppressive activity of sustained release capsaicin drugs, including solid dispersion systems, liposomes, phospholipid complexes and nanoparticles. This is the first publication to provide an in-depth description of the anti-cancer activity of capsaicin sustained release formulations. The research team was led by Associate Professor of Biomedical Sciences Piyali Dasgupta, Ph.D., and Professor of Biomedical Sciences Monica Valentovic, Ph.D.

"This review article is the first to provide a comprehensive overview of capsaicin formulations in human cancer," said Dasgupta, corresponding author on the publication. "Previous publications in the literature only briefly address sustained release formulations of capsaicin."

The nutritional agent capsaicin displayed robust growth-inhibitory activity in a diverse array of human cancers. However, the clinical applications of capsaicin as a viable anti-cancer agent were hindered by three factors -- poor solubility, low bioavailability and spicy flavor.

"Oral use of capsaicin is associated with unfavorable side effects such as stomach cramps, nausea, a burning sensation in the gut and gastrointestinal irritation," said Valentovic, a senior author on the publication. "A strategy to overcome these drawbacks is the development of different delivery systems, such as encapsulating capsaicin in long-acting sustained release drug delivery systems could allow for more consistent capsaicin levels that could be more efficient as anti-cancer agents."

In addition to Dasgupta and Valentovic, clinical faculty Maria T. Tirona, M.D., Joshua Hess, M.D., and Paul Finch, M.D., contributed to the publication as well as co-authors Stephen Richbart, Justin Merritt, Ashley Cox, Emily Moles and Katie Brown.

This research was supported by the R15 Academic Research Enhancement Award Grants from the National Institutes of Health (1R15CA161491-01A1, 2R15CA161491-02, 2R15CA161491-03, R15AI151970-01 and1R15HL145573-01), the West Virginia IDeA Network of Biomedical Research Excellence (WV-INBRE) grant (P20GM103434) as well as the National Science Foundation (SURE) and West Virginia NASA State Grant Consortium.

Story Source:

Materials provided by Marshall University Joan C. Edwards School of Medicine. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:Justin C. Merritt, Stephen D. Richbart, Emily G. Moles, Ashley J. Cox, Kathleen C. Brown, Sarah L. Miles, Paul T. Finch, Joshua A. Hess, Maria T. Tirona, Monica A. Valentovic, Piyali Dasgupta. Anti-cancer activity of sustained release capsaicin formulations. Pharmacology & Therapeutics, 2022; 238: 108177 DOI: 10.1016/j.pharmthera.2022.108177

Higher antioxidant levels linked to lower dementia risk

For more information: https://www.sciencedaily.com/releases/2022/05/220504170826.htm

People with higher levels of antioxidants in their blood may be less likely to develop dementia, according to a study published in the May 4, 2022, online issue of Neurology®, the medical journal of the American Academy of Neurology.

The study found that people with the highest levels of the antioxidants lutein and zeaxanthin and beta-cryptoxanthin in their blood were less likely to develop dementia decades later than people with lower levels of the antioxidants. Lutein and zeaxanthin are found in green, leafy vegetables such as kale, spinach, broccoli and peas. Beta-cryptoxanthin is found in fruits such as oranges, papaya, tangerines and persimmons.

"Extending people's cognitive functioning is an important public health challenge," said study author May A. Beydoun, PhD, MPH, of the National Institutes of Health's National Institute on Aging in Baltimore, Maryland. "Antioxidants may help protect the brain from oxidative stress, which can cause cell damage. Further studies are needed to test whether adding these antioxidants can help protect the brain from dementia."

The study involved 7,283 people who were at least 45 years old at the beginning of the study. They had a physical exam, interview and blood tests for antioxidant levels at the beginning of the study. They were then followed for an average of 16 years to see who developed dementia.

The participants were divided into three groups based on their levels of antioxidants in the blood. People with the highest amounts of lutein and zeaxanthin were less likely to develop dementia than those with lower levels. Every standard deviation increase in lutein and zeaxanthin levels, approximately 15.4 micromols/liter, was associated with a 7% decrease in risk of dementia. For beta-cryptoxanthin, every standard deviation increase in levels, approximately 8.6 micromols/liter, was associated with a 14% reduced risk of dementia.

"It's important to note that the effect of these antioxidants on the risk of dementia was reduced somewhat when we took into account other factors such as education, income and physical activity, so it's possible that those factors may help explain the relationship between antioxidant levels and dementia," Beydoun said.

A limitation of the study is that antioxidant levels were based on one measurement of blood levels and may not reflect people's levels over their lifetime.

The study was supported by the National Institute on Aging, part of the National Institutes of Health.


Story Source:

Materials provided by American Academy of Neurology. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:May A. Beydoun, Hind A Beydoun, Marie T. Fanelli-Kuczmarski, Jordan Weiss, Sharmin Hossain, Jose Atilio Canas, Michele Kim Evans, Alan B. Zonderman. Association of Serum Antioxidant Vitamins and Carotenoids With Incident Alzheimer Disease and All-Cause Dementia Among US Adults. Neurology, 2022; 10.1212/WNL.0000000000200289 DOI: 10.1212/WNL.0000000000200289

Alterações nos nomes científicos - 1

Em algumas poucas décadas, ou mesmo em menos de uma década, ocorrem mudanças no nome científico de uma espécie.
 
As alterações ocorrem para deixar a espécie entre as que possuem mais semelhanças genéticas. Conhecer as alterações é importante principalmente quando se faz uma revisão, pois irá encontrar artigos com um das sinonímias científicas.

Exemplos com a planta da foto, conhecida popularmente por vários nomes populares, como, por exemplo, alumã, caferana, boldo-indígena, figatil, boldo-baiano e fel-da-terra.

Exemplos de artigos científicos que são referências para essa espécie:

Anatomical characters of the medicinal leaf and stem of Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. ex Walp. (Asteraceae). https://doi.org/10.1590/S1984-82502013000400011

Vernonia condensata Baker (Asteraceae): a promising source of antioxidants. doi: 10.1155/2013/698018.

Nenhum artigo encontrado no PUBMED e na BIREME que consta no título Vernonanthura condensata.

Texto:
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo - Professor UNITAU
Graziela Maria Orfão Coelho - Geógrafa e acadêmica de Engenharia agronômica - UNITAU