Uso de fitoterapia no SUS permite que famílias apostem no
cultivo de insumos para farmácias de manipulação e indústrias de medicamentos
para aumentar a renda mensal
A produção orgânica de plantas medicinais e aromáticas tem
se tornado uma alternativa rentável para a agricultura familiar. O uso da
fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) amplia a demanda por tinturas e
extratos secos – insumos para farmácias de manipulação e indústrias de medicamentos.
A alternativa é rentável e sustentável. O casal Sidney e Roseli Eurich, por
exemplo, passou de uma renda mensal média de R$ 90 para R$ 1,2 mil em cinco
anos de dedicação ao plantio de alcachofra, melissa, alecrim, capim limão,
orégano e tomilho. “Nos quatro meses de época da melissa, tiramos até R$ 4
mil”, conta Roseli, que também produz feijão, milho, ovos e legumes.
Com certificação orgânica pela Ecocert, a família preserva mata em 70% de
seus 21 hectares ,
em Arvoredo (PR), uma das cidades cobertas pela assistência técnica do
Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoot (IAF).
Desde 2005, o IAF ajuda a formar sistemas agroflorestais de 160 famílias
agricultoras comcertificação de responsabilidade ambiental e social. “As
plantas desidratadas são matéria-prima para cosméticos, fármacos e chás”,
explica o agrônomo da IAF, Douglas Dias de Almeida.
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo também são grandes produtores,
mas as iniciativas semelhantes estão sendo fomentadas em todo o País. Há três anos,
por exemplo, uma associação de mulheres desenvolve cosméticos à base da
palmeira gueroba (Syagrus oleracea), em Buriti de Goiás. Além das 13 mulheres
da Associação dos Ipês, 120 famílias da região coletam os frutos da gueroba de
seus pastos.
Na mini-agroindústria da Associação, a torta da farinha da amêndoa serve para
doces ou ração animal. O óleo das amêndoas vai para a uma fábrica terceirizada
que faz sabonete, loção e óleo de massagem corporal. “O cosmético é vendido de
porta em porta e em feiras regionais ou nacionais, como a Feira Nacional
da Agricultura Familiar”, diz Lourdes Cardozo Laureano, uma das coordenadoras
técnicas da Articulação Pacari, rede formada por grupos comunitários que
trabalham com plantas medicinais do Cerrado em Minas Gerais ,
Tocantins, Maranhão e Goiás.
Agricultores exibem a colheita de plantas medicinais
Link do artigo: http://revista.brasil.gov.br/reportagens/plantas-medicinais
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