terça-feira, 17 de abril de 2012

Manjericão-comum



Depois da cebolinha e da salsinha, e do coentro no Norte e Nordeste, o condimento mais utilizado no país é o manjericão-comum.  A facilidade de seu cultivo contribui para sua ampla utilização, pois basta um local ensolarado e solo com matéria orgânica.

A planta do texto é o manjericão-comum ou a alfavaca (Ocimum americanum L.), mas é bom detalhar para ter certeza de qual se trata, para que não ocorram confusões. Esta variedade é a mais fácil de ser encontrada nos quintais em quase todos os Estados brasileiros, devido a sua rusticidade.  Suas folhas são pequenas, não mais que 3 cm de comprimento, de formato ovalado, e sua altura varia de 0,5 a 1,0 m

No Brasil, dependendo do local, são utilizados principalmente esses dois nomes populares para denominar a espécie deste artigo, mas, no nosso Vale do Paraíba ambos são mencionados, o que gera uma pequena confusão. Outro problema, tanto aqui quanto nas demais regiões brasileiras, é que são vários os tipos, o que complica sua certeira denominação científica.

São tantos os cultivares ou as variedades (alguns pesquisadores citam mais de 100), que se recomenda usar uma forma de classificá-los, que pode ser quanto ao aroma (pois têm os tipos anis, canela, cânfora, cravo, doce, limão), ou quanto à cor (verde e roxo; além dos variegados). 

Há cultivares comerciais do gênero Ocimum, principalmente da espécie O. basilicum, com coloração verde escura, verde clara, púrpura, verde com manchas púrpuras e na forma crespa ou lisa, por exemplo. Alguns possuem nomes interessantes, como os de folha roxa; Purple ruffles e Purple castle; outros são famosos na culinária, como o Genovese (manjericão do molho Pesto) e o Toscano. Esta variação dificulta a interpretação de resultados de pesquisa, quando há menção apenas da espécie.

Com relação ao cultivo, uma dica é, que quando começar a secar seus galhos, recomenda-se replantar em outro local, e a muda pode ser feita de estacas retiradas do próprio galho. Outra é que se retirar as flores, que também podem ser usadas como condimentos, a planta fica com mais biomassa, ou seja, produz mais área foliar. A falta de água e o inverno rigoroso podem contribuir para que tenha um menor ciclo de vida.

Suas folhas são usadas para cozimento de legumes e recheio de aves. Peixes ficam deliciosos quando deixados descansar em molho com limão, manjericão, cebola e salsa. Tempera bem carnes assadas. Usa-se para aromatizar vinagres. No caldo de verduras, dá mais sabor e força às sopas e às carnes. 

Na culinária, algumas dicas: como no cozimento o seu aroma é perdido, recomenda-se picar as folhas e espalhá-las sobre o alimento quente ou frio; no prato cozido, deverá ser acrescentado um pouco antes de servi-lo e, para sua conservação, deverá ser picado e misturado com uma pequena quantidade de óleo de oliva. 

Nas indústrias é usado como aromatizante de alimentos e bebidas, e seu óleo volátil possui ações inseticidas, agindo como repelente de insetos. Na medicina popular, suas folhas e flores são utilizadas no preparo de chás para ações tônicas e digestivas, sendo comumente indicadas também para problemas respiratórios e reumáticos. 

Na área da Medicina Veterinária seu uso se deve principalmente à sua ampla ação antimicrobiana. Já foi testado com eficácia contra os microorganismos Staphylococcus aureus, Salmonella cholleraesuis e Escherichia coli

Autores do texto: Marcos Roberto Furlan e acadêmica de veterinária Daniele Danezi Savio



2 comentários:

  1. Manjericão dá um sabor especial nos alimentos, eu adoro. O difícil é realmente identificá-los.

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  2. Verdade, e só há dois centros de pesquisa em todo o mundo que são especializados na identificação dos Ocimuns.

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