Abacate (Persea americana Mill.)
Uso terapêutico: coadjuvante do
tratamento de artrite reumatóide e osteoartrite.
Interações Medicamentosas: grandes quantidades podem inibir o efeito da varfarina (anticoagulante).
Alcachofra (Cynara scolymus L.)
Uso terapêutico: colerético (aumento
da liberação de bílis a partir da vesícula biliar) e colagogo (aumento da
produção de bílis pelo fígado).
Interações Medicamentosas: estudo
em animais demonstrou que o efeito diurético promovido pela alcachofra poderá
ser prejudicial quando utilizada com medicamentos diuréticos, porque o volume
sanguíneo poderá diminuir drasticamente gerando quedas de pressão arterial por
hipovolemia e como a alcachofra atua na diurese, incluindo a excreção de
potássio, existe a possibilidade de desencadeamento de níveis baixos de
potássio na corrente sanguínea gerando a hipocalemia. As interações mais graves
poderão ser verificadas com diuréticos de alça (furosemida) e tiazídicos (clortalidona,
hidroclorotiazida, indapamida)
Alho (Allium sativum L.)
Uso terapêutico: coadjuvante no
tratamento de hiperlipedemia e hipertensão arterial leve; auxiliar na prevenção
da aterosclerose.
Interações Medicamentosas: pacientes
que utilizam anticoagulantes orais, como a varfarina, poderão apresentar aumento
do tempo de sangramento quando forem administrados medicamentos contendo alho;
efeito semelhante será observado no uso dos antiplaquetários.
O alho poderá intensificar o
efeito de drogas hipoglicemiantes (insulina e glipizida) causando uma
diminuição excessiva dos níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia). Quando
usado com saquinavir (empregado no tratamento de infecção por HIV) poderá
diminuir os níveis plasmáticos desta última, tornando seu efeito terapêutico
menos eficaz o que poderá ocorrer com outras drogas antirretrovirais. Drogas
metabolizadas pelo sistema hepático enzimático P450 poderão ser afetadas pelo
alho além de que quimioterápicos poderão ter seus níveis alterados conforme foi
evidenciado, através de estudo em laboratório, que a citarabina e a
fludarabina, utilizadas no tratamento de leucemia, apresentaram seus efeitos
intensificados. Outros estudos demonstraram uma pequena redução dos níveis de
colesterol no sangue após administração oral de suplementos contendo alho e,
também, redução na pressão sanguínea, aspectos que deverão ser considerados, uma
vez que serão intensificados quando utilizado com medicamentos que apresentem
estas ações terapêuticas. Indivíduos com problemas de tireóide ou aqueles que
tomam medicamentos para esta disfunção deverão ter cautela no uso de
suplementos contendo alho uma vez que o alho poderá afetar a tireóide.
Erva-de-são-joão (Hypericum
perforatum L.)
Uso terapêutico: estados
depressivos leves a moderados, não endógenos.
Interações medicamentosas: embora
não haja relato de interação entre o hipérico com alimentos (queijos
envelhecidos, fígado de galinha, creme azedo e vinho tinto) e plantas que
contenham tiramina, esta interação deverá ser considerada. Os ácidos tânicos
presentes no hipérico poderão inibir a absorção de ferro. A possível interação
medicamentosa entre o hipérico e os contraceptivos orais pode resultar em sangramentos
e, até mesmo, em gravidez indesejada. A administração de hipérico com
lansoprazol, omeprazol, piroxicam e sulfonamida poderá aumentar a
foto-sensibilidade. O hipérico potencializa o efeito de inibidores da monoamino
oxidase, aumentando a pressão sanguínea. Quando administrada com fármacos como
ciclosporina (para evitar a rejeição em transplantes) e indinavir (para
tratamento de AIDS) os níveis sanguíneos destes fármacos poderão ser reduzidos
gerando consequências graves. Outros fármacos que poderão ter redução nos
níveis sanguíneos e comprometimento da ação se usados conjuntamente com o
hipérico são: digoxina, teofilina e varfarina. O hipérico interfere na via em
que muitas drogas são submetidas às enzimas hepáticas citocromo P450 e, como
consequência, os níveis sanguíneos destas drogas poderão ser aumentados em
pequeno espaço de tempo causando aumento dos efeitos ou potencializando reações
adversas sérias e/ou serem diminuídas no sangue em espaço de tempo maior.
Exemplos de drogas que poderão ser afetadas: omeprazol, talbutamida, cafeína,
carbamazepina, ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina,
antidepressivos tricíclicos, varfarina, inibidores da transcriptase reversa não
nucleosídeas, ou inibidores da protease. A síndrome serotoninérgica poderá ser
causada quando o hipérico for utilizado, concomitantemente, com alguns fármacos
das classes: antidepressivos tricíclios, inibidores da recaptação de
serotonina, inibidores da monoamino oxidase, inibidores de apetite,
antienxaquequosos (agonistas serotoninérgicos e alcalóides do ergot),
broncodilatadores e alimentos (que contenham tiramina ou triptofano).
Fonte para o artigo completo:
NICOLETTI, M.A.; CARVALHO, K.C.;
OLIVEIRA Jr, M.A.; BERTASSO, C.C.; CAPOROSSI, P.Y.; TAVARES, A.P.L. Uso popular
de medicamentos contendo drogas de origem vegetal e/ou plantas medicinais:
principais interações decorrentes. Revista Saúde, n.4, v.1,p.25-39, 2010.
É um tópico de grande relevância para a atenção farmacêutica.Valeu mestre!
ResponderExcluirBacana o artigo acima sobre interações medicamentosas....Gostei....Abraços
ResponderExcluirLegal, não tinha conhecimento da suplementos contendo alho e a tireóide.
ResponderExcluirInteressante ler o artigo inteiro, e salvá-lo, pois pode sair do ar.
ResponderExcluirBoa dica, já abaixei o arquivo todo. Muito legal!
ResponderExcluirO artigo sobre plantas medicinais e interações com medicamentos servem de alerta.
ResponderExcluirEsses artigos se estivessem nas bulas de medicamentos seria muito eficaz.
Achei muito interessante, fácil de entender e para quem faz uso de medicamentos tem uma lista com os nomes de componentes dos medicamentos.Relacionei com os quais eu faço uso.
Várias pessoas fazem uso do medicamento AAS com café em estado febril, eu sei que não faz bem para o estomago.
Obrigada, professor Furlan.