quinta-feira, 17 de maio de 2012

Importância da flora espontânea dos quintais- III

Um nome popular de planta bem conhecido no meio rural é o caruru, ou bredo, comum no Norte e no Nordeste. Plantas que recebem este nome, geralmente, indicam solo rico em matéria orgânica, sendo consumidas como alimento, tanto por seres humanos quanto por animais. Outro uso, não conhecido por muitos, mas que aprendemos com as comunidades, é que essa planta atraem muitos besouros “pragas”. Dizem que, quando retiramos os carurus, esses insetos, por não terem mais o alimento, acabam atacando as plantas cultivadas.
Na publicação Flora Brasiliensis, de Carl Friedrich Philipp Von Martius, concluída em 1868, os carurus já eram citados. Os índios consumiam o caruru refogado, que era servido para acompanhar as carnes de caça ou o peixes, enquanto os escravos caprichavam no tempero. Na culinária atual, é mais consumido no Norte e no Nordeste, fazendo parte de alguns pratos típicos, como no “efó da Bahia”.
Com relação aos aspectos nutricionais, os carurus são valorizados em função dos altos teores de lisina (aminoácido) e de ferro, mas a presença de oxalato de cálcio, que pode gerar cálculos renais, exige que seja consumido em pequenas quantidades. Se bem que, para causar algum problema, o uso seria contínuo e em grandes quantidades.
Aliás, iremos fazer, na Universidade de Taubaté, uma pesquisa para quantificar e comparar  os teores de oxalato de cálcio do caruru (Amaranthus retroflexus ou do A. viridiscom os de outras hortaliças.
É importante ressaltar, que, quando alguém cita o caruru, ele poderá estar se referindo a uma das seguintes espécies: Amaranthus hibridus L. (foto 1), Amaranthus lividus L., Amaranthus spinosus L., Amaranthus retroflexus L. (foto 2), Amarantuhs viridis L. (foto 3), e que nem todos podem ser consumidos.
Não comum no Brasil, há o Amaranthus hypochondriacus, que pode gerar um produto semelhante à pipoca.


Foto 1
Foto 2
Foto 3
Nas fotos anteriores estão os mais utilizados nas refeições.

            Fonte das fotos:
Foto 1: 
Foto  2: 
Foto 3: 

Texto: Marcos Roberto Furlan e colaboração da farmacêutica Giany Margareth de Cassia Thomazin

Caruru com coco

Ingredientes:
2 maços de caruru
1 vidro de leite de coco (250 ml )
2 xícaras (chá ) de  tomates picados
1 xícara (chá )  de cebola  picada
1 colher (chá) de alho amassado
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
Sal e pimenta a gosto
Coentro picado a gosto

Preparo:
Destaque as folhas de caruru, lave-as e leve-as para escaldar e
tirar o visgo. Escorra-as e reserve. Faça um molho, fritando a cebola
e o alho no azeite. Junte os tomates e deixe cozinhar até encorpar. Junte o coentro e tempere com sal e pimenta. Acrescente
o caruru e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos. Junte o leite de
coco e, assim que levantar fervura, apague o fogo.
Servir  acompanhado de arroz.

Sopa de caruru

Ingredientes:
1 molho grande de caruru
1 colher (sopa ) de manteiga
1 colher (sopa ) de fubá ou creme de milho
1\2 colher (chá) de alho amassado
1 folha de louro
6 xícaras (chá) de caldo de carne ou de galinha
2 colheres (sopa ) de cebola picadinha
Sal e pimenta a gosto

Preparo:
Coloque a manteiga em uma panela, junte a cebola e o  alho e refogue. Depois, junte o fubá, refogue-o  até dourar.
Acrescente o caldo de carne ou de galinha e a folha de louro. Deixe levantar fervura. Acrescente as folhas de caruru  e cozinhe por mais  10 a 15 minutos, ou até o caruru ficar cozido.

Receitas extraídas da publicação disponível no blog
http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/05/embrapa-cartilha-sobre-cultivo-e.html

O texto da receita foi adaptado pelo autor.

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