Texto: Carolina Nujo
Engenheira de Alimentos
Geralmente, plantas condimentares recebem apenas um nome no Brasil. Salsinha, cebolinha, alecrim e orégano, por exemplo, quase sempre são reconhecidos por estes únicos nomes. No entanto, há algumas exceções, e que podem causar alguma confusão quando alguém for comprá-las.
O condimento, cujo nome científico é Anethum graveolens, recebe nomes populares no Brasil bem diferentes. Alguns, devido ao nome científico, o denominam de aneto, mas outros se referem a ele como endro ou dill.
O Anethum graveolens é uma planta da família Apiaceae e suas sinonímias botânicas são Peucedanum anethum Baill. e Peucedanum graveolens Benth. & Hook. F. Também é reconhecido como erva-doce (o que pode levar a ser confundida com o Foeniculum vulgare ou com a Pimpinella anisum) e funcho-bastardo. Suas partes utilizadas são as folhas, as sementes e as flores. Acredita-se que o dill tenha sua origem na região Mediterrânea.
A planta tem uma longa e antiga história em muitos países como uma erva culinária e medicinal. O primeiro relato do dill como planta medicinal foi encontrado no Egito 5000 anos atrás quando foi referida como “remédio calmante” e é amplamente utilizada na medicina ayurvédica. Gladiadores eram alimentados com refeições cobertas com dill porque se esperava que a erva fosse garantir a eles valor e coragem. As sementes do dill também eram chamadas de “sementes de encontros”, porque eram mastigadas durante longos serviços na igreja para manter os fieis acordados e as crianças quietas. Além disso, eram mastigadas para refrescar o hálito e evitar gases intestinais.
Na medicina, o dill é conhecido popularmente por ser antidiarreica, antiemética, anti-inflamatória, antisséptica, aperiente, carminativa, depurativa, digestiva, diurética, dispéptica, estimulante, estomáquica, galactagoga, hipnótica, laxante, dentre outras ações. Muitas destas ações já foram comprovadas cientificamente.
Na indústria alimentícia, o dill é primariamente usado na preparação de pickles. O óleo essencial é usado como flavorizante e como ingrediente para licores. As folhas, sementes e óleo, são frequentemente adicionados em produtos de panificação, snacks, condimentos e produtos cárneos. A indústria aromática faz uso do seu óleo essencial para produzir sabonetes, perfumes, detergentes, cremes e loções.
Dentre os constituintes fitoquímicos do dill, encontram-se taninos, terpenoides, saponinas, esteróides, flavonoides, glicosídeos e antraquinonas. Os principais constituintes do óleo da planta tem coloração amarelo pálido com odor de fruta e um gosto quente e acre devido à mistura de hidrocarbonetos (40 a 60%), d-carvona (23,1%) e limoneno (40%), os quais são os metabólitos de maior importância. Também contém anetol, carveol, cariofileno, felandrina, eugenol, terpineno, miristicina, cumarinas, escopoletina, esculetina e umbeliferona.
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