9 de setembro de 2015
Uma nova alternativa de renda para a agricultura familiar está surgindo a partir da instalação do Núcleo de Plantas Medicinais e Aromáticas, na Estação Experimental Emepa de Lagoa Seca. A iniciativa faz parte de uma estratégia de ação da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater (GU), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, visando pesquisas, desenvolvimento e inovação tecnológica de Farmácias Vivas, preferencialmente atendendo agricultores familiares e comunidades rurais e urbanas em risco social.
Segundo o pesquisador Luciano de Medeiros Pereira Brito, a Emepa consolida este projeto buscando atender as demandas da sociedade, com implantação de hortas, oferta de material propagativo, oficinas, palestras e assessoramento para agricultores familiares, estudantes, professores e outros agentes técnicos interessados, através de infraestrutura física e da integração de sua equipe multidisciplinar, a partir de um planejamento prévio, seguido da execução das atividades.
Num esforço conjunto da equipe de pesquisadores, o Núcleo de Plantas Medicinais e Aromáticas de Lagoa Seca, com aquisição de novas espécies de interesse para sanidade humana, animal e vegetal, buscará manter, conservar e ampliar o Banco Ativo de Germoplasma. Todo o trabalho tem o acompanhamento do diretor técnico da Emepa, Manuel Duré.
A meta é atender a demanda por mudas na região, fomentando as atividades com hortas medicinais e farmácias vivas. Para tanto, o Núcleo será transformado em referência técnica científica na geração de conhecimentos de tecnologias e produtos de valor tecnológico agregado, além de apoiar as políticas públicas com a instalação de modelos de Farmácias Vivas, envolvendo os governos federal, estadual e municipal, ONGs, associações, pastorais sociais da Igreja e demais agentes da sociedade organizada.
Outra meta proposta pela Gestão Unificada, por meio da Emepa, é contribuir para a integração das Farmácias Vivas ao Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente através da Estratégia de Saúde da Família, que aconselha a boa alimentação e, em muitos casos, com o tratamento fitoterápico como instrumento alternativo.
O Núcleo de Plantas Medicinais e Aromáticas é mais um agente a promover sustentabilidade desta atividade nos seus aspectos ambiental, social, econômico e cultural. Na parte ambiental, possibilitará a criação de hortos e hortas com espécies nativas e exóticas, permitindo a região recuperar sua vegetação fragilizada. No campo social, é grande a utilização para a cura de enfermidades e alívio de dores, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e fixação de famílias no campo.
Outro aspecto destacado pelo pesquisador é com relação ao valor econômico, pois a atividade tornou-se uma alternativa de renda, tendo em vista a procura do mercado por matéria-prima para a produção de fármacos, cosméticos e na indústria de alimentos, favorecida pelo governo brasileiro que criou o marco regulatório para o setor. A medida do governo busca facilitar e incentivar o cultivo, a produção e a comercialização de plantas medicinas e aromáticas utilizadas na confecção de fitoterápicos para uso no SUS.
O técnico lembrou que também tem o aspecto cultural, “pois resgata e valoriza os conhecimentos e tradições orais das comunidades tradicionais, consolidando a rica memória viva da terapêutica popular, aliando os estudos científicos, com o objetivo de conservar e partilhar os reais benefícios para a atenção primária à saúde”, comentou.
“Seguindo o cronograma de atividades, o Núcleo de Plantas Medicinais e Aromáticas dispõe de material propagativo que poderá ser repassado para os agricultores, numa ação que também conta com a participação do serviço de extensão rural, executado pela Emater na orientação dos agricultores para o seu manejo e cultivo”, finalizou.
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