Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 29 de setembro de 2018
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Revista Comciência lança livro com seleção de textos sobre divulgação científica
09.07.2018
Publicação de 274 páginas (livre para download) marca a edição 200 da revista de jornalismo científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp
ComCiência e divulgação científica [clique aqui para fazer o download, 274 páginas, formato PDF]marca a edição número 200 da revista ComCiência, celebrando quase 20 anos de uma trajetória de experiências e experimentações na divulgação científica e cultural.
O livro é dividido em três partes. A primeira delas traz artigos já publicados na revista, na edição nº 197 (Especial Divulgação Científica), além de contar com alguns textos inéditos de colaboradores nacionais e internacionais.
A segunda parte contempla textos elaborados pelos alunos da décima turma do curso de especialização em jornalismo científico e cultural do Labjor. Eles reportam diversas faces da comunicação científica, e apresentam questões que vão do jornalismo de dados aos desafios para que a divulgação se consolide ainda mais tanto no Brasil quanto na América Latina.
A terceira parte é uma rememoração especial. Há 10 anos, a revista ComCiência trazia uma edição comemorativa, em seu 100º dossiê. Parte dessa obra foi incorporada neste livro, com algumas poucas atualizações nos textos selecionados, limitando-se basicamente às novas normas gramaticais vigentes.
Em se tratando de homenagens, destacamos também o selo artístico da edição número 100, elaborado pelo artista gráfico João Baptista da Costa Aguiar, falecido em 2017. Pedimos que sua filha Rita reproduzisse a imagem, agora com o número da edição 200. Gentilmente atendidos, a imagem estampa a primeira seção deste livro, em homenagem ao artista.
Os textos da edição 100, que retratam o panorama analisado e vislumbrado em 2008, permanecem atualíssimos, e ajudam a todos que querem compreender os percursos da divulgação científica no Brasil ao longo do tempo. Trazem experiências riquíssimas em museus, televisão, estudos culturais, livros.
É preciso assinalar que este compêndio chega ao público no mês em que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) completa 70 anos de atividades, em um momento especialmente desafiador para a comunidade científica do país, agudamente ameaçada por uma política de subfinanciamento, desmonte e precarização da pesquisa nacional.
Este livro, em seu conjunto, traz grande parte dos autores que trabalham – e batalham – pela área de divulgação há tempos no Brasil, e esperamos que seja um aporte proveitoso e de referência para a área.
Carlos Vogt, Marina Gomes e Ricardo Muniz
(imagem de abertura: Camila P. Cunha)
Assentamentos do MST apostam no cultivo de plantas medicinais
Link:
Integrantes do movimento defendem os benefícios e a eficácia da fitoterapia
12 de setembro de 2018
12 de setembro de 2018
Sanuza Motta mora no Assentamento Zumbi dos Palmares (ES) e defende o uso da fitoterapia. Foto: Divulgação MST
Por Júlia Rohden Do Brasil de Fato
As plantas curam. A fitoterapia, estudo das plantas medicinais, é uma prática milenar que pode auxiliar no tratamento de vários problemas de saúde. Sanuza Motta é integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e produz preparados fitoterápicos no assentamento Zumbi dos Palmares, localizado no norte do Espírito Santo. Ela explica que uma das vantagens da fitoterapia é que uma mesma planta pode ajudar de diferentes maneiras. “Semana passada eu conversava com um rapaz que pegou uma tintura de 'canela de velho' para dores nas articulações, artrite e artrose, e ele tem problema de diabetes e mede todo dia. Ele notou que, a partir do momento que começou a tomar 'canela de velho', a glicose dele não subiu mais. Então vale a pena tentar, ninguém perde em conhecer plantas medicinais e começar a fazer o uso delas”, defende Motta.
Sanuza conta que sua mãe já fazia o uso de plantas medicinais, mas foi junto ao MST que pode participar de cursos de formação sobre o assunto. Ela se tornou especialista em saúde para a população do campo, por meio de uma parceria entre o MST e a Fiocruz. A assentada defende que o uso de plantas medicinais pode ser facilmente aprendido por quem tem interesse e conta que o cultivo das plantas pode ser feito mesmo por quem não mora no campo. “As plantas vão se adequando, quem gosta da planta vai criar uma maneira, uma alternativa. No apartamento pode não ter luz nenhuma, mas se tem claridade, perto de uma janela, de uma porta, vai dar um jeito de colocar a planta ali e ela vai responder aquilo. Inicialmente pode até ficar frágil e ter dificuldade, mas ela vai reagir, porque as plantas têm capacidade de adaptação”, afirma.
A prática da fitoterapia foi adotada pelo MST nas comunidades, acampamentos e outros espaços do movimento. A assentada Sandra Maria da Silva mora na região de Planaltina, no Distrito Federal, e relata que sentiu mudanças no corpo ao deixar de utilizar os medicamentos vendidos em farmácias.“Todos os nossos espaços [do MST] de cuidado, tanto na comunidade, como externo também nas nossas lutas, a gente não usa mais o [remédio] convencional, só usa mesmo a medicina alternativa com as plantas medicinais", conta. "Muda totalmente. Os efeitos colaterais não são os mesmos dos remédios convencionais que você toma um remédio pra dor de cabeça e fica com outro problema de saúde. Com as plantas você de fato faz um tratamento, cuida do corpo, da alma, do espírito, da vida mesmo”, avalia.
O acampamento 8 de março, onde Sandra vive, produz fitoterápicos há seis anos. Além disso, as famílias também produzem cosméticos naturais a base de plantas. “Nós produzimos tinturas, que é extração feita da planta, com álcool de cereal, entre elas tem anti-inflamatória, analgésico, antibióticos. Nós também fazemos sabonetes íntimos com barbatimão e aroeira, desodorante natural, shampoo para crescimento do cabelo, sinergias respiratórias feita com óleos essenciais, óleo de massagem e repelentes", explica Sandra.
Ela recomenda a erva baleeira para os casos de artrite, reumatismo, dor nas articulações e até cólicas menstruais, já que é uma planta com propriedades anti-inflamatórias. Outra opção para combater as cólicas menstruais é com uso do alecrim que também ajuda contra os sintomas de gripes e resfriados.
São muitas as plantas com propriedades medicinais. Xaropes, tinturas, infusões ou chás, seja como for, elas são uma ótima alternativa para cuidar da saúde.
*Editado por Camila Salmazio do Brasil de Fato
Green tea compound helps siRNA slip inside cells
Date: September 19, 2018 Source: American Chemical Society Summary: Drinking green tea has been linked to health benefits ranging from cardiovascular disease prevention to weight loss. Although many of these claims still need to be verified in the clinic, an antioxidant in green tea called epigallocatechin gallate (EGCG) appears to have beneficial effects in cells and animals. Now, researchers have found a surprising use for EGCG: sneaking therapeutic RNAs into cells.
Drinking green tea has been linked to health benefits ranging from cardiovascular disease prevention to weight loss. Although many of these claims still need to be verified in the clinic, an antioxidant in green tea called epigallocatechin gallate (EGCG) appears to have beneficial effects in cells and animals. Now, researchers have found a surprising use for EGCG: sneaking therapeutic RNAs into cells. They report their results in ACS Central Science.
Small interfering RNAs (siRNAs) have great therapeutic potential because they can dial down the expression of disease-related genes. However, getting siRNAs into cells where they can do their job has been challenging. Being relatively large and negatively charged, siRNAs cannot easily cross the cell membrane, and they are susceptible to degradation by RNA-chomping enzymes. To overcome these problems, some researchers have tried coating siRNAs with various polymers. However, most small polymers can't shuttle siRNAs into cells, whereas larger polymers can be effective but are generally toxic. Yiyun Cheng and colleagues wondered if they could use EGCG, which is known to bind strongly to RNA, in combination with a small polymer to form nanoparticles that safely deliver siRNA into cells.
The team made their nanoparticles by first combining EGCG and siRNA, which self-assembled into a negatively charged core. Then, the researchers coated this core with a shell consisting of a small, positively charged polymer. These nanoparticles efficiently knocked down the expression of several target genes in cultured cells, showing that the particles could cross the cell membrane. Next, the researchers tested the nanoparticles in a mouse model of intestinal injury, using an siRNA that targeted a pro-inflammatory enzyme. The nanoparticles improved symptoms such as weight loss, shortening of the colon and intestinal inflammation. In addition to the gene-silencing effects of the siRNA, EGCG could contribute to the nanoparticles' effectiveness through its antioxidant and anti-inflammatory properties, the researchers say.
Story Source:
Materials provided by American Chemical Society. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Wanwan Shen, Qingwei Wang, Yang Shen, Xiao Gao, Lei Li, Yang Yan, Hui Wang, Yiyun Cheng. Green Tea Catechin Dramatically Promotes RNAi Mediated by Low-Molecular-Weight Polymers. ACS Central Science, 2018; DOI: 10.1021/acscentsci.8b00363
Cite This Page:
American Chemical Society. "Green tea compound helps siRNA slip inside cells." ScienceDaily. ScienceDaily, 19 September 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180919083446.htm>.
A naturally occurring antibiotic active against drug-resistant tuberculosis
Date: September 20, 2018 Source: Penn State Summary: Researchers have discovered that a naturally occurring antibiotic called kanglemycin A is effective against Mycobacterium tuberculosis, the bacteria that cause tuberculosis, even in drug-resistant strains.
A naturally occurring antibiotic called kanglemycin A is effective against Mycobacterium tuberculosis, the bacteria that cause tuberculosis, even in drug-resistant strains, according to an international team of researchers who used chemistry, molecular biology, microbiology, and X-ray crystallography to show how the compound maintains its activity. A paper describing the research appears September 20, 2018 in the journal Molecular Cell.
The compound, kanglemycin A, is related to the antibiotic rifampicin, according to Katsuhiko Murakami, professor of biochemistry and molecular biology at Penn State and one of leaders of the project. "Rifampicin is already part of the cocktail of antibiotics used to treat tuberculosis, but many strains of the tuberculosis-causing bacteria have developed resistance to it," Murakami said.
"Tuberculosis is the leading cause of death by infectious disease worldwide," said Murakami. "Development of rifampicin resistance in M. tuberculosis has made treatment of this disease very difficult since it extends treatment time of tuberculosis from 6 months to 2 years. Identifying new compounds that are effective against the rifampicin-resistant bacteria is incredibly important for public health."
The researchers screened a library of naturally occurring compounds from U.K. biotech company Demuris Ltd. for their ability to inhibit bacterial cell growth or prevent the production of RNA -- an essential process in all living organisms -- in bacteria. They discovered that a compound named kanglemycin A was effective at inhibiting RNA production even in rifampicin-resistant bacteria.
"Kanglemycin A is related to rifampicin, an antibiotic that functions by binding to bacterial RNA polymerase, the enzyme responsible for RNA production, and preventing it from making more RNA," said Murakami. "Understanding how kanglemycin A manages to maintain its affinity to rifampicin-resistant RNA polymerase and stay active against the drug-resistant bacteria will help to accelerate its approval for use in patients with tuberculosis."
To determine the mechanism of kanglemycin A action against rifampicin-resistant RNA polymerase, the Murakami group used X-ray crystallography to determine the three-dimensional structure of the complex of kanglemycin A bound to bacterial RNA polymerase. It was known that rifampicin binds to a groove in the RNA polymerase molecule and that mutations that change the amino-acid sequence of the RNA polymerase can prevent this binding, while maintaining the ability to produce RNA. Kanglemycin A binds to the same groove, but its structure revealed extensions that also bind just outside the groove allowing it to inhibit activity of rifampicin-resistant RNA polymerase.
"The X-ray structure actually revealed that kanglemycin A has two modifications that improve its function compared to rifampicin," said Murakami. "First, one of modifications allows it to bind just outside of the rifampicin binding pocket increasing the strength of its affinity to the RNA polymerase in rifampicin-resistant bacteria. Second, another modification actually allows kanglemycin A to stop the synthesis of RNA even earlier than rifampicin."
"It is a really exciting finding," said Nikolay Zenkin, professor of molecular biology at Newcastle University in the U.K. and one of leaders of the project. "The previously unknown interactions of the unique chemical groups of kanglemycin A with RNA polymerase will direct the development of antibiotics against rifampicin-resistant M. tuberculosis. Approximately one third of the world's population is already infected with M. tuberculosis, and 600,000 people every year are diagnosed with rifampicin-resistant tuberculosis. Our work is the first step in developing a new drug for the treatment of these patients."
The research was led by Zenkin and Murakami, working closely with Newcastle University spin out company, Demuris Ltd, which will be taking on the commercialization of the new compounds. In addition, the research team included Vadim Molodtsov and Yeonoh Shin at Penn State; Hamed Mosaei, Bernhard Kepplinger, John Harbottle, Lucia Ceccaroni, Stephanie Morton-Laing, Corinne Wills, William Clegg, Yulia Yuzenkova, and Michael John Hall at Newcastle University in the United Kingdom; Christopher William Moon, Rose Elizabeth Jeeves, and Joanna Bacon in the TB Research Group of the U.K. National Infection Service; Emma Claire Louise Marrs and John David Perry at Freeman Hospital in Newcastle upon Tyne, U.K.; and Nicholas Allenby and Jeff Errington at Demuris Limited, Newcastle upon Tyne, U.K.
The research was supported by the Wellcome Trust, the Leverhulme Trust, Innovate U.K., a Royal Society University Research Fellowship, the U.S. National Institutes of Health, The U.K. Department of Health, and the PHE Pipeline Fund.
Story Source:
Materials provided by Penn State. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Hamed Mosaei, Vadim Molodtsov, Bernhard Kepplinger, John Harbottle, Christopher William Moon, Rose Elizabeth Jeeves, Lucia Ceccaroni, Yeonoh Shin, Stephanie Morton-Laing, Emma Claire Louise Marrs, Corinne Wills, William Clegg, Yulia Yuzenkova, John David Perry, Joanna Bacon, Jeff Errington, Nicholas Edward Ellis Allenby, Michael John Hall, Katsuhiko S. Murakami, Nikolay Zenkin. Mode of Action of Kanglemycin A, an Ansamycin Natural Product that Is Active against Rifampicin-Resistant Mycobacterium tuberculosis. Molecular Cell, 2018; DOI: 10.1016/j.molcel.2018.08.028
Cite This Page:
Penn State. "A naturally occurring antibiotic active against drug-resistant tuberculosis." ScienceDaily. ScienceDaily, 20 September 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180920160859.htm>.
What can salad dressing tell us about cancer? Think oil and vinegar
Date: September 23, 2018 Source: St. Jude Children's Research Hospital Summary: Scientists have identified another way the process that causes oil to form droplets in water may contribute to solid tumors, such as prostate and breast cancer. Researchers found evidence that mutations in the tumor suppressor gene SPOP contribute to cancer by disrupting a process called liquid-liquid phase separation. Liquid-liquid phase separation is seen often in nature and is the reason why oil and vinegar separate in salad dressing.
Jill Bouchard, Ph.D., Joel Otero, Ph.D., and Tanja Mittag, Ph.D. were studying SPOP initially to better understand its role in the mechanism of protein degradation, but the investigation became more complicated.
Credit: St. Jude Children's Research Hospital / Ann Margaret Hedges
Researchers led by St. Jude Children's Research Hospital scientists have identified another way the process that causes oil to form droplets in water may contribute to solid tumors, such as prostate and breast cancer. The findings appear today in the journal Molecular Cell.
Researchers found evidence that mutations in the tumor suppressor gene SPOP contribute to cancer by disrupting a process called liquid-liquid phase separation. Liquid-liquid phase separation is seen often in nature and is the reason why oil and vinegar separate in salad dressing.
SPOP is the most frequently mutated gene in prostate cancer and is altered in other solid tumors. The SPOP protein is part of the cell's protein-recycling machinery. SPOP binds unneeded or unwanted proteins so they can be chemically tagged for destruction. Mutations in SPOP were known to disrupt binding and lead to a buildup of cancer-promoting proteins in sensitive cells. St. Jude research suggests that is not the whole story.
"This study shows for the first time that tumor-suppressor function can be influenced by phase separation and that mutations in the tumor suppressor, in this case SPOP, disrupt phase separation," said corresponding author Tanja Mittag, Ph.D., an associate member of the St. Jude Department of Structural Biology.
New chapter
The research comes amid growing interest among cell biologists in liquid-liquid phase separation and its role in cellular function, aging and disease, including cancer and neurodegenerative disorders.
Research published in the past five years indicates that cells rely on liquid-liquid phase separation to maintain their equilibrium under changing conditions. Evidence suggests the process works by concentrating or sequestering molecules in borderless compartments. The compartments, called membraneless organelles, are found throughout the cell. While many such compartments have been known for decades, Mittag said recent advances have expanded our understanding of their role in cellular organization and launched a new era in cell biology. "Some have called it biology 2.0," she said.
Complicated story
Mittag and her colleagues were studying SPOP initially to better understand its role in the mechanism of protein degradation. "The story turned out to be more complicated," she said. That's because SPOP can recognize and bind molecules with multiple binding sites rather than one, a quality known as multi-valency. Those molecules included cancer-promoting proteins like DAXX and androgen receptor, which researchers used in this study.
Researchers showed that when the proteins were expressed together in cells in a laboratory dish, DAXX could trigger liquid-liquid phase separation with SPOP. That caused SPOP and DAXX to move from their location in separate membraneless organelles in the nucleus and rendezvous to form their own border-less compartment.
Enzyme activity
Investigators also reported that enzymatic activity occurred inside the newly formed membraneless organelle. The activity was an indication SPOP was fulfilling its role as a tumor suppressor and tagging DAXX for destruction. "The big question for the field has been what is going on inside these compartments," said co-first author Joel Otero, Ph.D., of the St. Jude Structural Biology department. "This research showed the membraneless organelles are actually promoting a reaction by bringing together SPOP and its substrate, in this case DAXX, so the reaction can take place."
Liquid-liquid phase separation did not occur when DAXX and mutant SPOP were expressed together in the laboratory. Instead of a shared membraneless organelle, mutant SPOP and DAXX remained isolated in separate compartments. Researchers also found fewer DAXX molecules were chemically tagged (ubiquitinated) for destruction. /p> The results were similar when mutant and normal SPOP were expressed with androgen receptor, another SPOP binding partner that is associated with cancer promotion./p>
Activity not just storage
"A lot of previous research has shown cells use membraneless organelles to sequester molecules until they are needed," said first author Jill Bouchard, Ph.D., a St. Jude postdoctoral fellow in the Structural Biology department. "This study showed that activity also occurs inside membraneless organelles." Bouchard explained that without phase separation the process for maintaining protein balance is disrupted. That allows substrate levels, in this case DAXX levels, to increase with potentially catastrophic results.
Story Source:
Materials provided by St. Jude Children's Research Hospital. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Jill J. Bouchard, Joel H. Otero, Daniel C. Scott, Elzbieta Szulc, Erik W. Martin, Nafiseh Sabri, Daniele Granata, Melissa R. Marzahn, Kresten Lindorff-Larsen, Xavier Salvatella, Brenda A. Schulman, Tanja Mittag. Cancer Mutations of the Tumor Suppressor SPOP Disrupt the Formation of Active, Phase-Separated Compartments. Molecular Cell, 2018; DOI: 10.1016/j.molcel.2018.08.027
Cite This Page:
St. Jude Children's Research Hospital. "What can salad dressing tell us about cancer? Think oil and vinegar." ScienceDaily. ScienceDaily, 23 September 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180923141657.htm>.
Processo obtém compostos ativos da Cannabis para a produção de medicamentos
25.09.2028
Unicamp transfere, para startup, tecnologia de extração supercrítica desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos
FOTOS DIVULGAÇÃO
EDIÇÃO DE IMAGEM LUIS PAULO SILVA
O uso da Cannabis para fins terapêuticos tem sido alvo de discussões há anos por todo o mundo, sob o olhar atento de especialistas e pressão da sociedade, especialmente daqueles que possuem em suas famílias casos pessoas com doenças crônicas, passíveis de serem tratadas com medicamentos à base da Cannabis. Ao longo dos anos, as pesquisas têm avançado nessa área. Entretanto, apesar da urgência por uma solução, no Brasil, o impasse está na esfera federal.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, em janeiro de 2015, o uso terapêutico de canabidiol, que é um dos principais compostos ativos da Cannabis. Desde então, não houve muitos avanços no ambiente regulatório nacional, uma vez que não se concretizou a abertura pela Anvisa de audiência pública para tratar não somente da regulamentação da cultura da Cannabis no Brasil, mas também da comercialização no mercado de acesso, voltada para ensaios clínicos e venda de produtos baseados em Cannabis.
Se, no que tange a regulamentação, há um atraso nas definições nacionais, no que se refere à inovação, o Brasil saiu à frente do mundo no último ano, com o desenvolvimento de um processo totalmente inovador elaborado a partir de um contrato de transferência de know how da Unicamp para a startup Entourage Phytolab, uma empresa brasileira de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de medicamentos à base de Cannabis.
O contrato de transferência de tecnologia foi aprovado pelo Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade, e negociado pela Agência de Inovação Inova Unicamp, com foco na aplicação da tecnologia de extração supercrítica para a obtenção seletiva de compostos ativos da Cannabis, que serão base para a composição de medicamentos.
Depois da aprovação junto ao Conselho, o desenvolvimento ocorreu nos laboratórios da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, pela professora Maria Ângela de Almeida Meireles e seu grupo de pesquisa. Maria Ângela explica que a Cannabis possui mais de 500 compostos ativos e que o processo desenvolvido atua na extração de pelo menos 120 das famílias de THC (tetrahidrocanabinol), que é o composto ligado à sensação de relaxamento, redução da dor, e aumento do apetite, e do cannabidiol, que tem sido voltado mais recentemente para o tratamento de crianças com epilepsia refratária.
Com o processo pronto, Maria Ângela afirma que a Entourage possui uma tecnologia muito avançada quando comparada às outras empresas no setor, pois obteve um produto totalmente diferenciado, a partir de matéria-prima certificada e com um processo verde, que obtém compostos ativos sem resíduos. “Os processos de extração tradicionais aplicados às plantas podem obter compostos com resíduos de solventes e neste caso, a aplicação medicinal pode ser prejudicada em função destes resíduos. Já no caso da extração supercrítica, o solvente é o dióxido de carbono que é 100% removido e pode ser reciclado, o que também tem uma função ecológica”, explica a docente. Atualmente os pesquisadores da Unicamp estão finalizando o estudo de aumento de escala.
Caio Abreu, que é fundador da Entourage Phytolab, comenta que a empresa está com o projeto pronto para construir as instalações farmacêuticas de acordo com as Boas Práticas de Fabricação, mas aguarda a evolução do marco regulatório para iniciar a construção da planta, que será na cidade de Valinhos (SP). “Existe uma urgência na regulamentação, pois muitas famílias no mundo inteiro vêm utilizando produtos sem controle de qualidade”, avalia Abreu. Segundo ele, com a tecnologia desenvolvida por meio da transferência de tecnologia na Unicamp, a Entourage tem condições de oferecer um produto farmacêutico de característica inovadora em caráter internacional.
“A gente acredita no chamado efeito entourage, no qual os vários componentes da planta, trabalhando em conjunto, são mais seguros e eficazes do que as substâncias isoladas. O nome da empresa vem daí. Com o processo desenvolvido na Unicamp pronto, nosso produto final precisa de três vezes menos cannabidiol, o que pode proporcionar menos efeitos colaterais, porém com eficácia”, avalia Abreu.
Testes em humanos
Abreu explica que atualmente o principal produto da empresa está em fase de ensaios pré-clínicos no CIEnP (Centro de Inovação e Estudos Pré-Clínicos) em Florianópolis. “Os testes clínicos devem ser iniciados em 2019”, afirma o empreendedor.
Imagem de capa JU-online
Azeite de abacate atenua males causados pela obesidade, aponta tese
06.06.2018
Estudo iniciado no Brasil e concluído na Suécia mostra a importância da ingestão de gorduras saudáveis e sugere os benefícios do consumo do fruto
TEXTO CARMO GALLO NETTO
FOTOS ANTONINHO PERRI
EDIÇÃO DE IMAGEM LUIS PAULO SILVA
Depois de um fim semana com uma dieta rica em gorduras, não raro as pessoas sentem-se profundamente culpadas e prometem compensar o exagero consumindo folhas e legumes no decorrer da semana. Certamente lastimam-se pela falta de um antídoto para controle imediato de marcadores metabólicos como os dos colesteróis, dos triglicérides, da glicemia. Mas ele existe, e é também uma gordura, por paradoxal que possa parecer. Trata-se do azeite de abacate extraído da polpa do fruto. Azeite, denominação adequada, porque o termo óleo refere-se aos extratos de sementes como soja, milho, algodão, canola.
Essa revelação encontra-se na tese de doutorado da nutricionista Cibele Priscila Busch Furlan, desenvolvida junto à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e concluída na Universidade de Lund, Lund, Suécia, que originou artigo publicado no final do ano passado, mesmo antes de sua defesa, no Journal of Functional Foods, de alto impacto.
Em sua primeira etapa realizada no Brasil com animais, o estudo permitiu concluir que vários parâmetros metabólicos podiam ser controlados e até conduzidos a níveis adequados quando à ração consumida por ratos Wistar adicionou-se, por cerca de três meses, azeite de abacate. Na segunda fase, realizada na Suécia, o trabalho concentrou-se na verificação do que acontecia em humanos, em fase aguda, ou seja, quando submetidos a uma refeição hipercalórica e hiperlipídica. Isso ainda não havia sido feito. Avaliou-se então o efeito da ingestão dos alimentos nos principais parâmetros metabólicos imediatamente após sua ingestão, o que se denomina efeito pós-prandial. Nesta etapa, foram determinados os índices metabólicos referentes à glicemia, aos colesteróis, aos triglicérides, às inflamações, entres outros, em 13 adultos saudáveis, não diabéticos, na faixa etária de 65 anos, que sofrem um processo inflamatório crônico e latente em decorrência do sobrepeso.
A nutricionista Cibele Priscila Busch Furlan, autora da tese: achados inéditos
O estudo clínico cross-over, em que no desjejum manteiga foi substituída pelo azeite do abacate avocado Hass, mostrou redução significativa de glicemia, colesterol total, LDL-colesterol, triglicérides, inflamação pós-prandial, tendência à melhoria da insulina e da redução da endoxemia - que corresponde à passagem de determinadas substâncias, que provocam infecção, do intestino para a corrente sanguínea, além de diminuição de riscos de aterosclerose.
Para a pesquisadora, esses resultados reforçam a importância da escolha correta quanto à qualidade dos alimentos e principalmente das gorduras, independentemente das calorias dietéticas ingeridas, pois os alimentos com biocompostos – responsáveis por benefícios específicos ao organismo - são fundamentais para melhora dos marcadores biológicos, promoção e manutenção da saúde.
A pesquisa com humanos
Para que pudessem ser estabelecidas comparações, aos participantes, previamente selecionados e submetidos a exames padrões, foi oferecido em uma semana um desjejum constituído de pão, batatas fritas, bacon, ovos e manteiga. Na semana seguinte, o mesmo prato foi preparado substituindo a manteiga por azeite de abacate. Todos tinham 30 minutos para a refeição e imediatamente depois foi realizada a primeira coleta de sangue, repetida em intervalos de 30 minutos, durante quatro horas. Em cada amostra foram determinados: os índices de glicose; todas as frações de gorduras mais comuns, como o colesterol total, o LDL - conhecido como colesterol ruim, o HDL - chamado de colesterol bom, os triglicérides - que também constituem uma fração de gorduras; os marcadores inflamatórios CRP e IL-6 - indicativos da propensão ao desenvolvimento do diabetes por provocar a degradação de receptores da sinalização de insulina e glicose nas membranas.
Os resultados surpreenderam, diz a pesquisadora: “Verificamos que, mesmo com o consumo de uma alimentação altamente lipídica, a substituição da manteiga pelo azeite de abacate no preparo do prato levou à redução imediata de todos os marcadores metabólicos mencionados, a menos da HDL cujos índices se mantiveram”.
Constatada, ainda, a forte ação do azeite de abacate na redução da inflação e como esta modula a parede intestinal, os pesquisadores decidiram-se por outra análise que permitiria determinar a migração de alguns compostos presentes nas bactérias do intestino, chamadas LPS, para a corrente sanguínea, porque elas também ativam a infamação que gera um bloqueio na captação da insulina, aumentando a tendência ao desenvolvimento do diabetes. Ainda aqui o azeite de abacate revelou-se de grande potencial, constituindo uma barreira imediata, pós-prandial, a essa migração.
O abacate e o azeite: benefícios para a saúde
A pesquisadora destaca o ineditismo dos achados: “Sabia-se que o fruto do abacate traz grandes benefícios, mas ainda eram desconhecidos os efeitos imediatos do azeite, mesmo porque seu consumo e comercialização em supermercados são muito recentes”.
Na fase brasileira do trabalho ela realizou análises para determinar a composição do azeite e seu efeito sobre os principais marcadores metabólicos dos animais, quando foi orientada pelo professor Mário Roberto Maróstica Junior, do Departamento de Alimentos e Nutrição da FEA, que mantém linha de pesquisa focada principalmente na obesidade e nos problemas que podem decorrer dela, como a ocorrência de um processo inflamatório subclínico, de manifestação silenciosa, decorrente da obesidade, que desencadeia o diabetes tipo 2. A propósito, diz a pesquisadora: “O foco inicial do meu trabalho com animais foi o tratamento dessa inflamação usando o azeite do abacate para retardar o desenvolvimento da diabetes”. Na Suécia, onde os trabalhos tiveram continuidade em decorrência dos resultados obtidos no Brasil, os orientadores foram os professores Elin Ösman e, mais sistematicamente, Juscelino Tovar, da Universidade de Lund, que dispõe de infraestrutura adequada para pesquisas em humanos.
Implicações sociais
Embora os efeitos mais imediatos ocorram com a ingestão do azeite, que se justifica quando os índices de colesterol são altos, Cibele considera que o consumo da fruta traz ainda o benefício das fibras, opções estas que dependem das condições de saúde. Mesmo porque o custo do azeite é ainda muito alto e os alimentos a que é adicionado são menos palatáveis. Resta ainda, para garantir que as propriedades do azeite não sejam alteradas, que o seu consumo ocorra preferencialmente à temperatura ambiente ou em refogadas muito rápidas. Ela ressalta que se trata de um produto que apresenta em média duas vezes mais fitosteróis do que o azeite de oliva e importantíssimo para reduzir o colesterol alto. Embora as variedades de abacates sejam grandes, a pesquisadora optou pelo azeite proveniente da variedade Hass, de fruto pequeno, que além de mais rico em azeite é também muito saboroso para consumo in natura.
Para a nutricionista, o estudo possibilita a promoção da conscientização dos benefícios para a saúde que o consumo de gorduras boas pode trazer. Ela recomenda o abacate entre as principais refeições e avalia que um quarto do fruto grande ou mesmo metade da espécie avocado seriam importantes no dia-a-dia. Sobre os alimentos fontes de gorduras saturadas (baixa recomendação), Cibele sugere que cada um se faça a pergunta: quanto saudável estou para consumir a deliciosa manteiga, por exemplo? E alerta: “A preocupação não deve ser apenas com a quantidade do que se come mas, principalmente, com a qualidade das gorduras ingeridas, de forma a garantir o equilíbrio dos marcadores de gorduras e anti-inflamatórios”. Lembra que as gorduras boas estão no abacate, nas nozes, castanhas, amêndoas, no azeite de oliva e no óleo de canola. E achou uma delicia nossa sugestão: “Muito abacate com açúcar e limão, mas sem abrir mão do pingado com pão com manteiga”.
Imagem de capa JU-online
Farinha à base de bambu é testada com sucesso no preparo de ‘cookie’ e macarrão
17.09.2018
Feito com o colmo jovem da gramínea, produto foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia de Alimentos
FOTOS ANTONIO SCARPINETTI
EDIÇÃO DE IMAGEM LUIS PAULO SILVA
A alimentação saudável ganhou a mesa dos brasileiros. A tendência é perceptível não apenas nos supermercados, nos quais é crescente o número de produtos rotulados como “naturais”, mas também na indústria, que busca alternativas a ingredientes nocivos à saúde. Coordenados pela professora Maria Teresa Pedrosa Clerici, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, pesquisadores desenvolveram a farinha de bambu, que apresenta vantagens nutricionais quando comparada às farinhas de trigo, de milho e mandioca. O produto foi testado com sucesso no preparo de macarrão (fettuccine) e de biscoito (cookie).
A professora Maria Teresa Pedrosa Clerici (acima), coordenadora das pesquisas, e os derivados da farinha (abaixo)
“Este ingrediente, feito à base de colmo jovem do bambu, possui apenas 24 g de carboidratos em relação aos 82 g da farinha de milho, por exemplo. Outro diferencial é a quantidade de fibras – são 50 g encontrados na gramínea, contra apenas 1,9 g na composição da farinha de mandioca”, explica a coordenadora da pesquisa, que foi financiada pela Fapesp.
O broto de bambu, utilizado na culinária oriental, é conhecido por ser rico em nutrientes e ter baixo teor de gordura. “Ele auxilia na redução dos níveis de colesterol e também tem propriedades anticarcinogênicas. A partir daí, descobrimos que o colmo jovem do bambu também é comestível e apresenta compostos benéficos à saúde, com fibras de excelente qualidade para a alimentação humana”, revela Clerici.
Benefícios
Quando usada no preparo de biscoitos do tipo cookie, a farinha do colmo jovem de bambu consegue reduzir em 50% o açúcar e a gordura se comparada aos tradicionais, de acordo com Maria Hermínia Ferrari Felisberto, que pesquisou a aplicabilidade do ingrediente em sua tese de doutorado. A vida útil do cookie também foi ampliada, uma vez que seu armazenamento não necessitou de condições especiais para manter-se apropriado ao consumo.
A pesquisadora Maria Hermínia Ferrari Felisberto e os “cookies” desenvolvidos por ela: vida de prateleira ampliada
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biscoitos, atrás apenas dos EUA, com um consumo per capita anual de seis quilos e meio. “Esperamos que tantas vantagens despertem a atenção da indústria alimentícia, para que o produto saia dos laboratórios e comece a ser comercializado em breve”, declara Clerici.
Outra vantagem é que a fibra do colmo jovem de bambu não compromete o sabor ou a coloração do produto, sendo assim ideal para as massas alimentícias, uma vez que alguns consumidores podem ter rejeição por massas integrais, de coloração escura e sabor diferenciado. Essas características fazem com que o sabor seja semelhante ao dos biscoitos encontrados no supermercado, conforme resultado apresentado na dissertação de mestrado da engenheira de alimentos Amanda Rios Ferreira, que também aplicou a farinha no preparo de massas tipo fettuccine.
A engenheira de alimentos Amanda Rios Ferreira: fettuccine aprovado em testes sensoriais
Na massa, a semolina foi substituída pela farinha desenvolvida no laboratório. O resultado foi positivo. Assim como nos cookies, a redução do índice glicêmico e o aumento da quantidade de fibras resultaram num alimento mais saudável. No teste sensorial feito pelo laboratório, o macarrão teve um bom índice de aceitação, recebendo notas acima de 6.
“Os produtos integrais vendidos no supermercado geralmente têm a cor escura devido à adição do farelo. Com a farinha do colmo jovem de bambu, temos os benefícios do alimento ‘integral’, mas com a aparência do alimento ‘tradicional’”, esclarece a engenheira de alimentos.
Sustentabilidade
Segundo o professor Antonio Beraldo, convidado para integrar a pesquisa e coautor do livro Bambu: de corpo e alma, o Brasil, por ser um país onde o clima é quente e as chuvas, abundantes, possui uma vasta diversidade de espécies de bambu, de pequeno a grande porte. O seu broto tem uma exportação significativa da China para o Japão, algo em torno de 300 milhões de dólares por ano. A possibilidade de aproveitamento da gramínea em diversas áreas, como a alimentícia, industrial e na construção civil, faz do bambu um produto economicamente interessante.
O professor Antonio Beraldo: trabalho pioneiro no Brasil e no mundo
E são exatamente as desvantagens que o bambu pode apresentar quando aplicado na área de construção civil, como o fato de fermentar e carunchar com certa facilidade, que são excelentes indicativos para uso na área alimentícia e de produtos biotecnológicos. Além disso, a gramínea tem grande rendimento anual, já que seu crescimento é rápido, com pico máximo de produção de amido em 36 meses. “Os colmos são reproduzidos assexuadamente e não necessitam de replantio. Uma vez replantado, ele regenera-se. Para extraí-lo, é necessário cortar apenas de 20% a 30% dos brotos e suas touceiras duram mais de cem anos” explica Beraldo.
Por conter amido, açúcares e fibras que proporcionam saciedade e possuem efeitos benéficos à saúde, a farinha de colmo jovem de bambu também apresenta potencial ao ser usada em países emergentes, como em medidas de combate à fome e à desnutrição. Este feito rendeu aos pesquisadores Mária Hermínia Ferrari Felisberto, Patrícia Myake, Antonio Beraldo e Maria Teresa Clerici, no ano passado, reconhecimento nacional e internacional. O grupo foi laureado com os prêmios Josué de Castro de Combate à Fome e o AACCI para jovens pesquisadores, em San Diego, nos Estados Unidos.
Enquanto não é comercializado, a equipe espera ampliar o número de pesquisadores e atrair pessoas interessadas em viabilizar e consolidar a pesquisa. “Há trabalhos em andamento sobre o broto de bambu, mas não há registros de pesquisas envolvendo suas fibras utilizadas na área alimentícia. Somos precursores no Brasil e até mesmo em nível mundial”, garante o professor Beraldo.
Imagem de capa JU-online
Medicamentos fitoterápicos também oferecem riscos à gravidez
08.08.2018
Fitoterápicos oferecem riscos à gestação e não devem ser utilizados sem orientação médica
Por Vitor Neves - Editorias: Atualidades, Rádio USP, Programas, Pílula Farmacêutica - URL Curta: jornal.usp.br/?p=185547
No segundo boletim Pílula Farmacêutica desta semana, o tema são os fitoterápicos. A população considera, culturalmente, que os medicamentos fitoterápicos, aqueles de origem vegetal, são inofensivos, e até os chamam de “medicamentos naturais”. Esses medicamentos são utilizados pelas grávidas para tratar, principalmente, os desconfortos. Contudo, alertam os especialistas, essa ideia é equivocada, pois as plantas também podem ser tóxicas.
A hortelã, por exemplo, costuma ser consumida em forma de chá para tratar gripes e resfriados, mas seu uso em altas doses pode causar malformações no feto. Além da hortelã, o guaco, que é utilizado para fazer xarope para tosse pode gerar hemorragia na gestante. Ainda existem muitas plantas conhecidas que têm potencial abortivo e são contraindicadas durante a gestação.
Os fitoterápicos também são muito utilizados como laxantes, para tratar problemas de intestino preso durante a gestação, mas aqueles que são feitos à base de antraquinonas devem ser evitados, pois podem induzir a contrações uterinas antes do tempo, provocando a perda do embrião ou um parto prematuro. Sempre informe seu médico sobre os medicamentos que está utilizando e nunca se automedique.
O boletim Pílula Farmacêutica é apresentado pelos alunos de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP com supervisão da professora Regina Célia Garcia de Andrade. Trabalhos técnicos de Luiz Antonio Fontana. Ouça, no link acima, a íntegra do boletim.
Dieta com restrição de proteínas reduziu glicemia de diabéticos
24.09.2018
Depois de quatro semanas de dieta com menor quantidade de carne, voluntários tiveram redução de 61% nos níveis de glicose, sem perda de massa magra
Dieta restrita em proteínas ativou outra via metabólica, benéfica aos fins desejados, chamada de GCN2. A ativação foi comprovada em avaliação da expressão de genes associados a esta via no tecido adiposo subcutâneo dos pacientes – Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Com uma dieta comum à maior parte dos brasileiros – composta de arroz, feijão, saladas e carne, essa em quantidade menor, ou seja, com diminuição de proteínas -, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP conseguiram reduzir a glicemia de um grupo de voluntários portadores de Diabetes mellitus tipo 2. Participaram deste estudo controlado sete indivíduos, de cinco estados brasileiros, durante quatro semanas, portadores de diabete tipo 2 há pelo menos nove anos, com dislipidemia – elevação do colesterol e/ou triglicérides, e hipertensão arterial.
Rafael Ferraz Bannitz e a professora Maria Cristina Foss-Freitas, durante apresentação do trabalho no Congresso da ADA nos Estados Unidos – Foto: Arquivo Pessoal
Após as quatro semanas, o grupo avaliado apresentou uma redução de 61% dos níveis de glicose em jejum e uma redução de 14% da hemoglobina glicada, marcadores que indicam o volume de açúcar no sangue. “O protocolo de restrição proteica a que o grupo de voluntários foi submetido, além de reduzir os níveis de glicose sanguínea, também reduziu em 32% os níveis de colesterol total e 33% os níveis de LDL, o colesterol ruim”, conta Rafael Ferraz Bannitz, um dos autores do estudo publicado em importante revista internacional da área.
Os resultados também mostraram uma redução de 4,5% do peso corporal, com diminuição de 11% da massa gorda e manutenção da massa magra. Além disso, todos os indivíduos apresentaram normalização da pressão arterial sistêmica, com uma queda de 23% na pressão sistólica e 44% na pressão diastólica.
Segundo o pesquisador, essa é a primeira vez que um grupo de pesquisa aplica “um protocolo de tratamento exclusivamente alimentar em seres humanos totalmente controlado”. O objetivo principal é definir os mecanismos de ação da restrição calórica e da dieta hipoproteica em seres humanos. A restrição calórica, diz Bannitz, tem se mostrado uma ótima intervenção no combate a doenças metabólicas em diferentes espécies, porém a restrição de proteínas na dieta em seres humanos é uma grande incógnita, principalmente em indivíduos que são portadores de diabete tipo 2.
Vias metabólicas
Via metabólica é uma série de reações químicas que acontece nas células para degradar os nutrientes, gerando energia para o organismo. Existe mais de uma maneira dessa quebra dos nutrientes ser feita, ou seja, mais de uma via metabólica possível. Diferentes “caminhos” bioquímicos utilizados produzem diferentes resultados.
Com esse estudo, os pesquisadores mostram que a dieta restrita em proteínas ativa a chamada via de GCN2. “A via de GCN2 é uma das principais vias metabólicas responsáveis por proporcionar benefícios à saúde em diversos modelos animais, mas ainda não havia sido demonstrada em seres humanos”, lembra Bannitz. Essa ativação pôde ser identificada avaliando-se o tecido adiposo subcutâneo dos pacientes pesquisados, que mostrou a expressão de genes associados à GCN2.
“Os achados sugerem que, de fato, a dieta restrita em proteína afeta a via GCN2 em humanos, possibilitando o controle glicêmico e lipidêmico”, afirma Bannitz.
O grupo de pesquisa liderado por Foss-Freitas estuda os mecanismos e intervenções capazes de melhorar o controle metabólico modulando o bom funcionamento do organismo frente aos danos decorrentes da obesidade, principalmente, de diabete tipo 2. Atualmente, o estudo foi estendido, aumentando o número de indivíduos tratados.
O estudo Protein-Restricted Diet Is Effective in Decreasing Glycemia, HbA1c, and Cholesterol in Type 2 Diabetic Subjects by the Activation of the GCN2 Pathway foi apresentado no Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), nos Estados Unidos, em junho, e publicado na revista Diabetes, ligada à ADA. É parte do doutorado de Bannitz, orientado pela professora Maria Cristina Foss-Freitas e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Também participaram do estudo Rebeca Beraldo, Patrícia Gomes e Milton Cesar Foss, todos da FMRP.
Mais informações: e-mail rafael_ferraz@live.com
Cavalinha e metais pesados
Texto:
Engenheira Ambiental Glenda Silva Nascimento - Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ciência Ambientais da UNITAU
Engenheiro Agrônomo Marcos Roberto Furlan
Plantas bioindicadoras conseguem determinar e sobreviver à presença de substâncias tóxicas Quando ocorrem contaminação por metais pesados no ambiente em que habitam, reagem absorvendo estas substâncias e, muitas vezes, alterando sua composição química ou também suas características morfológicas. No entanto, algumas espécies como a cavalinha (Equisetum hyemale), mesmo contaminadas, não demonstram se absorveram os metais.
Assim como a carqueja citada no artigo anterior sobre o tema (http://quintaisimortais.blogspot.com/2018/08/carqueja-como-bioacumuladora.html), a cavalinha é uma planta medicinal de amplo uso pela população por meio da decocção de suas partes aéreas. Possui usos comprovados como diurética, remineralizante e adstringente, mas é bom alertar que é contraindicada para mulheres grávidas ou que estão amamentando, e pessoas com gastrite, cálculos renais e úlcera gastroduodenal. Do ponto de vista nutricional, Blanco (2018), a planta apresenta bons teores de cálcio, ferro, magnésio, tanino e sódio.
A cavalinha também é denominada por cauda-de-cavalo, erva-canudo e lixa-vegetal, dentre outros nomes populares. Importante destacar que não deve ser confundida com a Equisetum arvensis, espécie de mesmo nome popular, com mais estudos científicos, mas não encontrada com facilidade no Brasil.
A E. hyemale é nativa da América tropical. Prefere áreas úmidas, como brejos, e alcança até 1,5 m de altura. Por ser uma Pteridófita, não produz flores e sementes. Sua presença indica a possibilidade do solo ter acidez de médio a elevado.
Além da carqueja, Moraes (2014), em sua pesquisa, avaliou a cavalinha como bioindicadora. A cavalinha foi cultivada em solução contendo metais pesados por 30 dias, e Teste de Allium cepa foi realizado para analisar a atividade genotóxica dos extratos etanólico e aquoso da espécie. A pesquisadora concluiu que, assim como a carqueja, a E. hyemale é uma espécie bioacumuladora de diferentes metais pesados e os seus extratos interferem no índice mitótico e são capazes de promover atividade genotóxica em células meristemáticas de raiz de Allium cepa.
REFERÊNCIA:
BLANCO, Rose Aielo. Cavalinha (Equisetum arvense L.). Disponível em: <http://www.jardimdeflores.com.br/ervas/a26cavalinha.htm>. Acesso em: 26 set. 2018.
MORAES, Vanessa Marques de Oliveira. Avaliação do potencial mutagênico e bioacumulador de metais pesados de Baccharis trimera Less e Equisetum hyemale L. 2014, 48 f. Dissertação (Mestrado em Biociências). Área de Conhecimento: Caracterização e Aplicação da Diversidade Biológica. Faculdade de Ciências e Letras de Assis - Universidade Estadual Paulista, 2014. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/115994/000810674.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 de ago 2018.