Como primeiro composto nesta série de artigos sobre
fatores antinutricionais, escolhemos o oxalato de cálcio, pois também
é encontrado em olerícolas como, por exemplo, espinafre, acelga, beterraba e
tomate. Esta substância, quando absorvida, não será metabolizada, sendo liberada pela urina. No
entanto, quando em excesso, poderá se transformar em cálculos renais, além de
irritações na mucosa intestinal.
Tanto o oxalato de cálcio quanto o fosfato de cálcio, são os
principais responsáveis, por exemplo, pela formação dos cálculos urinários,
sendo as plantas as principais fornecedoras dos cristais de oxalato de
cálcio.
Nos vegetais, os cristais de oxalato de
cálcio, denominados de ráfides, são encontrados nas células, tanto das nas
partes subterrâneas quanto aéreas. No jardim, encontramos algumas plantas
consideradas tóxicas também porque possuem ao alto teor de oxalato de
cálcio, como, por exemplo, comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott.),
copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.) e tinhorão (Caladium
bicolor Schott.). Estas espécies podem, se ingeridas, causar graves
intoxicações porque além de ferir a mucosa, liberam outras substâncias, o que
não é comum nas plantas comestíveis ricas em oxalato de cálcio, que
provocam, entre outros sintomas, vômitos, diarreia, salivação abundante, edemas
de lábios, boca e língua, e este inchaço poderá provocar asfixia.
Texto: Marcos Roberto Furlan e Isabella Ribeiro, acadêmica de Nutrição da Universidade de Taubaté
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