O aumento da circulação de veículos e do número de
indústrias provocou sensível piora nas condições ambientais. Poluentes
atmosféricos, como, por exemplo, dióxido de enxofre, monóxido de
carbono, óxidos de nitrogênio e metais pesados aumentaram significativamente
suas concentrações no ar, causando graves problemas ambientais.
Como então avaliar determinados tipos de contaminação do
solo, da água ou mesmo do ar? Em resposta a essa problemática, temos hoje uma
“tecnologia” natural, que são os chamados bioindicadores.
Nessa lista de bioindicadores, podem ser destacados os
liquens, que são organismos simples, compostos por associações de fungos e
algas, em uma interação considerada por muitos estudiosos como simbiótica. Eles
promovem um importante trabalho na bioindicação atmosférica, pois são muito
sensíveis às alterações ambientais. Entre os liquens, diversos trabalhos
indicam os mais sensíveis à poluição por compostos sulfurados, que são os das
espécies fruticosas .
Os sintomas dos poluentes nos liquens incluem a diminuição
de sua vitalidade e alterações nas suas características externas. São vegetais
mais sensíveis, porque não possuem
estomas nem cutícula. O poluente penetra pelo talo e pode se difundir
rapidamente até o fotobionte (componente algáceo), que é o primeiro a ser
afetado. Nele são observados o talo com aparência anormal, a clorofila sofrendo
branqueamento, e o surgimento de áreas pardas nos cloroplastos.
As manchas escuras no talo dos liquens podem
estar relacionadas com o acúmulo de poluentes nos tecidos, prejudicando a
fotossíntese, degradando a clorofila e provocando a morte de células.
Se fizermos uma experiência retirando espécies de liquens
adaptados em zonas rurais e levarmos os mesmos aos centros urbanos,
perceberemos que esses organismos sofrerão despigmentação e danos ainda mais
visíveis como necroses. Provavelmente, não sobreviverão no local, mesmo sendo
os liquens adaptáveis a condições climáticas severas.
Um cuidado deve ser tomado para não tirar conclusões
erradas, pois outros fatores podem afetar a ocorrência dos liquens, como o tipo
de casca da árvore em que se desenvolve e a luminosidade.
Texto de Kamily Nadim Imad, acadêmica do Curso Superior de
Tecnologia em Gestão
Ambiental (Universidade São Francisco de Bragança
Paulista).
Espécie Parmotrema tinctorum: eficaz para a
detecção de poluentes no ar
Link da foto: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/29/liquens-s%C3%A3o-usados-como-biomonitores-de-polui%C3%A7%C3%A3o-em-porto-alegre/
Outros textos sobre o tema:
Acho muito interessante dos liquens serem os bioindicadores, aliás, todos os seres vivos são bioindicadores.
ResponderExcluirVou complementar, o que eu aprendi no curso de meio ambiente.
Quando diminui os poluentes, os liquens ficam nas partes mais baixas dos troncos, e em matas longe de poluição eles ficam cores de rosa.