15 Janeiro 2014
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Quase 10 mil km² de mata nativa despareceram no período, somente no Amazonas, segundo o Ibama
MANAUS - Entre os anos 2000 e 2012, uma área equivalente a 85% de Manaus foi desflorestada no Amazonas. São 9.723 quilômetros quadrados (km²) de floresta nativa que desapareceram. Lábrea, Boca do Acre, Apuí, Itacoatiara, Manicoré, Maués, Autazes, Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Careiro são os dez municípios que lideram a lista do desmatamento durante o período. Na direção oposta, as cidades que menos desmatam são Tonantins, Anori e Japurá. A informação é do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), usado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para monitorar o desmatamento na Amazônia.
O Ibama não confirmou quais são as áreas dos municípios mais afetadas pelo desmatamento. Mas de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que também usa o Prodes para monitorar o Estado, no Amazonas as áreas de desmatamento concentram-se principalmente próximas a estradas, como as BRs 319, 230 e 317, que passam por Manaus, Apuí, Humaitá, Lábrea, Boca do Acre e Envira - cidades com índices elevados de desmatamento. Outro ponto crítico em relação à perda de cobertura vegetal amazonense fica nas fronteiras com Acre e Rondônia.
No mesmo período de 12 anos a Amazônia perdeu 13.412 km² de floresta, segundo o Imazon. Uma área 17% maior que a cidade de Manaus.
O Ibama do Amazonas não é responsável por operações de combate ao desmatamento no Sul do Estado - local de elevado índice de devastação ambiental. As operações nesta região, são coordenadas pelo Ibama de Rondônia. Por telefone, a superintendência do Ibama rondoniense disse à reportagem do Portal Amazônia que, durante todo o ano de 2013, o órgão realizou operações entre Humaitá e Apuí, quando foram lavrados mais de 300 autos de infração. O órgão aplicou R$ 150 milhões em multas naquela área, somente em 2013.
Freio
Para frear o desmatamento na Floresta Amazônica e coibir o tráfico de madeira, o Governo Federal firmou, no final do ano passado, parceria com os nove estados da Amazônia Legal. O acordo é uma cooperação entre o Ibama e as autoridades estaduais de meio ambiente para melhor gerir a florestal. A parceria valerá pelos próximos três anos e atuará, entre outras ações, no aperfeiçoamento dos documentos de origem da madeira e no rastreamento dos veículos que fazem o transporte do material em território amazônico.
A titular do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, garantiu à reportagem que o acordo vai promover maior integração entre os governos locais e a esfera federal na luta pela preservação da floresta. “Haverá uma mudança nas relações, diminuindo a verticalização e estabelecendo a horizontalidade”. Izabella definiu prioridades para as ações que seguirão. “A questão dos documentos de origem florestal e o debate sobre assentamentos rurais devem estar em primeiro lugar”, assegurou.
A medida vai apoiar as políticas públicas do ministério que têm contribuído para atingir taxas recordes de preservação florestal na região. Até agora, o País já cumpriu 76% da meta voluntária de redução do desflorestamento prevista para 2020. Nos últimos doze anos, a menor taxa de desmatamento foi registrada em 2009, 405 km². A maior foi em 2004: 1.232 km².
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