terça-feira, 30 de setembro de 2014

Universidade de Taubaté: pesquisa sobre utilização do bioplástico para a cobertura de plantações

Proposta, realizada no Departamento de Agronomia, prevê a utilização do bioplástico para a cobertura de plantações 

A Universidade de Taubaté (UNITAU), em parceria com o Instituto Superior de Agronomia (ISA), localizado na cidade de Lisboa, em Portugal, realiza uma pesquisa inédita no país, que testa um novo material para a cobertura do solo no cultivo agrícola no Brasil, o bioplástico.

Financiado pela Fundação Agricultura Sustentável (Agrisus), o projeto, realizado no Departamento de Ciências Agrárias da UNITAU sob a coordenação do Prof. Dr. Paulo Fortes Neto, propõe a substituição da cobertura plástica comumente utilizada nas plantações por uma confeccionada à base do material.

A principal vantagem do bioplástico é a possibilidade de reduzir resíduos inorgânicos nos alimentos plantados. O material também permite a economia de uso da água no plantio.

O bioplástico

O bioplástico foi criado na Europa a partir da necessidade de um material que não agredisse o solo no plantio. “Os europeus estão saturados de substâncias inorgânicas, que são prejudiciais ao solo”, conta o professor Paulo Fortes. Após estudos em Portugal, Espanha, França, Itália e Noruega, o projeto chega ao Brasil para o primeiro estudo e implantação, que está sendo realizado pela UNITAU.

“Os polímeros do plástico normal são produzidos à base de polietileno, material que vem do petróleo e é prejudicial ao solo”, explica o professor. “Já os polímeros do bioplástico são produzidos à base de amido, ou seja, não são prejudiciais, pois se degradam”, completa.

Estudos e testes são realizados no Laboratório de Estudos de Solo do Departamento, e amostras do material serão enviadas para Lisboa e vice-versa. Após as análises será feita a comparação e o levantamento da biodegradabilidade do bioplástico, medindo a quantidade de carbono no solo, de microorganismos encontrados e a respiração do solo. “A duração do material foi menor no Brasil, devido ao clima tropical. Durou cerca de um mês”, disse o professor.

O projeto tem duração de um ano, mas os primeiros resultados já foram coletados e serão estudados. Em junho de 2014, aconteceu a primeira colheita, de alface crespa, na qual foi utilizado o material. Outros cultivos serão realizados, de alface lisa, de melão, de tomate, de pimentão e de morango.

Sustentabilidade

O docente da UNITAU explica que a inovação tecnológica presente na proposta do bioplástico atende os três princípios da sustentabilidade: social, econômico e ambiental. “Com o bioplástico, nós temos uma produção mais limpa, com alimentos mais saudáveis.”

“O plástico normal, de polietileno, não permite a absorção da chuva, pois a água que cai na plantação escorre por ele. Já o bioplástico, de amido, permite que a água da chuva seja absorvida pela plantação”, continuou. “Por este motivo, no plástico de polietileno é necessário realizar a irrigação mais vezes, já no bioplástico não, há uma economia gigantesca de água”, completa.

Histórico

O contato da UNITAU com o bioplástico começou em 2012, com a participação da aluna de Agronomia Fabiana Brambatti no programa Ciências sem Fronteiras. No Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, ela conheceu o projeto do bioplástico, que estava em estudo na Europa.

Após conversas entre o Prof. Dr. Paulo Fortes e a professora responsável pelo projeto em Lisboa, um convite foi feito ao professor para que ele ministrasse um workshop em Lisboa, o “Workshop do Agrobiofilme”, ocorrido em maio de 2013.

Durante o workshop, o assunto da parceria entre as universidades entrou em pauta e, em junho de 2014, houve a primeira colheita de alface crespa, fruto do projeto.

Gabriel Castro
ACOM/UNITAU

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