terça-feira, 8 de setembro de 2015

Programa planta e distribui sementes de espécies nativas para recuperar a Mata Atlântica no sul da Bahia

Mata Atlântica na Bahia é alvo de preservação. Foto: Governo da Bahia/ Divulgação

Programa Arboretum planta e distribui sementes de espécies nativas dessa floresta, promovendo geração de renda para os proprietários rurais

O Programa Arboretum de Conservação e Restauração da Diversidade Florestal está contribuindo na recuperação da Mata Atlântica no sul da Bahia. O programa criou uma rede de restauração florestal com fundamentos socioambientais e respeito à diversidade. A proposta é distribuir sementes de espécies nativas da Mata Atlântica, e realizar o plantio, promovendo também a geração de renda para os proprietários rurais.

Desde a sua inauguração, em novembro de 2014, foi feita a adequação ambiental de mais de mil imóveis rurais, por meio de ação do Núcleo Mata Atlântica do Ministério Público do Estado da Bahia. Coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o principal objetivo do Arboretum é atuar nos diversos elos da cadeia de restauração florestal, desde a estruturação de núcleos de coleta de sementes e produção de mudas, em comunidades rurais e aldeias indígenas, até o monitoramento do plantio.

Núcleos

Existem atualmente quatro núcleos comunitários de produção de mudas e três núcleos de coleta, com 14 coletores ativos de sementes, formando redes regionais de sementes e mudas florestais, envolvendo não apenas o extremo sul da Bahia, como o norte do Espírito Santo.

O programa, cuja base funciona em Teixeira de Freitas (BA), iniciou esse ano o diagnóstico nas comunidades rurais para ampliação dos núcleos já existentes, e criação dos núcleos de plantio e do Arboreto, que visa a conservação genética de populações de espécies ameaçadas e se constituirá numa rede de áreas plantadas, útil também para estudos silviculturais. Essa ação vem contando com o apoio do Coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Gustavo Martinelli, e do professor Paulo Kageyama.

Os núcleos de plantio estão sendo constituídos por modelos agroecológicos de restauração, adequados à agricultura familiar. O desenvolvimento dos modelos foi realizado em parceria com as equipes do SFB, do Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental (Nacepteca/Esalq-USP) e da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

“A construção e a difusão de modelos agroecológicos de restauração com viés econômico, especialmente para a agricultura familiar, e o fortalecimento e a qualificação das estruturas da cadeia de restauração são ações fundamentais para o atendimento às demandas geradas pelo Cadastro Ambienta Rural”, destaca Natália Coelho, coordenadora técnica do Programa e analista do Serviço Florestal Brasileiro.

Apoio

Durante visita que fez à base do programa, o artista plástico Frans Krajcberg plantou uma muda de Jacarandá da Bahia e elogiou os esforços de proteção e recuperação da floresta brasileira. Ele também solicitou o material do Arboretum para expô-lo em seu museu Espace Krajcberg, localizado em Paris.

Além disso, se colocou à disposição para realizar uma exposição de suas obras no local do programa. Krajcberg, nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, é conhecido por utilizar, em suas obras, troncos e galhos de árvores, provenientes das queimadas, a fim de conscientizar o homem quanto à devastação ambiental.

Gestão

O Programa é gerido por um Conselho, representado pelo SFB, por meio de sua Base Avançada em Teixeira de Freitas; Fundação José Silveira; Universidade do Estado da Bahia (Uneb); Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora/JBRJ); Superintendência de Pesquisas e Estudos Ambientais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente; Instituto Federal Baiano; e Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente / Portal Brasil

in EcoDebate, 02/09/2015

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