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Integrantes do movimento defendem os benefícios e a eficácia da fitoterapia
12 de setembro de 2018
12 de setembro de 2018
Sanuza Motta mora no Assentamento Zumbi dos Palmares (ES) e defende o uso da fitoterapia. Foto: Divulgação MST
Por Júlia Rohden Do Brasil de Fato
As plantas curam. A fitoterapia, estudo das plantas medicinais, é uma prática milenar que pode auxiliar no tratamento de vários problemas de saúde. Sanuza Motta é integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e produz preparados fitoterápicos no assentamento Zumbi dos Palmares, localizado no norte do Espírito Santo. Ela explica que uma das vantagens da fitoterapia é que uma mesma planta pode ajudar de diferentes maneiras. “Semana passada eu conversava com um rapaz que pegou uma tintura de 'canela de velho' para dores nas articulações, artrite e artrose, e ele tem problema de diabetes e mede todo dia. Ele notou que, a partir do momento que começou a tomar 'canela de velho', a glicose dele não subiu mais. Então vale a pena tentar, ninguém perde em conhecer plantas medicinais e começar a fazer o uso delas”, defende Motta.
Sanuza conta que sua mãe já fazia o uso de plantas medicinais, mas foi junto ao MST que pode participar de cursos de formação sobre o assunto. Ela se tornou especialista em saúde para a população do campo, por meio de uma parceria entre o MST e a Fiocruz. A assentada defende que o uso de plantas medicinais pode ser facilmente aprendido por quem tem interesse e conta que o cultivo das plantas pode ser feito mesmo por quem não mora no campo. “As plantas vão se adequando, quem gosta da planta vai criar uma maneira, uma alternativa. No apartamento pode não ter luz nenhuma, mas se tem claridade, perto de uma janela, de uma porta, vai dar um jeito de colocar a planta ali e ela vai responder aquilo. Inicialmente pode até ficar frágil e ter dificuldade, mas ela vai reagir, porque as plantas têm capacidade de adaptação”, afirma.
A prática da fitoterapia foi adotada pelo MST nas comunidades, acampamentos e outros espaços do movimento. A assentada Sandra Maria da Silva mora na região de Planaltina, no Distrito Federal, e relata que sentiu mudanças no corpo ao deixar de utilizar os medicamentos vendidos em farmácias.“Todos os nossos espaços [do MST] de cuidado, tanto na comunidade, como externo também nas nossas lutas, a gente não usa mais o [remédio] convencional, só usa mesmo a medicina alternativa com as plantas medicinais", conta. "Muda totalmente. Os efeitos colaterais não são os mesmos dos remédios convencionais que você toma um remédio pra dor de cabeça e fica com outro problema de saúde. Com as plantas você de fato faz um tratamento, cuida do corpo, da alma, do espírito, da vida mesmo”, avalia.
O acampamento 8 de março, onde Sandra vive, produz fitoterápicos há seis anos. Além disso, as famílias também produzem cosméticos naturais a base de plantas. “Nós produzimos tinturas, que é extração feita da planta, com álcool de cereal, entre elas tem anti-inflamatória, analgésico, antibióticos. Nós também fazemos sabonetes íntimos com barbatimão e aroeira, desodorante natural, shampoo para crescimento do cabelo, sinergias respiratórias feita com óleos essenciais, óleo de massagem e repelentes", explica Sandra.
Ela recomenda a erva baleeira para os casos de artrite, reumatismo, dor nas articulações e até cólicas menstruais, já que é uma planta com propriedades anti-inflamatórias. Outra opção para combater as cólicas menstruais é com uso do alecrim que também ajuda contra os sintomas de gripes e resfriados.
São muitas as plantas com propriedades medicinais. Xaropes, tinturas, infusões ou chás, seja como for, elas são uma ótima alternativa para cuidar da saúde.
*Editado por Camila Salmazio do Brasil de Fato
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