A UFSC está buscando voluntários para uma nova pesquisa com
a erva-mate. O estudo necessita de pessoas saudáveis e também com colesterol
alto, que ainda não estejam tomando medicamento. Podem participar homens e
mulheres com idade entre 18 e 60 anos. O objetivo é avaliar se o consumo de
cápsulas produzidas na Universidade, contendo extrato seco de erva-mate verde
ou tostada, não apresenta problemas à saúde (toxicidade).
“Será também avaliada a propriedade das cápsulas de
erva-mate em reduzir o colesterol no sangue, particularmente em indivíduos com
problemas de colesterol elevado”, explica o professor Edson Luiz da Silva, do
Departamento de Análises Clínicas, que há oito anos estuda os princípios ativos
dessa planta.
“Acreditamos que as cápsulas podem facilitar o consumo da
erva-mate, pois ela possui sabor amargo, não muito apreciado por algumas
pessoas”, complementa o coordenador do Laboratório de Pesquisa em Lipídeos, Antioxidantes
Naturais e Ateroscleros.
Ele lembra que estudos anteriores realizados pela equipe que
lidera já mostraram que a infusão de erva-mate verde (tipo chimarrão) ou chá
mate tostado podem diminuir o colesterol, a glicemia e os radicais livres em
indivíduos com colesterol elevado ou com diabetes.
Para a demonstração dos possíveis efeitos benéficos, os
participantes devem colaborar para a ingestão de três cápsulas de erva-mate,
três vezes ao dia, durante as principais refeições (independente do horário),
durante 60 dias.
“É importante que o consumo das cápsulas com o extrato seco
de erva-mate não seja interrompido por mais de dois dias seguidos. Além disso,
o voluntário deve manter seus hábitos de vida regulares durante o período do
estudo, como consumir o mesmo tipo de alimentação, manter a prática exercícios
físicos (se for o caso) e, principalmente, não iniciar medicamentos de uso
crônico”, alerta o professor. Caso a pessoa esteja usando algum medicamento, a
dose não deve ser mudada durante o período do estudo.
A equipe precisa também da autorização dos voluntários para
coleta de 12 ml de sangue (três tubos), em jejum de 12-14 horas, no primeiro,
terceiro e sétimo dias do início do estudo. Serão ainda realizadas coletas após
a quarta e oitava semanas, bem como a medida da pressão arterial, aferição do
peso e da altura, exames clínicos completos e eletrocardiograma. As cápsulas
deverão ser tomadas inteiras, com o auxílio de água, apenas.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos da UFSC. O professor alerta que o consumo das cápsulas deve
resultar apenas em desconforto das coletas de sangue. Porém, pessoas sensíveis
à cafeína (um dos componentes do extrato seco de erva-mate) poderão sentir
irritação gástrica, tremores, excitabilidade ou insônia. Caso ocorra algum
desses efeitos colaterais, o participante deve interromper o consumo das
cápsulas de erva-mate e entrar em contato com os pesquisadores.
“Esperamos que esse estudo traga benefícios, como o estímulo
para que mais pessoas utilizem as propriedades benéficas da erva-mate, que
poderá vir a ser utilizada como fitoterápico ou como alimento funcional”,
destaca o professor.
Mais informações:
Aline Minuzi Becker(ali.mb@hotmail.com)
Edson Luiz da Silva (edson@ccs.ufsc.br)
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
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