31 Agosto 2015
Assista ao vídeo explicando o processo no facebook do IFB.
Uma solução de baixo custo, feita a partir de fécula de mandioca e óleo de cravo-da-índia. Esse foi o resultado de um ano de pesquisa do estudante Josemar Gonçalves de Oliveira Silva, ou simplesmente Zeca, como gosta de ser chamado. O aluno doCampus Planaltina do Instituto Federal de Brasília encontrou, nessa fórmula, uma possível solução para um problema que assola a sociedade moderna: desperdício de alimentos.
“Iniciamos os estudos para tentar ajudar esse problema. Vi uma pesquisa que 40% das bananas colhidas são perdidas por causa de doenças. Esse número é muito alto. Após os testes, observei que não houve desenvolvimento de doença nos frutos revestidos”, conta Zeca.
Para atingir o resultado esperado, basta mergulhar a fruta na solução, feita com fécula de mandioca e óleo essencial de cravo-da-índia. O custo de produção do litro é menos de cinco reais e o preparo é bastante simples. Após a aplicação, o alimento ganha, em média, mais 10 dias de vida, o que, para importações ou até mesmo transporte dos frutos dentro do país, é um tempo considerável.
“A fórmula impede o desenvolvimento de micro-organismos, principalmente os fungos. Além disso, traz outras melhorias ao alimento, como retardar a maturação, melhorar as características externas, aumentar o tempo de vida de prateleira dos frutos, isso tudo sem alterar as características originais do produto”, explica o estudante.
O projeto tem como título Embalagem biodegradável e ativa com função antimicrobiana para aplicação em alimentos. “É um novo conceito de embalagem; o que a gente chama de embalagem ativa, que interage com o alimento controlando determinada característica”, explica.
Zeca, 20 anos, atualmente cursa Licenciatura em Biologia, seu terceiro curso no Campus Planaltina. Antes, ele já havia concluído o curso Técnico em Agroindústria e Tecnologia em Agroecologia. O estudante conta que o próximo passo é verificar a patente e pesquisar alternativas para automatizar o processo, pensando em aplicação em grande escala. Porém, o aluno garante que a fórmula já está pronta para ser utilizada.
“O pequeno produtor, os donos de sacolão ou até mesmo a dona de casa já podem fazer a aplicação. Já para os grandes produtores, a ideia é buscar parceiros para ver se conseguimos chegar com esse produto a nível industrial. Talvez um processo automatizado para grande escala, com aplicação por spray – com os frutos pendurados ou esteira – depois iria para uma câmara de secagem rápida”, planeja.
A curto prazo, o objetivo é tentar disseminar o conhecimento, divulgando a fórmula para pequenos produtores, assentados e donos de sacolões.
Premiações
Com essa pesquisa, o estudante ganhou o prêmio de melhor projeto da IV Semana de Produção Científica do Instituto Federal de Brasília, foi convidado para fazer estágio na Universidade de São Paulo (USP), além de ter sido destaque no Fórum Mundial de Educação Profissional, no Congresso Norte e Nordeste de Pesquisa e Inovação e na 67.ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
A professora orientadora do projeto, Heloisa Falcão, vê, com orgulho, o desenvolvimento da pesquisa. “Eu entendo que o nosso papel de professora orientadora é ser facilitadora. O Zeca desempenhou a pesquisa com bastante afinco. A gente fica extremamente orgulhosa desse trabalho, do empenho dele e das oportunidades que o IFB nos dá”, finaliza.
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