domingo, 20 de setembro de 2015

Postos do SUS no Oeste Paranaense já receitam remédios à base de plantas


Agricultora Guiomar Neves, da Cooperativa de Produtores Orgânicos Gran Lago / Fotos Divulgação

CARLOS MATSUBARA*

Vinte e cinco postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) dos municípios de Foz do Iguaçu, Pato Bragado e Toledo, no oeste do Paraná, já estão receitando e fornecendo medicamentos à base de plantas medicinais.

As plantas orgânicas são produzidas no viveiro do Refúgio Biológico Bela Vista, localizado em Foz do Iguaçu, que já forneceu cerca de 30 mil mudas de mais de 90 espécies de plantas medicinais diferentes. Ali é feita a coleta, limpeza, beneficiamento e controle de qualidade, além da montagem de um kit com 18 tipos de plantas medicinais, que servem para o tratamento das 10 doenças mais comuns da região.
Viveiro de plantas Medicinais

As três cidades do oeste do Paraná são as únicas do estado que elaboraram projetos e receberam recursos do Ministério da Saúde para estimular a produção e distribuição de remédios feitos à base de plantas medicinais.
Produtores orgânicos

Do viveiro as mudas são distribuídas a produtores orgânicos que foram reunidos em cooperativas criadas por meio do programa Cultivando Água Boa, da Usina de Itaipu Binacional e com auxilio da prefeitura e dos Produtores Associados para Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec).

A agricultora e produtora de plantas medicinais, Guiomar Maria de Santana Neves aderiu há tempos a ideia. Na casa da família, toda manhã, o dia começa com uma xícara de chá de cidrozinho para todo mundo. “Ele é digestivo, calmante e é bom para dor de cabeça. Foi colhido ali da minha plantação, vem do próprio quintal”, conta ela, que também preside a Cooperativa de Produtores Orgânicos Gran Lago, em Vera Cruz do Oeste.

“A maior dificuldade, no início, foi que eu não tinha irrigação, e foi na época da seca em que era o sol muito quente. Eu tive que irrigar com o baldinho, irrigava de manhã e de tarde, até pegar”, revela a agricultora.

O resultado de todo o trabalho da família são 200 kg de planta seca por mês. E a produção já tem destino certo: abastece quatro postos de saúde da região.

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