quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Caxias do Sul, RS: Secretaria da Saúde estimula uso da fitoterapia

UBS Serrano lançou Relógio das Plantas Medicinais no Corpo Humano 
29/08/2018

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Serrano lançou, nem 31/08, o Relógio das Plantas Medicinais no Corpo Humano. O objetivo é estimular a comunidade a usar adequadamente as plantas para prevenção e tratamento de doenças, além da manutenção do bem-estar.

O projeto é baseado nos ensinamentos da medicina tradicional chinesa. A teoria do Relógio Biológico Chinês afirma haver um horário mais adequado para se tratar cada parte do corpo humano. As plantas medicinais foram aliadas a esta teoria.

Beatriz Saling Vieira, gerente da UBS Serrano, explica que ervas específicas foram plantadas e cultivadas em 12 canteiros em formato de um relógio. “Cada canteiro corresponde a um órgão. Para cada órgão, recomenda-se o uso de uma planta, em determinado horário, com o objetivo de tratar problemas específicos”, esclarece.
O relógio recomenda, por exemplo, cuidar do estômago pela manhã, por meio do uso de manjericão ou camomila. Os rins devem receber atenção à tarde, com carqueja. Esses seriam os horários em que, segundo a medicina tradicional chinesa, esses órgãos estão mais ativos e, por isso, a ação das ervas seria mais eficaz.

São apoiadores do projeto a Pastoral do Pão, Pastoral da Criança, Associação de Moradores do Bairro Serrano e Conselho Local de Saúde.

Clarise Pereira da Silva, assistente social da SMS e incentivadora do projeto, lembra que, além da UBS Serrano, a unidade do bairro São Caetano também já tem o seu Relógio das Plantas Medicinais no Corpo Humano, assim como a comunidade do Vila Ipê, que cultiva o relógio dentro da horta comunitária do bairro. Segundo ela, o projeto também está sendo expandido às comunidades atendidas pelas UBSs Santa Fé e Belo Horizonte.

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

O uso de plantas medicinais integra as chamadas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics), inseridas na rede pública desde 2006. Atualmente, são 29 os procedimentos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre eles, fitoterapia, homeopatia, acupuntura, ioga, reiki, medicina tradicional chinesa, musicoterapia e ozonioterapia. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem uma comissão que trabalha na implementação das Pics junto à rede básica. O projeto Plantas Medicinais no Relógio do Corpo Humano é uma das iniciativas deste grupo.

Assessoria de Imprensa - SMS

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Vitória, ES: Programa de fitoterapia de Vitória será apresentado em simpósio nacional

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Por Milene Miguel (mjmiguel@vitoria.es.gov.br) | Com edição de Matheus Thebaldi

Divulgação Semus
Centro de Atenção Psicossocial de São Pedro conta com horta comunitária.

Divulgação Semus
Alecrim é uma das ervas cultivadas nas hortas comunitárias.

O Programa Municipal de Fitoterapia de Vitória será apresentado no XXV Simpósio de Pesquisadores de Plantas Medicinais do Brasil, que acontecerá entre esta quinta-feira (6) e domingo (9), no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

A médica homeopata e referência técnica na área de Práticas Integrativas da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Henriqueta Tereza do Sacramento, participará de duas mesas-redondas: a primeira irá relatar a experiência do Programa de Fitoterapia de Vitória e do Sudeste e a outra, a institucionalização da política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos e os movimentos sociais.

"Iremos debater os caminhos, avanços e desafios da fitoterapia desde o uso tradicional, com a implantação dos jardins terapêuticos e hortas medicinais nas unidades de saúde, até a prescrição de medicamentos fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS)", disse Henriqueta.

Oferta

Atualmente, todas as 29 unidades de saúde de Vitória oferecem tratamentos fitoterápicos com prescrição de medicamentos de suas farmácias. Além disso, as práticas integrativas e complementares são aplicadas no Centro Municipal de Especialidades (CME-Vitória) e em alguns módulos do Serviço de Orientação ao Exercício (SOE).
Fitoterapia em Vitória

O programa de fitoterapia na Prefeitura de Vitória começou antes de 1990. Naquela época, houve a inauguração da horta medicinal e comecou a produção de mudas para distribuir e incentivar o cultivo, o conhecimento sobre uso e o preparo correto dos chás e xaropes. 

Os medicamentos fitoterápicos passaram a ser oferecidos a partir de 1996. A farmácia de manipulação foi inaugurada em novembro de 1995 e funcionou até 2005, quando a gestão decidiu pela aquisição e oferta de medicamentos fitoterápicos industrializados.

Ao longo desses anos, a Semus instituiu a política municipal das práticas integrativas e complementares na rede de atenção básica de Vitória.

Divulgação Semus
Política municipal prevê a implantação de jardins terapêuticos em vários espaços públicos.

Diego Alves
Unidades de saúde também ganham hortas medicinais.

Universidade Federal do Piauí - NUEPES e COSEMS-PI realizam oficina “Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”

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06 de Setembro de 2018, 14h23
Durante a Conferência Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

O Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão Permanente para o SUS (NUEPES) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS-PI) realizaram na cidade de Luís Correia (PI), entre os dias 05 e 06 de setembro, a oficina “Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”. O curso fez parte da programação do VIII Congresso dos Secretários de Saúde do Piauí.
Joselma Oliveira e Profa. Dra. Lis Cardoso Marinho Medeiros durante a oficina

A Profa. Dra. Lis Cardoso Marinho Medeiros, coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Saúde da Família e Comunidade proferiu a Conferência Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Além disso, a pesquisadora explicou sobre a Prática da Fitoterapia: Conceitos e Prática - Chá (infuso), Cataplasma, Lambedor, Gengibre, Pomada, Supositório, Xarope.
Logo em seguida, Joselma Oliveira representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS/PI), palestrou sobre como implantar as PICs na Rede Municipal de Saúde Fisioterapeuta.

As práticas integrativas e complementares são ações de cuidado transversais, podendo ser realizadas na atenção básica, na média e alta complexidade.
Joselma Oliveira, Leopoldina Cipriano, Presidente do COSEMS-PI, Katiuscia Sousa, Mauro Guimarães Junqueira - Presidente do Conselho Nacional ddo SESC Saúde e Profa. Dra. Lis Cardoso Marinho Medeiros

Alimentação no início da vida: janela para o futuro

17/08/2018
Marly A. Cardoso é professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP
Por Redação - Editorias: Artigos
Marly A. Cardoso – Foto: Arquivo pessoal

Os primeiros 1.000 dias de vida compreendem o intervalo entre a concepção de um bebê até os dois primeiros anos de vida (270 dias da gestação + 365 dias do primeiro ano de vida + 365 dias do segundo ano de vida). Análises das curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmam a importância dos dois primeiros anos de vida como uma “janela de oportunidades” para promoção da saúde e do capital humano de uma população.

Embora mecanismos subjacentes não sejam ainda totalmente esclarecidos, especula-se que exposições adversas tanto na vida intrauterina como no início da vida pós-natal possam afetar a saúde tanto da mãe como do bebê ao longo do ciclo da vida e também para gerações futuras, por meio de alterações epigenéticas (alterações hereditárias que afetam expressão gênica sem alterar sequência dos pares de base do DNA). A promoção da nutrição adequada e do crescimento saudável no intervalo crucial dos 1.000 primeiros dias parece resultar em efeitos benéficos sobre a saúde do indivíduo durante sua vida.

A coexistência de deficiências e excessos nutricionais tem sido considerada o desafio atual da agenda de saúde pública global. Gestantes e crianças menores de 2 anos de idade estão entre os grupos populacionais de maior risco para deficiência de micronutrientes, que afeta também o desenvolvimento neurológico. A alimentação com predomínio de alimentos ultraprocessados (refrigerantes, embutidos, salgadinhos, biscoitos, guloseimas, entre outros) apresenta alta densidade energética, aditivos químicos, alto teor de gordura, sódio e açúcar com baixa concentração de micronutrientes.

Por sua vez, a dieta com predomínio de alimentos minimamente processados, como frutas e hortaliças frescas, castanhas, cereais, feijões e preparações caseiras, por exemplo, oferece maior concentração e biodisponibilidade de micronutrientes e compostos bioativos naturalmente presentes nesses alimentos. Para o bebê, o leite materno é o melhor alimento, oferecendo também benefícios à saúde materna (controle de peso após o parto e proteção para câncer de mama). O leite materno deve ser oferecido exclusivamente até os seis meses de vida (sem oferta de água, chás ou qualquer outro líquido).

Após os seis meses de vida, a alimentação complementar deve ser introduzida de forma oportuna e adequada de acordo com as diretrizes da OMS, mantendo-se o aleitamento materno até pelo menos 2 anos de idade da criança. Um grande número de compostos bioativos do leite humano podem induzir alterações na metilação do DNA e é possível que, sem a exposição a esses fatores, bebês alimentados com fórmulas infantis possam apresentar diferenças na regulação de processos epigenéticos, contribuindo para um pior perfil de saúde a longo prazo.

As causas responsáveis por recentes mudanças nutricionais observadas nos países em desenvolvimento são complexas, envolvendo o processo de urbanização, a globalização da economia, políticas agrícolas, novas formas de distribuição e marketing dos alimentos, variações na renda das famílias, tendências dos preços relativos dos diferentes alimentos e conhecimentos dos indivíduos sobre alimentação e saúde, entre outros fatores. Segundo a última edição do relatório anual sobre a fome Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Ifad) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), há 795 milhões de pessoas que passam fome no mundo.

Entre 1990 e 2014, a porcentagem de pessoas que passam fome na América Latina e Caribe diminuiu de 14,7% para 5,5% desde 1990, e a porcentagem de crianças desnutridas (abaixo dos cinco anos) também teve redução de 7,0% para 2,7%. Segundo o documento da ONU, o Brasil reduziu em 82,1% o número de pessoas subalimentadas no período de 2002 a 2014. A queda foi superior à média da América Latina nesse período, de 43,1%.

Gestantes e crianças menores de 2 anos de idade estão entre os grupos populacionais de maior risco para deficiência de micronutrientes, que afeta também o desenvolvimento neurológico.

Avanços no perfil de saúde e nutrição de crianças brasileiras foram observados no período de 2002 a 2014. Um exemplo importante foi a promoção do aleitamento materno exclusivo (AME). Enquanto na década de 1980 apenas 3,1% das crianças menor de 6 meses estavam em AME, esse porcentual aumentou mais de dez vezes, passando a 38,6% em 2006. No entanto, assim como observado em outros indicadores de saúde infantil, esses avanços não ocorreram com mesma magnitude entre as regiões brasileiras e ainda estão aquém das recomendações da OMS.

Estimativas recentes apontam estabilização das taxas de aleitamento materno, pela primeira vez, após décadas de aumento, acompanhadas desde 2016 por aumento da mortalidade infantil e redução da cobertura vacinal decorrente da fragilização das políticas públicas sociais e do Sistema Único de Saúde (SUS), atingindo diretamente a população mais vulnerável, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do País.

A crise política e econômica atual pode piorar ainda mais esse cenário brasileiro, comprometendo o estado nutricional exibido desde os estágios iniciais da vida até a idade adulta, o desenvolvimento físico e metabólico, a capacidade cognitiva e indicadores de morbidade e mortalidade, além de ter impacto sobre a produtividade econômica e o desempenho reprodutivo futuros. As consequências do teto de gastos por 20 anos, conforme previsto na Emenda Constitucional 95, com cortes importantes em investimentos em saúde, educação e pesquisa, fecharão muitas janelas de oportunidades para as próximas gerações de brasileiros.

“Manga, caju, maracujá, sapoti
Fruta-de-conde, jenipapo, graviola, açaí
Jaca, pitanga, amora e abacaxi
Ah! não há terra generosa como as terras daqui…
Paca, tatu, cutia, anão, jabuti
Tem sabiá, tem curió, uirapuru, juriti
Bicho do mato agora pode sair
É um tiro só e a morte é doce como as frutas daqui…”

(Banana, cantada por Joyce. Compositores: Guy Rupert Berryman / Jonas Bjerre / Magne Furuholmen / Martin Terefe)

Veja a página oficial do projeto Estudo MINA-Brasil: Saúde e Nutrição Materno-Infantil no Acre, que a professora Marly A. Cardoso coordena em Cruzeiro do Sul, no Acre.

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Relação de mutualismo entre figueiras e vespas tem nova fase revelada

08/08/2018

Por uma relação de mutualismo, onde não há vespas-do-figo, as figueiras não se reproduzem e vice-versa
Estudo foi publicado em edição especial da Acta Oecologica com quatro artigos de pesquisadores da USP. Outro trabalho analisa diferenças morfológicas no ovipositor de diversas espécies de vespas parasitoides – Foto: Divulgação

A relação de mutualismo que existe entre a figueira e a vespa-do-figo é uma das mais fascinantes da natureza. Os dois têm a sua existência de tal modo entrelaçada que um não pode existir sem o outro. Onde não há vespas-do-figo as figueiras não se reproduzem e vice-versa.

O ciclo de reprodução das vespas-do-figo só ocorre no interior dos figos. Esses, ao longo de dezenas de milhões de anos de evolução, acabaram tão modificados devido à interação com aqueles insetos que hoje são confundidos com frutos. Mas figos não são frutos, são inflorescências invertidas. São invólucros que contêm em seu interior centenas de flores minúsculas que produzem sementes internamente graças ao trabalho de polinização proporcionado pelas vespas.

O ciclo de desenvolvimento das flores da figueira e de suas vespas é estudado como forma de entender a evolução do mutualismo. Ainda no fim dos anos 1960, quando esse mutualismo entre planta e inseto começou a ser elucidado, o ciclo de desenvolvimento foi dividido em cinco fases distintas (A, B, C, D e E). Elas descrevem tudo o que ocorre desde o momento em que a vespa mãe penetra no interior do figo para pôr seus ovos, até quando uma nova geração de vespas fêmeas fertilizadas emerge do figo para renovar o ciclo.

Meio século após a descrição inicial deste ciclo de desenvolvimento, o biólogo Luciano Palmieri Rocha, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP vem agora propor a existência de uma nova fase, que ele denominou F, que trata das interações ecológicas que ocorrem após a saída das vespas, envolvendo os figos maduros que caem ao solo para apodrecer.

O estudo foi publicado na revista Acta Oecologica, em edição especial justamente em homenagem aos 50 anos da descoberta inicial do ciclo das figueiras e suas vespas. O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A edição traz 20 trabalhos, sendo quatro deles de pesquisadores do Laboratório de Interação Inseto-Planta do Departamento de Biologia da FFCLRP da USP. O laboratório é chefiado pelo professor Rodrigo Augusto Santinelo Pereira.

“Na natureza, vemos muita competição, por isso chama a atenção a interação entre figueira e vespa-do-figo. As duas caminham juntas para se adaptar mutuamente e tentar sobreviver. Se uma morrer, a outra também desaparecerá”, disse Palmieri à Agência Fapesp.

Tal mutualismo não está restrito à interação entre a figueira (Ficus carica) que produz os figos comestíveis e suas polinizadoras específicas, as vespas-do-figo da espécie Blastophaga psenes. Existem mais de 750 espécies do gênero Ficus e, para cada uma delas, há uma espécie de vespa polinizadora da família dos agaonídeos.

É um mutualismo muito antigo, explica Palmieri. Os fósseis mais antigos de vespas-do-figo datam de 34 milhões de anos atrás. São muito semelhantes às espécies atuais, indicando que a relação simbiótica evoluiu cedo e não mudou fundamentalmente desde então. Evidências moleculares apontam que a relação existia há 65 milhões de anos, o que sugere que ela possa ser ainda mais antiga, ainda do tempo dos dinossauros.

“Foi quando os ancestrais das vespas-do-figo começaram a depositar ovos nas flores de figueiras ancestrais. São inflorescências que, acredita-se, ainda eram abertas e, portanto, aptas a ser polinizadas por diversos insetos”, disse o pesquisador.

Ao longo de pelo menos 65 milhões de anos de evolução, as inflorescências da figueira se tornaram invólucros fechados ao mundo exterior, onde apenas as vespas-do-figo conseguem penetrar.

“Inicialmente, as vespas começaram a parasitar as figueiras. Por algum mecanismo evolutivo desconhecido, a planta acabou por cooptar o parasitismo das vespas dentro de seu ciclo reprodutivo”, disse Palmieri.

O ciclo de desenvolvimento das flores da figueira e de suas vespas se inicia com a entrada da vespa mãe no interior do figo. “O figo é uma urna, que preserva e protege centenas de pequeninas flores. Pelo fato de as flores do figo se abrirem internamente, elas precisam de um processo especial para serem polinizadas. Não podem depender do vento ou das abelhas para transportar seu pólen. É aí que entra a vespa-do-figo”, disse.

No interior do figo há flores femininas e masculinas, que se desenvolvem em momentos diferentes. A fase A ocorre quando as flores femininas ainda não estão maduras. Pouco tempo depois, as flores femininas amadurecem e ficam prontas para serem fertilizadas. É quando os figos se tornam receptivos para receber as vespas e passam a exalar uma quantidade enorme de compostos voláteis, iniciando a fase B.
A agora denominada fase F inclui as interações ecológicas que ocorrem após a saída das vespas, envolvendo os figos maduros que caem ao solo para apodrecer – Foto: Divulgação

“São sinais químicos que servem para atrair apenas as vespas específicas que polinizam as flores daquela espécie de figueira. É tudo sincronizado”, disse Palmieri.

O figo não é inteiramente fechado. Existe um pequeno buraco, o ostíolo, que a vespa mãe deve atravessar para ter acesso ao interior do fruto. Ao fazê-lo, o inseto perde asas e as antenas se quebram de modo que, uma vez lá dentro, não tem como sair. Depois de botar os ovos, a vespa morrerá. “Ela precisa forçar sua entrada através do ostíolo. Depois que ela entra é mais difícil outras entrarem, mas não incomum”, disse.

Ações sincronizadas

Uma vez dentro do figo, a vespa mãe depositará ovos em inúmeras flores internas, mas não em todas. Ao fazê-lo, ao mesmo tempo a vespa mãe fertiliza as flores com o pólen que carrega depositado em bolsas polínicas localizadas abaixo das asas. As flores onde foram depositados os ovos se modificam, tornando-se estruturas endurecidas chamadas galhas.

Inicia-se então a fase C, que se estenderá pelos próximos dois a três meses. As flores polinizadas que não ganharam um ovo de vespa se transformam em sementes. Já as flores que receberam ovos e se modificaram na forma de galhas guardam em seu interior larvas de vespa.

A fase D ocorre no fim do período de incubação das larvas. É esse também o momento em que as flores masculinas começam a ficar maduras, abrindo e expondo estruturas chamadas anteras, onde fica o pólen.

“A abertura das flores masculinas é sincronizada com o fim do desenvolvimento das vespas. As primeiras a sair das galhas são as vespas machos, que não têm asas e olhos reduzidos, mas têm mandíbulas grandes e fortes. Os machos rastejam sobre as flores femininas até localizar as galhas onde estão as vespas fêmeas, suas irmãs, que estão prontas para emergir. Nesse momento, os machos fazem uso de um pênis telescópico que penetra e fecunda a fêmea dentro da galha. Feito isso, os machos começam a usar suas mandíbulas para abrir um buraco na parede do figo. Uma vez que o buraco é aberto, os machos caem no chão e morrem”, disse Palmieri.

A fase D termina com a emergência das vespas fêmeas de dentro das galhas. “Rastejando na direção do buraco, elas passam sobre as flores masculinas, coletando em bolsas o pólen com o qual polinizarão outras figueiras”, disse.

Uma vez que atravessam o orifício cavado pelos seus irmãos fecundadores, as fêmeas estão prontas para voar em busca de outras figueiras, recomeçando o ciclo. A fase E diz respeito à dispersão das sementes das figueiras.

“Uma figueira grande é capaz de produzir mais de 1 milhão de figos em uma florada. Os figos são alimento de macacos, roedores, morcegos, porcos-do-mato e muitos outros. Quase todos os animais vertebrados da floresta têm figos como parte da sua dieta. Ao comer os figos maduros que ainda pendem nos galhos ou que já caíram ao solo, os animais irão dispersar as sementes no meio ambiente através de suas fezes”, explicou Palmieri.

Fase F

Além das cinco fases do ciclo clássico de desenvolvimento de figueiras e das vespas, como vem sendo estudado há 50 anos, Palmieri propõe uma nova fase.

“A fase F é uma fase ecológica, que não diz respeito diretamente ao desenvolvimento da figueira, mas de seu papel no ciclo de desenvolvimento de outras dezenas de espécies de insetos que não são vespas-do-figo”, disse.

“Há uma série de organismos – insetos, ácaros, nematoides – que também conseguem parasitar os figos. A maior parte dos parasitas são outras vespas de grupos irmãos das vespas-do-figo. Elas conseguem inserir seus ovos dentro do fruto sem cumprir o papel biológico da polinização”, disse Palmieri.

As evidências da nova fase F começaram a surgir ao longo de anos de observação. “Durante o estudo da interação entre as figueiras e as vespas era comum encontrar larvas de outros bichos que não tinham participação no ciclo de desenvolvimento. Esses figos eram descartados da pesquisa e jogados fora. Em certos casos, havia larvas quase do tamanho do figo comendo tudo lá dentro. Foi quando decidimos investigar o que ocorria”, disse Palmieri à Agência Fapesp.

“Quando as larvas atingiam a fase adulta, começavam a sair dos figos podres uns bichos que ninguém conhecia. No artigo agora publicado, descrevo 129 insetos de cinco ordens e 24 famílias diferentes, que não são vespas-do-figo e que também interagem com a figueira realizando funções diferentes”, disse.

Palmieri identificou dez tipos de vespas (Hymenoptera), 39 tipos de moscas (Diptera), 46 tipos de besouros (Coleoptera), 17 de cigarras, percevejos, pulgões e cochonilhas (Hemiptera) e 18 de borboletas e mariposas (Lepidoptera).

Esses insetos podem colonizar os figos em diferentes fases do ciclo de desenvolvimento das figueiras e alguns grupos dependem dos figos caídos para completar seus ciclos de vida. De acordo com o seu papel na ecologia da figueira e seu potencial impacto na reprodução da figueira, Palmieri dividiu os insetos em duas categorias: os intrusos precoces do figo e a fauna dos figos caídos.

Todos os tipos de insetos identificados têm representantes em ambas as categorias. A exceção são as dez espécies de vespas de três famílias irmãs da família das vespas-do-figo. Todas são intrusas precoces que depositam dentro do figo ovos dos quais emergem larvas que competem diretamente com as larvas das vespas-do-figo por alimento e espaço dentro do figo, ou simplesmente se alimentam delas. Quando terminam o seu desenvolvimento e atingem a fase adulta, elas saem do figo.

No artigo, Palmieri descreve diversas formas de intrusão precoce dos figos. Uma delas é a das moscas do gênero Lissocephala, que põem ovos no ostíolo no momento de entrada da vespa mãe. As larvas de mosca vão migrar para dentro do figo e se alimentar de fungos e bactérias introduzidos pela vespa. Essas moscas terminam seu desenvolvimento dentro do figo e voam pelo buraco cavado pelas vespas machos.
Fauna extremamente diversificada de insetos associados aos figos também deve ser fator relacionado ao sucesso das cerca de 750 espécies de figueiras – Foto: Divulgação

As borboletas e mariposas são o grupo mais agressivo de insetos em termos de danos causados ao figo. Elas depositam ovos na casca. Na fase C, suas larvas perfuram a parede do figo e se alimentam indiscriminadamente da polpa, das vespas e das sementes. As larvas de borboletas e mariposas destroem o figo e emergem para poder pupar em casulos nos galhos da figueira.

Palmieri explica que, no caso da fauna dos figos caídos, essa categoria engloba uma variedade de organismos que se alimentam de restos carnudos ou de sementes de figos maduros não consumidos pelos vertebrados frugíferos. Eles aproveitam a janela de oportunidade criada pelos figos que caem da árvore na fase F.

A fauna dos figos caídos, da qual fazem parte algumas formigas, borboletas e percevejos, é principalmente composta de besouros que se alimentam dos restos da fruta. Há diversas formas de os besouros se aproveitarem do desenvolvimento dos figos. Alguns colonizam os figos ainda na árvore, durante o início da fase C. Suas larvas se desenvolvem dentro dos figos e lá permanecem quando os frutos maduros caem ao chão. Só então as larvas migram para o solo, onde cavam um buraco e pupam no interior de casulos.

“Estes exemplos fornecem tão somente o vislumbre de uma complexidade muito maior de interações. Além das implicações evolutivas do mutualismo da polinização, um fator adicional relacionado ao sucesso das cerca de 750 espécies de figueiras é provavelmente a fauna extremamente diversificada de insetos associados aos figos – tais como as espécies de vespas que não aquelas polinizadoras. A pressão dessas vespas parasitas deve ter servido de importante fator impulsionador da diversificação das diversas espécies de figueiras. E continua a sê-lo”, disse Palmieri.

O artigo The role of non-fig-wasp insects on fig tree biology, with a proposal of the F phase (Fallen figs), de Luciano Palmieri e Rodrigo Augusto Santinelo Pereira, foi publicado na Elsevier ScienceDirect.

Diferenças no ovipositor

As vespas-do-figo compreendem cerca de 650 espécies descritas, pertencentes a diversas famílias. Mas esse número representa menos da metade do número estimado de espécies, incluindo as vespas polinizadoras e as parasitas, não polinizadoras.

“São vespas oportunistas, que põem ovos pelo lado de fora do figo. Fazem uso de uma estrutura chamada ovipositor para atravessar a casca do figo e inserir o ovo dentro de uma flor ou galha”, disse Larissa Galante Elias, pesquisadora no Laboratório de Interação Inseto-Planta da FFCLRP.

Em outro artigo, publicado na edição especial da Acta Oecologica, Larissa analisa diferenças morfológicas no ovipositor de diversas espécies de vespas polinizadoras e não polinizadoras. O estudo, orientado pelo professor Santinelo Pereira, tem apoio da Fapesp.

“Ao longo de milhões de anos de evolução, o ovipositor foi se modificando para ganhar outras funções. Minha questão é entender como as vespas conseguem fazer coisas tão complexas e diferenciadas com o ovipositor, como botar ovos pelo lado de fora do figo e acertar exatamente o interior da flor, ou pôr o ovo dentro de galhas, ou ainda na casca do figo. Nas vespas atuais, vemos o ovipositor realizando todas essas funções”, disse.

Larissa é a primeira autora de um artigo Ovipositor morphology correlates with life history evolution in agaonid fig wasps no qual, ao lado de outros pesquisadores do Brasil, França e China, analisa a variação morfológica no ovipositor em 24 espécies de vespas-do-figo pertencentes a nove gêneros diferentes.

“O ovipositor é uma estrutura comum a todas as espécies de vespas, porém ligeiramente diferente em cada uma delas. É muito fino e muito comprido e pode ser até três vezes maior do que o corpo da vespa”, disse Larissa.

As vespas-do-figo polinizadoras põem ovos quando as flores são jovens. As flores da figueira são todas aquelas centenas de filamentos no interior do figo, que têm na base uma estrutura redonda. Cada flor que contém uma larva irá se transformar em uma galha.

As vespas parasitas botam ovos ao mesmo tempo que a polinizadora ou então um pouco mais tarde, quando as larvas estão em pleno desenvolvimento dentro das galhas. “Elas podem parasitar centenas de galhas, mas vão depositar um único ovo em cada galha. Suas larvas irão se alimentar das outras larvas preexistentes”, explicou Larissa.

Em seu trabalho, a pesquisadora realizou uma análise de reconstrução de estados ancestrais. A análise permite a interpretação da evolução de diversos caracteres morfológicos, ecológicos e comportamentais na evolução de um dado grupo de organismos.

“O ovipositor tem na sua extremidade estruturas que se parecem com dentes. Percebi que a morfologia desses dentes variava muito. Decidi investigar se as estruturas variam entre as diversas vespas, dependendo da fase do ciclo de desenvolvimento do figo na qual elas botam ovos, por exemplo se quando o figo é jovem ou quando as galhas estão formadas”, disse.

Foram feitas amostras de 24 espécies pertencentes a todos os principais clados (agrupamento que inclui um ancestral comum) de agaonídeos, incluindo representantes de todos os gêneros descritos de vespas não polinizadoras da família. Havia espécies do Brasil, Austrália, China, Laos, Senegal, Indonésia, Camarões, Índia e das Ilhas Salomão, algumas coletadas em campo, outras obtidas da coleção de Jean Yves Rasplus, do Centre de Biologie pour la Gestion des Populations do Institut National de la Recherche Agronomique (Inra), na França.

Em estereomicroscópio, Larissa realizou uma série de medidas do corpo e do ovipositor de dez a 20 indivíduos de cada espécie. Foram analisados caracteres relacionados aos dentes dos ovipositores quanto ao seu potencial papel na perfuração e ancoragem do ovipositor, permitindo a sua movimentação pelo substrato do figo.

“Percebi que a distância entre os dentes do ovipositor está relacionada com o que a vespa está fazendo. Os dentes podem ser mais espaçados ou mais próximos uns dos outros”, disse.

Os insetos estudados por Larissa pertencem a grupos ecológicos diferentes. As vespas que inserem ovos perfurando a casca do figo com o ovipositor quando os figos estão jovens – e que vão depositar ovos nas flores lá dentro – são chamadas galhadoras, pois a deposição dos ovos estimulará o desenvolvimento da galha. “Descobrimos que, no caso das vespas galhadoras, os dentes do ovipositor estão mais juntos”, disse.

Em outro grupo estão as vespas que, desde a casca do figo, utilizam o ovipositor para inserir ovos dentro das galhas. São as parasitoides, que parasitam a galha. “No caso, os dentes têm formato irregular e são mais espaçados”, disse.

“O resultado da análise de reconstrução de estados ancestrais sugere que a vespa ancestral das vespas agaonídeas tinha o ovipositor adaptado para botar o ovo nas flores jovens”, disse Larissa. Ou seja, o ovipositor foi sendo adaptado para inserir ovos na fase da galha mais tarde, ao longo de milhões de anos, sendo uma ferramenta na diversificação do grupo.

“Ter esse novo método de identificação do tipo de vespa-do-figo por meio da análise do ovipositor é interessante, pois não há mais a necessidade de acompanhar todo o ciclo de desenvolvimento do figo para conseguir identificar qual vespa está fazendo o que dentro daquele contexto de interações”, disse Larissa.

O artigo Ovipositor morphology correlates with life history evolution in agaonid fig wasps, de Larissa Galante Elias, Finn Kjellberg, Fernando Henrique Antoniolli Farache, Eduardo A.B. Almeida, Jean-Yves Rasplus, Astrid Cruaud, Yan-Qiong Peng, Da-Rong Yang e Rodrigo Augusto Santinelo Pereira, está publicado na Science Direct .

A edição especial com os quatro artigos de pesquisadores brasileiros está disponível em Science Direct Acta-oecologica.

Amazonian fruit prevents obesity in overfed mice

Date: August 30, 2018 Source: Université Laval Summary: An extract of camu camu -- a fruit native to the Amazon -- prevents obesity in mice fed a diet rich in sugar and fat, say researchers. The discovery suggests that camu camu phytochemicals could play a leading role in the fight against obesity and metabolic disease.

An extract of camu camu -- a fruit native to the Amazon -- prevents obesity in mice fed a diet rich in sugar and fat, say researchers at Université Laval and the Quebec Heart and Lung Institute Research Centre. The discovery, which was recently published in the scientific journal Gut, suggests that camu camu phytochemicals could play a leading role in the fight against obesity and metabolic disease.

The chemical composition of camu camu is unique in that it contains 20 to 30 times more vitamin C than kiwis and 5 times more polyphenols than blackberries. "We demonstrated the beneficial health effects of polyphenol-rich berries in previous studies," explains André Marette, a professor at Université Laval's Faculty of Medicine and principal investigator for the study. "That's what gave us the idea to test the effects of camu camu on obesity and metabolic disease."

The researchers fed two groups of mice a diet rich in sugar and fat for eight weeks. Half the mice were given camu camu extract each day. At the end of the experiment, weight gain in camu camu-treated mice was 50% lower than that observed in control mice and was similar to the weight gain of mice consuming a low-sugar, low-fat diet. The researchers believe the anti-obesity effect of camu camu could be explained by an increase in resting metabolism in the mice that received the extract.

The researchers also found that camu camu improved glucose tolerance and insulin sensitivity and reduced the concentration of blood endotoxins and metabolic inflammation. "All these changes were accompanied by a reshaping of the intestinal microbiota, including a blooming of A. muciniphila and a significant reduction in Lactobacillus bacteria," explains Dr. Marette. Transplantation of intestinal microbiota from the camu camu group to germ-free mice lacking an intestinal microbiota temporarily reproduced similar metabolic effects. "Camu camu thus exerts its positive metabolic effects at least in part through the modulation of the gut microbiota," concludes the researcher.

André Marette now wants to examine whether camu camu produces the same metabolic effects in humans. The toxicity of the fruit extract should not pose a problem since it is already commercialized to combat fatigue and stress and stimulate the immune system.

In addition to André Marette, the study's co-authors are Fernando Anhê, Renato Nachbar, Thibault Varin, Jocelyn Trottier, Stéphanie Dudonné, Mélanie Le Barz, Perrine Feutry, Geneviève Pilon, Olivier Barbier, Yves Desjardins, and Denis Roy.

Story Source:

Materials provided by Université Laval. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Fernando F Anhê, Renato T Nachbar, Thibault V Varin, Jocelyn Trottier, Stéphanie Dudonné, Mélanie Le Barz, Perrine Feutry, Geneviève Pilon, Olivier Barbier, Yves Desjardins, Denis Roy, André Marette. Treatment with camu camu (Myrciaria dubia) prevents obesity by altering the gut microbiota and increasing energy expenditure in diet-induced obese mice. Gut, 2018; gutjnl-2017-315565 DOI: 10.1136/gutjnl-2017-315565

Cite This Page:
Université Laval. "Amazonian fruit prevents obesity in overfed mice." ScienceDaily. ScienceDaily, 30 August 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/08/180830102540.htm>.

Plantas usam açúcar produzido na fotossíntese para saber a hora

Quantidade de açúcar indica nível de energia disponível para plantas aumentarem ou reduzirem ritmo de atividade


24/08/2018
Ao perceber a quantidade de energia (açúcar) que possui, planta tem noção da passagem do tempo e pode organizar suas atividades ao longo do dia, antecipando-se à chegada do sol para fazer fotossíntese logo ao amanhecer, podendo crescer mais e melhor – Foto: Jucember/Wikimedia Commons

Uma pesquisa com a participação do Instituto de Química (IQ) da USP revela que as plantas usam o açúcar produzido na fotossíntese para regular seu relógio biológico. Os cientistas descobriram os caminhos utilizados pelas células vegetais para ajustar os horários de atividade das plantas (crescimento, metabolismo e armazenamento) à quantidade disponível de açúcar, ou seja, de energia. Assim, quando a disponibilidade é menor, a planta reduz seu ritmo de atividade. Os resultados contribuirão em estudos visando a aumentar a produtividade de cultivos como o da cana.

“O objetivo do trabalho é tentar entender como a percepção interna da quantidade de energia (açúcar) que a planta tem influencia a maneira como é percebida a passagem do tempo durante o dia”, diz o professor do IQ Carlos Hotta, que integrou o grupo de pesquisa. “Isso é importante porque é o modo das plantas se organizarem ao longo do dia, antecipando-se à chegada do Sol para poder fazer fotossíntese logo ao amanhecer. Plantas que usam o relógio biológico crescem mais e melhor.”
Professor Carlos Hotta: nível de açúcar indica situações de escassez energética – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Na fotossíntese, as células das plantas capturam a luz solar, convertendo a energia do Sol em energia química e juntando gás carbônico e água para formar açúcares. “O estudo mostra que perceber o nível de açúcar é um modo da planta saber a quantidade de energia que possui, inclusive em situações de estresse, como casos de escassez”, aponta o professor. “Foi analisado como o relógio biológico da Arabidopsis thaliana, organismo modelo para estudos sobre plantas, responde à adição de açúcar”. A Arabidopsis é uma planta herbácea da família das Brassicaceae, a mesma do brócolis, da canola, da mostarda e do repolho.
Sinalização

A pesquisa descobriu que as plantas possuem moléculas que atuam como vias de sinalização, no caso a via do SnRK1, que mede o nível energético da planta, e se conecta a um fator de transcrição, o bZIP63. “O fator de transcrição é um tipo de proteína que funciona como ‘interruptor molecular’, atuando diretamente no DNA, ‘ligando’ e ‘desligando’ genes”, a partir das informações da via de sinalização, conta o pesquisador. “Há evidências de que um dos genes em que o bZIP63 atua é do relógio biológico, chamado de PRR7, o que faz com que a planta, conforme a energia disponível, altere os horários em que desempenha determinadas funções.”

Quando há menos energia, a via que sinaliza o estresse energético está mais ativa, mas quando o açúcar é abundante, ela permanece inativada, o que inibe o fator de transcrição. “Pesquisas anteriores sobre o relógio biológico avaliavam as plantas quando havia muita energia disponível, por isso a via não era percebida”, diz Hotta. “Quando começou-se a olhar para as plantas em condições de baixa energia, foi possível notar que essa via é essencial para a planta se reorganizar diante do estresse energético, mudar seu modo de vida e sobreviver”.
Amostras de Arabidopsis thaliana: via de sinalização que orienta o relógio biológico só foi percebida pelos cientistas quando a planta está em condições de baixa energia – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Os resultados da pesquisa são descritos no artigo “Circadian Entrainment in Arabidopsis by the Sugar-Responsive Transcription Factor bZIP63”, publicado em 2 de agosto na revista científica Current Biology. “O estudo comprovou como os dois mecanismos moleculares impactam e regulam o funcionamento da planta”, ressalta o professor. “O próximo passo é investigar que funções são reguladas. Uma das hipóteses é de que possivelmente os mecanismos influenciem na forma que a planta armazena amido durante a noite.”
Produtividade

Hotta aponta que as descobertas do estudo poderão ser importantes em pesquisas sobre cultivos como o da cana-de-açúcar. “Saber que o açúcar é essencial para o relógio biológico muda a percepção sobre a sua função em plantas que acumulam muito açúcar, a cana, por exemplo”, observa. “Entender que o relógio biológico está associado à produtividade da planta ajuda a buscar formas de torná-la mais produtiva.”

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do IQ, em colaboração com os pesquisadores Michel Vincentz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alex Webb, da University of Cambridge, e Antony Dodd, da University of Bristol (Reino Unido). “Houve uma convergência dos estudos, facilitada pelas políticas de internacionalização da ciência adotadas no Brasil”, destaca o professor. “Na Unicamp, era pesquisada a influência do estresse energético no relógio biológico, enquanto os europeus estudavam as reações do relógio biológico ao estresse”. O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

In test with rats, cannabidiol showed sustained effects against depression for seven days

Date: August 30, 2018 Source: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Summary: First results appeared 24h after one single dose of the marijuana component; scientists concluded that CBD activate mechanisms which repair neuronal circuitry in patients' prefrontal cortex and hippocampus.

Commercial antidepressants typically take two to four weeks to have a significant effect on a depressed patient. They are also inneffective in approximately 40% of the cases. Finding new drugs for depression that are fast-acting and have more lasting effects is the goal of research conducted by Brazilian scientists in São Paulo State in collaboration with Danish colleagues.

Their study found that a single dose of cannabidiol in rats with symptoms of depression was highly effective, eliminating the symptoms on the same day and maintaining the beneficial effects for a week.

The findings reinforce those of prior research showing that cannabidiol, a component of Cannabis sativa, the plant most commonly used to make marijuana, has promising therapeutic potential in the treatment of broad-spectrum depression in preclinical and human models.

The results have been published in an article in the journal Molecular Neurobiology by researchers of the group led by Sâmia Regiane Lourenço Joca, a professor in the University of São Paulo's Ribeirão Preto School of Pharmaceutical Sciences (FCFRP-USP) in Brazil.

The first author is Amanda Juliana Sales, who has a PhD scholarship from the São Paulo Research Foundation -- FAPESP. The research itself was supported by FAPESP via a Thematic Project, by Brazil's National Council for Scientific and Technological Development (CNPq), and by Denmark's Aarhus University Research Foundation.

FAPESP Thematic Project coordinator Francisco Silveira Guimarães, who is also a professor at the University of São Paulo's Ribeirão Preto Medical School (FMRP-USP), stresses that cannabidiol produces neither dependence nor psychotropic effects, despite being extracted from marijuana plant. "The main psychoactive component of marijuana is tetrahydrocannabinol, known as THC. Cannabidiol, on the contrary, blocks some of the effects of THC," he said.

Methodology

The researchers performed tests using rat and mouse lines selected by cross-breeding to develop symptoms of depression. The tests and behavioral analysis involved a total of 367 animals.

Five tests were performed altogether. "We submitted the animals to situations of stress such as the forced swimming test," said Joca, who is also a visiting professor at Aarhus University.

Before the test, some of the animals were given an injection of cannabidiol with doses of 7, 10 and 30 mg/kg in saline solution, and the rest, which were the control group, received only saline.

After 30 minutes, the animals were placed for five minutes in cylinders with a height of 25 cm and a diameter of 17 cm, containing 10 cm of water for mice and 30 cm of water for rats.

"The water depth is calculated to force them to swim by preventing them from touching the bottom with their feet or tails. They learn to float after swimming for a short time. They remain practically immobile while floating, merely keeping their heads above water to avoid drowning. This floating behavior, when they stop swimming, is classified as immobility," said the FAPESP-supported researcher.

"The forced swim test is used to measure the effect of antidepressant drugs because all known antidepressants shorten the duration of immobility and hence lengthen swim time. A reduction in immobility time in this test is interpreted as 'antidepressant-like' behavior."

The researchers found that cannabidiol induced acute and sustained antidepressant-like effects in mice submitted to the forced swim test.

"However, to make sure this result isn't due to the increase in movement caused by a psychostimulant effect leading the animals to swim more vigorously, for example, we performed a separate test to control for locomotor activity," Joca explained.

"To do this we used the open-field test, which consists of putting the animal in a novel arena and letting it explore the new environment freely while its locomotor and exploratory activity is recorded. A drug is said to have potential antidepressant effects if it reduces immobility time and increases swim time in the forced swim test without increasing locomotor activity in the open-field test, showing that the effects observed in the forced swim test aren't secondary to nonspecific alterations in locomotor activity."

Restoration of neuronal circuitry

The conclusion was that the effects of treatment with cannabidiol were fast-acting and sustained, persisting for up to seven days after a single dose was administered to animals belonging to different models of depression (including a stress model and a genetic susceptibility model).

Seven days after treatment, the researchers observed a rise in the number of synaptic proteins in the prefrontal cortex, which is closely linked to depression in humans. "In light of this finding, we believe cannabidiol rapidly triggers neuroplastic mechanisms that help repair the neuronal circuitry that gets damaged in depression," Joca said.

"When we studied the mechanisms involved in these effects, we found that treatment with cannabidiol induces a rapid rise in levels of brain-derived neurotrophic factor, or BDNF, a neurotrophin that plays a key role in neuronal survival and neurogenesis, the formation of new neurons in the brain," Joca said. "We also observed an increase in synaptogenesis in the prefrontal cortex of these animals." Synaptogenesis is the formation of synapses between neurons in the central nervous system.

The beneficial action of cannabidiol is not limited to the prefrontal cortex, however. "In a separate study, we showed that the effects of cannabidiol also involve neuroplastic mechanisms in the hippocampus, another structure involved in the neurobiology of depression," noted the FAPESP-funded researcher.

According to Joca, if studies in humans also find cannabidiol to be beneficial in treating depression, given that cannabidiol is already used in humans to treat other diseases or disorders, "they could result in an important advance in the treatment of depression, potentially helping patients who suffer for weeks, often with a risk of suicide, until the treatment starts working."

Studies in humans

The researchers are currently investigating other mechanisms involved in the effects of cannabidiol, as well as its efficacy in animal models of resistance to conventional treatment.

"For example, we're studying whether cannabidiol would also be effective in patients who don't respond to conventional therapy and whether combining it with antidepressants would improve their symptoms. Indeed, we've just published another paper in the journal Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, showing that treatment with cannabidiol facilitates serotonergic neurotransmission in the central nervous system and that combining it with low doses of selective serotonin reuptake inhibitor antidepressant drugs, or SSRIs, such as fluoxetine induces a significant antidepressant effect," Joca said.

"So there's a possibility that combining cannabidiol with SSRIs might allow the latter to be used in lower doses, perhaps reducing their adverse side-effects while maintaining the therapeutic effect of higher doses."

According to the authors, therefore, cannabidiol may not only be a faster-acting antidepressant than conventional drugs but also improve the response to such drugs when taken in combination with them.

"Our evidence suggests these effects occur by inducing neuroplastic alterations in the prefrontal cortex and hippocampus, which are brain structures involved in the development of depression. Because cannabidiol is used in humans to treat other conditions, we believe it can also be studied in humans for the treatment of depression in the near future," Joca said.

Story Source:

Materials provided by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Amanda J. Sales, Manoela V. Fogaça, Ariandra G. Sartim, Vitor S. Pereira, Gregers Wegener, Francisco S. Guimarães, Sâmia R. L. Joca. Cannabidiol Induces Rapid and Sustained Antidepressant-Like Effects Through Increased BDNF Signaling and Synaptogenesis in the Prefrontal Cortex. Molecular Neurobiology, 2018; DOI: 10.1007/s12035-018-1143-4

Cite This Page:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. "In test with rats, cannabidiol showed sustained effects against depression for seven days." ScienceDaily. ScienceDaily, 30 August 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/08/180830113004.htm>.

Scientists decode opium poppy genome

Scientists have determined the DNA code of the opium poppy genome

Date: August 30, 2018 Source: University of York Summary: Scientists have determined the DNA code of the opium poppy genome, uncovering key steps in how the plant evolved to produce the pharmaceutical compounds used to make vital medicines. The discovery may pave the way for scientists to improve yields and the disease resistance of the medicinal plant, securing a reliable and cheap supply of the most effective drugs for pain relief and palliative care.
Field of poppies, Papaver somniferum.
Credit: © Geza Farkas / Fotolia

Scientists have determined the DNA code of the opium poppy genome, uncovering key steps in how the plant evolved to produce the pharmaceutical compounds used to make vital medicines.

The discovery may pave the way for scientists to improve yields and the disease resistance of the medicinal plant, securing a reliable and cheap supply of the most effective drugs for pain relief and palliative care.

The breakthrough, by researchers at the University of York in partnership with the Wellcome Sanger Institute, UK, and international colleagues, reveals the origins of the genetic pathway leading to the production of the cough suppressant noscapine and painkiller drugs morphine and codeine.

Co-corresponding author, Professor Ian Graham, from the Centre for Novel Agricultural Products, Department of Biology at the University of York, said: "Biochemists have been curious for decades about how plants have evolved to become one of the richest sources of chemical diversity on earth. Using high quality genome assembly, our study has deciphered how this has happened in opium poppy.

"At the same time this research will provide the foundation for the development of molecular plant breeding tools that can be used to ensure there is a reliable and cheap supply of the most effective painkillers available for pain relief and palliative care for societies in not just developed but also developing world countries."

Synthetic biology based approaches to manufacturing compounds such as noscapine, codeine and morphine are now being developed whereby genes from the plant are engineered into microbial systems such as yeast to enable production in industrial fermenters. However, opium poppy remains the cheapest and sole commercial source of these pharmaceutical compounds by some distance.

The scientists from the University of York and Wellcome Sanger Institute in the United Kingdom together with colleagues from Xi'an Jiaotong University and Shanghai Ocean University in China and Sun Pharmaceutical Industries (Australia) Pty Ltd, produced a high quality assembly of the 2.7 GigaBase genome sequence distributed across 11 chromosomes.

This enabled the researchers to identify a large cluster of 15 genes that encode enzymes involved in two distinct biosynthetic pathways involved in the production of both noscapine and the compounds leading to codeine and morphine.

Plants have the capacity to duplicate their genomes and when this happens there is freedom for the duplicated genes to evolve to do other things. This has allowed plants to develop new machinery to make a diverse array of chemical compounds that are used to defend against attack from harmful microbes and herbivores and to attract beneficial species such as bees to assist in pollination.

The genome assembly allowed the researchers to identify the ancestral genes that came together to produce the STORR gene fusion that is responsible for the first major step on the pathway to morphine and codeine. This fusion event happened before a relatively recent whole genome duplication event in the opium poppy genome 7.8 million years ago.

Co-corresponding author Professor Kai Ye from Xi'an Jiaotong University said "A highly repetitive plant genome and the intermingled evolutionary events in the past 100 million years complicated our analysis. We utilized complementary cutting-edge genome sequencing technologies with sophisticated mathematical models and analysis methods to investigate the evolutionary history of the opium poppy genome.

"It is intriguing that two biosynthetic pathways came to the same genomic region due to a series of duplication, shuffling and fusion structural events, enabling concerted production of novel metabolic compounds."

Joint first author Professor Zemin Ning from the Wellcome Trust Sanger Institute said "Combining various sequencing technologies is the key for producing a high quality assembly for opium poppy genome. With a genome size similar to humans, the main challenge for this project was to handle repeat elements which make up 70.9% of the genome."

Story Source:

Materials provided by University of York. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Li Guo, Thilo Winzer, Xiaofei Yang, Yi Li, Zemin Ning, Zhesi He, Roxana Teodor, Ying Lu, Tim A. Bowser, Ian A. Graham, Kai Ye. The opium poppy genome and morphinan production. Science, 2018; eaat4096 DOI: 10.1126/science.aat4096

Cite This Page:
University of York. "Scientists decode opium poppy genome: Scientists have determined the DNA code of the opium poppy genome." ScienceDaily. ScienceDaily, 30 August 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/08/180830143149.htm>.

Antioxidant reduces risk for second heart attack, stroke

Cells and platelets stick inside arteries, increase risk after initial attack

Date: September 4, 2018 Source: Oregon Health & Science University Summary: Doctors have long known that in the months after a heart attack or stroke, patients are more likely to have another attack or stroke. Now, an article explains what happens inside blood vessels to increase risk -- and suggests a new way to treat it.

Doctors have long known that in the months after a heart attack or stroke, patients are more likely to have another attack or stroke. Now, a paper in the Journal of the American College of Cardiologyexplains what happens inside blood vessels to increase risk -- and suggests a new way to treat it.

Heart attacks in mice caused inflammatory cells and platelets to more easily stick to the inner lining of arteries throughout the body -- and particularly where there was already plaque, according to the paper. As a result, these sticky cells and platelets caused plaque to become unstable and contribute to blood clots that led to another heart attack or stroke.

But the study found treating mice that had experienced a heart attack or stroke with the powerful antioxidant apocynin cut plaque buildup in half and lowered inflammation to pre-attack levels.

"Knowing that newer forms of antioxidants such as apocynin can lower the risk of a second heart attack or stroke gives us a new treatment to explore and could one day help reduce heart attacks and strokes," said the paper's corresponding author, Jonathan R. Lindner, M.D., a professor of cardiovascular medicine at the OHSU School of Medicine.

Lindner penned the research paper with colleagues from OHSU, Scripps Research Institute and Bloodworks NW.

The researchers discovered the sticky cells and platelets by using unique forms of ultrasound imaging they developed to view molecules on the lining of blood vessels.

This research could help explain why the recent Canakinumab Anti-inflammatory Thrombosis Outcomes Study, also known as the CANTOS clinical trial, found an anti-inflammatory drug already approved to treat juvenile arthritis also reduced the risk of a second heart attack in trial participants by 15 percent.

Lindner and his colleagues are further studying how the relative stickiness of remote arteries affects the risks for additional heart attacks and strokes and are also evaluating new therapies beyond antioxidants.

The study was supported by the National Institutes of Health (R01-HL078610, R01-HL130046, R01-HL091153, R01-HL11763, HL42846, HL78784), NASA (grant 14-14NSBRI1-0025) and the Swiss National Science Foundation.

Story Source:

Materials provided by Oregon Health & Science University. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Federico Moccetti, Eran Brown, Aris Xie, William Packwood, Yue Qi, Zaverio Ruggeri, Weihui Shentu, Junmei Chen, Jose A. López, Jonathan R. Lindner. Myocardial Infarction Produces Sustained Proinflammatory Endothelial Activation in Remote Arteries. Journal of the American College of Cardiology, 2018; 72 (9): 1015 DOI: 10.1016/j.jacc.2018.06.044

Cite This Page:
Oregon Health & Science University. "Antioxidant reduces risk for second heart attack, stroke: Cells and platelets stick inside arteries, increase risk after initial attack." ScienceDaily. ScienceDaily, 4 September 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180904164639.htm>.

Whole grains one of the most important food groups for preventing type 2 diabetes

Date: September 5, 2018 Source: Chalmers University of Technology Summary: It doesn't matter if it's rye, oats, or wheat. As long as it is whole grain, it can prevent type 2 diabetes, according to the results of a new study.

It doesn't matter if it's rye, oats, or wheat. As long as it is wholegrain, it can prevent type 2 diabetes. This is the finding of a new study from researchers at Chalmers University of Technology, Sweden, and the Danish Cancer Society Research Center. The comprehensive study is a strong confirmation of previous research findings on the importance of whole grains for prevention of type 2 diabetes.

The ability to use wholegrains for prevention of type 2 diabetes -- previously sometimes known as adult-onset diabetes -- has been known for a long time. But the role of different wholegrain sources has not been investigated. It has also been unclear how much wholegrain is needed to reduce the risk of developing diabetes.

"Most studies similar to ours have previously been conducted in the USA, where people mainly get their wholegrain from wheat," says Rikard Landberg, Professor in Food and Health at Chalmers University of Technology, and senior researcher on the study. "We wanted to see if there was a difference between different cereals. One might expect there would be, because they contain different types of dietary fibre and bioactive substances, which have been shown to influence risk factors for type 2 diabetes."

The study was conducted in Denmark, where there is a big variation in wholegrain-intake. The study showed that it made no difference which type of wholegrain product or cereal the participants ate -- ryebread, oatmeal, and muesli, for example, seem to offer the same protection against type 2 diabetes.

What is more important is how much wholegrain one eats each day -- and the study also provides important clarification to the scientific knowledge when it comes to daily dosages.

The participants were divided into 4 different groups, based on how much wholegrain they reported eating. Those with the highest consumption ate at least 50 grams of wholegrain each day. This corresponds to a portion of oatmeal porridge, and one slice of rye bread, for example.

The proportion who developed type 2 diabetes was lowest in the group which reported the highest wholegrain consumption, and increased for each group which had eaten less wholegrain. In the group with the highest wholegrain intake, the diabetes risk was 34 percent lower for men, and 22 percent lower for women, than in the group with the lowest wholegrain intake.

"It is unusual to be able to investigate such a large range when it comes to how much wholegrain people eat," says Rikard Landberg. "If you divided American participants into 4 groups, the group that ate the most wholegrain would be the same level as the group that ate the least wholegrain in Denmark. In Europe, Scandinavia eats the most, Spain and Italy the least."

Additionally, the study was uncommonly large, with 55,000 participants, over a long time span -- 15 years.

If you compare wholegrains' role in the risk of developing type 2 diabetes against other foods that have been investigated in other studies, it is one of the most effective ways to reduce the risk when it comes to diet. Drinking coffee, and avoiding red meat, are other factors that can similarly reduce the risk of type 2 diabetes.

"Our results are in line with dietary advice, which recommends switching out foods containing white flour for wholegrains," says Rikard Landberg. "You get extra health benefits -- white flour has some negative effects on health, while wholegrain has several positive effects, beyond protection against type 2 diabetes."

Wholegrains are defined as consisting of all three main components of the grain kernel: endosperm, germ, and bran. Those who avoid all cereals, in an attempt to follow a low carb diet, therefore lose out on the positive health effects of wholegrain, which come principally from the bran and the germ. Rikard Landberg thinks that cereals, and carbohydrates in general, should not be avoided in diet.

"Carbohydrates are a very varied group of foodstuffs, including sugar, starch, and fibre. We should discuss these more individually, and not throw them together in one group, because they have totally different effects on our physiology and health. When it comes to wholegrains, the research results are clear: among the many studies which have been made, in varied groups of people around the world, there hasn't been a single study which has shown negative health effects."

More on: Wholegrains

Wholegrains consist of all three main components of the grain kernel: endosperm, germ and bran. It can be both loose grains, and wholegrain flour. Grains such as oatmeal and rye, wheatberries, bulgur, and wholegrain couscous are all wholegrains. In bread and pasta, the wholegrain content can vary. Common cereals include wheat, rye, oats, corn, maize, rice, millet and sorghum.

Swedish dietary advice is to eat around 70g of wholegrain a day for women, and 90g a day for men. Some examples of how much wholegrain different foods contain:
1 50g slice of rye bread: 16 g wholegrain.
1 35g serving of oatmeal porridge: 35 g wholegrain
1 12g crispbread: 12 g wholegrain

Source: the Swedish National Food Administration and Chalmers University of Technology

More on: The study

The study used data from a prospective Danish cohort study on diet, cancer and health. It covered more than 55,000 participants, who were between 50-65 years old when the study started. During the initiation of the cohort study in the early 1990s, healthy participants had filled in detailed forms of their eating habits. Through these, the researchers established the participants' total wholegrain intake per day, which of the most common cereals they got their wholegrain from, (wheat, rye, oats, in grams per day), and the total number, and different types, of wholegrain products (in grams per day) -- rye bread, other wholegrain breads, oatmeal porridge and muesli.

The cohort study was linked with data from Denmark's national diabetes register, to investigate which participants developed type 2 diabetes during a 15 year period -- which in total was over 7000 people.

Story Source:

Materials provided by Chalmers University of Technology. Note: Content may be edited for style and length.

Journal Reference:
Cecilie Kyrø, Anne Tjønneland, Kim Overvad, Anja Olsen, Rikard Landberg. Higher Whole-Grain Intake Is Associated with Lower Risk of Type 2 Diabetes among Middle-Aged Men and Women: The Danish Diet, Cancer, and Health Cohort. The Journal of Nutrition, 2018; 148 (9): 1434 DOI: 10.1093/jn/nxy112

Cite This Page:
Chalmers University of Technology. "Whole grains one of the most important food groups for preventing type 2 diabetes." ScienceDaily. ScienceDaily, 5 September 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180905083910.htm>.

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