domingo, 5 de agosto de 2018

Baru

Texto:
Devanil Roza Fernandes - Farmacêutico, Pós-graduando em Fitoterapia Clínica. Presidente da Plampantanal (Associação dos Agricultores Familiares para o cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas de Poconé,MT)

Letícia Fonseca do Pinhal - Ciências Biológicas - bacharelado UNIP - Universidade Paulista 

Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor Faculdade Cantareira e Universidade de Taubaté - UNITAU. 

Cada vez mais as espécies nativas ganham espaço no mercado, muitas vezes graças à possibilidade de suas diferentes formas de usos. Dentre estas, se destaca o Baru (Dipteryx alata Vogel, Leguminosae: Faboideae), fruto típico da região do cerrado (Foto 1). Além do consumo das suas sementes torradas e como farinha, produz óleo utilizado em massagens. A sua madeira é usada em construções. 

Os frutos têm uso na medicina popular e são consumidos por morcegos, primatas, cotias e arara-azul. Para consumo humano, é utilizada a polpa para doces ou geleias. A semente pode ser crua ou torrada, sendo comercializada em doces como a barutella (creme de cacau com semente de baru) ou paçoca. 

O baru é comum nas regiões Central e Sudeste do Brasil, onde recebe diferentes denominações populares, como, por exemplo, alvorada, barujo, castanha-de-burra, coco-feijão, cumbaru, cumaruraana, emburena-brava, forquilha, garampara, laranjal e pau-cumaru. 

Comunidades e assentamentos de agricultores familiares nas proximidades do município de Poconé, Mato Grosso, para aumentar a sua renda familiar, coletam os frutos do baru, de onde retiram suas castanhas e entregam para uma cooperativa que faz a seleção e o beneficiamento das sementes para destino ao comércio. 
Foto 1. Semente torrada de baru.
Marcos Roberto Furlan

Com relação às suas características botânicas, D. alata é uma árvore alta com 15 a 25 m. Possui tronco largo e de cor cinza-clara. O seu fruto possui polpa dura e carnosa e por dentro uma semente que tem em média 3 cm ,e produz apenas uma por fruto. Os frutos são colhidos de julho a agosto, sendo, em média, 5 mil unidades de fruto. 

A semente é considerada anti-reumática. Possui alto teor nutritivo, alto valor energético (502 Kcal/100g) e óleos essenciais, Takemoto et al. (2001) observam que a semente do baru tem cerca de 38,2% de lipídios, 23,9% de proteínas, 15,8% de carboidratos totais e 14,39% de fibras alimentares.

As fotos 2 a 4 são de sementes e da árvore encontradas no Mato Grosso.
Foto 2. Sementes in natura.
Devanil Rosa Fernandes
Foto 3. Fruto.
Devanil Rosa Fernandes
Foto 4. Baruzeiro.
Devanil Rosa Fernandes

Referência Bibliográficas 

BOTEZELLI, Luciana, DAVIDE, Antonio Claudio, MALAVASI, Marlene M., Características dos frutos e sementes de quatro procedências de Dipteryx alata Vogel (Baru) . CERNE [en linea] 2000, 6 (Sin mes): [Acessado em 21 de julho de 2018] Disponível em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=74460102> ISSN 0104-7760 

SANO, Sueli Matiko. Botânica e Citogenética. In: SANO, Sueli Matiko; RIBEIRO, José Felipe; BRITO, Marcia Aparecida de. Baru: biologia e uso. Planaltina: Embrapa, 2004. p. 11-15. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/566595/1/doc116.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. 

TAKEMOTO, E. et al. Composição química da semente e do óleo de baru (Dipteryx alata Vog.) nativo do Município de Pirenópolis, Estado de Goiás. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 60(2):113-117, 2001. Disponível em: <http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/Baru%20Composi%C3%A7%C3%A3o%20qu%C3%ADmica%20da%20semente%20e%20do%20%C3%B3leo.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.

5 comentários:

  1. Parabéns, ao nosso Grande Mestre e Orientador Professor Marcos Roberto Furlan, bem como os demais colegas envolvidos neste pequeno resumo,mostrando o valor,alimentício/Medicinal de algumas espécies do nosso cerrado Matogrossense, fico hiper feliz,grato por contribuir.

    ResponderExcluir
  2. Legal!! O Bari foi nossa escolha em um trabalho para desenvolver um novo fitoterápico!

    ResponderExcluir
  3. Ótimo trabalho desenvolvido. Meus parabéns pelo excelente Artigo.

    ResponderExcluir