quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Cardo-santo no quintal

Texto:
Eloar Vanessa Souza Lopes: Bióloga e acadêmica de Nutrição - UNITAU
Marcos Roberto Furlan: Eng. Agrônomo - Prof. UNITAU

Não é muito comum. Sobrevive em solos pobres e em locais com pouca oferta de água. Nasce, se destaca pelas suas folhas que parecem ser espinhosas, depois produz uma bela flor amarela e um fruto também espinhoso. Em menos de um ano morre, espalhando seus descendentes no quintal.

A população geralmente considera a espécie muito tóxica e sempre arranca as espécimes que nascem espontaneamente. Seu nome científico Argemone mexicana já indica sua origem e sua família Papaveraceae, a mesma da papoula da morfina, já justifica a presença de substâncias tóxicas. 

O seu nome popular mais conhecido é cardo-santo, mas também se referem a planta como papoula-mexicana ou simplesmente cardo, dentre outras denominações populares.

Apesar de tóxica, é muito raro um animal doméstico ingerir o cardo-santo, principalmente devido à sua proteção "espinhosa". 

No site Flora do Brasil, são fornecidas as seguintes características da espécie:

Erva anual ereta, com (30-)50-100(-120) cm de altura, latescente. Caules glabros, esbranquiçados, ramificados na base. Folhas elípticas a ovadas, profundamente lobadas, (5-)8-15(-25) x (3-)4-9(-12) cm; lóbulos 3-6, irregularmente dentados; dentes espinhosos. Flores com 4-7 cm de diâmetro; sépalas cuculadas, com uma arista dorsal espiniforme de 5-10 mm de comprimento; pétalas amarelas ou creme, com 2,5-3,5 mm de comprimento e largura. Carpelos 4-6, armados; estigma séssil, 5-lobado. Fruto cápsula oblonga a elíptico-oblonga, armada, com 4-6 valvas apicais deiscentes, com (25-)35-40(-45) x (12-)15-18(-20) mm. Sementes com (1,6-)2,0-2,5 mm de diâmetro.

Com relação à literatura científica, Brahmachari, Gorai e Roy (2013) observam que a planta é usada em diferentes partes do mundo para o tratamento de várias doenças, como, por exemplo, tumores, verrugas, doenças de pele, inflamações, reumatismo, icterícia, lepra, infecções microbianas e malária. Relatam que A. mexicana é uma fonte de uma ampla diversidade de constituintes químicos, embora os alcaloides sejam em grande parte abundantes. Também afirmam que além da eficácia farmacêutica, certas partes da planta também apresentam efeitos tóxicos. 
Fotos: Argemone mexicana
Eloar Vanessa Souza Lopes

Referências:

BRAHMACHARI, Goutam; GORAI, Dilip; ROY, Rajiv. Argemone mexicana: Chemical and pharmacological aspects. Revista Brasileira de Farmacognosia, [s.l.], v. 23, n. 3, p.559-575, maio 2013. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1590/s0102-695x2013005000021. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v23n3/aop01913.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2019.

HASSEMER, G. Papaveraceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB126840>. Acesso em: 23 Jul. 2019.

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