sexta-feira, 13 de abril de 2012

Boas notícias de Portugal: três jovens investigadores aliam a agricultura à ciência na produção in vitro de plantas medicinais e aromáticas


João Fernandes é doutorado em Biotecnologia e, em conjunto com David Pereira, e Henrique Nascimento, ambos da área das ciências farmacêuticas, desenvolveu o projeto “InPhytro”

Este tem como objetivo aliar a agricultura à ciência na produção in vitro de plantas medicinais e aromáticas.



A produção in vitro de plantas não é novidade, existe normalmente em estufas para contrariar a sazonalidade das culturas. Contudo, David Pereira salienta o que torna o seu projeto inovador: o recurso à biotecnologia na produção, ou seja, ao conhecimento da composição química e da forma de atuação da planta.

“Agredir” a planta para apurar características

O objetivo é apurar as características medicinais, que, na maior parte dos casos, resultam de uma defesa perante agentes externos. Primeiro, as plantas crescem em laboratório e são identificados os estímulos que desencadeiam essas características. De seguida, controlam-se os estímulos, mudando o meio que envolve a planta. “Agredimo-la um pouquinho mais, ou damos-lhe um ambiente que não é o ideal”, explica David Pereira.

“O resultado são plantas com um teor de moléculas bioativas (com interesse para a saúde) 100, 200, ou 300% superior ao que encontramos nos modelos tradicionais de agricultura”, destaca. Assim, para produzir a mesma quantidade de um dado medicamento, por exemplo, será necessária muito menos matéria-prima.

É importante esclarecer que embora estas plantas sejam criadas em ambiente controlado, o que se passa com elas não é modificação genética. “Enquanto que se por algum motivo um organismo geneticamente modificado sair de laboratório acaba por contaminar o meio ambiente, estas plantas retornam as características originais, pois tudo o que fazemos não passa para a próxima geração”, clarifica David.


Inovação científica em tempo de crise


O projeto “InPhytro” foi integrado na UPTEC, Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, estando a ser desenvolvido nas suas instalações. David, João e Henrique planeiam agora rechear um laboratório próprio e começar brevemente a produzir, usando parte do prémio arrecadado no maior concurso de empreendedorismo nacional (“Realize o seu Sonho").

Num projeto como este, iniciado numa época de crise, a falta de financiamento é a primeira grande barreira a ultrapassar, mas estes investigadores não baixaram os braços. Começar em Portugal não é uma missão impossível, “tendo em conta que todas as semanas há um concurso de empreendedorismo”, garante João Fernandes. “Este é o momento certo para os jovens empreendedores apresentarem os seus projetos”, reforça.

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