quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Análise do ciclo de vida e rotulagem ambiental, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] Dentro de cada sistema avaliado, podem existir subsistemas ou processos unitários separados. É necessário decompor um sistema complexo em processos unitários, de modo que cada processo seja uma operação única e singular para a qual seja possível para a organização identificar e proceder “inputs” e “outputs” adequados (Fig 1 – Reis, 1996)
Figura 1 – As três fases de uma Análise de Ciclo de Vida (Reis, 1996).

A descrição física do sistema é uma descrição quantitativa de todos os fluxos de matéria e energia através dos limites do sistema (tal como na Teoria Geral dos Sistemas de Bertallanfy, 1973).

Os impactos gerados por cada fase do Ciclo de Vida do Produto (CVP), no sentido mercadológico (produto iniciante, entrante, maduro ou senil) devem ser cuidadosamente avaliados na Análise do Ciclo de Vida (ACV).

Um exemplo singelo documentado na bibliografia própria (Tibor e Feldman, 1996) pode ser a discussão familiar entre fraldas de pano e descartáveis.

Fraldas de pano utilizam cerca de 60 por cento a mais de água e criam um volume muito maior de poluição de água que as fraldas descartáveis. Mas este tipo de fralda produz sete vezes mais lixo e utilizam mais energia. O que é mais importante? Conservar água ou minimizar a geração de resíduo, ainda mais contaminado? Em uma região em que a água seja escassa e cara, a decisão pode favorecer as descartáveis. Onde as dificuldades de destinação final adequada sejam grandes, as fraldas de pano podem ser melhores.

Existem alguns princípios básicos, de caráter universal que devem ser considerados para a concepção de produtos que posteriormente se intenciona submeter a processos de certificação ambiental, através de selo verde ou rotulagem ambiental.

Estas orientações são encontradas nas normatizações e também em bibliografias especializadas sobre a abordagem deste tema para produtos. Não é apenas a utilização da onda do mercado “verde”, que é importante e crescente, que deve inspirar e estimular a obtenção das rotulagens ambientais.

REIS, M. J. L. ISO 14000 – Gerenciamento Ambiental: um novo desafio para a sua competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996.

TIBOR, T.; FELDMAN, I. ISO 14000: um guia para as novas normas de gestão ambiental. São Paulo: Futura, 1996.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

EcoDebate, 24/10/2013

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