quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Afrodisíaco natural » Revista Herbarium

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Raquel Marçal, de Curitiba 6 de agosto de 2013

A ciência investiga – e atesta – os efeitos do Tribulus terrestris no tratamento da falta de desejo sexual

Ele vem de longe: é originário da Índia. Por lá, e também na China, é um afrodisíaco bastante usado na medicina tradicional. Seu nome é Tribulus terrestris e, do lado de cá do mundo, seu extrato também é prescrito para tratar a falta de desejo sexual de homens e mulheres. “A planta é indicada para a queda da libido associada à deficiência hormonal que, nas mulheres, pode ocorrer na menopausa e até alguns anos antes”, esclarece o ginecologista Décio Alves, coordenador do Ambulatório de Acupuntura e Terapias Naturais do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos homens, o problema pode começar a rondar entre os 45 e os 55 anos. “Depois dos 40, 50 anos há uma diminuição nos níveis de testosterona em 1% ao ano”, afirma o urologista Adriano Fregonesi, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp).

Tradicionalmente, o problema vem sendo tratado em ambos os sexos com a suplementação de testosterona. Vários trabalhos têm demonstrado que é justamente aí que o extrato do Tribulus aparece como opção. A planta, segundo estudos, age aumentando a concentração deste hormônio responsável, entre outras coisas, pelo apetite sexual e pelo crescimento de massa muscular, sobretudo nos homens. O mecanismo de ação ainda não está claro, mas a composição do vegetal dá pistas importantes. “O Tribulus contém várias substâncias que podem ter efeitos coadjuvantes em sua ação, como alcalóides, atuando no cérebro, e ácidos graxos, que melhoram a circulação de sangue”, exemplifica Décio Alves. “Entre os muitos compostos da planta há esteroides, como a protodioscina”, informa a ginecologista Sônia Maria Rolim, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e que há anos estuda a espécie. A protodioscina é o principal componente do extrato e costuma ser apontada por pesquisadores como a principal responsável pelo aumento da produção da testosterona, o que explicaria a capacidade do Tribulus terrestris de promover a excitação, no começo, e os “fogos de artifício” no final.

Recentemente, esses efeitos têm sido testados com sucesso em pesquisas orientadas pela professora. Uma delas, feita pelo ginecologista Sóstenes Postigo, avaliou a ação do Tribulus na sexualidade de mulheres após a menopausa, investigação que é inédita na literatura científica. No estudo clínico conduzido por ele no Ambulatório de Fitomedicamentos da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, 60 mulheres com queixa de disfunção sexual foram divididas em dois grupos. Metade delas tomou um placebo na dose de um comprimido por via oral, três vezes ao dia por 90 dias. A outra metade recebeu um comprimido com extrato de Tribulus terrestris (250 mg), administrado também por via oral, na mesma frequência e pelo mesmo período de tempo. Antes e depois do tratamento, as pacientes responderam questionários sobre a maneira como cada uma se relacionava com o próprio corpo e com o do parceiro, o nível de interesse sexual, a qualidade da resposta à excitação, da frequência da atividade sexual e da obtenção do orgasmo. Os resultados foram bastante favoráveis em vários quesitos, entre eles a facilidade de excitação e a satisfação no coito. “Quanto ao índice de eficácia do tratamento, observa-se que houve melhora na lubrificação vaginal, na sensação da área genital durante a relação sexual ou outros estímulos, nas relações sexuais e/ ou outras estimulações sexuais e na capacidade de ter orgasmo”, concluiu o médico.

Outro estudo orientado pela doutora Sônia comparou os efeitos do Tribulus ao da tibolona, um hormônio sintético utilizado na Terapia de Reposição Hormonal capaz de melhorar a função sexual. O estudo já foi concluído mas como ainda aguarda publicação, os resultados são mantidos em sigilo. “O que posso adiantar é que as conclusões foram muito positivas para o Tribulus”, diz a ginecologista.

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