quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

São José do Norte, Rio Grande do Sul, integra pesquisa sobre Plantas Medicinais do Bioma Pampa

08.01.2015
A constante busca pela cura de doenças e o antigo hábito de usar plantas como medicamento foram associados emimportante pesquisa interdisciplinar do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), financiada pelo CNPq, e desenvolvida em parceria com a Embrapa Clima Temperado.

São José do Norte integra o estudo aplicado nos 25 municípios do bioma pampa, com o desafio de conhecer o autocuidado em saúde rural e as interfaces com as plantas medicinais encontradas, trazendo elementos para compreender a saúde rural.

Trata-se do projeto Autoatenção e uso de plantas medicinais no bioma pampa: perspectivas para o cuidado de enfermagem rural, coordenado pela enfermeira Drª, Rita Maria Heck. De forma articulada, o trabalho da bióloga Drª, Crislaine Barcellos de Lima, visa identificar as plantas nativas utilizadas para fins medicinais, recebendo apoio financeiro da Fapergs para este trabalho.

No Município, a pesquisa é concentrada nas regiões do Capão do Meio, Capão da Areia, Divisa e São Caetano, seguindo mapeamento de pontos amostrais iniciais da metodologia e localizados pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Smap).

Retorno

Em visita ao prefeito Zeny Oliveira, nesta semana, as pesquisadoras, acompanhadas pelo secretário da Agricultura e Pesca, Umberto Pinheiro, que participa das saídas de campo no interior, explicaram que a contrapartida do trabalho será a elaboração de um material de divulgação com as principais informações sobre as plantas medicinais que foram encontradas no bioma pampa investigado e permanecem preservadas e em uso.

As pesquisadoras devem retornar ao município para a apresentação dos dados através de palestra e material gráfico com as plantas mais utilizadas nos 25 municípios investigados. A perspectiva é de que a atividade integre profissionais da Secretaria da Saúde (SMS), a fim de sensibilizá-los em relação à Política de Plantas Medicinais no SUS.

Ao parabeniza-las pelo trabalho realizado no município, o chefe do Executivo destacou a importância da preservação das plantas medicinais. Ele lembrou a cultura da cebola e destacou a utilização do bulbo que tem propriedade diurética, antisséptica, antibiótica, entre tantos outros benefícios. O prefeito ainda falou sobre as potencialidades da cidade e mostrou a galeria dos ex-prefeitos, relatando um pouco do legado que deixaram.

História

No Brasil, a miscigenação das culturas indígena, africana, europeia (espanhola, portuguesa, italiana, alemã, libanesa), entre outras, proporcionou a propagação do conhecimento sobre o uso das plantas medicinais, que foi repassado de geração em geração. Esse saber familiar, propagada entre vizinhos e comunidade, é muito significativo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% dos problemas de saúde são resolvidos com práticas que incluem o uso das plantas medicinais. Na perspectiva de contemplar este cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2006 foi aprovada legislação para integrar as plantas medicinais e os fitoterápicos ao sistema oficial de cuidado.

No entanto, nem todas as plantas medicinais já estão suficientemente investigadas. Além de uma grande lacuna, existe aí a riqueza diante da biodiversidade brasileira. O bioma pampa, que é o menor bioma brasileiro, ocupa parte do Rio Grande do Sul e ainda é pouco estudado. Segundo informações da Fundação Zoobotânica, que publicou lista preliminar de espécies ameaçadas no Rio Grande do Sul, num total de 1.294 espécies catalogadas, 804 estão ameaçadas de extinção, incluindo todas as espécies de butiás – que tem diversos princípios bioativos identificados, podendo ser consumido na forma de suco com ação terapêutica de energético.

A ênfase, agora, é cuidar para ter qualidade de vida, antes mesmo de adoecer e as plantas são fundamentais neste contexto. Nessa perspectiva, é conhecendo melhor as plantas do bioma pampa e os diferentes cuidados em saúde que as pessoas valorizam os usos das plantas medicinais.

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa

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