Seg, 02 de Fevereiro de 2015
A Biozer da Amazônia, empresa de fitoterápicos criada em 2006, utiliza como principal matéria-prima o gengibre amargo. Entre os produtos desenvolvidos pela empresa estão uma cápsula terapêutica e um sabonete antiacne, resultado da parceria com o Inpa
Com o objetivo de colocar no mercado um alimento alternativo para o consumo de produtos amazônicos e com melhor potencial terapêutico para o bom funcionamento do sistema gastrointestinal, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) em parceria com a empresa Biozer da Amazônia desenvolveu um iogurte à base do extrato do gengibre-amargo (Zingiber zerumbet), planta ornamental com potencial antioxidante e atividade anti-inflamatória.
“incorporamos o valor nutricional e terapêutico do gengibre amargo num iogurte, como forma de oferecer um alimento alternativo em relação aos existentes no mercado”, explicou o professor e pesquisador do Inpa Carlos Cleomir.
A invenção faz parte dos seis pedidos de depósito de patente que o Inpa registrou, no final de 2014, junto ao Instituto Nacional de Proteção Industrial (INPI). Ao todo, o Inpa tem 71 pedidos de depósitos de patentes, totalizando 175 produtos e processos registrados.
De acordo com o pesquisador, o gengibre amargo, conhecido pelo seu potencial farmacológico e terapêutico, é uma planta usada na medicina tradicional asiática no tratamento de várias doenças, tais como a úlcera e outras. Apesar das potencialidades medicinais e econômicas, no Brasil, segundo ele, a planta é utilizada para ornamentação, porém, o pesquisador observou que este vegetal tinha um grande potencial para expansão dos estudos e com base científica.
Para isto, se associou à Biozer da Amazônia, empresa de fitoterápicos criada em 2006, em Manaus, que utiliza como principal matéria-prima o gengibre amargo. Entre os produtos desenvolvidos pela empresa estão uma cápsula terapêutica e um sabonete antiacne, resultado da parceria com o Inpa. Além destes produtos, um gel cicatrizante, bebida energética, geleia e sorvete estão sendo desenvolvidos e testados com previsão de estarem à disposição dos consumidores no segundo semestre deste ano.
Ainda segundo o pesquisador, que é doutor em Biotecnologia e Recursos Naturais, a incorporação do extrato dessa planta no iogurte permitirá, também, ao consumidor prevenir e tratar vários tipos de doenças, como a úlcera e o diabetes e, especialmente, no combate aos processos inflamatórios e às células cancerígenas provocadas pelos vírus do herpes, como câncer de pele, colo e fígado.
Cleomir ressalta que o iogurte produzido a partir do extrato de gengibre amargo é superior ao concorrente existente no mercado. “É um produto natural feito de uma planta que possui princípios ativos e que são bons para o sistema gastrointestinal”, explica o pesquisador. Segundo ele, o similar oferecido ao consumidor, é produzido a partir da adição de lactobacilos, um tipo de bactéria benéfica para o intestino.
Diferencial
O pesquisador explica que estes princípios ativos são extraídos dos rizomas (raiz) do gengibre amargo, ou seja, a partir desses rizomas foram obtidos extratos que possuem atividades antioxidante, anti-inflamatória, antitumoral e antimicrobiana. “Este é o nosso grande diferencial, porque além dessas atividades, estes princípios ativos, também, podem ser utilizados para a fabricação de medicamentos e servirem de matéria-prima para diversos produtos, como cosméticos e alimentos, e o exemplo é este iogurte”, comentou.
Para a coordenadora de Extensão de Tecnologia e Inovação (Ceti/Inpa) Rosangela Bentes acessar tecnologias oriundas de pesquisas é certamente um grande diferencial para as empresas. “É isso que o governo incentiva que aconteça: que tais tecnologias sejam acessadas ou demandem por pesquisas, que possam ser desenvolvidas, de forma pontual e estratégica, para disponibilizar produtos inovadores atrelados à pesquisa”, destacou Bentes.
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