segunda-feira, 14 de maio de 2012

Universidade testa cápsulas de erva-mate


A UFSC está buscando voluntários para uma nova pesquisa com a erva-mate. O estudo necessita de pessoas saudáveis e também com colesterol alto, que ainda não estejam tomando medicamento. Podem participar homens e mulheres com idade entre 18 e 60 anos. O objetivo é avaliar se o consumo de cápsulas produzidas na Universidade, contendo extrato seco de erva-mate verde ou tostada, não apresenta problemas à saúde (toxicidade).

“Será também avaliada a propriedade das cápsulas de erva-mate em reduzir o colesterol no sangue, particularmente em indivíduos com problemas de colesterol elevado”, explica o professor Edson Luiz da Silva, do Departamento de Análises Clínicas, que há oito anos estuda os princípios ativos dessa planta.

“Acreditamos que as cápsulas podem facilitar o consumo da erva-mate, pois ela possui sabor amargo, não muito apreciado por algumas pessoas”, complementa o coordenador do Laboratório de Pesquisa em Lipídeos, Antioxidantes Naturais e Ateroscleros.

Ele lembra que estudos anteriores realizados pela equipe que lidera já mostraram que a infusão de erva-mate verde (tipo chimarrão) ou chá mate tostado podem diminuir o colesterol, a glicemia e os radicais livres em indivíduos com colesterol elevado ou com diabetes.

Para a demonstração dos possíveis efeitos benéficos, os participantes devem colaborar para a ingestão de três cápsulas de erva-mate, três vezes ao dia, durante as principais refeições (independente do horário), durante 60 dias.

“É importante que o consumo das cápsulas com o extrato seco de erva-mate não seja interrompido por mais de dois dias seguidos. Além disso, o voluntário deve manter seus hábitos de vida regulares durante o período do estudo, como consumir o mesmo tipo de alimentação, manter a prática exercícios físicos (se for o caso) e, principalmente, não iniciar medicamentos de uso crônico”, alerta o professor. Caso a pessoa esteja usando algum medicamento, a dose não deve ser mudada durante o período do estudo.

A equipe precisa também da autorização dos voluntários para coleta de 12 ml de sangue (três tubos), em jejum de 12-14 horas, no primeiro, terceiro e sétimo dias do início do estudo. Serão ainda realizadas coletas após a quarta e oitava semanas, bem como a medida da pressão arterial, aferição do peso e da altura, exames clínicos completos e eletrocardiograma. As cápsulas deverão ser tomadas inteiras, com o auxílio de água, apenas.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC. O professor alerta que o consumo das cápsulas deve resultar apenas em desconforto das coletas de sangue. Porém, pessoas sensíveis à cafeína (um dos componentes do extrato seco de erva-mate) poderão sentir irritação gástrica, tremores, excitabilidade ou insônia. Caso ocorra algum desses efeitos colaterais, o participante deve interromper o consumo das cápsulas de erva-mate e entrar em contato com os pesquisadores.

“Esperamos que esse estudo traga benefícios, como o estímulo para que mais pessoas utilizem as propriedades benéficas da erva-mate, que poderá vir a ser utilizada como fitoterápico ou como alimento funcional”, destaca o professor.

Mais informações:

Aline Minuzi Becker(ali.mb@hotmail.com)
Edson Luiz da Silva (edson@ccs.ufsc.br)

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

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