Nome científico: Luffa operculata Cogn.
Família botânica: Cucurbitaceae
Outros nomes populares: buchinha-do-norte, buchinha-paulista, cabacinha.
Sinonímia botânica: Cucumis sepium G.V.W. Mey, Luffa purgans
M., Mormodica operculata L., M. purgans M., M. quinquefida
Hk. E Arn., Poppya operculata Roem.
Trepadeira de caule
5-anguloso, gavinhas simples ou bífidas, compridas e vilosas. Folhas
longo-pecioladas, cordiformes ou reniformes, angulosas ou lobadas (3-5 lobos),
um pouco ásperas. Flores amarelas, campanuladas, pequenas, axilares. Frutos
ovoides, moles, pequenos, ásperos e com pequenas nervuras ou saliências
espinescentes e seriados. Sementes compridas, lisas, com as margens regulares,
sem alas.
A buchinha é
originária da América do Sul, e nativa no Brasil. A aspiração do infuso aquoso
dos frutos há muito tempo tem sido utilizada empiricamente contra a sinusite.
Porém, existem muitos relatos da ocorrência de hemorragias nasais após estas
aspirações, resguardando seu uso. Entretanto, não foi da utilização desta
planta no tratamento da sinusite que resultaram as intoxicações atendidas no
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Neste, todas as ocorrências
relacionadas à buchinha tiveram como vítimas mulheres, entre 16 e 25 anos, que
ingeriram quantidades variáveis de chás preparados com os frutos, na tentativa
de causar aborto.
Um caso de óbito foi registrado. São
poucos os relatos na literatura referentes a intoxicações por esta espécie. Os
que existem fazem alusões a intoxicações experimentais em animais. O mecanismo
de ação do vegetal não está esclarecido e ainda existem dúvidas sobre o
princípio causador do quadro toxicológico. Das espécies Luffa acutangula
Roxb., L. cylindrica (L.) Roem. e L. aegyptiaca Mill. foram
isoladas glicoproteínas com ações inibidoras da síntese protéica, embriotóxicas
e abortivas, propriedades estas demonstradas em animais de laboratório (Ngai et
al. 1992a, 1992b e 1993 apud Schenkel et al., 2001). Da espécie L.
operculata propriamente dita, não há experimentos específicos com o
objetivo de elucidar a ação abortiva do fruto. O trabalho mais significante foi
realizado por Matos & Gottlieb em 1967. Neste, os autores isolaram do
extrato aquoso do fruto um princípio amargo denominado isocucurbitacina B. As
cucurbitacinas são esteroides resultantes da oxidação de triterpenos
tetracíclicos e estão largamente distribuídas na família Cucurbitaceae. Para
estas substâncias as atividades biológicas descritas na literatura são ações
descongestionantes, laxativas, hemolíticas, embriotóxicas e abortivas.
Recentemente trabalhos sobre o efeito necrótico destas substâncias em tumores
estão sendo publicados. Assim, em virtude da série de relatos confirmando a
toxicidade das cucurbitacinas, admite-se que a isocucurbitacina B seja o
princípio tóxico de L. operculata.
Em todos os casos, os sintomas apareceram cerca de 24 horas após a ingestão do
chá. Náuseas, vômitos, dores abdominais e dores de cabeça são os sintomas
primários, subsequentemente advêm hemorragias, podendo ocorrer o coma e a
morte. Para o tratamento são recomendados apenas a administração de carvão
ativado, e tratamento sintomático para distúrbios gastrintestinais.
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