por Boletim do CEPPA
Invenção nacional dá uso alternativo para fruta rica em vitaminas e vislumbra amplo mercado para colheita dos pequenos produtores do interior do Ceará
Pequi é utilizado não só na culinária, como também nas indústrias de cosméticos, fármacos, combustíveis e de lubrificantes.Crédito: Elias Minasi
Cientistas da Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba) e da Faculdade de Tecnologia Centec de Limoeiro do Norte (Ceará) criaram uma margarina light à base óleo de pequi, fruta típica do cerrado brasileiro. A invenção de Emanuel Neto Alves de Oliveira, Dyego da Costa Santos, Joabis Nobre Martins e Luciana Cristina Nogueira de Moraes Bezerra traz benefícios ao dar nova utilidade para um produto rico em vitaminas, além de ajudar os pequenos produtores e a aquecer a economia do interior do Ceará.
O paladar da margarina obteve bom índice de aceitação, de acordo com testes feitos com voluntários. Embora ainda não tenha escala de mercado, o produto está adequado aos padrões estabelecidos pela legislação brasileira.
Há cerca de 12 espécies de pequizeiro espalhadas por todas as regiões do Brasil. A elaboração de novos produtos à base do óleo de pequi ajuda a controlar o excedente de produção da fruta no pico da safra, especialmente na chuvosa Chapada do Araripe, ao sul do Estado do Ceará.
O período da safra na região ocorre entre dezembro e abril. Nesse período, várias famílias da região do Cariri deixam suas casas e sobem à Chapada do Araripe para coletar o fruto e dele extrair o óleo de pequi, obtido da polpa, rica em sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio e ferro) e vitaminas A e E.
O óleo é negociado nas feiras locais e no comércio da região. Ao fim da safra, a grande quantidade de sementes que fica pelo caminho é coletada e também é submetida à extração de óleo.
Assim, o desenvolvimento de margarina à base de óleo de pequi surge como alternativa para a utilização desse fruto, tendo em vista o alto consumo de margarina pela população e considerando a riqueza de nutrientes do óleo de pequi. Além disso, a elaboração de produto usando o óleo de pequi como fonte principal de gordura agrega valor econômico ao fruto.
O uso do pequi vai além da culinária. O produto é utilizado na indústria de cosméticos para fabricação de cremes, produtos de limpeza (sabões), na indústria de fármacos, combustíveis (biodiesel) e lubrificantes.
Os testes para a criação das margarinas com base no óleo de pequi foram realizados no laboratório de Processamento de Alimentos da Fatec, no Cariri cearense. O produto testado foi adquirido na Associação de Pequenos Produtores, situada na cidade de Jardim (Ceará), no primeiro semestre de 2009.
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