por Raquel Luna
O termo medicina tradicional se refere aos sistemas médicos praticados por grupos humanos determinados, cujas práticas de prevenção; diagnóstico; tratamento; e a compreensão do complexo saúde-doença; baseiam-se nas teorias, crenças e experiências destes grupos. São exemplos de medicinas tradicionais a Medicina Chinesa, a Medicina Ayurveda (indiana), a Medicina Tibetana e também as medicinas praticadas por etnias indígenas brasileiras. Estima-se que em países da Ásia e África, 80% da população depende das medicinais tradicionais como atenção primária à saúde. Quando estes sistemas médicos, ou partes deles, são praticados fora de seu contexto original (a Acupuntura, parte da Medicina Chinesa, praticada no SUS do Brasil), denominam-se medicina complementar e alternativa e podem não estar atrelados oficialmente ao sistema de saúde do país em questão.
Após a segurança e eficácia de suas práticas serem avaliadas, as medicinas tradicionais e suas partes podem adquirir legitimidade num país e fazer parte do sistema de saúde local. Em geral, a medicina complementar e alternativa é utilizada para promover saúde e bem-estar, bem como reduzir efeitos adversos provenientes dos tratamentos convencionais. Países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha adotaram uma política inclusiva, onde as técnicas complementares são aceitas e seus profissionais reconhecidos. Assumir a coexistência de diferentes tipos de práticas terapêuticas favorece a população.
Os produtos naturais, principalmente as plantas medicinais, são os principais recursos terapêuticos das medicinas tradicionais. Os testes químicos e farmacológicos destes produtos ajudam a validar a própria medicina, ao mesmo tempo em que contribuem para o repertório farmacológico convencional – muitas drogas disponíveis atualmente na indústria farmacêutica são provenientes do conhecimento tradicional. É importante salientar, porém, que a ciência desenvolveu suficientemente metodologias que avaliem a ação de drogas isoladas (moléculas), mas ainda não possui metodologias adequadas para controlar a ação das fórmulas herbais multi-ingredientes, contendo diversos ingredientes, em oposição ao uso de uma única planta, que são comumente utilizados nas medicinas tradicionais. Este é um dos desafios por trás da inclusão das práticas complementares e alternativas nos sistemas de saúde.
Referências:
WHO – World Health Organization.
Raquel Luna é naturóloga, mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo.
Data: 23.09.2011
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